Jonathan desperta cedo, mas a sensação de cansaço permanece. O banho frio não o desperta como deveria, nem a roupa impecável que veste lhe devolve o controle que tanto preza. Ao descer as escadas, o impacto vem como um soco seco no estômago, a mesa do café da manhã do dia anterior ainda está posta, intocada, como um lembrete cruel do que aconteceu.Ele para por um instante. O cheiro do café que sempre o recebia, o prato de tapioca quente esperando por ele… tudo isso continua ali, do dia anterior. Ele recolhe tudo e coloca na lixeira. O espaço parece maior, mais vazio. Marta se foi. E a casa se tornou uma imensidão de silêncio e memórias incômodas.Jonathan resmunga, negando-se a fixar esses pensamentos. Ele caminha até a cafeteira, insere uma cápsula e observa o líquido fumegante escorrer para dentro da xícara. Dá um gole, mas o sabor não preenche o vazio. Pega um pão, passa manteiga, acrescenta queijo e presunto e coloca na sanduicheira. O cheiro da comida aquece o ambiente, mas nã
O som do gelo tilintando no copo de whisky é a única coisa que Jonathan realmente escuta. O riso alto de Ravi e Rui, as vozes femininas sussurradas ao redor, a música abafada ao fundo... tudo se mistura em um zumbido distante. Ele gira o líquido dourado no copo, a mente vagando para um lugar que ele não quer explorar. Mas quando seus olhos recaem sobre ela, a decisão é automática.Uma loira. Pele impecável, corpo escultural. Olhos baixos, treinados para seduzir sem dizer uma palavra. Jonathan apenas aponta. A escolha foi feita. Como sempre, segue o ritual, sem olhar para o rosto da profissional.No quarto reservado da mansão, o silêncio é cortado apenas pelo farfalhar das roupas sendo removidas. Jonathan se posiciona diante da poltrona de couro, o olhar predatório não permitindo questionamentos.— Chupa o meu pau. — Sua voz é rouca, carregada de desejo bruto.A loira sorri de canto, deslizando a língua pelos lábios antes de envolvê-lo com sua boca quente e experiente. Jonathan solta
Marta sai rindo do quarto de Eduardo e segue para o seu quarto, não há tempo para preguiça. Seu corpo age por instinto, como se ainda estivesse nos dias em que acordava cedo para organizar o café da manhã de Jonathan e deixar a mesa impecável. O chuveiro quente desperta os seus sentidos, mas é o aroma do café que realmente a faz sentir-se viva. Ela prepara o café da manhã com dedicação, organizando cada detalhe como se fosse uma cerimônia silenciosa. O cheiro de pão torrado e café fresco preenche o espaço enquanto ela varre o chão e tira o pó dos móveis. Tudo parece em ordem. Tudo parece normal. Até Eduardo aparecer.Ele surge na cozinha, ainda sonolento, os cabelos bagunçados e a expressão tranquila de quem dormiu bem. O short folgado cobrindo a boxe mal cobre as suas coxas definidas e ainda deixa claro um certo volume, que não passa despercebido, e o seu porte atlético é um lembrete do quanto Eduardo é, acima de tudo, um homem, e que homem. Marta abaixa o olhar instintivamente, sent
Eduardo desperta com o primeiro raio de sol atravessando as frestas da cortina. Seu corpo se move com a naturalidade de quem está sempre pronto para a próxima batalha, mas, dessa vez, o campo de guerra é outro. Toma um banho rápido, veste a calça e a camisa, ajeita os cabelos ainda úmidos e segue para a sala. O cheiro de café fresco e pão quente o atinge antes mesmo de virar o corredor. Ao chegar, a cena o pega de surpresa, uma mesa impecavelmente posta, frutas cortadas com precisão, suco fresco e tudo meticulosamente organizado.— Bom dia, Eduardo! — Marta sorri, animada, servindo-se de café.Ele senta-se, pega um pedaço de mamão e um pão ainda quente, observando-a com um olhar misto de surpresa e gratidão.— Marta, aprecio sua companhia, de verdade. Mas você não precisa fazer tudo isso por mim.Ela cruza os braços, fitando-o com um brilho desafiador no olhar.— Você não disse que seria um irmão para mim? Pois bem, eu e a minha mãe sempre cuidamos do meu pai e do meu irmão assim. E g
A asa da xícara de café ainda está entre os dedos de Jonathan, mas ele sequer termina o líquido fumegante. Sua mente está longe, presa no olhar magoado de Marta naquela malldita manhã. Ele quer apagar aquela cena, arrancá-la da cabeça, mas a culpa se recusa a ceder. Seu humor é um campo minado prestes a explodir, e Eduardo, sentado à sua frente, sabe exatamente como acender o pavio.— O que foi, Jonathan? — a voz de Eduardo carrega uma provocação afiada. — A sua obsessão por Marta só funciona entre quatro paredes? Porque aqui fora, você é só um homem perdido que não sabe lidar com os próprios sentimentos.Jonathan cerra os punhos, os músculos do maxilar saltando de tanta tensão. O sorriso satisfeito de Eduardo é um soco invisível que o atinge diretamente no ego. Ele sabe que está sendo manipulado, mas não consegue evitar a onda de fúria que lhe sobe pelo peito.— Quer resolver isso, é? — Eduardo se levanta provocativo. — Vamos ver se você ainda tem alguma coisa dentro dessa cabeça d
Jonathan respira fundo ao parar no estacionamento e, antes mesmo de abrir a porta, sente um olhar cravado nele. Eduardo já está encostado no carro, os braços cruzados e aquele maldito sorriso que mistura deboche e entendimento. Jonathan detesta isso. Detesta que Eduardo o enxergue tão bem, como se conseguisse ver através da fachada impenetrável que ele construiu, mas é grato por sua amizade verdadeira e por ser o único que o enfrenta na vida e no tatame. O silêncio entre eles dura segundos, mas carrega peso. Jonathan se aproxima devagar, e Eduardo, sem pressa alguma, destrava o carro.— Para onde? — Eduardo pergunta, fingindo desinteresse.— Preciso ver Marta. — Jonathan ajeita o relógio no pulso. — Pagar os dias que ela trabalhou.Eduardo estreita os olhos e inclina um pouco a cabeça.— Você quer o amigo ou o motorista?Jonathan prende a respiração por um instante. Ele já deveria saber que Eduardo não facilitaria em nada.— Um homem respeita o outro, Eduardo, seja sincero e me respo
O sorriso de Marta ainda brilha em seu rosto por uma fração de segundo, mas se desfaz assim que seus olhos encontram os de Jonathan. O ar entre eles parece mudar, carregado de algo que nenhum dos dois consegue definir. Marta engole em seco, a respiração descompassada, sem saber ao certo por que sente um aperto no peito, mas ela demonstra medo e dá dois passos para trás.Eduardo assiste à cena como um espectador privilegiado de um jogo perigoso prestes a começar.O clima fica tenso, quase palpável. Jonathan observa Marta de relance enquanto ela termina de organizar a sala, mas ela evita o seu olhar, concentrando-se no que fazia. Eduardo, percebendo a tensão no ar, decide aliviar a situação.— Tem sopa. — Ele diz, casualmente. — Feita por ninguém menos que nossa talentosa chef Marta.Jonathan, sem muita escolha e sem querer prolongar o desconforto, apenas assente. Marta suspira, ainda sentindo um peso no peito, mas se levanta para pôr a mesa.Após deixar a mesa impecável, ajeita uma m
Como sempre Marta acorda cedo, se arruma e prepara tudo, logo o cheiro de café fresco se espalha pela casa, misturando-se ao aroma do pão quentinho. Marta ajeita os últimos detalhes na cozinha, mas se vira rapidamente ao ouvir os passos. Eduardo aparece na porta, sem camisa, os cabelos ainda bagunçados do sono. Os dois se encaram por um instante, e então caem na risada.— Bom dia, freirinha. — Eduardo provoca, já pegando uma xícara de café.— Freirinha? — Marta arqueia a sobrancelha, fingindo indignação.— Ora, você fica toda coradinha por nada. Até parece que nunca viu um homem sem camisa.Marta revira os olhos, mas um sorriso brinca no canto de seus lábios. Eles se sentam à mesa, compartilham o café, conversam sobre banalidades. O clima é leve, natural. Então, Eduardo retira uma chave do bolso e a coloca sobre a mesa, empurrando-a suavemente na direção dela.— Quero que fique com isso. É a chave dessa casa. Quando quiser, pode vir. A casa estará sempre à sua disposição.Marta olha