Capítulo 14 – Então ele gosta da Steph

MANDY

Quando decidi não ir à escola por uma semana, meu telefone teve uma explosão de mensagens e ligações não atendidas, já no primeiro dia.

Por isso achei melhor mandar uma mensagem para o grupo de amigos da escola, dizendo que estava de folga durante a semana e que os veria na próxima segunda-feira. É engraçado como esse grupo incluía Steph e Mark.

Acrescentei que era devido a uma forte dor de cabeça e à necessidade de descansar mais.

E então desliguei o telefone.

Se eu pudesse desligar minha mente. Continuei me lembrando dos laços que tive com Steph desde a infância. Nossas chamadas ‘missões’ começaram aos nove anos de idade, quando notamos os meninos pela primeira vez. Foi tudo muito inocente, mas nos deu alguns desafios e muita diversão. A primeira vez, foi quando Hiroshi, um estudante de intercâmbio, chegou do Japão. Steph estava tão interessada nele, que o seguia por toda parte. Mas só assustou muito o menino, porque ele não falava inglês e achava que era bullying.

Decidimos realizar algumas ações positivas para ela conquistá-lo. Então, praticamos dizer em japonês, ‘Eu quero ser seu melhor amigo’, esta era a fala de Steph, e eu acrescentaria: ‘Ela é uma boa amiga’.

Então, depois de um mês ensaiando, (porque estávamos impacientes para colocar nosso plano brilhante em prática), nós apenas caminhamos até ele e falamos isso.

Seus olhos se arregalaram e ele começou a chorar e gritar. Até hoje não sei o que dissemos. Seus pais do intercâmbio, o transferiram para outra escola e nós nunca mais confiamos na Internet para aprender outra língua.

Então foi a minha vez na próxima ‘missão’, e a vez dela novamente e assim por diante...

Ah, como estávamos nos divertindo.

Bem, espero que as coisas voltem ao normal entre nós algum dia, porque eu realmente sinto falta dela.

Agora, quando penso em Mark, minha mente explora detalhes... Como seu cabelo parece macio (eu nunca toquei neles, embora eu quisesse tanto), como seus olhos mudam de tristes para felizes, quando eu olho para eles (talvez tenha sido apenas uma impressão que tive), suas rugas no nariz aparecem um pouco, quando ele não entende alguma coisa dos exercícios de álgebra (sempre levo mais tempo do que o necessário para esclarecê-lo, porque aí saboreio mais essa fofura), e depois, a boca dele... Ah, eu poderia escrever um poema sobre a boca dele (alguém deveria escrever), porque é tão masculina e ao mesmo tempo provocadora. Sua curva sempre lembra um sorriso, mesmo quando ele fala sério, mas é mais profundo que um sorriso, é uma promessa de beijo.

Agora é o momento exato, em que decido parar de pensar nele. Porque eu sinto lágrimas silenciosas caindo pelo meu rosto.

Meu primeiro beijo, que guardei para ele, não ia acontecer como eu imaginava.

Eu então, me juntei à mamãe na cozinha, ela tinha acabado de fazer brownies e depois fomos para o sofá assistir uma comédia na TV.

Eu me sinto um pouco melhor, agora.

HIROSHI

— Kaeritai.

Tradução:

— Eu quero ir para casa!

MÃE

Depois que Mandy desligou o celular, alguns de seus colegas me ligaram. Steph entre eles. Ela parecia muito preocupada e eu assegurei a ela que Mandy estava bem.

— Ela nunca descansa, você sabe. - Informei a uma alarmada Steph, pelo telefone.

— Eu digo isso a ela. Ah, vou destruir os livros de matemática dela, quando tiver oportunidade.

“Mas você já destruiu o coração dela” - foi meu pensamento. Mas eu não disse. Prometi a Mandy ficar fora disso e manteria sua confiança.

Então as flores começaram a chegar. Cada dia, tipos diferentes. Girassóis, margaridas, rosas, orquídeas...

Todas enviadas pelo Mark.

Bem, eu não tenho uma mente matemática, como a Mandy, mas algo não estava conferindo, aqui.

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