A manhã seguinte chegou mais rápido do que Isabella gostaria. Quando ela abriu os olhos, a luz suave do dia filtrava-se pelas cortinas, aquecendo a pele ainda marcada pelo calor da noite anterior. O quarto estava quieto, como se o tempo tivesse parado após a tempestade de sentimentos que houvera entre ela e Ethan. Ela permaneceu deitada por um momento, observando o teto, tentando processar o que havia acontecido. O toque, os sussurros, o calor. Tudo parecia distante, como um sonho, mas o peso em seu peito dizia que não era mais possível voltar atrás.Ela sabia que precisava se afastar, mas a verdade era que, em alguma parte de seu ser, ela ainda sentia o eco daquela noite, das mãos de Ethan em sua pele, do toque dele, daquele olhar possessivo que a fez se perder sem pensar no amanhã. Mas agora, com a luz do dia, a realidade se impôs. Ele era seu chefe. E o que ela havia feito era inegavelmente complicado.Ethan ainda estava deitado ao seu lado, os olhos f
Ethan não sabia o que o havia levado a agir daquela forma. A princípio, ele havia se perdido na intensidade da noite anterior, deixando-se levar pelo desejo, pela atração. Mas, ao acordar na manhã seguinte e vê-la se afastando dele, ele soubera, de alguma forma, que a situação não poderia continuar. O que acontecera entre eles não era algo simples. Ele sabia disso. E, mais do que isso, sabia que ela sabia.Ele permaneceu em silêncio enquanto ela se vestia, observando cada movimento dela, as mãos trêmulas, os olhos evitando os seus. Ele notou que havia algo diferente em Isabella, como se ela tivesse se distanciado de tudo o que aconteceu entre eles, tentando empurrar o que quer que fosse para um canto onde ela não precisasse lidar com isso. E Ethan, apesar de todas as suas intenções iniciais de manter o controle, sentiu uma necessidade de respeito por ela, por suas escolhas, por sua vontade.E então ela disse. — Eu tenho que ir.Aquelas
Isabella acordou naquela manhã com um peso no coração que parecia impossível de carregar. As horas da noite anterior se misturavam em sua mente, trazendo uma sensação de desilusão e frustração. Ela não podia mais ignorar o que estava claramente diante dela. As ações de Ethan, sua maneira de agir e de falar, agora estavam mais claras do que nunca. Ele havia feito exatamente o que queria. Ele a conquistou, a levou para a cama, e agora parecia que ela já não tinha mais serventia para ele. Como se, depois de ter o que queria, ele a descartasse sem hesitar.Ela tentou se convencer de que estava enganada, de que talvez fosse apenas um mal-entendido. Mas, ao reviver cada momento, ao lembrar da forma como ele a mandou embora depois daquela noite, a verdade se impôs diante de si com uma brutalidade dolorosa. Ela não era mais do que uma conquista para ele. Ele já havia alcançado seu objetivo, e agora não havia mais razão para mantê-la por perto.Isabella não queria
Ethan ficou sozinho no apartamento depois que Isabella saiu, e a sensação que tomou conta dele foi a de um vazio estranho. Não um vazio de arrependimento, mas um de frustração, como se algo que ele queria controlar tivesse escapado por entre seus dedos. A maneira como as coisas haviam acontecido entre eles o deixou inquieto, mas ele não podia mostrar isso. Não agora. Não nunca.Ele não era o tipo de homem que se permitia ser vulnerável. A fraqueza não tinha lugar em sua vida. Ele sabia como jogar o jogo das aparências, e se isso significava mostrar-se indiferente à dor que ele causou a Isabella, então que assim fosse. Ele precisava que ela o visse como o cafajeste que acreditava ser, para que não se sentisse culpada por ter cedido a ele, por ter se entregado a uma noite com ele e depois se afastado.Ethan estava acostumado a controlar tudo ao seu redor. Suas empresas, suas relações, sua vida pessoal. Tudo funcionava dentro de um molde perfeito. Mas, quando se
Isabella havia tomado sua decisão. Não havia mais como voltar atrás. O coração apertado que ela sentia todas as vezes que Ethan entrava na sala não poderia mais ser ignorado. A intensidade do que acontecera entre os dois não era algo que ela conseguiria apagar da memória, mas, ao menos, ela teria controle sobre o que faria dali em diante. O afastamento era necessário. Profissionalismo, distância emocional e uma recuperação lenta, mas sólida. Ela não permitiria que ele fosse mais uma ferida em sua vida.Assim que o dia começou, a primeira coisa que Isabella fez ao chegar ao trabalho foi evitar qualquer tipo de interação com Ethan. Sua mesa estava posicionada longe de seu escritório, mas não importava a distância física — ela sabia que, até o mais leve contato visual poderia miná-la. Quando cruzou com ele no corredor pela manhã, ela manteve o olhar fixo no chão e acelerou os passos. A energia entre eles estava densa, espessa, como se o ar estivesse carregado de elet
Ethan observava Isabella de longe, mais distante do que jamais imaginara que estaria. Ele notava cada movimento dela, como sempre fizera, mas agora com uma sensação desconfortável de impotência. O que antes parecia um jogo interessante e excitante, um jogo onde ele se divertia com os limites e as reações dela, agora se tornava algo mais sério, mais complexo.No início, ele até se sentira aliviado com a decisão de Isabella de se afastar, porque ela estava se afastando dele de uma forma que ele interpretava como uma forma de proteção, uma forma de não se deixar envolver mais do que já estava. Ele, por sua vez, respeitara essa decisão. Mas à medida que os dias passavam, ele começou a perceber algo que o incomodava: ele sentia falta dela.Na sua mente, Ethan se questionava sobre os próprios sentimentos. Era uma sensação estranha, algo que ele não queria admitir, mas que não podia ignorar. Ele não era o tipo de homem que costumava se importar com as pessoas de
Os dias passaram, e Isabella se sentia cada vez mais distante de Ethan. A dor, que antes parecia uma ferida aberta, agora estava cicatrizando lentamente. Ela sabia que ainda não era completamente curada, mas a ideia de que as coisas entre ela e ele estavam irreparavelmente quebradas lhe dava uma sensação de alívio. Ela se concentrou no trabalho, como sempre fizera, mas agora com uma nova determinação. As horas que passava na empresa não eram mais marcadas pelo desejo de sua presença ou pelas complicações que seus olhos provocavam em seu coração. Ela estava começando a se libertar dessa conexão que antes parecia ser a única coisa que a definia. Isabella olhava para Ethan de longe, agora com uma frieza que não era fingida. A atração que sentia por ele parecia um eco distante, como se fosse um passado que ela havia deixado para trás. Ela se permitiu acreditar que o que sentira havia sido um momento de fraqueza, uma ilusão que ela agora estava s
Os dias haviam se tornado mais tranquilos para Isabella. O tumulto emocional que ela vivenciara nos últimos meses começava a se dissipar, e ela sentia que, finalmente, estava começando a viver novamente. A constante batalha interna que havia travado entre o desejo e a razão havia chegado ao fim, e ela agora estava de volta ao controle de sua própria vida. O trabalho, que antes se tornava um campo minado de tensões, agora era apenas um espaço onde ela podia focar no que realmente importava: seu crescimento profissional e pessoal.Ela havia começado a sentir que a libertação emocional não significava apenas se afastar de Ethan, mas também permitir-se redescobrir. Aos poucos, Isabella retomava as coisas que a faziam feliz. Começou a ler mais, a dedicar-se aos projetos que sempre adiou por falta de tempo ou energia emocional. Ela sentia uma satisfação que não experimentava há muito tempo, como se estivesse recuperando pedaços de si mesma que havia perdido ao longo do caminho.Mas, como se