Algum tempo depois em outro lugarISABEL SILVANunca pensei que, ele algum dia, fosse vir aqui na minha casa. Mesmo tentando disfarçar, eu vi o mesmo brilho no olhar dos dois, sei que o menino acabou se tornando outra pessoa, mas, no fundo, aquele garoto de coração puro ainda existe dentro dele e tenho esperança que algum dia toda sombra negra que Helena Albuquerque, colocou em volta do seu coração, seja substituída pela luz. Meus pensamentos foram interrompidos ao ouvir uma batida na porta, me levantei e em passos precisos caminhei em direção a ela, assim que levei minha mão de encontro a maçaneta a imagem que vejo a minha frente fez todo o meu corpo estremecer.— Você? MARIA JÚLIADepois de atender a ligação de Andrey e o mesmo me dizer que iria me encontrar próximo a faculdade. Guardei o aparelho e em passos precisos comecei a caminhar, assim que cheguei no lugar combinado, ele já estava me esperando, entrei no veículo e segundos depois Andrey, colocou o carro em movimento. A
ISABEL SILVAMeu coração disparou. Minha respiração se tornou escassa, meus olhos estavam fixos nele e saber que aquilo que passou pela minha cabeça desde o momento que o vi pela primeira pudesse ser verdade, fez o meu sangue gelar. Estava tão perdida em meus pensamentos que perdi a noção do tempo e só saí do estado de estupor que me encontrava quando ouvi novamente a sua voz.— Posso entrar?— Sim!Assim que ele entrou, fechei a porta e em passos vacilantes segui em direção ao sofá. Assim que já estávamos acomodados, resolvi me manifestar.— Você veio aqui porque tem alguma ligação com aquele homem, não é isso?— Sim! E eu sinto muito por todo o mal que ele fez a senhora. No momento que eu vi sua reação ao me ver, não entendi de imediato o motivo, mas depois tudo começou a fazer sentido, já que a Majú me disse que você nunca foi distraída e seus olhos estavam fixos em minha direção, como se a minha presença tivesse despertado suas lembranças. Sabendo da minha semelhança com o m
ANDREYHoras depois.…Quando deixamos a fazenda já estava quase anoitecendo. Majú, desde então, permaneceu calada e a um certo momento desvei o olhar da estrada e vi que ela tinha adormecido.Minha cabeça estava a mil, um turbilhão de pensamentos se fizeram presentes, as lembranças dos momentos que passei com ela surgiram em minha cabeça e quando chegamos em frente a sua casa, deixei os pensamentos de lado, e resolvi acordá-la.— Majú! Acorda!Seus olhos se abriram. Desorientada e sonolenta, ela ainda ficou alguns segundos em silêncio e logo após saiu do estado estático que se encontrava. Antes que eu tivesse qualquer reação, a porta da sua casa foi aberta e a atrevida logo saiu de dentro do veículo.— Te vejo a amanhã no mesmo lugar de sempre.Ela deu de ombros e seguiu praticamente correndo em direção a Isabel. Fiz um sinal com uma das mãos, e com um único pensamento em mente coloquei o carro em movimento.Alguns minutos depois, graças ao trânsito que estava tranquilo, chegue
CAROLINA MENDONÇARaiva! Ódio! Uma explosão de sensações apoderou-se de todo o meu ser. Eu nunca me senti tão humilhada em toda a minha vida, todos os meus órgãos internos estavam descontrolado. A minha fúria era tão grande que uma onda escaldante pairou sobre mim.As palavras daquele infeliz ecoando na minha cabeça, como um mantra. Um nó imenso tinha se formado, fechando a minha garganta por completo, a sensação que eu tinha era que estava sufocando e quando ele se retirou do cômodo dei um grito tão alto que saiu rasgando a minha garganta.Por mais que Helena tentasse me consolar, as lembranças dos minutos anteriores estavam caindo como um soco no meu estômago. Desde criança, que não via a hora dos anos passarem e me tornar uma Albuquerque. Não que sinta algo como amor por aquele maldito, mas me tornar a esposa de um homem como ele, me faria uma das mulheres mais importantes do país. Ter o apoio dos pais de Andrey, só me deu a constatação que logo esse momento chegaria, mais esse
MARIA JÚLIARespiro profundamente, levei minhas mãos de encontro a minha face e tratei de enxugar as lágrimas que ainda insistiam em cair. Em passos rápidos, deixei o ambiente, quando passei pelo corredor que Dava acesso a saída, todos os olhares se voltaram em minha direção.Eles me olhavam com raiva, sem ao menos me dar o direito de contar como tudo o que aconteceu. Levantei a cabeça e segui em direção a saída, minha cabeça estava a mil, não conseguia acreditar, como não percebi o verdadeiro jogo daquela cobra e pior ainda, não ter dado a surra que ela merecia, desta forma, pelo menos eu seria expulsa por algo que realmente fiz.Eu fiquei tão distraída que nem percebi quando já estava em frente ao carro de Andrey. O som da voz dele me tirou do estado catatônico que eu me encontrava.— Majú!Assim que levantei a cabeça e ao ouvir minhas palavras a sua expressão logo mudou.— E... eu preciso ir para casa.— Entre!Depois de tudo que aconteceu, eu precisava dizer o que aquela l
ANDREYO som da gargalhada diabólica das duas mulheres ecoava no cômodo. Fechei uma das minhas mãos em punho para controlar a raiva que estava fazendo todo o meu corpo ficar em chamas, a outra mão levei de encontro ao meu celular e ao me certificar que o aparelho ainda estava gravando, joguei o objeto no bolso e dei alguns passos a frente, antes delas notarem a minha presença, a minha voz se fez presente no mesmo instante que comecei a bater palmas.— Será que posso participar da comemoração com as duas pelo plano magnífico?As duas mulheres moveram a cabeça para o lado se concentrando em minha direção. Carolina estava mais branca que um pedaço de papel e Helena Albuquerque, sustentava uma expressão inabalável, como se nada e ninguém fosse capaz de lhe desestruturar, mantendo sempre o ar de soberba estampado em sua face. Com mais algumas passadas me detive na frente delas.Virei na direção de Carolina e olhando bem para seus olhos que estavam arregalados disse:— Em primeiro luga
Maria JúliaNo dia seguinte....Acordei desorientada ao ouvir o barulho do meu celular. Suspiro profundamente, pois somente uma pessoa poderia está me ligando, assim que peguei o aparelho em minhas mãos, tomei um susto ao ver que eram oito horas da manhã. Como eu dormir tanto? Saio do estado catatônico em que me encontrava ao ouvir novamente o som ecoando no ambiente. Levei meu dedo em direção a tecla e em seguida a voz de Andrey ecoou do outro lado da linha.— Bom dia! — Bom dia!— Preciso te ver agora pela parte da manhã. — fiquei estarrecida, pois sabia o que ele queria.— Eu não acho uma boa ideia, o que vou dizer para minha mãe, esqueceu que não vou mais para faculdade. E sem contar que não acredito que você queira transar logo nas primeiras horas da manhã.Uma gargalhada ecoou do outro lado da linha e novamente ele se manifestou.— Isso nem tinha passado pela minha cabeça, mas confesso que adorei a ideia, no entanto, tenho algo que preciso te mostrar.Conhecendo bem o A
Carolina MendonçaNo dia seguinte...Depois de uma noite de sono maravilhosa, eu acordei radiante, só em pensar que aquela infeliz não voltaria a colocar novamente seus pés no mesmo lugar que eu. Uma sensação de alívio e satisfação pairou sobre mim. Horas depois, cheguei na faculdade e logo as minhas amigas vieram ao meu encontro. Todas queriam saber o que tinha acontecido e assim como eu, ficaram em êxtase ao saber que não teríamos que conviver com a maldita. Quando seguimos em direção ao corredor que dava acesso à nossa sala, me deparei com o outro infeliz que deve ser outro morto de fome. Pelo jeito de se vestir, está nítido que é mais um bolsista. Depois de ter o prazer em dizer a ele que sua amiguinha não ia colocar mais os pés imundos aqui, adentramos a sala e minutos depois a aula começou. Hoje sem dúvidas, estava sendo o melhor dia de aula. Sem ter que ouvir a voz irritante daquela coisa, de ouvir os elogios a cada pergunta que era feita e ela como sempre acertava tudo qu