Oito anos depois...Elena Castelamari— Elena, filha, já está atrasada para sua aula na Universidade. — mamãe abre a porta do meu quarto já abrindo as cortinas, o que me deixava com um imenso mal humor, tinha aversão de ser despertada dessa maneira depois de ter ficado acordada até altas horas da madrugada revisando a minha apresentação para um seminário na Universidade.— Mamãe, por Deus, quem morreu dessa vez? — bufo e cubro meu rosto com um travesseiro.— Filha, sei que está cansada, mas compromisso é compromisso, e você mais do que ninguém sabe como a palavra pode mudar o rumo da nossa vida. - reviro os olhos ao ouvir a mesma história e justificativa por seguidos dezoito anos.Desisto de lutar contra a senhora Fernanda Castelamari, que está cada vez mais agitada após o nascimento do meu irmão Leonel, o pentelho tem oito anos e é o furacão em miniatura. Eu reclamo da bagunça que ele faz no meu quarto quando passa por aqui, mas confesso que até gosto e sinto falta quando Léo não apa
PietroHá exatamente dezoito anos atrás minha vida era completamente diferente, na verdade eu não tinha vida, apenas continuava aguardando o momento em que meu coração pararia de funcionar e me livraria daquele tormento em que eu vivia. Mas graças ao meu pai e a sua ideia fixa de que eu deveria ser o seu sucessor, colocou diante de mim um contrato e através de um mero documento encontrei o grande amor da minha vida e junto à ele renasceu em mim a vontade de viver cada vez mais.Ao lado de Fernanda me tornei um homem de verdade, aprendi a viver, a ter fé, a sorrir e a entender que a vida era muito mais daquilo que eu tinha visto até então. Com a minha bela compreendi que o dinheiro é importante para sobrevivermos e oferecermos um conforto à quem amamos, mas que nada disso tem valor ou significado se não tivermos o amor. Uma palavra tão pequena, mas que faz uma reviravolta e uma mudança brusca na vida daqueles que tem o privilégio de senti-lo. E eu posso afirmar que sou privilegiado por
3 anos atrásRoma | ItáliaMansão Grecco— Não chore minha pequena, esse maledetto do Pietro Castelamari, vai pagar muito caro por tê-la humilhado dessa maneira. Ninguém faz a filha de Domenico Grecco sofrer. Esse bastardo vai pagar e com o que mais dói. — Eu quero que Pietro sofra e que implore pela morte, mas ela nunca chegue. Esse desgraçado me tratou pior do que uma puttana babo e isso não pode ficar assim. Estamos prometidos um ao outro desde nossa infância e esse maledetto casou com outra. Ele tem que pagar!Enquanto sua filha Anna chorava e soluçava em seus braços, Domenico apenas planejava em sua mente a sua vingança. Se tinha uma coisa que os Grecco honravam como ninguém, era a palavra. Para eles a palavra uma vez dada, tinha que ser honrada, mesmo que custasse a sua própria vida. E seria isso que aconteceria, sangue seria derramado e nem mesmo a amizade de anos que tinha com Antônio Castelamari, o faria voltar atrás. — Não chore mais pequena, tu nasceste para brilhar, como
Fernanda Gusmão— Nanda, filha, onde você está? O café vai esfriar! — minha mãe grita da cozinha minúscula que ficava localizada nos fundos da casa— Já vou mãe! Estou só terminando de me maquiar. — grito de volta dando o último retoque na minha maquiagem, que precisava estar perfeita, pois hoje tenho uma entrevista de emprego na empresa Castelamari, a maior da América Latina, no ramo de cosmética e perfumes, a qual meu amigo Luan trabalha, e graças à ele consegui essa entrevista e espero que tudo dê certo, porque estou desempregada à mais de seis meses e preciso urgentemente conseguir uma oportunidade de emprego, para ter como arcar com as despesas de casa ou então as coisas poderão se complicar ainda mais por aqui.Me chamo Fernanda Gusmão, moro no interior de São Paulo com minha mãe Celina e com meus pets, Filó, uma cadelinha cor de caramelo e o Melado, um gatinho super fofo nas cores marrom e branco. Não tenho irmãos, mas tenho o Luan, que supre toda essa ausência muito bem. Já o
FernandaDepois de apagar por completo, agendo o despertador do celular para umas três horas antes do tempo da entrevista, mas eu esqueço de colocar o aparelho no carregador, por sorte ou um milagre, acordo bem cedo, até um pouco mais do que eu tinha programado. Tomo um bom banho e desço para ajudar minha mãe a preparar o nosso café. Depois de ficar um tempo conversando com ela, subo para o meu quarto e começo a me arrumar bem bonita. Sei que estava muito cedo para sair, mas como a ansiedade gritava dentro de mim, decidi não ficar em casa por muito tempo, pois isso me deixaria ainda mais nervosa. Me despeço da minha mãe e como a empresa era longe da minha casa, eu decidi chamar um taxi. Sei que era um dinheiro extra e que nessa altura do campeonato qualquer gasto poderia nos fazer falta, mas eu estava esperançosa de que dessa vez as coisas seriam diferentes e essa quantia no final, seria muito bem gasta. Pouco tempo depois chegamo na empresa. Pago o taxista e desço já com o coração à
FernandaOlho pra trás, e a mulher foi logo falando:— Fernanda, por favor volte, o Senhor Antônio quer falar com você.Sem pensar duas vezes, logo respondo:— Olha moça, como eu disse, isso não é pra mim, não nasci para isso. Diga à seu patrão que agradeço à oferta, mas não sirvo para ser prostituta.Ela se assusta com minha resposta, segura no meu braço e diz:— Calma menina, ele só quer conversar com você, sem compromisso, você vai perder ou talvez ganhar apenas dez minutos do seu tempo. E então, vamos?Fico pensativa por um curto tempo, coloco na balança os prós e contras de aceitar essa conversa. Realmente que mal teria se eu fosse conversar com esse tal de António? A única coisa era eu dizer o que disse à pouco para essa secretária, que não nasci para me prostituir e ser bonequinha de luxo de nenhum riquinho metido a besta.Como dizer isso não arrancaria pedaço algum do meu cirpo, então decido aceitar e voltar a empresa para ouvir a proposta daquele sujeito, afinal não tenho nad
Fernanda Depois daquela conversa tensa com o Luan, não preguei o olho à noite inteira, fiquei fritando na cama e assim que amanheceu, a primeira coisa que eu fiz foi ligar para o Senhor Antonio, falando sobre a minha decisão. E como eu imaginava, ele ficou muito satisfeito com minha resposta. Decidi ainda não contar pra minha mãe, por hora preciso inventar uma boa desculpa para ela não desconfiar de nada. Quer dizer, conseguir um outro emprego, mas isso, eu resolvo depois. Marcamos de nos encontrar no mesmo lugar de antes, ele me ofereceu um motorista particular para me buscar, mas não aceitei, pois não quero chamar atenção dos vizinhos e menos ainda da minha mãe. Já basta o carão do Luan, que tenho que suportar, agora ser a causadora de um desgosto da minha mãe, isso sim, eu jamais superaria.Antes de sair, me peguei um pouco curiosa, e decidi pesquisar sobre o tal Pietro Castelamari nas redes sociais, mas não achei nada sobre esse homem. Vasculhei tudo o que pude, mas não tinha ab
Fernanda Depois de tudo o que ouvi do senhor Antônio, minha mente estava fervilhando e mil coisas passavam pela minha cabeça. E uma delas, era que já fazia tempo que não ficava com ninguém, pois namorar sério, isso nunca aconteceu comigo e menos ainda de mentira. Não por falta de pretendentes, mas por nunca ter conhecido um cara que realmente mexesse comigo de verdade. Mas, confesso, que muitas vezes tinha vontade de agarrar o Luan, contudo sempre me controlei e por diversas vezes logo em seguida corria para casa tomando banho gelado.O tempo passou, e após a conversa com o Senhor Antônio, eu fui embora. Mas, aquela imagem da fotografia não saia da minha cabeça. Aquele Pietro não é um homem, não pode ser de verdade, lindo, solteiro e rico, as mulheres deviam cair matando. Mas, pelo visto o cara só está mesmo afim de curtição. Será que isso é para punir o pai dele? Afinal, pelo que percebi, eles não se dão muito bem.Com esses pensamentos, vou pra casa, de ônibus, para evitar problema