— Você não para nem mesmo para comer, né, Barbie? — disse se referindo ao livro aberto sobre a mesa, ao mesmo tempo que colocava um copo de suco ao lado do copo da amiga, inclinando-se para beijar sua bochecha.
— Barbie, Ade!? — falou fazendo careta e olhando rapidamente ao redor, sacudindo seu cabelo loiro preso em um elegante rabo de cavalo, enquanto Adelle puxava uma cadeira se sentando ao seu lado. — Para com isso, já te pedi, dá última vez que você me chamou assim, tive que aguentar por uma semana as brincadeirinhas sem graça do Will e do Bob! — reclamou.
— Aqueles babacas gostam de você, não tenho culpa! Arruma um namorado e eles param de te encher, simples assim — Adelle sugeriu dando de ombros. — E também não tenho culpa de você ser a cópia fiel da Barbie, só que mais carnuda e... — falou lançand
Vincent viajou um dia antes de Adelle, pois se encarregara de organizar a casa para a qual a faxineira já o esperava para que fizessem as devidas alterações no espaço, de forma a acomodar a amiga e seus sete convidados.A casa era mesmo pequena, embora bastante aconchegante. Contava com uma cozinha, uma sala e duas suítes, de forma que se dividiram em dois grupos de quatro para se acomodarem nos quartos.Vincent levara com ele o amigo Michael, que seria o “rolo” de Adelle enquanto durasse o feriado, e também Julie, amiga de infância e que estudara no mesmo colégio que a aniversariante, acompanhada do namorado Alex.Adelle, por sua vez, incumbiu-se de levar com ela a melhor amiga Donna, além de Ella e Jones, a moça também era estudante de Direito, enquanto o rapaz era veterinário formado.Donna trabalhou até duas horas antes da viagem, para sua sorte Jones
Vincent e Donna acabavam de comemorar dois anos de namoro, a data especial foi comemorada pelo casal com um almoço rápido, mas especial, no meio do expediente de trabalho de Vincent, mas o jantar fora meticulosamente planejado na casa dele, pois queriam privacidade e ele se prontificou a cozinhar.Jenna falecera há um ano, lamentavelmente por uma parada cardíaca, e assim como Vincent receava, ela estava sozinha e fora encontrada horas depois por uma amiga com quem combinara de sair, mas já não havia chances de ser socorrida. Vincent permaneceu na casa e a manteve tal qual a mãe deixou.Donna iniciara uma especialização na área de história, com a intenção de lecionar em faculdades no futuro, o que era um sonho para ela, e Vincent em muito a incentivava. Ele, por sua vez, foi indicado pelo diretor do hospital à uma promoção graças ao seu excelente trabal
Muita coisa mudou na vida de Jenna Hughes desde a morte de seu marido Victor Hughes. Embora o tivesse perdido de forma trágica em um acidente de carro há um ano, a dor que sentia por sua perda se fazia presente todos os dias. Assim, de família sempre feliz, com saídas frequentes para restaurantes e reuniões com alguns casais amigos da família, Jenna se isolou da sociedade como se as responsabilidades que lhe foram deixadas não permitissem que tivesse tempo para ter a vida social a qual era acostumada.Victor era um bancário bem-sucedido, amava a esposa, quem ele namorou anos antes de finalmente decidir casar. Foram muito felizes, até que infelizmente, ao retornar para a casa numa segunda-feira à tarde, o motorista de um pequeno ônibus se perdeu e atingiu seu veículo de frente, matando-o instantaneamente e deixando sua jovem esposa e um filho de apenas dois meses.O filho Vincent er
— Oi, Rick, os caras tão indo, você vai demorar? — intimou um homem negro após entreabrir a porta do seu chefe, pondo apenas a cabeça para dentro do escritório.— Oi, Max! Cara, não tô com cabeça pra isso agora! — respondeu Richard, fazendo um gesto para o amigo entrar.— Qual é, Rick? A rapaziada tá esperando a gente! — falou enquanto sentava em frente à mesa do chefe.— Max, hoje não dá! Tô preocupado, vou desembolsar uma grana por causa do maldito acidente dessa manhã.— E o seguro, não acionou? O Theo pisou na bola, mas foi um acidente.— Sim, eu sei, mas não vão cobrir, estou com algumas prestações atrasadas... Precisei cortar gastos, não imaginei que algo assim fosse acontecer — confessou visivelmente irritado. — Soube que demiti o Theo
Não demorou para que Jenna e Richard saíssem novamente, dessa vez, foram ao cinema para assistir a uma animação, que como o esperado, logo ganhou a atenção de Vincent, enquanto os dois adultos trocavam cochichos, olhares e sorrisos. Depois disso, Jenna já não nutria qualquer antipatia por aquele homem.Num outro dia, se encontraram para almoçarem juntos em um restaurante próximo à floricultura de Richard. No final de semana seguinte, foram ao parque, onde o filho de Jenna se divertiu bastante.Ao longo de três semanas fizeram outros passeios, pelo menos, era assim que Jenna preferia ver, embora Richard se mostrasse cada vez mais interessado por ela e pelo seu filho. Levou um mês para que ela aceitasse a ideia de que estavam tendo encontros. Richard era cativante, respeitoso e divertido. Sua companhia era sempre agradável, mas Jenna receava o envolvimento, n&ati
Na semana seguinte ao desentendimento do casal, Jenna recusou todas as ligações de Richard, pois ainda não estava pronta para uma conversa.Mesmo quando ele a procurou em casa, ela disse que precisava de tempo para pensar, o que ele prometeu respeitar, mas não antes de garantir que estava arrependido do que fez. Pediu perdão, prometeu que não aconteceria novamente e jurou que a amava.Jenna e Richard ficaram afastados por quase duas semanas. Ela lutava consigo mesma para esquecê-lo, por isso focava toda sua atenção em Vincent, mas o menino insistia em perguntar e chamar por ele, pois sentia sua falta, assim como ela.No entanto, quando lembrava da cena infeliz em sua sala, dizia para si mesma que não poderia arriscar passar por aquilo de novo. Aquele homem se revelou possessivo demais e aquilo a assustara de verdade.Richard, por sua vez, embora tivesse aceitado se manter afastado por um
— Você está linda, amor! — falou Richard ao entrar no quarto e ver a esposa prendendo o cabelo em frente ao espelho. Sem esperar resposta, ele se pôs atrás dela e beijou seu pescoço.Ao sentir o corpo estremecer, ao mesmo tempo em que o cheiro do álcool invadiu suas narinas, Jenna se desvencilhou dele.— Estava bebendo de novo!— Um pouco, amor, apenas para aquecer — respondeu a puxando para o seu corpo. — Esse vestido te deixa tão gostosa, o colocou apenas para eu tirar, não é? — indagou percorrendo com a mão o corpo de Jenna.— Não, Rick, nem te esperava em casa agora à tarde. Devia estar na floricultura! — disse tentando se soltar dos braços dele.— Não preciso ficar lá, querida. Max toma conta direitinho de tudo — disse e puxou-a novamente. — Quero você agora, amor!
Jenna não vira a filha quando ela nasceu e também não a viu no mesmo dia, pois estava bastante cansada e enfraquecida, sem condições de se levantar da cama após a cirurgia, enquanto Katherine, por ser prematura, foi levada para a UTI Neonatal do hospital. Acompanhada do marido, ela foi ver a filha apenas no dia seguinte, assustou-se ao vê-la tão pequena na incubadora, com cateteres em seus pés e mãos e dependente do oxigênio para poder respirar.Enquanto Jenna recebeu alta no terceiro dia, Katherine permaneceu na UTI Neonatal. Foram dias difíceis, em que Katherine enfrentou algumas infecções, fez várias apneias e precisou fazer fototerapia. Nesse período, sua mãe a visitava duas vezes ao dia, de manhã e durante a tarde, assim, contava com a senhora Margareth para cuidar do filho Vincent, pois embora Richard tivesse retornado para casa, passava o dia na f