Lukas olhou para o casal meloso que estava praticamente comendo um ao outro sem se importar com o que estava ao seu redor, no meio do aeroporto.-Ei, você pode deixá-la ir agora mesmo, se continuar assim em vez de ir para a Alemanha teremos que levar a pomba ao hospital para pegar um tanque de oxigênio- disse ele a Vincet que parecia relutante em deixar Alicia ir.-Deixe-os de uma vez por todas-, murmurou Juliana, que não tinha conseguido se mover porque os braços da secretária a envolviam sem soltá-la -Em vez disso, você deveria rever suas palavras e perceber que está fazendo a mesma coisa que ele. --Só estou te abraçando, cachorrinho- Lukas beijou sua têmpora, também relutante com a ideia de deixá-la ir.Juliana deu uma leve bufada. Era óbvio que ele não queria que ela fosse embora, especialmente agora que eles estavam começando o relacionamento. Mas havia coisas para resolver. Nesse momento os dois viram como Vincet soltou Alicia, mas em vez de se despedir ele agarrou a mão dela e
Vincet estava olhando para o celular após receber a ligação de Alicia informando que havia chegado em segurança e que gostava do lugar onde iria morar com Juliana pelos próximos meses. Como esperado de Lukas, ele fez um excelente trabalho encontrando o melhor no menor tempo possível.E esse mesmo homem entrou abrindo a porta do escritório.-Você mexeu nas peças? - perguntou o CEO, deixando o celular de lado e focando em sua secretária que tinha um sorriso vitorioso nos lábios.-Tomei providências para que o julgamento fosse no meio deste mês, o mais rápido possível para poder dormir tranquilo sabendo que eles não conseguirão escapar impunes.-Isso é bom- Vincet caiu para trás na cadeira. Tenho certeza de que tudo isso já chegou aos ouvidos do meu avô e ele vai dar muita importância a isso.Lukas sentou-se à sua frente.-Talvez dessa vez você possa aproveitar o poder do seu avô, já que ele tocou parte da família, bom... - Lukas engoliu em seco quando o olhar de Vincet o encarou - Só es
Se havia algo que Vincet não podia negar, era que seu avô era muito intimidador. A situação não importava. Sua aura era muito forte apesar de sua idade. E essa foi a sua principal arma para conseguir o que desejava. Nem todos poderiam construir um império como o que ele teve e nem mesmo ter inimigos que o atacassem. Sim, eles o perseguiram como neto, mas não como um relacionamento direto com sua avó. Era um boato aberto de que eles não se davam bem. Infelizmente, seu avô... não era daqueles que ficavam de braços cruzados quando as coisas não aconteciam como ele queria.E isso foi bom, com a pressão de Nicolás o julgamento poderia correr mais a seu favor.E ele não estava errado.Eles não se falaram nas 5 horas seguintes durante o julgamento. Demorou mais do que o planejado, mas naquela época a família de Cristian começou a produzir provas sem muita base e tanto Vincet quanto seu advogado tiveram sua parte para desacreditá-los.E tudo ficou mais tenso quando ousaram recolher provas env
Era preciso muita coragem para telefonar do átrio à meia–noite, quando tinha tido um dos dias mais agitados da sua vida. Vincet Regal estalou a língua e esfregou a cara na almofada. O toque do telefone na entrada do prédio não parava, e isso era apenas um sinal de que quem estava lá em baixo não se ia embora.–Raios– murmurou, ainda sem abrir os olhos, e pegou no telemóvel, que estava preso ao aparelho.Levantou lentamente as pálpebras, olhou para o número para confirmar que era aquele e pegou no altifalante.–Depois de quase 72 horas sem dormir devido a uma viagem de negócios e a mais de três contratos fechados, a última coisa que queria era que alguém perturbasse a sua paz de espírito.–Desculpe, Sr. Regal, mas há duas mulheres à sua procura aqui em baixo. Uma delas insiste que é uma grande amiga sua, mas o nome dela não consta dos contactos que deixou aqui em baixo– respondeu o porteiro.Diz–lhe que sou a ex–namorada dele– ouviu–se ao longe.Bem, ele estava demasiado sonolento para
As sobrancelhas de Vincet franziram–se enquanto tentava ser o mais paciente possível. Tinha a cabeça a latejar, o que o deixava mais mal disposto do que antes, e ainda por cima tinha de aguentar toda esta situação.–Sério Liliana, tens muita lata em, passados 20 anos, vires pedir–me na cara que tome conta da tua filha assim sem mais nem menos. Ela não é maior de idade?– O homem não podia acreditar no que ela lhe tinha perguntado antes.A rapariga sentada ao lado da mãe continuava de cabeça baixa e em nenhum momento a sua cara era claramente visível, o seu corpo estava tenso e nervoso. Vincet estalou a língua perante a reação dela, que era totalmente diferente daquela a que estava habituado e ainda mais devido à forma como estava vestido. Normalmente, as mulheres costumavam olhar para ele como, por exemplo, a mãe dela neste momento.–Por favor, Vincet, não sejas tão trágico. São apenas 20 anos,– Liliana descartou o assunto como se fosse a coisa mais natural a fazer.–Trágico?– soltou u
O homem era definitivamente muito mais intimidante na vida real do que na fotografia. Os olhos dele pareciam capazes de a trespassar com a intensidade do seu olhar e ela só conseguia apertar as mãos no colo.Que mãe louca deixaria uma menina em casa de um tipo que não via há 20 anos, por mais ex que ele fosse?O vosso.Muitas vezes pensou que a sua mãe tinha mais do que um parafuso na terra, e não ela, como Liliana lhe estava sempre a dizer. No entanto, com o passar dos anos, apercebeu–se de que não havia uma única coisa que a mãe fizesse em vão. Para além disso, Alicia preferia estar naquela casa de campo com um estranho do que em casa com a mãe e o padrasto.Quando Vincet viu que ela não respondia, franziu o sobrolho e soltou–a. Deixou–se cair de novo na poltrona e apoiou o rosto na mão, ainda concentrado nela. Tinha um sono brutal, mas era suficientemente adulto para saber que não podia deixá–la dormir sem lhe dizer pelo menos algumas coisas.Ele percorreu–a da cabeça aos pés duran
Vincet abre os olhos alarmado com a chamada da sua secretária.O que é que queres?– respondeu ele mal–humorado, depois de quase não ter dormido. Ter outra pessoa em sua casa não era um assunto casual.–O que foi aquela mensagem que ele me escreveu a meio da noite?– a voz exasperada da sua secretária soou penetrante na cabeça de Vincet.–O que leste. Conto–lhe os pormenores no carro.–Mas... mas... mas... mas... como é que ela podia concordar com uma coisa dessas. Ela é uma mulher na sua própria casa. Isso... isso...Vincet estalou a língua e virou–se na cama.–Lukas, por favor, ainda é muito cedo. Ainda estou a processar isto. Em vez disso, arranja–lhe um contrato de arrendamento para os próximos seis meses, para eu a deixar em paz.Alguns segundos de silêncio.Isso pareceu–me bastante cruel da parte dele, depois de se ter comprometido a tomar conta dela.Isso fez com que Vincet se sentasse na cama.–E o que é que queres que eu faça, que deixe a rapariga em minha casa o tempo todo com
Vincet encontrava–se numa encruzilhada. Tomar o pequeno–almoço daquela forma, com a comida quente, caseira e a cheirar deliciosamente, há muito que não o fazia. Estava mais habituado aos pequenos–almoços de hotel ou apenas ao café da manhã, pelo que a sensação era gratificante. Ele não era um homem fácil de surpreender, mas neste momento....Como quando a frase –um homem é conquistado pelo seu estômago– era válida.Por isso, concentrou–se mais em comer do que em falar com a rapariga, até que reparou que ela...–Porque é que não comes?– perguntou ele, bebendo um gole de café.–Posso?– a pergunta dela intrigou–o.–Porque não?– franziu o sobrolho, –Se é servido, é por uma razão.Obrigado.– O agradecimento dela deixou–o ainda mais aborrecido.–O quê? A vossa casa era como o serviço militar, onde se tem de pedir autorização para ir à casa de banho?– ironizou ele com o comentário, que não tinha qualquer tom. Ele não estava à espera que ela não respondesse, pelo contrário, os seus ombros fic