Ele não a via, foi o que concluira Júlia ao perceber que mais uma vez Pedro dava atenção a todos no rolê, e mau falava com ela, sentiu-se menos que um objeto, desde que começara a malhar começou a ganhar seus próprios elogios, e ela passara a ser cada vez mais dispensável.
Vômitos e mais vômitos, ela pensou em dizer a ele sobre seu problema, contudo ele não parecia se importar com ninguém além de si mesmo atualmente, o amor doía foi o que ela pensou consigo mesma, ao ver que conseguira ficar mais infeliz que antes.
Pedro a usara como uma escada para a popularidade, esse pensamento lhe atingiu e causou dor.
No entanto continuava, talvez pelos bons momentos que haviam compartilhado, ou até mesmo pelos momentos em que ficavam sozinhos, ele era carinhoso nessas horas, diferente desse hetero top quand
Ele tentou ignorar os gritos, como sempre fazia, tremendo ao som da voz grave do pai, o qual xingava a mãe e lhe ameaçava. Pedro se encolheu ainda mais embaixo de suas cobertas, fechou aos olhos e deixou sua mente lhe levar pra longe, as lágrimas saíram sem ele perceber, porém após colocar seu fone no volume máximo conseguiu escapar um pouco da pressão do ambiente. Seu pai nunca fora um bom marido, sempre os tratava com frieza e eventualmente os agredia com palavras, contudo desde que ele começara com as drogas Pedro percebeu que por mais que uma situação fosse ruim, ela sempre podia piorar, agora só as palavras não eram o suficiente, ele passara para a agressão física também. Em meio as acusações infundadas de que sua mãe o havia traído, ele podia ouvir o barulho das pancadas qu
Pedro ensaiara o seu discurso diversas vezes, no entanto parecia que nunca havia planejado coisa alguma, as palavras simplesmente não pareciam conectar-se em sua mente. Já fazia mais de trinta minutos que se encontrava de frente a porta da casa dela, no entanto a coragem de tocar a campainha não vinha, a alguns meses quando estava carregado de ódio em seu peito achava que partir o coração de Júlia, e mostrar a Tulio o quão melhor estava sem ele lhe daria mais prazer que qualquer coisa, no entanto assim como passar meses longe de Tulio magoar Júlia não tinha a satisfação que ele esperava, cuidado com o que deseja, pensou consigo mesmo. A única maneira de terminar o que lhe trouxe até ali era começar, foi com esse impulso que ele tocara a campainha, o portão automático abrira, e ele rumou para dentro da casa,
-Como assim desistir?-Falou Isabella indignada.-Da forma que você ouviu, estou caindo fora do seu plano idiota.-Falou Tiago tranquilamente.-Não quer se vingar? Vai deixar barato o que aquele esquisito te fez?-Falou ela sentindo uma corrente elétrica passar por seu corpo, conseguiria quebrar uma parede com os punhos naquele momento de tanta raiva que sentia.-Vou, na verdade voltamos a ser amigos.-Disse ele dando um sorriso solto.-Quando fui esquecido pelos meus amigos no momento em que mudaram de turma, eu percebi que é inútil tentar agradar um bando de gente vazia como vocês.-E quanto a Júlia?-Ela não podia crer no que estava acontecendo.-Ela se foi, e sinceramente nunca me amou, não tem nada que eu possa fazer pra mudar.-Ele se levantou da mesa, por um segundo chegou a pensar que as pessoas a volta deviam imaginar que eles eram um casal problemático, visto que sempre quando i
Era o primeiro dia de aula, mas ninguém estava preocupado com o fato de que poderiam rever seus amigos, ou matar saudade de algum professor preferido. Todos os olhos da escola estavam voltados para os dois garotos que caminhavam de mãos dadas pelo corredor, os olhos de Tiago em especial estavam carregados de orgulho e admiração ao ver seu melhor amigo e seu irmão terem tanta coragem. As coisas mudaram para melhor desde o último dia de aula, e como em toda história clichê os bonzinhos tiveram sua recompensa e os malvados seu castigo. Eva tem conseguido superar seu relacionamento abusivo, e vê até mesmo uma oportunidade para viver um novo amor, Alessandro tem tido grande responsabilidade nessa última parte. Ellen e Tiago descobriram que tem muito mais em comum um com o outro do que pensavam, ambos são emocionais e amam elo
Pedro deu mais uma olhada no espelho e tratou de convencer a si mesmo que estava bonito, não era uma tarefa fácil visto que nunca se sentira dessa forma, contudo visto que iria ingressar em uma nova escola, uma das melhores do país a qual ele conseguira através de fazer uma pontuação perfeita em um difícil processo seletivo, se tornara aluno do Instituto George, prestes a conhecer pessoas desconhecidas, havia decidido que tentaria mudar aquela situação e todas as outras que lhe oprimiam. Seguindo o conselho de sua mãe de se adequar optou por fazer um relaxamento em seus cachos e retirar boa parte de sua barba, o uniforme alinhado combinava com a suave fragrância do perfume da sua mãe; o qual ele despejou um pouco em si mesmo, colocou um pouco de seu pai também, com a ideia de agradar todos os públicos, treinou um pouco seu sorriso de apresentação, no entanto concluiu que seus dentes tortos poderiam dificultar sua
As vezes mandamos nosso sexto sentido calar a boca, e continuamos acreditando em nosso coração. Pedro fizera decidir acreditar no pedido de desculpas de David. O que mais doera não foi de fato o cartaz que David colou as suas costas enquanto lhe abraçara, cujo continha a cara de Pedro colada a uma imagem de um peixe morto, o que doía era que chegara a confiar nele, ainda que por um pequeno período de tempo, e isso lhe fazia sentir um idiota. Trancara-se em uma das cabines do banheiro; chegara a ignorar o odor nojento que emanava de uma das privadas entupidas. Só queria chorar, e esquecer o quanto fracassara em sua tentativa de ser aceito, sua tentativa de ser normal. Perdido em seus pensamentos ele nem sequer notou que o horário da próxima aula se aproximava, e somente se lembrou de ir para a aula de gramática quando o sinal havia tocado.-Não po
Pedro acordou animado, "acordar" era uma palavra forte para quem praticamente nem dormiu, tamanha era a ansiedade que ficara boa parte da noite imaginando como as coisas iam ser. Chegou a fantasiar como seria o dia dos dois juntos, imaginou como puxar assunto e como iria surgir pouco a pouco intimidade entre eles, já havia sonhado tudo antes mesmo de acontecer; do primeiro olá até o primeiro beijo que dariam, depois de duas semanas de muita conversa e romance a moda antiga, pobre criança iludida! Havia preparado um lanche para quando ela chegasse e agradecia a Deus por nenhum de seus pais estarem em casa, não gostaria de passar a vergonha de ter Júlia presenciasse uma discussão de ambos. Seguindo seu cronograma fez faxina na casa e prendeu Edward, seu lindo porém ciumento cão, no cercadinho e depois rumou para o banheiro, onde tomou um banho e se arrumou
- O que achou do filme?-Perguntou ele -Maravilhoso, chorei em algumas partes.-Falou ela. -Você chorou? -É proibido agora? kkkkk -Não, é que geralmente não é lágrimas que se espera ao assistir um filme do Quentin Tarantino kkkkkk. -Qualquer um que assistiu aquele filme e não chorou é oficialmente sem coração, a cena que ela espancada grávida não te comove? Ou ainda quando ela reencontra sua filha? -Tá eu posso admitir que lacrimejei em algumas partes kkkk -Admita que chorou boy. -Tá, talvez um pouquinho. -Viu só? Eu sabia, aquele filme é uma novela mexicana com dedo no c* e gritaria junto. -Concordo kkkk -Queria saber lutar de espadas igual a Lucy liu. -Eu queria saber lutar. -Porquê não tenta aprender? As artes marciais nunca saem de moda. -Se eu soubesse lutar provavelmente seria expulso da escola kkkkkk. -Estou com medo de você. -Eu confesso que te imaginar segurando uma espada, não é muito reconfortante também. -Vou fazer você andar na prancha kkkkkk -Sorte que eu