A água quente saía do duche, enchendo a sala de vapor que estufava o vidro, mas não fazia nada para esconder os dois corpos lá dentro. Dois corpos pressionados um contra o outro, esfregando–se e gemendo com o contacto entre eles.Vincet devorava a boca de Alicia, prendendo o seu corpo contra a parede do chuveiro, a sua perna tinha–se enfiado entre as coxas dela e as suas mãos acariciavam–lhe as ancas, a cintura e, a dada altura, tinha conseguido desapertar–lhe o sutiã por trás, de modo que lhe tocava num dos seios por baixo do tecido com facilidade.Alicia parecia intoxicada de desejo com os seus toques, os seus sentidos movendo–se à volta dos estímulos de Vincet que, longe de serem agressivos ou mesmo muito sexuais, pareciam estar apenas a tentar habituá–la às suas carícias. E embora ela o sentisse extremamente duro contra o seu baixo ventre, ele estava a dar–lhe toda a sua atenção.As unhas de Alicia cravaram–se nas costas dele quando ela lhe soltou a boca e começou a lamber–lhe o p
Se tivessem dito a Alicia que acabaria assim há dois meses atrás, ela não teria acreditado, especialmente tendo em conta a realidade em que vivia, agora distorcida pelo mar de sensações que a envolviam. Ela abriu a boca e soltou um gemido profundo e mordeu a mão à sua frente para os silenciar envergonhada quando foi interrompida e dedos grossos deslizaram para dentro da sua boca e brincaram com a ponta da sua língua.Não te mordas– ouviu Vincet dizer–lhe ao ouvido e depois beijar–lhe a face enquanto os dedos dele se humedeciam dentro da boca dela.Alicia olhou–o de lado com as faces a arder e, sobretudo, com o corpo a arder. Ela estremeceu e ficou grata por ser ele a controlar a situação, pois mal se conseguia segurar pelos joelhos.Vincet sorriu por detrás dela e deu outra estocada, sentindo–a tremer contra ele. Por esta altura, as cuecas dela estavam emaranhadas à volta dos tornozelos, deixando o caminho livre para o membro dele que se movia para trás e para a frente num movimento c
Vincet abriu a porta do apartamento e deixou entrar Juliana, seguida de Lukas.Bom dia, chamo–me Juliana, é um prazer conhecê–lo– a médica cumprimentou o diretor–geral pegando–lhe na mão, mas a sua atenção estava noutro lugar, especialmente no seu paciente que, naquele momento, estava no quarto do diretor–geral a meio de uma convulsão.–Vincet– apresentou–se rapidamente, por uma questão de formalidade, sabendo que Lukas já a tinha informado, razão pela qual a tinha ido buscar muito mais cedo do que a hora marcada.Nenhum deles tinha planeado que Alicia tivesse um episódio destes.–Posso ver a minha doente?– perguntou Juliana, ansiosa por a ver, e Vincet acenou com a cabeça, caminhando em direção ao primeiro andar.Vincet abanou a cabeça.Não sei bem, ela estava a dormir e acordou aos gritos, depois afastou–se de mim e não me deixou tocar–lhe. Parecia aterrorizada e tinha as pupilas dilatadas.Juliana tocou–lhe no queixo.–Tentaste falar com ela?O diretor–geral acenou com a cabeça.Ch
Juliana entrou na sala devagar e sem fazer barulho para não assustar a rapariga que estava escondida a um canto e que apertava as pernas contra o peito e escondia a cara entre os joelhos. Parecia tão pequena e era uma visão mais familiar para ela do que a maioria pensaria.Aproximou–se de Alicia depois de ouvir o homem do outro lado da porta afastar–se e sentou–se sobre os calcanhares à frente dela. Sem formar a distância, sem invadir o espaço pessoal da rapariga.Ele tinha estudado o caso dela e lido o seu relatório várias vezes. Não era assim tão complicado lidar com ela se se seguisse o caminho certo, pelo menos ela não estava sozinha, no entanto, era preciso trabalhar muito. A começar por Alicia, que estava a lutar, mas não sabia como o fazer.–Juliana chamou–a num tom que tinha estudado durante anos e que ajudava a acalmar os seus pacientes: –Alicia, olá.A rapariga levantou ligeiramente a cabeça e os seus olhos vermelhos encontraram os do médico. Estavam desfocados, como se esti
Vincet entrou cautelosamente no quarto e encontrou Alicia sentada na beira da cama, brincando com os dedos no colo e com a cabeça baixa. Aproximou–se e parou à frente dela, agarrando–lhe no queixo e levantando–a para que olhasse para ele. Alicia ainda estava a soluçar ligeiramente e havia vestígios de lágrimas no seu rosto, mas parecia mais recuperada.O diretor–geral inclinou a cabeça.–Sabes... tenho uma namorada muito bonita... que não tem olhos como se tivesse sido picada por uma abelha.O comentário parecia absurdo, mas foi o suficiente para fazer a rapariga pestanejar duas vezes e soltar um ligeiro bufo. Que piada tão foleira era aquela. Vincet sorriu de lado e agarrou–lhe nos pulsos para a puxar para cima e colocar os braços à volta dela. Felizmente, Alicia respondeu ao abraço apertando as mãos à volta da cintura dele, apertando o tecido das suas roupas entre os dedos e escondendo a cara no seu ombro.–Estás melhor?– perguntou ele, ainda com bastante preocupação.Ela apenas res
–Isso cheira bem– Vincet entrou na cozinha depois de sair do seu escritório e encontrou Alicia a fazer o jantar.Depois de um dia relativamente calmo, em que Alicia, depois de acordar quase às três da tarde e mal se lembrar do que tinha acontecido durante toda a manhã, se tinha sentado a fazer as traduções dos contratos, Vincet tinha telefonado a Juliana e perguntado–lhe se era normal as memórias estarem quase esquecidas de tudo o que tinha acontecido. Vincet telefonara a Juliana e perguntara–lhe se era normal as recordações serem quase esquecidas de tudo o que acontecera e ela comentara que sim, que era como um sistema de defesa do próprio corpo e que era melhor não a forçar, seguir os conselhos que ele lhe dera antes de partir e vigiá–la.Depois disso, ele tinha–se limitado a segui–la com os olhos, embora Alicia o tivesse apanhado em vários momentos e até tivesse feito um beicinho que ele teria adorado beijar, mas ela estava mais concentrada no seu trabalho no novo computador do que
Ao longo do seu trabalho como psiquiatra, Juliana tinha visto muitos tipos de pessoas e, em quase todas elas, conseguia lê–las e até saber o que estavam a pensar. Tinha até a capacidade de as querer controlar, se quisesse. Era por isso que ela era tão boa no seu trabalho. Havia apenas um número muito reduzido de pessoas que não conseguia ler, entre elas o seu ex–companheiro... e o homem sentado do outro lado da mesa.Naquela altura da noite e depois de um jantar, Juliana percebeu que aquele homem era muito mais interessante do que ela poderia imaginar. A primeira imagem que lhe tinha dado, para além daquela paixão no meio da discoteca, era a de um homem arrogante, seguro de si para conseguir o que queria a qualquer preço, imaturo e insistente... mas depois deste jantar a sua opinião tinha mudado bastante.Lukas falava com naturalidade para não mentir e, pela forma como respondia às perguntas, tinha–se revelado alguém, sim, autoconfiante sobretudo porque as suas capacidades o permitiam
Juliana olhou para o homem sentado na beira da cama que parecia muito concentrado no seu telemóvel até a sentir. Aproximou–se dele, secou o cabelo com uma toalha e vestiu um dos roupões de pelúcia fornecidos pelo próprio hotel, pois não tinha muito mais para vestir.–Perguntou ela, reparando que ele parecia estar bastante confortável ali.Lukas parecia um pouco pensativo.Estava a analisar que talvez a tua ex obsessiva pudesse vir aqui e encontrar–te– disse ele, levantando os ombros despreocupadamente.–Duvido– disse ela, –Como é que...– Depois caiu, –Não tem intenção de se ir embora– levantou uma sobrancelha.Lukas sorriu.–Tão hábil como sempre,– disse ele, desapertando os primeiros botões da camisa.Juliana, com um ligeiro rubor, levantou–se para ir novamente à casa de banho e secar o cabelo com o secador, quando a sua cintura foi envolvida por trás por Lukas, que a fez cair no seu colo. Os lábios dele não tardaram a beijar–lhe a nuca.–Sei que temos um acordo, mas estamos os dois