Agnes — Eu não, mas você sim. Está louca, louquinha de pedra — retruca. Tomo o celular da sua mão e ela me encara possessa. — Eu não acredito que você fez isso Agnes. Todos os meus esforços para manter você longe desse homem. Você leu a porra do dossiê? — brada.— Li — digo me sentindo cansada. — Juro que ele não conseguirá o que quer Flávia. Confie em mim, é só enquanto ele tira o Adonis da cadeia. — Ela meneia a cabeça em um não lento e decepcionado. Flávia volta a se sentar, ela leva as mãos à cabeça, escondendo o rosto nelas, enquanto os cotovelos se apoiam no tampo da mesa. Seu silêncio não é nada normal. Prefiro a Flávia falante e animada.— O que esse filho da puta exigiu? — pergunta depois de um tempo. Solto um suspiro e vou para perto da minha amiga.— Ser um pai para Kell, dois anos convivendo com ela e algumas aparições públicas de nós dois — falo agora mais calma. Ela rir debochada.— É claro que ele pediu, o que mais? — questiona. Dou de ombros.— Isso é tudo.— Há, séri
Kell Glitinhos animados. Eu adolo esses glitinhos. As minhas amiguinhas estão correndo pala se esconder enquanto eu conto até 100. Eu acho que é isso. — 19… 40… 3… 5… 50… 10… 8… 100… Estou indo! — aviso quando me afasto da palede e olho ao meu redor.Não selá fácil encontlá-las. Aqui é muito gande e tem muitas plantas. Ando pelo gande jardim da escola Mafalda Parkes. É uma escola muito enorme, só de meninas e um lugar bem confortável também, mas ainda assim, não é a minha casa. Sonho com a minha casa, com o dia que vou molar com a minha mamãe. Eu vim pala cá muito pequenina. Mamãe me contou que eu era só um bisquizinho, que tinha apenas dois anos e meio e me falou que me tlouxe pla escola pala me ploteger. Escuto os sons de algumas risadinhas e sorrio, olhando a moita de jasmins no canto da palede. Tenho vontade de dar pulinhos, mas elas podem correr e se salvar na palede amalela. Elas são gandes e eu sou muito miúda, não consigo alcançar a palede antes delas. Eu só te
Kell Até que ele é bem divertido. Mamãe nunca me deixou blincar na piscina na parte da tarde, ela semple diz que posso ficar doente, mas o homem mal deixou. Também comi muitos doces e eu amo doces! Blincamos de esconde-esconde, assistimos um dos filmes novos e agora ele está bem na minha flente, todo maquiado, usando xuxinhas nos cabelos e tomando um chá com a minha Barbie plincesa.— Ainda tem uma hora até que a sua mamãe chegue, filha. Que tal um passeio?— Não estlague esse momento, Adam. Não me chame de filha, eu sou a Kell. — Ele bufa largando a xícara na mesinha cor-de-rosa.— Um passeio, Kell? — Sorrio.— Pala onde você vai me levar? — pergunto curiosa. Ele sorri.— Ouvi dizer que no parque florestal tem muitos animais legais para gente ver. Você já foi lá? — Faço não com a cabeça. — E você quer ir? — Faço um sim, com a cabeça. — Ótimo! — O homem mal, que eu penso que é mal se levanta da pequena cadeila rosada e me estende uma mão. Plontamente eu deixo a minha xícala na mesinha
Adonis Kappas Dias após sair da delegacia… O telefonema do Apolo me deixou com um pé atrás. O que vai acontecer agora? Ligo imediatamente para Oliver e aviso que chegarei atrasado no bistrô. Monto em minha moto e sigo direto para o banco. Esses dias, tenho procurado refazer a minha vida da maneira que eu posso. Risquei a Agnes da minha agenda… Melhor dizendo, dos meus pensamentos e tenho focado mais no meu sonho, embora não vejo como realizá-lo definitivamente. Sem dinheiro e sem emprego, a coisa ficou ainda mais complicada para mim. A noite me peguei pensando em meu pai. No quanto ele deve estar decepcionado comigo. Porra, eu cheguei tão perto! Paro a moto no meio fio em frente ao banco e caminho a passos largos para dentro do prédio. Na recepção, a secretária de Apolo me recebe solicita, sorridente e com um cafezinho que eu recuso.— O senhor Apolo já o está aguardando — Ela avisa. Eu apenas aceno um sim para a mulher e sigo direto para a sala do gerente do banco cujo caminho já se
Adonis Satisfação. O coração chega a palpitar ao observar o meu futuro bistrô invadido por profissionais medindo, escrevendo em pedaços de papéis, tirando fotos e analisando cada pedaço do lugar. Escuto orgulhoso eles falarem de cores, luzes, estampas, vidros, e chego a imaginar cada detalhe dos seus planos para o grande salão. Respiro fundo. — Falta pouco, pai! — sussurro. — Senhor Kappas, terminamos por aqui. Iniciaremos as obras na próxima semana, se não tiver problema — Andréa diz se aproximando.— Problema nenhum, Andréa, por mim, está ótimo! — digo explodindo de felicidade por dentro. Ela sorri, um sorriso perfeito e profissional.— Perfeito! Voltarei a ligar para o senhor para combinaremos tudo.— E eu aguardarei ansioso por essa ligação. — Ambos apertamos as mãos um do outro e logo Andréa sai do salão com a sua equipe. Decido ficar mais um pouco e sonhar acordado, afinal eu não pago por sonhar, certo? Passo longos minutos olhando cada detalhe, sonhado com cada realização e p
Agnes Ferraço — Preparada para o evento que acontecerá na França? — Ana pergunta enquanto guarda algumas pastas no arquivo. Forço um sorriso para ela.— Pela primeira vez na minha vida, não queria viajar — confesso com tom de lamentação. A Ana me olha especulativa e eu dou de ombros. — A Kell está na minha casa e eu estou curtindo a presença dela lá, e ainda tem o Adam…— O Adam? Vocês estão juntos de novo? — Ela pergunta completamente surpresa e eu encaro a minha secretária. Penso que estou falando muito da minha vida pessoal.— Não, não estamos juntos.— Ah! Terminei por aqui, Agnes, precisa algo mais? — Ela percebe o meu desconforto e muda de assunto.— Não Ana, pode ir. Eu só vou terminar de ler esse contrato e já saio também.— Está bem! Bom final de semana, Agnes!— Para você também, Ana. — A porta da minha sala se fecha e eu me afasto dos papéis, me encostando na cadeira e a giro em direção da janela. A noite já começa a chegar. Penso em como o Adam está se esforçando para ser
Agnes Não posso acreditar que isso esteja realmente acontecendo comigo. Eu a protegi tanto, eu a mantive longe de tudo isso por tanto tempo. Burra, burra, burra!!! Eu sou muito burra! É claro que o Adam não daria conta. Eu sabia e mesmo assim deixei que isso acontecesse. — Eu vou ligar para a polícia — digo depois de um tempo em silêncio, me lavando do sofá e pegando o telefone. Adam o toma da minha mão inesperadamente.— Não precisa chamar a polícia, Agnes.— Como não? A minha filha está desaparecida, Adam e no meio de uma mata escura e fria. Eu não sei se percebeu, mas já escureceu lá fora! — digo desesperada.— Como isso aconteceu? — A voz audaciosa da minha amiga ecoou invadindo a minha sala. É claro que no meu desespero, liguei imediatamente para Flávia. Ao vê-la, Adam me lança um olhar raivoso.— Chamou a Flávia!? — Ele pergunta exasperado.— Sempre! — Ela diz o empurrando deliberadamente contra o sofá e o homem cai sentado. Flávia ergue uma das pernas com um salto extremamente
Adonis kappas Eu precisava fugir, sair correndo dali. Não podia me dar ao luxo de ser enganado outra vez, mas porra, o esforço sobrenatural que fiz para não agarrá-la ali mesmo e tomá-la para mim não tem comparação. Sentir aquela boca tão perto da minha e ter que negar aquele beijo… Puta merda! Isso não é de Deus! Não, não é não! Dentro de mim o meu subconsciente estava dividido em dois. De um lado, um Adonis sentado no meio do caminho, de braços cruzados e fazendo bico, como protesto por minha negação, e do outro, havia um Adonis em pé, erguendo os braços com os punhos fechados como um boxeador, que acabou de ser aclamado um vencedor. E falando em vencedor, ainda estou meio perdido com tudo o que aconteceu naquela sala. Ver a Agnes praticamente espancando o próprio marido foi uma relação meio estranha. Na verdade, tudo ali foi muito estranho. Confesso que fiquei em glória ao vê-la expulsá-lo da sua casa daquela forma e juro que queria que ela fizesse o mesmo, o expulsando da su