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Capítulo 3- Aqueles olhos de mel

Henrique

Depois de conhecer Katty, não parei de pensar nela. Ela parece ser meio maluca. Aqueles olhos cor de mel, lábios carnudos, nariz empinado, cabelos meio ondulados, castanho escuro. Ela tinha a bochecha rosada, e tinha o toque aveludado, por ter mãos ternas. Alta, de um metro e sessenta, magra, esbelta. Talvez isso se explique ao fato dela ter filho....Filha?! Ah, enfim!

- O senhor já tomou café hoje? - Perguntou Pedro abrindo a porta com uma bandeja de café.

- Não! Eu...estou pensando em algumas coisas...

- Como foi o jantar de ontem? Seu primo está bem?

- Ele está! Gutto já voltou para a França. Ele quer pedir aquela mulher em casamento.

- O senhor precisa deixa-lo ser feliz!- Revirei os olhos com o desconforto da palavra. - Tenho certeza que ele aprovaria suas escolhas.

- Está errado! Ela pediu para ficar longe de Elizabeth. Disse que posso encontrar coisa melhor.

- Eu apoio essa ideia!

- Acho melhor, parar!

- Deveria voltar a sair, e encontrar mulheres inteligentes, simpáticas, atraentes, sexy...é....

- Elizabeth é tudo isso e um pouco mais!- Disse eu o interrompendo.

- Precisa mudar sua visão e seus gostos também. Ela é inteligente e esperta até demais, só o senhor que não viu ainda o quanto.

- O que quer dizer com isso?

- Ela vivia te traindo, todos sabiam disso.

- Acho melhor caçar algo para fazer. Precisa parar de achar que te dei liberdade!

- Sim senhor...- Disse Pedro indo em direção a porta de saída.

- Pedro! - Disse eu abruptamente. - Tem alguma vaga aqui no escritório?

- No momento não...mas posso ver nos outros setores.

- Faça isso! Gutto pediu para contratar um amigo dele...É advogado, mas está com dificuldades de arrumar um emprego. Então, se o Rh...

- Sim senhor! Algo mais?

- O que o vice-diretor conversou com os sócios da empresa?

- Ele quer...- Ele raspou a garganta enquanto mexia na gravata e continuou- Ele quer...é...

- Fale!

- Ele quer uma oportunidade de ser o próximo CEO. O senhor é o dono de tudo, mas ele sabe do desejo dos assionistas em ter alguém como ele dirigindo a empresa.

- E o que eles disseram?

- Nada! Mas, pareciam meio indecisos. Ele é uma escolha segura, como eles mesmos disseram. Homem casado e com família, iria trazer mais estabilidade para a empresa...Sem contar que o senhor iria continuar dirigindo suas outras empresas.

- Foi isso que ele disse?

- Ele é muito astuto!...

Katty

O dia passou tão rápido, e logo estava no predio Walter para trabalhar. Nem podia acreditar!

Assim que. Cheguei, me arrumei e fui falar com o gerente.

- Boa noite!

- Hum...coisinha! Que bom que chegou...

- Eu queria começar me desculpando por ontem. Prometo que irei prestar mais atenção no meu trabalho. E queria te agradecer, pro reconsiderar.

- Não teve agradecer a mim... O dono vendeu o prédio e o novo comprador pediu para contratar você.

- E quem é ele?

- Você irá conhecê-lo em breve, já que você pessoalmente irá atende-lo a noite toda.

- E quando ele não vier?

- Você vai pra casa! Você é só dele! Não atende mais ninguém, a não ser ele.

- E por quê? Por que ele iria querer o meu atendimento?

- Isso eu não sei! Não faça perguntas difíceis.

- Eu não faço programa...se ele me contratou para isso, ele está enganado comigo.

- Fará...O que...ele te pedir para fazer!- Disse ele andando lentamente até mim e colocando a mão nos meus ombros e saindo em seguida.

A boate estava lotada, tanto serviço e eu não podia fazer nada, a não ser olhar meus colegas trabalhar.

- Por que ele escolheu você? - Disse Josh passando pelo corredor. - Você deve estar se achando agora por isso.

- Eu não sei o porque!

- Para de se fazer boazinha...- Disse Rily.

- Acho melhor vocês pararem com isso! - Disse Magge. - Se ela é a querida há do dono, ela vai dedar vocês para que sejam demitidos. Bando de invejosos!- Disse ela enquanto todos saiam um para cada lado.

- Juro que não sei, por que ele me escolheu.

- Eu sei! Acredito em você! Agora deixe-me ir trabalhar, vai que ele aparece...

- Boa sorte! - Disse eu enquanto ela saia com a bandeja.

- Mocinha, melhor ir para casa, ele não vem hoje! - Disse meu gerente.

- Não posso ficar e ajudar meus colegas?

-Vá pra casa! Não questione minhas ordens. Se precisar de você amanhã eu te aviso.

-Isso é muita gentileza!

- Não minha! Por mim você iria trabalhar como todos aqui. – Disse ela virando as costas e saindo.

-Vamos aproveitar que ele nos liberou mais cedo hoje e ir para a boate ali na esquina? – Disse Magge sussurrando em meus ouvidos.

- Tenho que pegar a Mia!

- A mamãe está cuidando dela. Vai ser só uma horinha, nem vão ficar sabendo que saímos.

- Só dançar e ir para casa?!

- Isso...vai ser só uma hora...bem rapidinho!

- E a roupa?

- Tenho dois vestidos lindos dentro da bolsa...Comprei hoje!

- Você é maluca! – Disse eu rindo e indo com ela para o vestiário.

Usamos vestidos pretos com decote nos seios e no dela nas costas, continuamos com a sandália do trabalho e deixamos as bolsas ali. Soltamos o cabelo, um delineado, rímel e um batom vermelho. Caminhamos até a esquina com o sobretudo nos cobrindo, e guardamos no carro da Magge que estava ali perto antes de entrarmos na boate.

O segurança é nosso amigo e nos deixou entrar sem precisar passar na fila, que por sinal estava grande. É uma boate de gente rica, então duas pobres que não tem onde cair mortas não deveriam estar ali. Mas, não estávamos em busca de ninguém, só de nós mesmas.

- Eu vou pegar uma água! – Disse Magge se afastando para buscar a água. Continuei dançando. A boate estava tão escura, apenas luzes passavam tão rápidas pelos meus olhos que me deixavam com mais vontade de dançar.

Senti umas mãos tocar em minha cintura e quando olhei, já tentei me afastar, mas o homem não queria permitir, segurou-me com força e queria continuar dançando comigo, como se eu fosse dele.

- Me solta!

- Para de graça...sou tudo o que você quer...

- Solta a garota! – Disse uma voz conhecida vindo atras de mim.

- Ela está com você?

- Esta! – Disse o homem me soltando rapidamente. Olhei para trás e vi Henrique.

- Obrigada!

- Melhor ir para casa, esse lugar não é para vocês!

- Eu já estou indo! – Disse eu encontrando Magge no meio do caminho e a puxando para ir para fora, mas não sem dar uma última olhada nele e vê-lo com uma mulher incrivelmente bonita. Morena, de um metro e setenta, curvas e pele tão rosada, que parecia pele de bebê. O rosto não vi direito, mas era linda.  – Ainda bem que você veio de carro!

- O que aconteceu lá dentro?

- Um choque de realidade!

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