Simone — Não deu certo — digo me deixando cair no sofá da sala de visitas da Flávia. A mulher me olhou com olhos agigantados e de boca aberta.— O lance da barata não deu certo? Alguma coisa você fez de errado, Simone, só pode! — Ela acusa me apontando seu maldito dedo.— Eu não fiz nada de errado — rebato frustrada. — Fiz tudo exatamente como você me mandou. Fiquei completamente nua dentro daquele banheiro e encenei a minha melhor cena de desespero.— E ele não te olhou? Ele é gay — acusa deliberadamente.— Ele não é gay! — Rio do seu comentário descabido.— Como você sabe? Um homão daqueles, sozinho em um apartamento com uma mulher linda, loira e trancado dentro de um minúsculo banheiro com ela, completamente nua e o cara não fez nada? Não tirou nenhuma lasquinha se quer? Só pode ser gay. — Volta a acusar. Meu sorriso se amplia.— Petrus não é gay, Flávia. Eu sei porque pude sentir a sua dureza contra o meu corpo quando o abracei. — Solto de uma vez. Acredita que os olhos da mulhe
SimoneSão três e meia da madrugada e ainda está tudo escuro lá fora. Acordei assustada porque tive um puta pesadelo. Sonhei com o Adam tentando matar o Adonis, mas quem levava o tiro era o Petrus. Automaticamente pulei para fora da minha cama, corri para a porta do seu quarto e fiquei ali, bem quietinha o olhando dormir e em algum momento, sem eu perceber, uma lágrima começou a rolar por meu rosto. Eu a capturei com as costas da minha mão. Pela primeira vez na vida tive medo. Medo de perdê-lo de vez, de que morresse de verdade, de não poder mais vê-lo. Se isso acontecesse, o meu mundo acabaria junto com ele, porque eu não sei se notaram, mas ultimamente tudo em minha vida gira ao seu redor. Não sei o que deu em mim, mas em algum momento me peguei andando silenciosamente em direção da sua cama e com muito cuidado, eu me sentei na beirada do colchão e o olhei ali adormecido. Deus como pode ser tão lindo, tão perfeito? Os cílios negros e longos emolduram as pálpebras morenas, a boca car
Adonis Mais um beijo, mais outro e mais outro. É tão difícil deixá-la ir. São sete e meia da manhã e Agnes precisa ir para o escritório da Model, mas eu simplesmente não consigo deixá-la ir.— Você não tem que ver uma entrega lá do bistrô, não? — Ela pergunta se espreguiçando debaixo de mim. Puxo levemente os seus lábios entre os meus dentes e ela sorri.— Tenho, mas quem se importa? — digo e escuto o som da sua risada baixa em seguida. A puxo bruscamente pelas pernas e coloco as mesmas em meus ombros. Ela leva a mão à boca a abafa um grito surpresa e uma risada divertida surge no mesmo instante. Seguro os seus pulsos e levo as suas mãos a altura da sua cabeça, então a tomo em um beijo apaixonante e possessivo e ela geme gostoso em minha boca. Levo as minhas mãos aos seus seios e sigo dando beijos molhados por sua pele quente e macia. Definitivamente sou louco por ela. Perdidamente fascinado no seu corpo e quando penso em pegar um preservativo na gaveta do criado mudo e levar essas c
Horas depois…AdonisSemicerro os olhos e não acredito no que estou vendo bem diante dos meus olhos. O minúsculo pedaço de pano grosso e azulado cobre — ou pelo menos tenta cobrir o corpo de uma mini mulher em pé bem na minha frente. Onde a Kell pensa que vai usando uma mini-mini saia que mal cobre as suas coxas? Levo as mãos aos cabelos e espalho os fios longos que estão soltos e adentro a sala, dando de cara com uma mochila parruda e largada no sofá.— Filha, que roupa é essa? — Não segurei a minha indagação. Porra, ela está quase nua! A menina se olha de cima a baixo e me lança um olhar confuso. — Kelly amor, você está quase nua! — Dou voz aos meus pensamentos e minha filha revira os olhos.— Pai, por favor! — Ela pede.— E para que essa mochila? Vai viajar? — questiono indo na direção da bolsa, mas a menina a pega antes de mim.— Eu avisei a três dias. Hoje é a noite do pijama na casa da Marina.— Noite do… Vai ter garotos nessa noite do pijama? — Procuro saber. Kell engrandece os
Kell — Ok meninas, eles já devem estar chegando. — Maah avisa com um certo tom de nervosismo. Na bancada de mármore da cozinha há uma quantidade exagerada de comida e de sucos. Sinto um gelo tomar conta do meu coração quando a campainha da casa toca e Cris segura firme o meu braço.— Me explica de novo porque aceitamos isso? — Ela pede com um cochicho. Respiro fundo e encaro a porta de madeira escura se abrindo praticamente em câmera lenta bem na minha frente e três meninos passando por ela logo em seguida. Os olhos do Lipe logo encontram os meus e eu me esqueço literalmente de respirar.— Não sei o porquê, mas o fato é que já estamos aqui e eles estão aqui também — digo baixinho, olhando o garoto que faz o meu sangue ferver em minhas veias. A Maah segura a mão do Fabinho e o puxa para um dos sofás da sala e Cris ainda continua colada em meu braço. E eu me forço a ir para o meio da sala e a me acomodar em um dos sofás também. O Lipe logo se aproxima e se senta ao meu lado e Call faz
KellO porão da casa da Marina não é um lugar ruim, pelo contrário, ele parece um lugar mágico. Os pais da Marina mantêm algumas antiguidades guardadas aqui. São móveis, roupas, quadros e espelhos que parecem ser do século passado. Tudo muito bem conservado e bem limpo também. Lipe solta a minha mão e começa a analisar o lugar e os objetos que há nele. Ele para em frente a umas araras de roupas antigas e começa a passar algumas ombreiras de um lado para o outro, parando em um tipo de terno antigo que tem uma calda de pinguim.— Como eu ficaria vestido nisso? — pergunta com um tom engraçado, me fazendo rir. Em seguida ele põe o paletó e um chapéu esquisito e alto, então ele se aproxima de mim, fazendo um gesto galanteador. — A senhorita aceita dá uma volta comigo? — Ele diz fazendo uma voz engraçada e faz um tipo de arco com o seu braço em minha direção. Rio ainda mais e enlaço o meu braço no seu e com um gesto educado, finjo segurar uma saia longa de um vestido e o cumprimento inclina
KellBom, essa com certeza é a melhor noite do pijama que eu já tive na vida e com certeza estou morrendo de vontade de matar a Maah, mas também quero muito abraçá-la e agradecê-la pelo empurrãozinho que nos aproximou tão inesperadamente. Não faço ideia de que horas são, mas eu e o Lipe já estamos a algum tempo sentados no sofá grande da sala, bem pertinho um do outro nos beijando? Sim, só um pouquinho. Na verdade, estamos nos conhecendo melhor e nessas poucas horas de conversa, contei-lhe sobre o meu sonho de ser uma grande chef, assim como o meu pai e também falei um pouco sobre as loucuras da minha família, que mesmo sem conhecê-los pessoalmente, ele já amou a tia Flávia, porém se identificou muito com o meu pai. Dou de ombros. Vai entender, né? Lipe tem dezessete anos, quase dezoito. Ele vai fazer em uma semana e confesso que saber disso me deu algumas ideias diferentes de comemoração. — Um doce por seus pensamentos. — O som da sua voz me desperta e eu sorrio lhe dando um beijo c
KellIsso aqui é uma loucura! É só o que eu consigo pensar assim que adentramos a tal danceteria semi escura. Mal consigo ver um palmo na frente do meu nariz, com toda essa fumaça de gelo seco espalhada por todo o lugar e as luzes néon colorida que é jogada sobre uma montanha de jovens que estão dançando e bebendo como se o amanhã não existisse. Marina e Fabinho estão dançando a algum tempo na apertada e bem povoada pista de dança. O cara pegou duas garrafas de cerveja e entregou uma para ela assim que chegaram aqui.— Eu não acredito nisso! — reclamo baixo e saio pisando firme, deixando o Lipe no balcão do bar e quando me aproximo do casal aluado, tomo a garrafa com rispidez da mão da Marina, assim que ela encosta o gargalo na boca.— Vamos embora agora, Marina! — Praticamente lhe dou uma ordem. Ela rir feito uma boba e eu me pergunto, o quanto ela bebeu? Mas que droga!— Deixa de ser chata, Kell e vem se divertir. — Ela grita animada demais e começa a pular erguendo os seus braços p