Adonis— Pai, eu não sou mais criança! — Carol reclamou rindo da minha brincadeira.— Ah, não? Minha nossa, não percebi quando você cresceu. — ralhei enquanto fungava no seu pescoço, arrancando mais risadas da minha filha.— Mas eu cresci e já sou quase uma adolescente. — resmungou ainda sorrindo.— Hum, deixe-me ver, acredita em papai Noel? — perguntei quando começamos a descer as escadas.— Claro que sim!— Hum! E em coelho da páscoa?— Dooooh, também, né?— Sério?— Sim! O que há de errado com você?— Nada, senhorita quase adolescente. Vamos tomar café da manhã? — A pus de volta no chão assim que chegamos à sala e ela correu em direção à cozinha. Confesso que sentir um grande alívio, ao perceber que ainda existia um pouquinho de criança em sua alma. Não sei se aguentaria outra adolescente trazendo um namorado à minha porta. Mas vou deixar ela pensar que é uma adolescente, por enquanto.— Onde você está? — indaguei assim que Oliver atendeu o telefone.— Chame a polícia, Oliver — ped
Simone A pior parte do trabalho de um policial, é quando você precisa tomar o depoimento de uma pessoa que não tem a menor capacidade de segurar as suas emoções. Olhar para a Sandy completamente arrasada, depois de segurar em seus braços o homem da sua vida quase morto, me deixou de coração partido, mas eu preciso fazer o meu trabalho. Aproximei-me calmamente da garota cabisbaixa e me sentei ao seu lado em um banco de hospital. Ela ergueu a cabeça para me olhar e eu encontrei uma mulher completamente devastada. Seu rosto estava inchado, seus olhos vermelhos e os lábios estavam trêmulos por conta do choro de horas. Eu nem precisei perguntar nada e ela já foi falando algo que me chamou atenção.— Não era para ser assim — disse com a voz embargada e baixa. — Ele só ia fazer mais uma vez e nós iríamos embora para bem longe daqui.— Fazer o que, Sandy? — perguntei calmamente. Ela fungou, puxou a respiração e mudou completamente sua fisionomia.— Eu contarei tudo pra você, Simone, mas quer
Simone— Preciso que faça o registro do que viu no casarão daquela fazenda, até o momento da chegada da polícia, Simone. — Delegado Fábio Alcântara pediu assim que entrei em sua sala. Acatei as suas ordens, fazendo um sim, com a cabeça e fui para perto da sua mesa.— Qual a situação da Sandy? — Procurei saber.— Confesso que mesmo ela entregando os seus comparsas, ainda terá uma pena longa. Ao que me consta, Sandy drogava todas as vítimas e era ela quem fazia o roubo virtual também. Mas admito que ela é apenas um peixe pequeno. — Assenti.— Sim. Sobre o depoimento dela, Sandy alega que se for presa aqui no estado, o Adam dará um jeito de matá-la lá na prisão — falei me acomodando na cadeira em frente a sua mesa. Fábio levou a mão ao queixo e o seu dedo indicador roçou levemente o lábio inferior.— Esse filho da puta é muito escorregadio! Ainda não sei como conseguiu sair do presídio antes de cumprir a sua pena — comentou intrigado.— Tem mais uma coisa, Fábio. — Ele me olhou com aquel
Flávia Semanas depois…Vamos lá sementinha, hoje é o dia que você vai finalmente aparecer para mim. Ao final eu quero ver a carinha safadinha que está me enlouquecendo em todos os sentidos. Respirei profundamente assim que entrei na clínica. Hoje é o dia do primeiro ultrassom do nosso bebê. Oliver está tão animado que está quase subindo pelas paredes, literalmente falando e a Nathalia está praticamente fazendo festa com a ideia de ter um irmãozinho. Bom, eu estou aqui olhando a bunda do meu marido, apertada em um jeans escuro, enquanto ele conversa com a atendente no balcão da clínica. Juro que estou tentando, mas o homem é um pecado ambulante. Mordo o lábio quando o vejo ficar de lado, apoiando o seu corpo no balcão, enquanto a moça mexe em seu computador. Será que tem um banheiro por aqui? Ai, Deus do Olimpo, se eu te pego! Confesso que estou gostando mais de você sementinha do Oliver que não foi convidada a entrar. Esse apetite sexual exagerado veio como um bálsamo para as minhas
OliverEu estou pirando, literalmente pirando. São onze e meia da noite e eu estou parado em frente a porta do meu apartamento e porquê? Porque eu estou super cansado e louco por uma graciosa noite de sono. Só que a minha mulher está animada demais e já me mandou um e-mail com uma foto em anexo, onde o quarto estava pouco iluminado e ela está vestida de odalisca. Porra, vestida de odalisca! Já imaginaram isso? Aquele corpinho lindo, vestido com véus finos e coloridos e todas aquelas ornamentações reluzentes em sua cabeça, rosto e cintura? Suspiro sentindo o meu corpo protestar. Eu realmente preciso dormir, mas o meu amiguinho lá embaixo ainda está focado na porra da foto. Respiro fundo. Que espécie de homem eu sou? Estou fugindo da minha própria esposa. A minha deliciosa Flávia está enfeitada só para mim e eu estou aqui fazendo doce, Sério? Vamos lá Oliver Borbolini, está na hora de dar um trato naquela delícia de mulher que está te esperando naquele quarto. Decidido, levei a mão
Simone Esses dias aqui na delegacia tem sido uma verdadeira loucura. Com a morte do Sniph, a prisão da Sandy e as novas provas que surgiram contra o Adam, o trabalho tem se triplicado. Estou passando mais tempo aqui no trabalho e quase não tenho visto o Petrus, mesmo morando com ele no mesmo apartamento. Trabalho praticamente o dia inteiro e ele a noite toda e só nos vemos perto de uma da madrugada, o que é pouco tempo para quem está completamente apaixonada e louca para aproveitar um pouco mais do meu dominador. Aperto o botão de iniciar no teclado do computador e o vídeo começa tudo de novo. Estamos a dias tentando encontrar um reconhecimento facial da pessoa que entrou naquela fazenda particular e matou o Sniph a sangue-frio. Posso até está enganada, mas a pessoa que o matou sabia exatamente para onde olhar e aonde parar, para não ser visto nas câmeras de segurança.— Simone? — Uma voz bem conhecida diz de uma forma animada, tirando a minha atenção da tela do computador e me fazen
Simone— Ok, estou roendo as minhas unhas internamente e o meu coração parece que vai sair pela boca a qualquer momento e o meu estômago está revirado. Será que você pode me dizer do que se trata? — pedi minutos após entrarmos no trânsito.— Estamos perto, não seja curiosa. — Ele retruca impaciente.— Tá bom! Mas perto quanto? — insisti.— Perto, Simone. — rebateu.— Isso eu já entendi, mas quanto é perto para você? — Voltei a insistir.— Puta merda, Simone! Você é mesmo ansiosa, hein? — rosnou irritado e eu suspirei.— Sou e muito e você não faz ideia. Então… Só me fala um pouquinho sobre essa surpresa. — Uni as mãos em uma prece e pisquei algumas vezes pra ele.— Não.— Chato! Se eu roer as minhas unhas de verdade, a culpa é toda sua! — resmunguei aborrecida e me ajeitei no banco, para encarar a estrada. Minutos depois Petrus parou o carro em um estacionamento privado e quando desligou o motor, me olhou com uma cara de um pai que está prestes a repreender o seu filho.— Me lembre de
SimoneQuando passei pela porta e entrei no salão de tamanho mediano, encontrei o meu noivo me olhando com extrema admiração e para a minha surpresa, Petrus não estava mais usando o seu habitual jeans azul amarrotado, nem a sua camisa de botões suada ou algo assim. Meus olhos percorrem ávidos o lindo conjunto de terno negro, com uma camisa branca por dentro e os seus cabelos agora estão arrumados para trás com gel. Deus, ele está tão lindo! Parei de respirar quando ele começou a caminhar em minha direção e quando se aproximou, me abriu um sorriso tímido e suspirou.— Você está tão linda, minha galega! — sussurrou e eu sorri. Pois é, para um casamento de última hora, estamos radiantes até demais. Pensei.— Você também não ficou por menos. — sussurrei de volta e o seu sorriso se alargou.— Vem. — É a única coisa que ele diz, depois de segurar a minha mão e me guia para a tal porta. Ao passarmos por ela, encontramos um corredor estreito e cheio de portas com alguns quadros que inspiram o