CAPITULO 02

MAJU

Horas depois ...

Acorda ! Filha !

Acordo em um sobressalto, meu corpo banhado pelo suor. Meus olhos se abriram indo de encontro aos da minha mãe. O forte incômodo que eu sentia na minha garganta me impedia de falar, tudo parecia tão real. Saio do estado catatônico que me encontrava quando ouço a voz da minha mãe.

___ Você está bem meu amor? Foi só um pesadelo.

Seus olhos negros estavam fixos em mim, percebi como ela estava preocupada. Então fiz o que achei ser o certo naquele momento.

___ Sim mãe. Acho que acabei sonhando com o filme que assistir mais cedo.

Ainda atordoada notei que ainda estava escuro. Então voltei minha atenção novamente para ela e disse:

____ A senhora pode volta a dormir já passou.

Ela deu um beijo na minha bochecha e aos poucos sumiu do meu campo de visão. Puxei o meu lençol e fiquei encolhida, ao lembrar do que aconteceu minutos atrás senti um tremor percorrer pelo meu corpo todo, era como se o sonho ruim e aquele homem fossem reais. O mais estranho era por está claro e mesmo assim uma sombra estivesse em volta do seu rosto me impedindo de vê sua verdadeira face.

Passava um pouco mais da cinco da manhã quando sai do meu quarto . Estava acordada fazia algum tempo, pois não conseguia parar de pensar naquele desconhecido, me levantei e tomei um banho para esquecer aquela sensação ruim. Quando entrei na cozinha encontrei a minha mãe que já tinha feito o café, ficamos entretidas conversando e quando olhei para o relógio e vi que já passava das seis . Eu precisava me apressar, terminei o café, lavei as louças, peguei a minha bolsa e após dá um beijo na minha mãe eu saí.

A rua estava tranquila , mas quando entrei no ônibus e o mesmo entrou em movimento, alguns minutos depois me deparei com a cidade do Rio de janeiro bem acordada, com sua energia inesgotável.

Uma hora depois cheguei ao meu destino. Passei voando pelos grandes portões e depois de ir até o pequeno quarto destinada aos funcionários, troquei de roupa e caminhei até a cozinha. Nos minutos seguintes tratei de providenciar tudo para o café da manhã, faltando só colocar na grande mesa o bolo favorito de Helena Albuquerque. Caminhei pelo corredor até chegar à sala grande e luxuosa da grande mansão e depois de colocar o objeto que estava em minhas mãos sob a mesa ouvi uma voz que fez todo o meu corpo estremecer.

___ Bom dia!

Levantei o olhar e fiquei paralisada no meio da sala com os olhos fixos na direção da escada ao me deparar com um homem estonteante. Ele parecia poderoso e confiante em seu terno impecável, cabelos perfeitamente alinhados , ele era lindo.

As minhas pernas pareciam que a qualquer momento iam fraquejar. Ele se moveu e parou em minha frente, seus olhos percorrem o meu corpo me avaliando de baixo a cima até seus olhos ficarem fixos no meu. O jeito como ele olhava para o meu corpo era como um animal prestes a devorar sua presa. Novamente sua voz ecoou.

___ Suponho que você seja a filha da Isabel!

Consegui abrir a boca e respondi.

____ Sim! E você deve ser o Andrey Albuquerque.

Antes que qualquer som saísse entre seus lábios uma voz enjoativa ecoou no ambiente.

____ Para você senhor Andrey Albuquerque.

Voltei minha atenção para mulher que tinha um ar de soberba. Descendo os degraus da escada, e assim que parou em nossa frente voltou a se pronunciar.

____ Como te falei ontem se quiser continuar trabalhando nessa casa, mantenha-se ocupada nos seus afazeres.

Senti um nó se formando em minha garganta, a raiva percorrendo em minhas veias , e assim que ia me manifestar a voz de Andrey novamente se fez presente.

____ Chega mãe! Eu quem falei com ela e como uma boa funcionária estava respondendo a minha pergunta. Agora preciso ir que tenho uma reunião daqui a meia hora.

Ele deu um beijo na testa da mulher a minha frente e com um giro nos calcanhares caminhou em direção a porta. Volto minha atenção para mulher a minha frente quando ouço a sua voz.

____ Não quero nenhuma aproximação sua com o meu filho. Então se mantenha afastada do Andrey ou te mostrarei o caminho da rua.

Cerrei os punhos , e a raiva tomou conta de mim, mas ouvir suas últimas palavras fizeram o nó que estava preso em minha garganta não se libertar.

___ Acredito que pelo estado da sua mãe você precise desse emprego.

Com os olhos nublados pelas lágrimas de ódio. Respirei fundo pois tudo que vinha na minha mente era a imagem da minha mãe. Depois de dizer a ela que não tinha intenção alguma em me aproximar do seu filho me afastei indo em direção a cozinha.

Assim que cheguei no cômodo . Fechei os olhos e me concentrei em um único pensamento. A minha mãe vale qualquer sacrifício, enquanto não arranjar outro emprego eu terei que suportar tudo isso. Durante o resto das horas o meu tempo se resumiu entre limpar a casa e fazer a comida. Com uma dor insuportável em minhas pernas olhei para o relógio e faltava vinte minutos para o meu expediente terminar, foi quando Helena Albuquerque surgiu em minha frente e pediu para deixar alguns lanches prontos pois mais tarde uma amiga viria com sua filha para mansão.

As horas passaram voando e depois de duas horas concluir tudo , olhei para o relógio e já estava bem tarde se não me apressasse perderia o ultimo ônibus. Com tudo já pronto, tomei um banho e já arrumada, deixei a mansão. Olhei para céu que estava escuro e tudo indicava que um temporal estava se aproximando, em passos largos caminhei em direção a parada de ônibus. Tudo estava deserto, passaram quase uma hora e nada do ônibus passar . Eu já estava nervosa quando começou a cai algumas pingos de água .

Fiquei tão distraída com os pensamentos em minha mãe que já devia está preocupada que nem me dei conta

quando um veículo obscuro parou em minha frente, o vidro escurecido escondia até o assento do motorista me deixando em total alerta, mais logo o vidro foi abaixado revelando a última pessoa que não imaginei que surgiria em minha frente. Meus pensamentos foram interrompidos quando sua voz grave se fez presente.

____ Vamos! Eu levo você.

Fiquei totalmente paralisada.

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