Já tinha passado mais de uma hora quando Alicia ouviu Vincet a descer as escadas. Desta vez, não falou, pois tinha reparado que ele estava de mau humor e era melhor não o provocar, pois não gostava do ambiente que rodeava as pessoas que estavam aborrecidas com alguma coisa, tinham tendência a descarregar em cima dela. Entretanto, acabou de mexer e desligou a sopa que lhe tinha preparado para a ressaca. O resto do pequeno–almoço já estava na mesa.Foi então que sentiu o peso de um olhar nas suas costas e olhou por cima do ombro, encontrando Vincet encostado à ombreira da porta da cozinha com os braços cruzados. A sua expressão estava um pouco mais relaxada do que antes e tinha mudado de roupa. Vestia umas calças de ganga simples e uma camisa de manga curta da mesma cor que os seus olhos.Por um momento, ela pensou que ele ia dizer alguma coisa, mas ele apenas olhou para ela. Alicia franziu os lábios.–Há algum problema? Fiz alguma coisa de novo?Aparentemente, as palavras dela fizeram–
A pergunta de Vincet ecoou na mente de Alicia e as memórias da noite voltaram–lhe à memória. Desde o momento em que ele a agarrara, preso à parede do chuveiro, quase devorado e roçando nela, até ao momento em que ela acabara no seu quarto... a tocar–se. Instantaneamente, as suas bochechas coraram de um vermelho mortal e ela baixou a cabeça numa tentativa de esconder a sua expressão.–Não, nada. Foi o Lukas que tratou de tudo– disse ele, tentando manter a voz firme.–Vincet limitou–se a emitir um som da garganta, apoiando o rosto na mão.Ela podia dizer–lhe que não tinha acontecido nada, por isso... porque é que estava a reagir daquela maneira? Se ela soubesse como estava agora, não diria isso. Vincet passou a ponta da língua pelos lábios. A experiência tinha sido demasiado vívida para dizer que tinha sido apenas um sonho.Se ao menos se pudesse lembrar de tudo, amaldiçoava o facto de ter bebido tanto que perdeu a consciência daquela maneira. No entanto, se ele a tinha realmente beijad
Ah, como era a isso que chamavam zelo. Não era uma sensação muito agradável, lembrava–lhe o mal–estar que sentira quando vira a rapariga com o professor. Algo lhe ardera no estômago e ele simplesmente reagira de uma forma que não lhe era habitual.Não havia memória na sua mente de alguma vez ter sentido isto por outra pessoa, talvez porque nunca tinha interagido com uma mulher o suficiente para o fazer. Nem nunca tinha tido essa necessidade.–Oh, conheço esse olhar,– Roan inclinou a cabeça, –a rapariga gosta de ti,– sorriu, –isto é muito melhor do que eu imaginava.De imediato, Vincet ficou na defensiva.–Eu não gosto dela. Ela só está a viver aqui temporariamente– respondeu ele rapidamente, mas os seus dois amigos olharam–no com as sobrancelhas levantadas.–Lukas foi quem falou e depois cerrou os lábios: –Eu não disse nada que não fosse verdade. Não descarregues em mim mais tarde.Vincet suspirou. Será que gostava da rapariga? Isso era absurdo, ela apenas atraía a sua atenção, deixav
Vincet esperou pelo menos quinze minutos desde que elas saíram até se levantar do sofá, para o caso de elas voltarem. Dirigiu–se à porta de Alicia e bateu–lhe.–Já podes sair– disse ele e tocou na têmpora. A dor de cabeça não parava e teve de voltar para o sofá porque se sentia tonto.Alicia saiu do quarto, olhando em todas as direcções para o caso de haver mais alguém, mas só encontrou Vincet. E ela não gostou da careta no rosto dele.–Ela aproximou–se dele com preocupação, era estranho ver alguém tão intimidante como ele assim.Ele acenou com a cabeça.–Não se queria ir embora– suspirou exausto. Nem sequer tinha conseguido fazer grandes progressos no seu trabalho.–Tomou algum medicamento?acenou com a cabeça.–A que tem o frasco azul no armário dos medicamentos. Não costumo ficar doente, por isso não sei muito sobre isso.Alicia pensou nisso por um momento e lembrou–se, não admirava que ainda tivesse dores. Foi buscar o armário dos medicamentos e, de facto, não era o comprimido cer
Vincet mexeu–se ligeiramente, abrindo os olhos. Descobriu que ainda estava deitado de costas e com a cabeça em cima do colo de Alicia, não admira que se sentisse bastante confortável, embora talvez não fosse o mesmo para ela. Reparou que a luz que entrava pelas janelas era amarelada, por isso já deviam ter passado algumas horas.Tinha dormido muito bem, e até a dor de cabeça tinha desaparecido juntamente com a ressaca. Sorriu ligeiramente e olhou para cima. Alicia também tinha adormecido, com a cabeça deitada na parte de trás do sofá, de lado, sobre a almofada. Ele pensou que, como não havia muito que pudesse fazer, uma vez que tinha adormecido no colo dela, era tudo o que podia fazer. Ele achava que ela não se teria importado, afinal de contas, ele tinha dito que gostava de dormir melhor do que ninguém.Só que, se calhar, o que ela pensava que seriam alguns minutos, transformaram–se em horas.Ele admirou o seu rosto calmo durante alguns segundos. Quando não estava alerta, a sua expre
O corpo de Alicia congelou no lugar, sendo ainda mais imobilizado pelo braço que lhe segurava a cintura com força e pela mão na cabeça que logo se deslocou para a nuca, para que ela não pudesse escapar. Não era isso que importava, mas sim a boca sobre a sua sugando com precisão o lábio que ela havia mordido.Tentou mexer–se, mas, devido à diferença de tamanho, estava agora quase em bicos de pés e muito instável, pelo que não tinha forças para se soltar.A boca de Vincet era quente e insistente, um beijo não tão cru como o da casa de banho, mas igualmente forte e excitante. Ele sabia como saborear a pele sensível até que ela ardesse. Alicia soltou um gemido inconsciente, separando ligeiramente os lábios quando a língua dele deslizou para a sua pequena cavidade, procurando a dela. Instantaneamente, ela se enredou e ele começou a lamber e brincar com ela de maneira insistente.Alicia estremeceu nos braços dele, não estava à espera disso. Da última vez tinha sido quando ele estava complet
Ele não conseguia tirar os olhos dela. Por mais que quisesse desviar o olhar, ela chamava–lhe demasiado a atenção. Aquele cabelo loiro contrastava tanto com aquele vestido que, apesar de ser comprido, ela estava muito sexy. Seria certamente delicioso apertar aquela cintura e pressionar as ancas largas dela contra a pélvis dele. Lukas lambeu os lábios depois de beber um gole de uísque com notória excitação. Fê–lo lenta e sugestivamente para a mulher que também olhava para ele e que logo lhe virou as costas. Ela, no entanto, olhou–o de relance pelo canto do olho. O homem sorriu ligeiramente e, no íntimo, bufou. De alguma forma, a noite tinha–se tornado divertida. Estava habituado a ver mulheres bonitas e deslumbrantes graças ao seu querido amigo Vincet, que era bastante exigente, embora nos últimos tempos esses gostos tivessem sido postos à prova. Apesar da distância e da luz, consegue distinguir uma grande parte do rosto da mulher. A sua beleza era exótica, nem deslumbrante, nem nor
Chamar cachorrinho à mulher que tinha nas mãos era quase uma ofensa à forma como ela o segurava naquele momento. Deus, que maneira de mexer as ancas ao som da música. Lukas pensou que se poderia vir a qualquer momento se aquilo continuasse.Agora percebia porque é que estar naquela pista de dança era tão viciante, sabia mesmo bem. A música, o calor, o cheiro, a sensualidade e o sexo a dançar no ar, era quase hipnótico.Ele apertou as mãos nas ancas da mulher exótica e moveu–se com ela de um lado para o outro. Ela não parecia importar–se com a sua proximidade, pelo contrário, o seu pequeno corpo estava completamente encostado a ele e o braço que tinha à volta do seu pescoço dizia–lhe o quão relaxada estava com ele.Lambeu os lábios e depois inclinou a cabeça, passando os lábios pela curva do pescoço dela, sentindo a textura suave da pele jovem e depois lambendo–a. O sabor ligeiramente salgado era verdadeiramente delicioso para ele e fê–lo estremecer. Há muito tempo que não se sentia tã