Alicia não ficou surpreendida quando uma das raparigas à sua frente perguntou.–Pode dar–me o número de telefone do homem que a veio buscar ontem?Não era apenas a arrogância com que ele falava, mas a autoridade com que o fazia. E Alicia sabia que, se dissesse –não– em primeiro lugar, eles não aceitariam, em segundo lugar, de certeza que iriam continuar a insistir e, além disso, era provável que tornassem o pouco tempo que ela tinha tido num inferno de problemas. E a última coisa que ela queria era procurar problemas. Ela queria formar–se de uma vez. Não ficar a olhar para a cara de todas aquelas pessoas que, até há menos de 24 horas, a tinham ignorado completamente.Por isso, optou por uma alternativa melhor, a inteligência não podia ser apenas para os estudos.–Gostavas que o teu número fosse dado a alguém de quem não gostas?– perguntou com uma calma que não lhe era caraterística.A rapariga abriu a boca para protestar, mas outra rapariga interveio.–Como é que podes dizer isso? Não
Vincet abriu a porta do seu apartamento com um ligeiro sorriso e um grande saco na mão. Havia um ligeiro odor etílico a sair dele, devido aos dois copos de vinho que tivera de consumir durante o jantar de negócios, mas não era assim tão mau que ele não tivesse controlo sobre isso. Estava apenas mais bem–disposto do que noutras alturas. Especialmente depois do dia que tivera e da prenda que ia entregar.Já a futura dona daquelas prendas estava sentada nas almofadas da sala, em frente à mesa baixa, com alguns documentos a estudar e a traduzir, afinal em breve teria a sua formatura e, com certeza, o exame final. Quando ele se aproximou, ela ouviu–o e olhou por cima do ombro.Boa noite, Vincet,– Alicia sorriu–lhe, levantando os bordos dos lábios, embora o seu rosto estivesse um pouco sério devido à concentração que normalmente adquiria quando estava a estudar.Aproximou–se dela e baixou–se ao seu lado, esticando o pescoço e deixando um beijo rápido nos lábios de Alicia, apanhando–a de sur
Vincet tinha a certeza de que Alicia diria que não, afinal de contas, tomar banho juntos significava que estariam despidos e, embora se tivessem tocado e ele lhe tivesse feito sexo oral, não estavam ambos no seu melhor estado de espírito, antes pelo contrário, o álcool tinha–lhes trazido à tona o que estavam a reprimir. Mas ele ficou impressionado quando ela baixou a cabeça e... acenou com a cabeça.Os olhos de Vincet arregalaram–se de choque e ele sorriu enquanto a abraçava e lhe dava um beijo forte na nuca e depois mordia–a, mas sem intenção de a magoar. Ouviu–a gemer ligeiramente e tremer um pouco, mas sem o afastar.Ah, podia–se estar mais feliz. Nem por isso, era uma sensação diferente da anterior, uma que o preenchia por completo, e era algo tão simples como ela dizer sim a um pedido como aquele, em que não era que acabassem em sexo, mas um momento tão íntimo. Ainda assim, a ereção nas suas calças ansiava por mais. Seria uma luta difícil.Vincet levantou–se e estendeu a mão para
A água quente saía do duche, enchendo a sala de vapor que estufava o vidro, mas não fazia nada para esconder os dois corpos lá dentro. Dois corpos pressionados um contra o outro, esfregando–se e gemendo com o contacto entre eles.Vincet devorava a boca de Alicia, prendendo o seu corpo contra a parede do chuveiro, a sua perna tinha–se enfiado entre as coxas dela e as suas mãos acariciavam–lhe as ancas, a cintura e, a dada altura, tinha conseguido desapertar–lhe o sutiã por trás, de modo que lhe tocava num dos seios por baixo do tecido com facilidade.Alicia parecia intoxicada de desejo com os seus toques, os seus sentidos movendo–se à volta dos estímulos de Vincet que, longe de serem agressivos ou mesmo muito sexuais, pareciam estar apenas a tentar habituá–la às suas carícias. E embora ela o sentisse extremamente duro contra o seu baixo ventre, ele estava a dar–lhe toda a sua atenção.As unhas de Alicia cravaram–se nas costas dele quando ela lhe soltou a boca e começou a lamber–lhe o p
Se tivessem dito a Alicia que acabaria assim há dois meses atrás, ela não teria acreditado, especialmente tendo em conta a realidade em que vivia, agora distorcida pelo mar de sensações que a envolviam. Ela abriu a boca e soltou um gemido profundo e mordeu a mão à sua frente para os silenciar envergonhada quando foi interrompida e dedos grossos deslizaram para dentro da sua boca e brincaram com a ponta da sua língua.Não te mordas– ouviu Vincet dizer–lhe ao ouvido e depois beijar–lhe a face enquanto os dedos dele se humedeciam dentro da boca dela.Alicia olhou–o de lado com as faces a arder e, sobretudo, com o corpo a arder. Ela estremeceu e ficou grata por ser ele a controlar a situação, pois mal se conseguia segurar pelos joelhos.Vincet sorriu por detrás dela e deu outra estocada, sentindo–a tremer contra ele. Por esta altura, as cuecas dela estavam emaranhadas à volta dos tornozelos, deixando o caminho livre para o membro dele que se movia para trás e para a frente num movimento c
Vincet abriu a porta do apartamento e deixou entrar Juliana, seguida de Lukas.Bom dia, chamo–me Juliana, é um prazer conhecê–lo– a médica cumprimentou o diretor–geral pegando–lhe na mão, mas a sua atenção estava noutro lugar, especialmente no seu paciente que, naquele momento, estava no quarto do diretor–geral a meio de uma convulsão.–Vincet– apresentou–se rapidamente, por uma questão de formalidade, sabendo que Lukas já a tinha informado, razão pela qual a tinha ido buscar muito mais cedo do que a hora marcada.Nenhum deles tinha planeado que Alicia tivesse um episódio destes.–Posso ver a minha doente?– perguntou Juliana, ansiosa por a ver, e Vincet acenou com a cabeça, caminhando em direção ao primeiro andar.Vincet abanou a cabeça.Não sei bem, ela estava a dormir e acordou aos gritos, depois afastou–se de mim e não me deixou tocar–lhe. Parecia aterrorizada e tinha as pupilas dilatadas.Juliana tocou–lhe no queixo.–Tentaste falar com ela?O diretor–geral acenou com a cabeça.Ch
Juliana entrou na sala devagar e sem fazer barulho para não assustar a rapariga que estava escondida a um canto e que apertava as pernas contra o peito e escondia a cara entre os joelhos. Parecia tão pequena e era uma visão mais familiar para ela do que a maioria pensaria.Aproximou–se de Alicia depois de ouvir o homem do outro lado da porta afastar–se e sentou–se sobre os calcanhares à frente dela. Sem formar a distância, sem invadir o espaço pessoal da rapariga.Ele tinha estudado o caso dela e lido o seu relatório várias vezes. Não era assim tão complicado lidar com ela se se seguisse o caminho certo, pelo menos ela não estava sozinha, no entanto, era preciso trabalhar muito. A começar por Alicia, que estava a lutar, mas não sabia como o fazer.–Juliana chamou–a num tom que tinha estudado durante anos e que ajudava a acalmar os seus pacientes: –Alicia, olá.A rapariga levantou ligeiramente a cabeça e os seus olhos vermelhos encontraram os do médico. Estavam desfocados, como se esti
Vincet entrou cautelosamente no quarto e encontrou Alicia sentada na beira da cama, brincando com os dedos no colo e com a cabeça baixa. Aproximou–se e parou à frente dela, agarrando–lhe no queixo e levantando–a para que olhasse para ele. Alicia ainda estava a soluçar ligeiramente e havia vestígios de lágrimas no seu rosto, mas parecia mais recuperada.O diretor–geral inclinou a cabeça.–Sabes... tenho uma namorada muito bonita... que não tem olhos como se tivesse sido picada por uma abelha.O comentário parecia absurdo, mas foi o suficiente para fazer a rapariga pestanejar duas vezes e soltar um ligeiro bufo. Que piada tão foleira era aquela. Vincet sorriu de lado e agarrou–lhe nos pulsos para a puxar para cima e colocar os braços à volta dela. Felizmente, Alicia respondeu ao abraço apertando as mãos à volta da cintura dele, apertando o tecido das suas roupas entre os dedos e escondendo a cara no seu ombro.–Estás melhor?– perguntou ele, ainda com bastante preocupação.Ela apenas res