MANDY

Um ninja (palavra japonesa) era um agente secreto ou mercenário no Japão feudal. As funções de um ninja incluíam espionagem, disfarces e ataques surpresa.

Sim, o dicionário.

Descreve perfeitamente a atitude da minha mãe.

Imagine só, atacar Mark do nada e mantê-lo preso no chão como um malfeitor ou algo assim.

Ai, sinto até dor de tanto que estou envergonhada.

Tudo estava indo muito bem, antes da interferência dela. Mark chegou pontualmente às 17h, após o treino de natação. Estávamos à mesa de jantar, resolvendo alguns problemas de álgebra, quando ele pediu água. Da cozinha, ouvi o tumulto.

Não apenas Mark foi jogado no chão com minha mãe em cima dele, mas também alguns enfeites de mesa voaram para todos os lados e se espatifaram ruidosamente, fazendo-me correr para a sala.

— Mãe, pare com isso!

Depois que eu gritei, ela voltou a si imediatamente e o soltou.

— Esta é sua mãe? - Mark ficou surpreso.

— Prazer em conhecê-lo. Eu sou Carol Hills, a mãe dela. - Quando ele aceitou seu aperto de mão, ela o puxou do chão.

— Mark Smith. - disse ele, completamente sem fôlego e confuso. — Mãe, como você pôde fazer isso? Eu pedi sua permissão para recebê-lo aqui.

— Ah, é mesmo. Eu esqueci, Mandy. Então, imagine minha reação quando vi um estranho na nossa casa.

— Imagino, mãe, como você deve ter se sentido ameaçada ao vê-lo placidamente sentado e lendo.

— Está tudo bem, Mandy. Nunca sabemos como reagiremos ao enfrentar o perigo. - Mark foi gentil em dizer isso, desculpando a atitude de minha mãe. - Sinto muito, Sra. Hill, eu deveria ter sido apresentado à senhora antes de começarmos a estudar.

— Isso teria sido ótimo.

“Sim, mãe, em tempos FEUDAIS.” Pensei, mas não falei. Não consegui reagir a tanto drama. Eu já mencionei que minha mãe estava usando seu quimono preto? Então, eu apenas balancei a cabeça concordando, quando Mark pegou seus livros e decidiu ir embora.

MÃE

“Afinal, a melhor defesa é o ataque.

Eu tinha tudo planejado. Eu desfilaria na frente dele de quimono, para impor algum respeito. Ia franzir a testa e bufar um pouco. Esse era o plano.

Mas quando vi suas cabeças juntas, inclinadas sobre os livros, os sussurros e os sorrisos. Eu não aguentei. Eu abri minha boca para gritar, mas Wendy de repente saiu da sala, e daí eu simplesmente o ataquei.”

MARK

“A pobre mulher achou que eu fosse um ladrão ou algo assim. E eu, por outro lado, pensei que ela fosse uma invasora.

Nossa, ela é forte demais. Enquanto estava abatido no chão, só conseguia pensar que estava feliz por Mandy ter saído da sala e escapado do monstro.

E no final, era sua mãe. Eu me sinto meio estúpido agora.”