MARIA JÚLIAInstintivamente me levantei e avancei na direção da minha mãe, que estava petrificada, pálida, seus olhos estavam arregalados e fixos na direção de Tobias. Fiquei com medo dela se cortar com os vidros que caíram no chão, assim que fiquei a centímetros de distância, minha voz se fez presente.— Mãe! Mãe! Mãe.... — depois de chamá-la algumas vezes, enfim seus olhos se voltaram em minha direção.— Você está bem?— Sim! Filha.— A senhora ficou olhando fixamente para o Tobias.— Só o achei parecido com alguém que vi algum tempo atrás, mas deve ter sido só impressão minha e como estava distraída acabei deixando a bandeja cair.Achei estranho, ela parecia inquieta e seu tom de voz estava bem estranho. Minutos depois, após limpar toda bagunça, fiz um lanche para oferecer ao Tobias e minha mãe foi para o seu quarto descansar, já que deixou o almoço adiantado. O restante do meu dia passei concentrada, com Tobias fazendo todo o trabalho que íamos apresentar na segunda feira.
MARIA JÚLIAMeus olhos estavam fixos no maldito cara de pau que tinha um sorriso largo em sua face. A raiva tomou conta de mim quando o idiota falou comigo como se eu não soubesse qual era o motivo da sua visita. Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi minha mãe me chamando.— Filha! Cadê sua educação? O menino Andrey, falou com você.Olhei para a mulher a minha frente, que tinha um enorme buquê de flores em suas mãos e um sorriso terno em seu rosto. Como minha mãe pode ser tão ingênua e, para piorar, ainda chama esse monstro de menino, se ela soubesse do que esse demônio é capaz. Respirei profundamente e, me virei em direção ao infeliz que estava se divertindo com a situação criada por ele mesmo.— Bom dia, Andrey.Um desafio silencioso se fez presente, porém minha mãe logo resolveu quebrá-lo.— Por favor, filho, pode se sentar, vou só colocar as flores dentro de um vaso.Eu não podia acreditar no que estava acontecendo diante dos meus próprios olhos, eu sabia que a m
Algum tempo depois em outro lugarISABEL SILVANunca pensei que, ele algum dia, fosse vir aqui na minha casa. Mesmo tentando disfarçar, eu vi o mesmo brilho no olhar dos dois, sei que o menino acabou se tornando outra pessoa, mas, no fundo, aquele garoto de coração puro ainda existe dentro dele e tenho esperança que algum dia toda sombra negra que Helena Albuquerque, colocou em volta do seu coração, seja substituída pela luz. Meus pensamentos foram interrompidos ao ouvir uma batida na porta, me levantei e em passos precisos caminhei em direção a ela, assim que levei minha mão de encontro a maçaneta a imagem que vejo a minha frente fez todo o meu corpo estremecer.— Você? MARIA JÚLIADepois de atender a ligação de Andrey e o mesmo me dizer que iria me encontrar próximo a faculdade. Guardei o aparelho e em passos precisos comecei a caminhar, assim que cheguei no lugar combinado, ele já estava me esperando, entrei no veículo e segundos depois Andrey, colocou o carro em movimento. A
ISABEL SILVAMeu coração disparou. Minha respiração se tornou escassa, meus olhos estavam fixos nele e saber que aquilo que passou pela minha cabeça desde o momento que o vi pela primeira pudesse ser verdade, fez o meu sangue gelar. Estava tão perdida em meus pensamentos que perdi a noção do tempo e só saí do estado de estupor que me encontrava quando ouvi novamente a sua voz.— Posso entrar?— Sim!Assim que ele entrou, fechei a porta e em passos vacilantes segui em direção ao sofá. Assim que já estávamos acomodados, resolvi me manifestar.— Você veio aqui porque tem alguma ligação com aquele homem, não é isso?— Sim! E eu sinto muito por todo o mal que ele fez a senhora. No momento que eu vi sua reação ao me ver, não entendi de imediato o motivo, mas depois tudo começou a fazer sentido, já que a Majú me disse que você nunca foi distraída e seus olhos estavam fixos em minha direção, como se a minha presença tivesse despertado suas lembranças. Sabendo da minha semelhança com o m
ANDREYHoras depois.…Quando deixamos a fazenda já estava quase anoitecendo. Majú, desde então, permaneceu calada e a um certo momento desvei o olhar da estrada e vi que ela tinha adormecido.Minha cabeça estava a mil, um turbilhão de pensamentos se fizeram presentes, as lembranças dos momentos que passei com ela surgiram em minha cabeça e quando chegamos em frente a sua casa, deixei os pensamentos de lado, e resolvi acordá-la.— Majú! Acorda!Seus olhos se abriram. Desorientada e sonolenta, ela ainda ficou alguns segundos em silêncio e logo após saiu do estado estático que se encontrava. Antes que eu tivesse qualquer reação, a porta da sua casa foi aberta e a atrevida logo saiu de dentro do veículo.— Te vejo a amanhã no mesmo lugar de sempre.Ela deu de ombros e seguiu praticamente correndo em direção a Isabel. Fiz um sinal com uma das mãos, e com um único pensamento em mente coloquei o carro em movimento.Alguns minutos depois, graças ao trânsito que estava tranquilo, chegue
CAROLINA MENDONÇARaiva! Ódio! Uma explosão de sensações apoderou-se de todo o meu ser. Eu nunca me senti tão humilhada em toda a minha vida, todos os meus órgãos internos estavam descontrolado. A minha fúria era tão grande que uma onda escaldante pairou sobre mim.As palavras daquele infeliz ecoando na minha cabeça, como um mantra. Um nó imenso tinha se formado, fechando a minha garganta por completo, a sensação que eu tinha era que estava sufocando e quando ele se retirou do cômodo dei um grito tão alto que saiu rasgando a minha garganta.Por mais que Helena tentasse me consolar, as lembranças dos minutos anteriores estavam caindo como um soco no meu estômago. Desde criança, que não via a hora dos anos passarem e me tornar uma Albuquerque. Não que sinta algo como amor por aquele maldito, mas me tornar a esposa de um homem como ele, me faria uma das mulheres mais importantes do país. Ter o apoio dos pais de Andrey, só me deu a constatação que logo esse momento chegaria, mais esse
MARIA JÚLIARespiro profundamente, levei minhas mãos de encontro a minha face e tratei de enxugar as lágrimas que ainda insistiam em cair. Em passos rápidos, deixei o ambiente, quando passei pelo corredor que Dava acesso a saída, todos os olhares se voltaram em minha direção.Eles me olhavam com raiva, sem ao menos me dar o direito de contar como tudo o que aconteceu. Levantei a cabeça e segui em direção a saída, minha cabeça estava a mil, não conseguia acreditar, como não percebi o verdadeiro jogo daquela cobra e pior ainda, não ter dado a surra que ela merecia, desta forma, pelo menos eu seria expulsa por algo que realmente fiz.Eu fiquei tão distraída que nem percebi quando já estava em frente ao carro de Andrey. O som da voz dele me tirou do estado catatônico que eu me encontrava.— Majú!Assim que levantei a cabeça e ao ouvir minhas palavras a sua expressão logo mudou.— E... eu preciso ir para casa.— Entre!Depois de tudo que aconteceu, eu precisava dizer o que aquela l
ANDREYO som da gargalhada diabólica das duas mulheres ecoava no cômodo. Fechei uma das minhas mãos em punho para controlar a raiva que estava fazendo todo o meu corpo ficar em chamas, a outra mão levei de encontro ao meu celular e ao me certificar que o aparelho ainda estava gravando, joguei o objeto no bolso e dei alguns passos a frente, antes delas notarem a minha presença, a minha voz se fez presente no mesmo instante que comecei a bater palmas.— Será que posso participar da comemoração com as duas pelo plano magnífico?As duas mulheres moveram a cabeça para o lado se concentrando em minha direção. Carolina estava mais branca que um pedaço de papel e Helena Albuquerque, sustentava uma expressão inabalável, como se nada e ninguém fosse capaz de lhe desestruturar, mantendo sempre o ar de soberba estampado em sua face. Com mais algumas passadas me detive na frente delas.Virei na direção de Carolina e olhando bem para seus olhos que estavam arregalados disse:— Em primeiro luga