— Não quero, Ruby! Já falamos sobre isso há duas semanas — disse Vincent levemente contrariado.
— Já falamos, Vince, mas não aceitei a sua decisão, é ridícula! — constatou Ruby o abraçando por trás. — Tínhamos concordado em matar todas as mulheres grávidas que tivesse ligação com autoridades da cidade, se lembra disso? — disse acariciando o peito dele sob a camisa.
— Claro, uma das suas brilhantes ideias! — falou irônico.
— É brilhante mesmo! — disse fazendo careta. — Só sugeri para tornar as coisas mais emocionantes, e você bem que gostou! — Sorriu, soltando-o e voltando para a cama.
— Sim, não nego. Há anos a polícia está à minha procura, à caça do perigoso Ceifador de Anjos, nada mais justo que eles tenham
— Acho que você não se lembra de mim. — Donna se apoiou no assento do sofá para se levantar, mas Ruby a impediu lhe dando um chute com força na face, fazendo a outra gritar de dor.— Hein, queridinha?— falou rindoenquanto se inclinava e levantava a cabeça de Donna puxando os seus cabelos, fazendo-a arfar pela dor no couro cabeludo.Donna sentia o rosto queimar pela dor, o sangue escorria da boca e do nariz enquanto ela tentava entender o que estava de fato acontecendo.— Você é a Ruby, trabalha com o Vincent — respondeu Donna encarando-a.— Isso mesmo — disse Ruby sorrindo, dando-lhe um tapa com a mão livre e soltando os seus cabelos, fazendo com que Donna fosse de cara no chão.— O que quer aqui? — perguntou Donna sentindo o sabor de ferrugem na boca. — Por que está fazendo isso?— Donna q
Giovani estacionou a alguns metros de distância do barracão, não queria que Ruby soubesse da sua chegada, então correu ao lado de Donna, que tentava disfarçar a dor que sentia. Logo viram o carro preto onde deveriam estar os policiais responsáveis pela segurança de Olivia, Giovani se apressou e abriu a porta do motorista.— Não estão aqui! — disse olhando para o interior do veículo vazio.— Abra o porta-malas — sugeriu Donna segurando firme a sua pistola, receosa do que poderiam encontrar, sugestão que Giovani imediatamente acatou.— Desgraçada! — falou ao se deparar com os dois corpos dentro do porta-malas, cuja mancha de sangue no peito denunciava o ferimento fatal. — Estão mortos! — declarou o óbvio.— Vamos! — disse Donna indo na direção do carro estacionado em frente ao barrac&atild
Quase quinze minutos se passaram desde que Donna chegara ao barracão e confrontara Ruby, que ainda agonizava no chão.Donna suspirou aliviada ao ouvir as sirenes da polícia e da ambulância que se aproximavam, finalmente Olivia seria socorrida e ela poderia encontrar a sua filha, além de procurar por Giovani, que se afastara delas há mais de cinco minutos, o que a deixava bastante preocupada, pois sabia que o amigo era bem capaz de ter feito algo idiota, assim como Vincent não hesitaria em revidar.Logo o barracão foi invadido por dezenas de policiais, onde Christopher e Ramona vinham à frente.— Olivia! — gritou ao perceber o olhar desesperado de Donna para ele com a amiga deitada em seu colo. O detetive percebeu rápido que todo aquele sangue em torno da sua esposa era o dela, a cena mais desesperadora que já vira na sua vida.Christopher correu na direç&a
Vincent aguardou enquanto Donna vestiu o casaco preto que ele lhe dera por cima da camisola, cobrindo-a por inteira. Em seguida orientou a ex-esposa a prender os cabelos, ajeitando posteriormente sobre a sua cabeça um gorro do qual pendiam cabelos longos, lisos e pretos. Por fim, calçou os saltos mais baixos e confortáveis que encontrou, pensando na possibilidade de precisar correr.— Pegue a sua bolsa, vai precisar de documentos — orientou e ela obedeceu. — Seu celular está aí dentro? — perguntou.— Está, mas eu posso tirar — respondeu ela.— Não, pode deixar, você vai fazer uma ligação com ele.— Para onde vamos?— Nova Iorque — respondeu ele gentil. — Vamos recomeçar nossa vida fora da Califórnia.— Não vão nos deixar passar do aeroporto — observou Donna. — A p
Quatro meses se passaram desde que Vincent Hughes fora condenado, de forma que ele envelheceria na prisão. Donna há muito tempo não se sentira tão em paz como agora, até voltara a lecionar e nas horas vagas, iniciara um curso de fotografia, relembrando assim bons momentos que teve com Olivia.Apesar das tristes perdas que teve ao longo dos últimos anos, ela estava disposta a recomeçar a sua vida ao lado da sua filha, da qual finalmente assumira a maternidade pedindo sua guarda definitiva, o que Christopher não negou, embora amasse a menina como se fosse sua, era capaz de compreender as razões de Donna em abandoná-la, assim como a dor que ela sentia resultante da distância entre elas.De qualquer forma, Christopher fez questão de se manter próximo, disposto a ser a figura paterna que sua filha do coração precisava, o que Donna permitiu, pois sabia que a filha nã
— POW! — Donna viu por trás dos óculos de proteção o terceiro disparo atingir o ombro do alvo humanoide. — POW! — O quarto tiro se alojou ao lado do anterior.Donna já não sentia o recuo após os disparos, os mesmos que a jogaram para trás nas primeiras vezes em que atirou logo que começou as suas aulas de tiros. O estrondo produzido toda vez que ela aperta o gatilho não é ouvido, graças ao abafador em seus ouvidos, deixando-a alheia aos ruídos de fora de seu estande.Após seis meses na clínica de recuperação, ela finalmente conseguiu sua liberdade, pois o juiz analisara as provas apresentadas pelo advogado, as quais não deixavam dúvidas sobre a doença que a havia acometido, visto que a filha fora desejada pela professora e pelo marido. O juiz entendera que o assassinato da menina fora uma consequência
— Querido, acho que aqui já está bom — falou Olivia ao parar com a cesta nas mãos vendo o marido se afastar com a pequena Khristin carregada nos ombros, a garotinha usava um conjuntinho branco e rosa, além de um divertido chapéu branco com longas orelhas de coelho.— Não, amor, tem muitas crianças jogando bola nesse ponto do parque, vamos seguir por aqui, paramos num lugar mais tranquilo — disse ao se virar para a esposa, fazendo a garotinha sorrir com o movimento.— Chris, as crianças estão a muitos metros de distância, não tem como acertar a bola... — falou enquanto ajeitava o cinto de seu vestido azul-céu.— Vamos, Olivia, mais um pouco e já vamos nos sentar — incentivou, seguindo em frente.— Está bem, amor, mas você está sendo exagerado em seus cuidados! — declarou dando passos largo
— Meu Deus, Chris! — falou Olivia ao assistir ao vivo na TV uma perseguição policial, onde Christopher e Ramona corriam atrás de um suspeito de estupro e assassinato enquanto a polícia organizava um cerco.Levou alguns minutos para findar a reportagem, ela aguardou ansiosa, esperando um momento oportuno para ligar para o marido e comprovar que tudo acabara realmente bem, conforme fora dito na matéria, onde vira apenas o carro da polícia sair levando para a delegacia o suspeito.Sabia que ao chegar à Unidade de Homicídios demoraria algum tempo até ir interrogar o rapaz, considerando que os vinte minutos que se passara fosse suficiente para que tivessem chegado e consequentemente o marido pudesse lhe atender, ligou.— Olivia, tá tudo bem? — perguntou ao atender.— Eu que te pergunto, querido, eu vi a perseguição na TV e...— Est&aac