Enquanto termino de arrumar minha mala, sinto uma mistura de ansiedade e expectativa pelo final de semana no parque aquático com Vitor e Clara. Desço as escadas puxando a mala de maneira ruidosa, rumo ao encontro de Vitor, que deve estar me esperando lá fora com o carro. Agradeço por ainda ser cedo e o bar estar fechado, assim meu barulho não incomoda ninguém. Mas assim que chego no térreo, percebo que Henry estava lá, olhando na minha direção.
Ele estava reorganizando o estoque e preparando o bar para abrir mais tarde. Quando me vê, ele para o que está fazendo, uma expressão de curiosidade misturada com outra coisa que não consigo identificar cruzando seu rosto.
— Vai viajar outra vez? — Ele pergunta, tentando soar casual, mas há um desdém em suas palavras que não gosto.
— Sim, só pelo final de semana — respondo, m
~VITOR~Ao chegamos ao resort logo nos dirigimos ao hotel para fazermos nosso check-in e nos trocarmos. A luz suave do sol da tarde cai sobre a arquitetura elegante do lugar, dando a ele uma aura quase mágica. Clara segura minha mão de um lado e a de Luna do outro, enquanto caminhamos pelos corredores do hotel.— Papai, o quarto tem uma banheira grande? — Clara pergunta, seus olhos brilhando com a expectativa do um final de semana.— Tem uma banheira enorme, princesa — respondo, sorrindo para ela. — Você vai poder nadar nela se quiser.Ela ri, satisfeita com a resposta, e pula um pouco ao meu lado. Quando chegamos ao meu quarto, faço uma pausa, virando-me para Luna.— Eu só preciso de meia hora para nos arrumarmos e depois podemos ir para a piscina. Você está no quarto ao lado, certo?Ela hesita, um rubor leve aparecendo em suas bochechas.
~Vitor~O dia estava quente e ensolarado, tudo o que poríamos esperar para um dia de diversão completo. Clara segurava uma mão minha e outra de Luna, puxando-nos com entusiasmo em direção ao primeiro escorrega que avistou.— Olha, olha! Podemos ir naquele primeiro? — Ela apontou, seus olhos brilhando com a antecipação de uma criança prestes a embarcar em uma aventura.— Claro, princesa — respondi, sorrindo para Luna, que compartilhava da empolgação de Clara. A facilidade com que ela se envolvia nos planos de Clara, se deixando levar pela energia da menina, era algo que eu não apenas admirava, mas também ficava profundamente grato.A cada escorrega, cada piscina de ondas e cada jogo aquático, a conexão entre Luna e Clara parecia se aprofundar. Eu as observava, às vezes participando, outras apenas de espectador, e ca
~VITOR~O domingo amanheceu com uma energia vibrante. Estávamos todos animados no café da manhã, especialmente Clara, que mal podia esperar para correr novamente para o parque e experimentar os brinquedos que não tivera oportunidade no dia anterior. Depois de um café reforçado e cheio de risadas, nos preparamos para o dia que tínhamos pela frente.Enquanto caminhávamos, novamente de mãos dadas, pelo hotel, Clara voltou ao assunto do qual eu tinha conseguido me esquivar na noite anterior ao alegar que já era muito tarde e ela precisava dormir.— Papai, a Luna vai sempre passear com a gente agora? — Clara perguntou, com aquela sinceridade infantil que não deixa espaço para evasivas.— Bem, Clara, a Luna é uma amiga muito especial para o papai, e nós gostamos muito da companhia dela, não é? — respondi, tentando
A segunda-feira chegou mais rápido do que eu desejava, empurrando-me de volta à rotina do escritório. O final de semana tinha sido agitado, e a última coisa que eu precisava era encarar a fofoca do escritório. Mas, como se a vida insistisse em complicar, mal havia passado pela recepção e já pude captar murmúrios sobre o CEO e seu misterioso final de semana.— Você ouviu? O Senhor Oeri foi visto em um parque aquático com a filha e uma mulher. Quem será que era? — dizia uma voz um pouco mais alta que as outras, carregada de curiosidade.— Provavelmente a esposa... — além respondeu.— Claro que não! — A primeira voz voltou a falar. — Era morena. Além do mais, todo mundo sabe que ele e a senhora Oeri estão se divorciando.Meu coração acelerou, a ansiedade me dominando. Sabia que esse tipo de com
~VITOR~Quando Marina finalmente deu uma pausa, aproveitei para guiá-la para minha sala. O clima era tenso e eu sabia que precisava lidar com isso de forma decisiva:— Eu queria que você ouvisse diretamente de mim que a mulher que estava comigo é minha namorada.Marina explodiu novamente, ainda incrédula com a possibilidade de eu estar em um novo relacionamento.— Isso é ridículo! Você não pode estar namorando, nós somos casados. No máximo, você tem uma amante. Isso é tudo que isso pode ser! — Ela lançou as palavras com um misto de desdém e raiva.— Marina, você sabe muito bem que o único motivo pelo qual ainda estamos casados é porque você se recusa a assinar os papéis do divórcio. — Respondi, tentando manter a calma. — E eu já recorri ao processo litigioso p
Os dias deslizavam em uma rotina cada vez mais familiar. Eu chegava cedo ao escritório, cumprindo minhas tarefas de sempre e trabalhando com dedicação nos pequenos detalhes do projeto do Oasis que Vitor me delegava com o intuito de me treinar. Já ele, estava mais ausente, chegando tarde depois de acompanhar Clara nos exames médicos. Era evidente em sua expressão a frustração de ter que delegar tantos cuidados à babá porque Marina raramente aparecia para essas ocasiões.— É sempre a babá que leva — Vitor murmurava enquanto revirava os papéis na sua mesa, sua voz repleta de irritação. — Marina mal tem aparecido. Não sei por que isso ainda me surpreende.Eu ouvia, oferecendo um sorriso simpático sempre que nossos olhares se cruzavam. A cada dia que passava, ficava mais evidente o quanto Vitor se esforçava para estar present
Ao reconhecer Estela, uma onda de desconforto me invadiu. Como ela poderia estar aqui, na garagem do prédio onde eu trabalhava, esperando por mim como se fosse a coisa mais natural do mundo? No fundo, eu sabia que a veria em breve novamente, mas algo em mim torcia para que isso não acontecesse. Eu não reconhecia mais Estela. Ela não era a irmãzinha que fui obrigada a deixar para trás quando fui expulsa de casa. Seus olhares me assustavam.— Como você conseguiu entrar aqui? — Minha voz saiu mais áspera do que pretendia, refletindo o desconforto que eu sentia.Estela deu de ombros, um sorriso travesso se formando em seus lábios.— Vamos dizer que o segurança achou que eu valia a pena deixar passar.Essa insinuação me deixou ainda mais desconfortável. Lembrei-me do que Julia havia mencionado sobre mulheres frequentando exposições de arte
— Não sei do que você está falando, Estela. — Tentei desconversar, minha voz vacilando sob o peso da sua acusação.— Luna, eu era adolescente, não burra. — Estela continuou, seu tom firme e penetrante. — Eu me lembro perfeitamente do nome Oeri. Nossos pais podem ter achado que você estava louca ou pagando seus pecados, mas não eu. Eu pesquisei sobre Vitor Oeri. Vi que ele tem uma filha que é a sua cara quando era criança. Céus, tem fotos dela que poderiam ser você! Não pense que sou tola.Eu me vi sem argumentos, encurralada pelas revelações e pela perspicácia de Estela. Respirei fundo antes de perguntar:— O que você quer com tudo isso, Estela?— Quero dinheiro — ela disse diretamente, seus olhos brilhando com uma determinação fria.Ri amargamente, gesto que trouxe um sil&e