Capítulo 15 – A exibição de arte

MANDY

Fiquei muito emocionada, quando de fato ganhei meu primeiro milhão de dólares, com investimentos no mercado de ações. E o dinheiro era meu. Foi inacreditável.

Verifiquei com George, porque o sr. Boss o instruiu a me ajudar com dúvidas e quaisquer outros assuntos.

— Eu não tinha dez mil dólares para começar, então estou investindo para a empresa, certo?

— Não, neste caso. Você está investindo para si mesma. Veja, graças à generosidade do sr. Boss, a equipe de ‘projetos de alto nível’ recebe essa quantia para investir para si próprios. É um benefício e um incentivo. Ele diz que se as pessoas não gostam e não sabem investir para si, como podem trazer lucro para a empresa?

— É o melhor lugar do mundo para trabalhar, George.

— Não para todos, Mandy. Algumas pessoas odeiam escritórios. E eles desprezam todos os tipos de números, exceto aqueles que aparecem em notas de dólar.

 Eles riem juntos agora. George é um cara ótimo. E é por isso que ele é o assistente pessoal do próprio CEO.

Mandy logo é chamada ao escritório de Arthur Boss. Ele quer parabenizá-la pessoalmente.

— Eu me lembro do meu primeiro milhão. Foi um ótimo investimento.

Ele está tão animado. Mais do que eu, se isso for possível.

— Espero que sua mãe fique feliz - ele acrescenta.

Bem, isso explica um pouco de seu entusiasmo.

Ele então convida a mim e a minha mãe para uma Exposição de Arte, que ele está patrocinando.

A abertura será no sábado à noite.

No Museu

MANDY

Quando chegamos no museu, já estava meio lotado. O artista era bem conhecido.

Eu estava vestindo uma saia marrom de veludo, na altura do joelho, com uma blusa branca de cetim e salto alto. Eu me sentia elegante e sofisticada, já que minha mãe insistiu que eu usasse o colar de pérolas e os brincos, que meu pai deu a ela quando eles namoravam.

Era uma celebração para nós, porque mamãe estava muito orgulhosa do meu sucesso.

Eu olhei para ela e reconheci que ela tem uma grande beleza. Sua maquiagem era suave, mas realçava suas feições. Seus olhos tinham brilho próprio e ela estava se divertindo, admirando um pouco de arte moderna.

Mamãe estava usando calças compridas de seda, que ficavam lindas nela. Elas eram quase transparentes e, olhando bem, não eram. Elas foram feitas para provocar a imaginação de um homem. Normalmente é assim, com roupas de alta costura. E essa roupa foi um presente meu, para a mamãe. Ela merecia usar roupa de etiqueta. A parte superior, era uma blusinha esvoaçante e estava enfeitada com delicadas flores coloridas.

Ela parecia incrível, e tenho certeza de que o sr. Boss concordava comigo, porque assim que nos viu, ele veio para o lado dela.

Achei tão fofo como ele disse apenas uma palavra:

— Carol.

E parecia que ele estava dizendo uma palavra preciosa. Minha mãe, em seu melhor humor, respondeu:

— Sr. Boss.

— Por favor, me chame de Arthur.

E então, eles começaram a caminhar juntos, curtindo um ao outro. Fiquei um pouco para trás, com algumas outras pessoas que conhecia do trabalho, incluindo George.

Veja, eu não tenho ciúme da minha mãe. Sou romântica e quero vê-la feliz. Talvez porque eu não me lembre do meu pai muito bem, não me incomoda vê-la com o sr. Boss.

Eu torço por eles. Que casal. Eles ficam deslumbrantes juntos. É como se tivessem um ritmo combinado, para andar, conversar...

Mas estamos falando sobre minha mãe, aqui. Eu deveria saber que essa paz não poderia durar.

Mas não estava preparada para tanto ruído e tamanha colisão.

O que acontece, é que o Sr. Boss tem alguns guarda-costas que trabalham para ele. Eles são altamente treinados. Alguns são homens aposentados, vindos da CIA.

Eles também são discretos, usam ternos escuros, não chamando atenção desnecessária para si mesmos, mas impõem respeito.

Minha mãe os conheceu antes e até já conversara um pouco com eles.

Nesta exposição, estavam dois deles, Steve e John. Os mesmos homens que ela conhecera no hospital e depois em nossa casa. Eles são como sombras para o sr. Boss.

Depois de meia hora que estávamos no museu, mamãe avistou um cara com uma arma.

Ela analisou detalhadamente a atitude dele, em relação ao sr. Boss.

Então, minha mãe o derrubou e o desarmou. As pessoas correram alarmadas, quebrando taças de champanhe e atropelando alguns garçons. Algumas pessoas fogem para a rua. Outras gritam de medo. Os guarda-costas, ao contrário, se aproximam com calma. — Steve, chame a polícia - minha mãe o instrui imediatamente. — Carol, o que aconteceu? - O sr. Boss não parece assustado, apenas curioso. - — Ele tinha uma atitude suspeita?

— Não, Arthur.

— Então, como você sabia que ele tinha uma arma?

— Eu acho que é um dom. Eu simplesmente noto um comportamento não natural. Eu tenho um tipo de radar.

— Ah. Bom saber.

— Você não estava em perigo imediato. Mas achei melhor não esperar mais, Arthur. Ele é muito forte. E veja, uma arma superpoderosa. - Enquanto ela explicava, minha mãe manteve o homem imóvel no chão, seu rosto mostrava que ele estava com dor.

— Estou orgulhoso de você, Carol. Agora, solte o homem.

— Por que?

— Porque ele está do nosso lado.

O homem se levanta envergonhado e se move com dor.

— Desculpe, sr. Boss.

— Não se preocupe com isso, Ralph. Passe pelo pronto socorro.

Explicações

Tudo voltou ao normal, mas eles preferiram sair do museu. A limusine estava pronta para levá-los, já que as duas vieram de táxi, porque Carol não se sentia com vontade de dirigir com roupas sociais.

O sr. Boss então, explicou sobre os guarda-costas disfarçados. Em sua posição, ele precisava se proteger tanto quanto possível. Ele tinha seguranças à paisana, que se misturavam em festas, em lugares públicos, em grandes eventos. Eles eram praticamente invisíveis. Às vezes agiam como casais, outras vezes como amigos conversando, ou até mesmo um cara lendo em uma praça, poderia ser um deles.

Mas eram um reforço invejável e surpreendente, caso fosse necessário.

— Quantos são? - Carol ficou muito interessada.

— Cerca de vinte. Porque não podem se repetir muito, nos lugares onde vou com mais frequência. Eles também mudam de disfarce, tingindo o cabelo, por exemplo.

— Você sempre os reconhece?

— Eu sou um grande fisionomista.

— Eu também. - Carol ficou encantada.

Arthur Boss sentiu que era a primeira descoberta do que eles tinham em comum. E ele tinha certeza de que havia muito mais a explorar. Ele estava ansioso por isso.

CAROL

Ela estava tão feliz porque Arthur agira com naturalidade diante de sua performance. Ela nunca arriscaria, estar perto de um estranho com uma arma, já que Mandy estava presente.

Ele foi compreensivo e aberto sobre suas próprias operações de segurança. Ela se sentiu mais próxima dele.

E ela tinha certeza de que eles tiveram um momento de “algo mais”, durante a despedida em sua porta.

Mandy entrou rapidamente, depois de um breve "Até logo" para seu chefe.

Carol decidiu agradecê-lo e segui-la, quando ele pediu gentilmente:

— Por favor, não entre ainda. - Sua voz estava rouca e sensual.

— Ok. Você não está cansado de mim? - ela tentou brincar de leve. Mas ele foi intenso e direto:

— Estou cansado de uma vida sem você.

Carol não sabia responder a isso. Seus sentimentos, despertos por ele a estavam mantendo quieta, agora.

— Eu te disse, o quão bonita você está esta noite?

— Você acabou de dizer. Obrigada.

— Você está maravilhosa. Mas eu acho você ainda mais bonita por dentro.

— Mas você mal me conhece, Arthur.

— De alguma forma misteriosa, eu conheço você, Carol. Eu sei sobre o que mais importa, seu caráter, sua paixão. E o jeito que você age com sua filha, isso é raro e precioso.

— Algumas pessoas dizem que sou louca.

— Pessoas invejosas, talvez. Você se casou muito jovem, certo?

— Aos dezoito anos.

— A meu ver, geralmente as pessoas se casam nessa idade, por dois motivos principais. Um, se você engravidou... - ele esperou pela resposta dela.

— Não. Eu não casei por isso.

— Ou dois, se você amou demais.

Ela ficou tão surpresa. Ela foi tomada por um leve choque, como se este homem estivesse viajando dentro de sua alma e ela pudesse sentir a eletricidade que ele provocava

E eles nem estavam se tocando. Estava além disso. Mais profundo.

— Essa foi a razão. - Ela simplesmente concordou.

— Pessoas com essa capacidade de amar, nunca vão priorizar os estudos ou o trabalho. Elas precisam estar junto do ser amado. E essa é você, Carol, uma pessoa com essa enorme capacidade de amar. É o que mais me atrai para você.

Uau. Ele estava lendo a alma dela. E isso causou um pouco de medo. De amar novamente e perder novamente. Ela ainda tinha uma dor de perda, como companheira constante.

—  Sabe, Arthur, minha família queria que eu esperasse. Estou feliz por não ter feito isso. Meu marido morreu em um acidente de avião, quando Mandy tinha três anos. - Ela confidenciou a ele. — Sinto muito, Carol. - E ela viu tanta compaixão em seus olhos, que aceitou seu abraço sem resistir. Seu calor, seu perfume doce e masculino, a força de seus braços, foram demais para ela.

Carol ainda não estava preparada e ele percebeu isso.

— Eu tenho que entrar. - Ela disse de repente.

— Tem, sim. - Ele a deixa ir, mas seus olhos fazem promessas para o futuro.

Mais tarde, em sua cama, Carol pensa sobre sua vida, suas memórias preciosas de seu falecido marido Dave, o nascimento de Mandy. Então ela percebe, que está prestes a virar uma página da história de sua vida. Seu coração diz que ela está pronta para amar novamente. Assim como dizem os olhos de Arthur.

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