Christopher e Ramona seguiam numa investigação cautelosa e discreta, assim como ordenara o capitão. Tinham muito a perder caso errassem dessa vez.
Dominique Hunter, Vincent Hughes, Bernard Foster, Nathan Huber, Ruby Matsui Tamura e Katherine Palmer, cujos nomes estavam registrados naquela pasta, e flagrados naquelas imagens em Chade, estavam sendo investigados. Todos tiveram suas vidas pessoais e profissionais vasculhadas com a maior discrição possível.
— Todos parecem não dever nada — falou séria com os vários arquivos nas mãos.
— Sabemos que alguém aí não é o que parece ser — respondeu Christopher.
— Eu sei, só fico me perguntando quem! — declarou ela se apoiando mais ao fundo da cadeira, atenta ao monte de papéis sobre a mesa que agora dividia com o parceiro.
— Vamos repassar tudo — decid
— Discrição! — falou Jeremy exaltado. — Foi tudo que pedi para vocês, mais nada! — concluiu sem disfarçar a sua irritação.Christopher e Ramona sabiam que o pedido seria negado, ainda assim quiseram arriscar.— Capitão, nós estamos sendo bastante discretos — informou Christopher calmo.— Chama de discrição querer chamar um dos suspeitos de Chade para testemunhar? — esbravejou. — Vocês dois querem afundar de vez nosso departamento? — indagou fuzilando os detetives com os olhos.— Capitão, nós precisamos trazer Ruby Matsui Tamura para o departamento, suspeitamos que ela teve algum contato com uma das vítimas do Ceifador, a turista inglesa... — avisou Ramona.— Baseados em quê? — perguntou o capitão.Ramona olhou para Christopher, receosa, sabia que a res
— Sinceramente? Não acredito mesmo que ela tenha sido estuprada, essa mulher nunca sofreu realmente uma agressão sexual! — informou a psicóloga após assistir algumas cenas da gravação do interrogatório de Ruby.— Tem certeza, doutora Amália? — indagou Christopher ao seu lado segurando o controle do aparelho do DVD e mantendo o aparelho pausado numa cena em que Ruby sorria.— Quando vocês perguntaram para ela sobre a agressão que sofreu, sobre esse Kioshi, não vi na sua expressão, no seu tom de voz ou em seus gestos qualquer nervosismo, o que é comum em vítimas de estupro ao serem obrigadas a relembrar o ato.— Ela disse que faz muitos anos, que superou! — repetiu Ramona o que Ruby dissera.— Impossível! Vítimas de estupro aprendem a conviver com isso, mas superar de forma a falar sobre o assunto com
— Não quero, Ruby! Já falamos sobre isso há duas semanas — disse Vincent levemente contrariado.— Já falamos, Vince, mas não aceitei a sua decisão, é ridícula! — constatou Ruby o abraçando por trás. — Tínhamos concordado em matar todas as mulheres grávidas que tivesse ligação com autoridades da cidade, se lembra disso? — disse acariciando o peito dele sob a camisa.— Claro, uma das suas brilhantes ideias! — falou irônico.— É brilhante mesmo! — disse fazendo careta. — Só sugeri para tornar as coisas mais emocionantes, e você bem que gostou! — Sorriu, soltando-o e voltando para a cama.— Sim, não nego. Há anos a polícia está à minha procura, à caça do perigoso Ceifador de Anjos, nada mais justo que eles tenham
— Acho que você não se lembra de mim. — Donna se apoiou no assento do sofá para se levantar, mas Ruby a impediu lhe dando um chute com força na face, fazendo a outra gritar de dor.— Hein, queridinha?— falou rindoenquanto se inclinava e levantava a cabeça de Donna puxando os seus cabelos, fazendo-a arfar pela dor no couro cabeludo.Donna sentia o rosto queimar pela dor, o sangue escorria da boca e do nariz enquanto ela tentava entender o que estava de fato acontecendo.— Você é a Ruby, trabalha com o Vincent — respondeu Donna encarando-a.— Isso mesmo — disse Ruby sorrindo, dando-lhe um tapa com a mão livre e soltando os seus cabelos, fazendo com que Donna fosse de cara no chão.— O que quer aqui? — perguntou Donna sentindo o sabor de ferrugem na boca. — Por que está fazendo isso?— Donna q
Giovani estacionou a alguns metros de distância do barracão, não queria que Ruby soubesse da sua chegada, então correu ao lado de Donna, que tentava disfarçar a dor que sentia. Logo viram o carro preto onde deveriam estar os policiais responsáveis pela segurança de Olivia, Giovani se apressou e abriu a porta do motorista.— Não estão aqui! — disse olhando para o interior do veículo vazio.— Abra o porta-malas — sugeriu Donna segurando firme a sua pistola, receosa do que poderiam encontrar, sugestão que Giovani imediatamente acatou.— Desgraçada! — falou ao se deparar com os dois corpos dentro do porta-malas, cuja mancha de sangue no peito denunciava o ferimento fatal. — Estão mortos! — declarou o óbvio.— Vamos! — disse Donna indo na direção do carro estacionado em frente ao barrac&atild
Quase quinze minutos se passaram desde que Donna chegara ao barracão e confrontara Ruby, que ainda agonizava no chão.Donna suspirou aliviada ao ouvir as sirenes da polícia e da ambulância que se aproximavam, finalmente Olivia seria socorrida e ela poderia encontrar a sua filha, além de procurar por Giovani, que se afastara delas há mais de cinco minutos, o que a deixava bastante preocupada, pois sabia que o amigo era bem capaz de ter feito algo idiota, assim como Vincent não hesitaria em revidar.Logo o barracão foi invadido por dezenas de policiais, onde Christopher e Ramona vinham à frente.— Olivia! — gritou ao perceber o olhar desesperado de Donna para ele com a amiga deitada em seu colo. O detetive percebeu rápido que todo aquele sangue em torno da sua esposa era o dela, a cena mais desesperadora que já vira na sua vida.Christopher correu na direç&a
Vincent aguardou enquanto Donna vestiu o casaco preto que ele lhe dera por cima da camisola, cobrindo-a por inteira. Em seguida orientou a ex-esposa a prender os cabelos, ajeitando posteriormente sobre a sua cabeça um gorro do qual pendiam cabelos longos, lisos e pretos. Por fim, calçou os saltos mais baixos e confortáveis que encontrou, pensando na possibilidade de precisar correr.— Pegue a sua bolsa, vai precisar de documentos — orientou e ela obedeceu. — Seu celular está aí dentro? — perguntou.— Está, mas eu posso tirar — respondeu ela.— Não, pode deixar, você vai fazer uma ligação com ele.— Para onde vamos?— Nova Iorque — respondeu ele gentil. — Vamos recomeçar nossa vida fora da Califórnia.— Não vão nos deixar passar do aeroporto — observou Donna. — A p
Quatro meses se passaram desde que Vincent Hughes fora condenado, de forma que ele envelheceria na prisão. Donna há muito tempo não se sentira tão em paz como agora, até voltara a lecionar e nas horas vagas, iniciara um curso de fotografia, relembrando assim bons momentos que teve com Olivia.Apesar das tristes perdas que teve ao longo dos últimos anos, ela estava disposta a recomeçar a sua vida ao lado da sua filha, da qual finalmente assumira a maternidade pedindo sua guarda definitiva, o que Christopher não negou, embora amasse a menina como se fosse sua, era capaz de compreender as razões de Donna em abandoná-la, assim como a dor que ela sentia resultante da distância entre elas.De qualquer forma, Christopher fez questão de se manter próximo, disposto a ser a figura paterna que sua filha do coração precisava, o que Donna permitiu, pois sabia que a filha nã