Capítulo 6- Assistente ou assina?

Katty

Acordei pela manhã com alguém abrindo a porta. Levantei num pulo e me esbeirei para ver quem era:

- DESPEJO!- Gritou uma voz vindo da porta. Rapidamente vários homens entraram e começaram a colocar minhas coisas para fora. Do jeito que estava, peguei minha filha e fui levada para o corredor.

- Eu disse que você iria para a rua se continuasse me devendo!- Disse o cobrador enquanto minha filha chorava sem parar.

- Eu não tenho para onde ir!

- Isso não é problema meu! Por que não pede para o seu noivo super rico pagar seu aluguel. - Todos do corredor ficaram me olhando...Magge tentou acalmar Mia, mas foi impossível. Então a peguei no colo novamente.

- Me dê mais alguns dias, e vou conseguir o dinheiro.

- Já é tarde demais! A não ser que me dê o seu anel de noivado. Pelas fotos, deve valer muito dinheiro.

- Deixe minha noiva em paz!- Disse Henrique aparecendo no corredor. Ele pegou Mia no colo e disse- Você não vai continuar nesse lugar!- Disse Henrique olhando para Mia. Atrás dele apareceu dois homens, que começaram a carregar minhas coisas para fora.

- O que está fazendo?

- Você é minha noiva, não vou deixa-las jogadas ao vento. - Disse ele segurando em minha mão e me puxando para fora.

Assim que saímos para fora, ele abriu a porta do carro e entrou com Mia nos braços, o segui sem pensar.

Mia acalmou no colo dele e voltou a dormir.

- Por que está fazendo isso? Você nem me conhece.

- Você me ajudou sem me conhecer, porque não lhe ajudaria.

- Você está com segundas intenções!

- E você precisa delas!

- Vamos para minha casa...lá, vamos resolver da melhor forma possível...Preciso de você apensa para atuar como minha noiva. Jamais irei passar dessa linha. Pode ficar tranquila!

- Como posso acreditar nisso?

- Você não faz meu tipo! Não tem nada em você que me atraia a ponto de passar da linha... O que você tem a perder? Vou garantir o que você precisa.

- Como soube?

- Não importa!- Disse ele mexendo no celular. Me senti feia! É, pois é! Tá, não sou uma top model, nem capa da revista, mas não atrai-lo? Nossa, foi bem profundo. Talvez ele tenha razão, eu não sou como as mulheres que ele está acostumado a conhecer e se relacionar.

Logo, chegamos no bairro nobre de Seattle. A casa dele ficava um pouco mais afastada, então continuamos pelo caminho admirando as belas casas. Ambos em silêncio, e nos ignorando. Assim que o carro parou, fiquei boqueaberta com o tamanho da casa. Era uma das maiores. Bem estilo americano, parecendo a Casa Branca.

O motorista abriu a porta, e eu ainda estava em choque. Desci, nem acreditando no que estava vendo. Realmente, dinheiro traz felicidade!

Henrique foi entrando com Mia nos braços, como se aquilo fosse tão natural que nem ligasse mais.

Para mim, tudo era novidade! Entrei me sentindo um peixe fora d'água. Assim que passei pela porta uma mulher surgiu gritando:

- COMO MEU UNICO FILHO PEDIU ALGUEM EM CASAMENTO E...- Parou a mulher quando nos viu. Ela era média, um pouco mais baixa que eu. Em forma, de cabelos castanhos e alguns grisalhos, quase como se fosse em mecha. - Então, você é a minha futura nora?- Disse ela com desdém, me olhando de cima a baixo.

- Oi, sim sou eu mesma! - Disse eu estendendo a minha mão para cumprimenta-la.

- Ela é de família importante? Qual o sobrenome dela?

- Mãe! Peça para que arrumem um quarto para minha enteada. Essa é Mia!- Disse ele  segurando em minha mão e me levando para cima. Com todo cuidado, colocou Mia na cama e afrouxou a gravata em seguida.

- Sua mãe mora aqui?

- Mora! Vamos descer para resolvermos nossas pendências!

- Não quero que Mia acorde e se assuste com o lugar. - Ele raspou a garganta, enquanto eu ainda estava admirando a casa, me fazendo voltar a atenção para ele.

- Sente-se!- Disse ele indo para a janela. - Não quero nada com você!

- Já disse!

- Pedi para que fizessem um contrato...Sigilo total sobre esse assunto!- Disse ele tirando os olhos da janela e olhando para mim. - Outra coisa que você vai encontrar é que vai ficar a minha disposição o tempo todo.

- Não vou! Eu trabalho!

- Eu pago seu salário! Quanto você ganha sendo garçonete?- Disse ele falando em tom perjorativo.

- Eu gosto de trabalhar, não importa quanto você vai pagar!

- Ok, vou arrumar uma função para você! Enquanto isso, não quero que você volte para o seus antigos serviços. - Ele caminhou até a cabeceira, abriu a gaveta e pegou uma folha e caneta, escreveu e jogou na cama. - Esse é o valor, que no final vai estar na sua conta. - Ele respirou fundo. - Espero que seja suficiente! - Assim que olhei o valor arregalei os olhos...pois tinha muitos zeros.- Enquanto estiver aqui, tudo será feito para que tenha o melhor. Não acredito que teremos que nos casar, mas se isso acontecer, acrescento mais dois zeros...

- Quanto tempo você acha que precisa de mim?

- Coloquei no contrato seis meses. Espero não precisar mais que isso.

- Por que precisa tanto dessa mentira? Você tem tudo o que precisa!

- Tenho! E vou continuar tendo.- Disse ele sendo grosseiro. - Meus acionistas acham que vai trazer mais estabilidade para a empresa, se estiver com alguém estável.- Tem alguma coisa que precise acrescentar?

- Tem! Você pode fingir ser meu noivo, mais não vai me tocar.

- Isso já está no contrato! Não pense que vai me seduzir, ou achar que vou querer ficar com você.

- Já entendi! Eu posso pensar sobre isso?

- Pensar mais? Tudo o que você precisa eu posso te oferecer. Não tem o que pensar, ou assina o contrato e faz parte disso lindamente ou vai para a rua, e ligo para a assistente social. Perde a guarda da sua filha por não ter condições de cuidar dela.

- Você não pode fazer isso!

- Quem vai me impedir?

- Você passou dos limites agora!

- Só faz o que eu quero, e terá tudo do bom e melhor! Agora pode pensar se vai assinar ou não!-  Disse ele saindo do quarto.

Fiquei ali na cama olhando para minha pequena Mia, pensando no que fazer. O que será de nós agora?!

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