–Um filho meu– Vincet reprimiu um riso cético, –Ela é louca?Os lábios de Alicia estavam tão apertados que eram brancos e ela baixou a cabeça envergonhada com o que tinha dito. Dizer–lhe aquilo tinha sido literalmente mencionar abertamente ter sexo com ele. Ah, ela queria abrir um buraco e enterrar–se.–Ela queria que tivesses o meu filho, de certeza, para me tirar dinheiro, certo?Alicia acenou com a cabeça.–Era o que se esperava dela. Vender o filho como se fosse uma mera substituta– disse ele entre dentes cerrados, com a indignação no peito, e o pior é que se ela era capaz de lhe fazer isso... ele podia tê–la atirado para qualquer tipo com dinheiro. A raiva começou a crescer dentro dele e mil ideias começaram a passar–lhe pela cabeça: –Ela já te obrigou a fazer isto antes.Por um momento imaginou que talvez Liliana a tivesse prostituído, isso seria... seria isso. Felizmente, sentiu algum alívio quando a viu negar.–Eu... não dormi com ninguém.A mão de Vincet, que até agora tinha
Vincet levantou–se da mesa, despediu–se do seu companheiro e saiu diretamente do restaurante. Lukas estava à espera dele lá fora, junto ao carro, e teve de correr rapidamente para ele quando o viu cambalear.De que raio estás a falar, Vincent, estás tão bêbado como uma doninha– disse ele, apercebendo–se do seu estado. Felizmente tinha sido um jantar curto, mas por causa de quem era a outra pessoa, foi suficientemente longo para embebedar um pelotão inteiro.Cala–te– disse o diretor–geral, sentindo a cabeça a partir–se ao meio com a dor. Tinha fingido que estava tudo bem durante todo o jantar, mas tinha consumido muito mais álcool do que estava habituado e a sua consciência estava a ficar rapidamente turva. Em breve perderia o controlo sobre si próprio e ele detestava isso – Levem–me já para casa, preciso de dormir.Lukas não hesitou mais e puxou–o para dentro do carro, onde Vincent arquejou enquanto franzia as sobrancelhas. Pelo menos, ainda conseguia pensar um pouco, mas era apenas u
Ah, a sua cabeça estava a girar. Sentia–se tonto, atordoado, o corpo entorpecido, havia vozes à sua volta que o deixavam atordoado, mas ao mesmo tempo eram quentes, em total contraste com o frio que se apoderava dele. Era uma sensação desagradável, ele queria calor, queria que a sua pele fosse aquecida e só havia uma maneira de o fazer.A voz do homem era familiar, mas de alguma forma irritava–o, enquanto a voz da mulher era suave e acolhedora. Sabia bem. E ela cheirava bem. O seu cheiro estava em todo o lado. Era reconfortante e fazia vibrar algo dentro dele. Ele gemeu ligeiramente na garganta quando uma corrente quente se deslocou do seu peito diretamente para o seu membro, que começou a encher–se nas suas calças. Uma reação fisiológica que, naquele momento, ele não conseguia controlar.Pouco a pouco, a voz do homem desvaneceu–se, deixando apenas a mulher. Vincet abriu ligeiramente os olhos com as pálpebras pesadas e pôde ver a silhueta dela de costas para ele, pequena, curvilínea a
Que raio estava ele a fazer?Essa era uma pergunta que não saía da cabeça de Alicia, mas mesmo assim ela não conseguia parar a mão que se movia dentro de sua calcinha. A outra mão sobre a sua boca mal conseguia conter os gemidos que ameaçavam sair da sua garganta perante a onda de arrepios que a percorria.Que sensação era aquela que, por mais que lhe tocasse, se tornava mais forte em vez de diminuir?Ela não era estúpida. Conhecia a biologia, conhecia o sexo, mesmo que não o tivesse experimentado, mas o seu corpo nunca tinha reagido à estimulação sexual. Pelo contrário, detestava–a, enojava–se com a ideia das mãos de alguém a percorrerem–lhe a pele, a tocarem–lhe em todas as partes, a lamberem–lhe todas as zonas da pele, a tocarem onde ela própria se tocava.Teve de apertar a mão sobre a boca quando uma forte onda a atravessou e a fez tremer contra a parede do quarto e apertar as coxas. Talvez estivesse quase a ter aquilo a que se chamava um orgasmo. Ela duvidava. Não era sensível, p
A luz do sol da manhã bateu na cara de Vincet e fê–lo grunhir. A sua cabeça quase se queria partir em duas devido à dor da ressaca. Nunca mais voltaria a beber daquela maneira na sua vida. Era o que dizia a si próprio vezes sem conta, e quebrava sempre a sua promessa ao ter de ir a uma estúpida reunião de negócios que, muitas vezes, não funcionava a seu favor.Como se tivesse de concordar com Lukas para começar a segmentar as pessoas com quem interagia. Ele não tinha idade suficiente para estar a beber assim.Sentou–se lentamente na cama, esfregando a testa numa tentativa de aliviar a dor, quando se apercebeu de que aquele não era o edredão que usava regularmente e que a cama não parecia a mesma. Levantou a cabeça com os olhos apertados e apercebeu–se de que aquele também não era o seu quarto. Franziu o sobrolho por um momento.Esse quarto era o quarto de...O que é que ele estava a fazer ali?Fechou de novo os olhos perante a pulsação de dor que voltou e o fez arquejar. A ressaca era
Já tinha passado mais de uma hora quando Alicia ouviu Vincet a descer as escadas. Desta vez, não falou, pois tinha reparado que ele estava de mau humor e era melhor não o provocar, pois não gostava do ambiente que rodeava as pessoas que estavam aborrecidas com alguma coisa, tinham tendência a descarregar em cima dela. Entretanto, acabou de mexer e desligou a sopa que lhe tinha preparado para a ressaca. O resto do pequeno–almoço já estava na mesa.Foi então que sentiu o peso de um olhar nas suas costas e olhou por cima do ombro, encontrando Vincet encostado à ombreira da porta da cozinha com os braços cruzados. A sua expressão estava um pouco mais relaxada do que antes e tinha mudado de roupa. Vestia umas calças de ganga simples e uma camisa de manga curta da mesma cor que os seus olhos.Por um momento, ela pensou que ele ia dizer alguma coisa, mas ele apenas olhou para ela. Alicia franziu os lábios.–Há algum problema? Fiz alguma coisa de novo?Aparentemente, as palavras dela fizeram–
A pergunta de Vincet ecoou na mente de Alicia e as memórias da noite voltaram–lhe à memória. Desde o momento em que ele a agarrara, preso à parede do chuveiro, quase devorado e roçando nela, até ao momento em que ela acabara no seu quarto... a tocar–se. Instantaneamente, as suas bochechas coraram de um vermelho mortal e ela baixou a cabeça numa tentativa de esconder a sua expressão.–Não, nada. Foi o Lukas que tratou de tudo– disse ele, tentando manter a voz firme.–Vincet limitou–se a emitir um som da garganta, apoiando o rosto na mão.Ela podia dizer–lhe que não tinha acontecido nada, por isso... porque é que estava a reagir daquela maneira? Se ela soubesse como estava agora, não diria isso. Vincet passou a ponta da língua pelos lábios. A experiência tinha sido demasiado vívida para dizer que tinha sido apenas um sonho.Se ao menos se pudesse lembrar de tudo, amaldiçoava o facto de ter bebido tanto que perdeu a consciência daquela maneira. No entanto, se ele a tinha realmente beijad
Ah, como era a isso que chamavam zelo. Não era uma sensação muito agradável, lembrava–lhe o mal–estar que sentira quando vira a rapariga com o professor. Algo lhe ardera no estômago e ele simplesmente reagira de uma forma que não lhe era habitual.Não havia memória na sua mente de alguma vez ter sentido isto por outra pessoa, talvez porque nunca tinha interagido com uma mulher o suficiente para o fazer. Nem nunca tinha tido essa necessidade.–Oh, conheço esse olhar,– Roan inclinou a cabeça, –a rapariga gosta de ti,– sorriu, –isto é muito melhor do que eu imaginava.De imediato, Vincet ficou na defensiva.–Eu não gosto dela. Ela só está a viver aqui temporariamente– respondeu ele rapidamente, mas os seus dois amigos olharam–no com as sobrancelhas levantadas.–Lukas foi quem falou e depois cerrou os lábios: –Eu não disse nada que não fosse verdade. Não descarregues em mim mais tarde.Vincet suspirou. Será que gostava da rapariga? Isso era absurdo, ela apenas atraía a sua atenção, deixav