~Vitor~
O dia estava quente e ensolarado, tudo o que poríamos esperar para um dia de diversão completo. Clara segurava uma mão minha e outra de Luna, puxando-nos com entusiasmo em direção ao primeiro escorrega que avistou.
— Olha, olha! Podemos ir naquele primeiro? — Ela apontou, seus olhos brilhando com a antecipação de uma criança prestes a embarcar em uma aventura.
— Claro, princesa — respondi, sorrindo para Luna, que compartilhava da empolgação de Clara. A facilidade com que ela se envolvia nos planos de Clara, se deixando levar pela energia da menina, era algo que eu não apenas admirava, mas também ficava profundamente grato.
A cada escorrega, cada piscina de ondas e cada jogo aquático, a conexão entre Luna e Clara parecia se aprofundar. Eu as observava, às vezes participando, outras apenas de espectador, e ca
~VITOR~O domingo amanheceu com uma energia vibrante. Estávamos todos animados no café da manhã, especialmente Clara, que mal podia esperar para correr novamente para o parque e experimentar os brinquedos que não tivera oportunidade no dia anterior. Depois de um café reforçado e cheio de risadas, nos preparamos para o dia que tínhamos pela frente.Enquanto caminhávamos, novamente de mãos dadas, pelo hotel, Clara voltou ao assunto do qual eu tinha conseguido me esquivar na noite anterior ao alegar que já era muito tarde e ela precisava dormir.— Papai, a Luna vai sempre passear com a gente agora? — Clara perguntou, com aquela sinceridade infantil que não deixa espaço para evasivas.— Bem, Clara, a Luna é uma amiga muito especial para o papai, e nós gostamos muito da companhia dela, não é? — respondi, tentando
A segunda-feira chegou mais rápido do que eu desejava, empurrando-me de volta à rotina do escritório. O final de semana tinha sido agitado, e a última coisa que eu precisava era encarar a fofoca do escritório. Mas, como se a vida insistisse em complicar, mal havia passado pela recepção e já pude captar murmúrios sobre o CEO e seu misterioso final de semana.— Você ouviu? O Senhor Oeri foi visto em um parque aquático com a filha e uma mulher. Quem será que era? — dizia uma voz um pouco mais alta que as outras, carregada de curiosidade.— Provavelmente a esposa... — além respondeu.— Claro que não! — A primeira voz voltou a falar. — Era morena. Além do mais, todo mundo sabe que ele e a senhora Oeri estão se divorciando.Meu coração acelerou, a ansiedade me dominando. Sabia que esse tipo de com
~VITOR~Quando Marina finalmente deu uma pausa, aproveitei para guiá-la para minha sala. O clima era tenso e eu sabia que precisava lidar com isso de forma decisiva:— Eu queria que você ouvisse diretamente de mim que a mulher que estava comigo é minha namorada.Marina explodiu novamente, ainda incrédula com a possibilidade de eu estar em um novo relacionamento.— Isso é ridículo! Você não pode estar namorando, nós somos casados. No máximo, você tem uma amante. Isso é tudo que isso pode ser! — Ela lançou as palavras com um misto de desdém e raiva.— Marina, você sabe muito bem que o único motivo pelo qual ainda estamos casados é porque você se recusa a assinar os papéis do divórcio. — Respondi, tentando manter a calma. — E eu já recorri ao processo litigioso p
Os dias deslizavam em uma rotina cada vez mais familiar. Eu chegava cedo ao escritório, cumprindo minhas tarefas de sempre e trabalhando com dedicação nos pequenos detalhes do projeto do Oasis que Vitor me delegava com o intuito de me treinar. Já ele, estava mais ausente, chegando tarde depois de acompanhar Clara nos exames médicos. Era evidente em sua expressão a frustração de ter que delegar tantos cuidados à babá porque Marina raramente aparecia para essas ocasiões.— É sempre a babá que leva — Vitor murmurava enquanto revirava os papéis na sua mesa, sua voz repleta de irritação. — Marina mal tem aparecido. Não sei por que isso ainda me surpreende.Eu ouvia, oferecendo um sorriso simpático sempre que nossos olhares se cruzavam. A cada dia que passava, ficava mais evidente o quanto Vitor se esforçava para estar present
Ao reconhecer Estela, uma onda de desconforto me invadiu. Como ela poderia estar aqui, na garagem do prédio onde eu trabalhava, esperando por mim como se fosse a coisa mais natural do mundo? No fundo, eu sabia que a veria em breve novamente, mas algo em mim torcia para que isso não acontecesse. Eu não reconhecia mais Estela. Ela não era a irmãzinha que fui obrigada a deixar para trás quando fui expulsa de casa. Seus olhares me assustavam.— Como você conseguiu entrar aqui? — Minha voz saiu mais áspera do que pretendia, refletindo o desconforto que eu sentia.Estela deu de ombros, um sorriso travesso se formando em seus lábios.— Vamos dizer que o segurança achou que eu valia a pena deixar passar.Essa insinuação me deixou ainda mais desconfortável. Lembrei-me do que Julia havia mencionado sobre mulheres frequentando exposições de arte
— Não sei do que você está falando, Estela. — Tentei desconversar, minha voz vacilando sob o peso da sua acusação.— Luna, eu era adolescente, não burra. — Estela continuou, seu tom firme e penetrante. — Eu me lembro perfeitamente do nome Oeri. Nossos pais podem ter achado que você estava louca ou pagando seus pecados, mas não eu. Eu pesquisei sobre Vitor Oeri. Vi que ele tem uma filha que é a sua cara quando era criança. Céus, tem fotos dela que poderiam ser você! Não pense que sou tola.Eu me vi sem argumentos, encurralada pelas revelações e pela perspicácia de Estela. Respirei fundo antes de perguntar:— O que você quer com tudo isso, Estela?— Quero dinheiro — ela disse diretamente, seus olhos brilhando com uma determinação fria.Ri amargamente, gesto que trouxe um sil&e
Por mais que só quisesse me encolher na cama em posição fetal, eu precisava avisar Vitor de que estava tudo bem. Ainda que não estivesse. Descendo as escadas rapidamente, a ansiedade pulsava em cada passo que dava em direção à saída do prédio. O ar frio da noite me atingiu de repente, trazendo um breve alívio para a tensão que me consumia. Mas esse alívio desapareceu tão rápido quanto veio quando avistei Vitor e Estela juntos.Vitor estava encostado em seu carro, uma expressão neutra em seu rosto que mudou para surpresa quando seus olhos encontraram os meus. Estela, por outro lado, parecia estar desempenhando o papel de sedutora, com o corpo inclinado de maneira convidativa e os dedos brincando com uma mecha de cabelo. O cenário era um golpe direto no meu estômago, desencadeando uma onda de ciúmes que nunca pensei que pudesse sentir com tanta intensidad
~VITOR~Dirigindo de volta para casa, meus pensamentos estavam presos em Luna, no choro descontrolado dela e na forma como seus ombros tremiam contra meu peito. Aquele momento de vulnerabilidade tinha sido intenso e confuso. Eu sabia que ela estava lidando com muito — o encontro com Estela havia aberto antigas feridas que mexiam demais com ela.Estela... A irmã que Luna nunca mencionara. A tensão entre elas era nítida, e eu não podia deixar de sentir um desconforto ao ver Luna tão perturbada. Era evidente que havia uma história complicada ali, uma história que Luna não queria compartilhar completamente comigo. E agora, com Estela de repente reaparecendo, eu me preocupava com o impacto que isso poderia ter nela.O choro dela não tinha sido apenas sobre ciúmes, tinha algo mais profundo ali, algo que nem ela queria enfrentar. Eu me perguntava se Estela havia dito algo que reac