Um herdeiro playboy.Uma mulher determinada.Uma história de amor engraçada e perigosa.Benjamin nunca foi o filho mais comportado, mas era bom no que fazia.Isso seu pai conseguia ver.Porém, após a morte dele, Ben e seu irmão, Bento, foram levados de volta para o interior devidoa um último pedido do pai: eles cuidarem da fazenda que ele tanto amava.Quando mais jovem, Benjamin queria ganhar o mundo e morar na capital, então voltar ao interior seria uma péssima escolha. Entretanto, sendo a última coisa que seu pailhe deixou como responsabilidade, ele faria isso a qualquer custo.Violeta amava viver na fazenda. Ela cuidava de seu pai desde que sua mãe morreu, e dali não queria sair nunca. E com a doença dele aparecendo para botar medo em seu coração, ela teria que lutar ainda mais.Todavia, elanão fazia ideia de que os herdeiros poderiam mudar tudo na pequena vila, e pior, que o mais novo deles seria tão irritante, safado e que acabariaa enlouquecendo ou seduzindo.capítulo 1BenjaminAo
VioletaAbri a janela para que o sol da manhã entrasse e iluminasse a casa, trazendo consigo o calor. Ali era bem frio no início e no fim do dia, algo com o qual eu já tinha me acostumado desde pequena.A manhã na Vila da Felicidade era linda. A imensidão da fazenda, onde os campos e a plantação de uvas davam um contraste deslumbrante, até parecia uma tela exposta em um museu.Fiquei ali observando tudo e imaginando que eu era uma pessoa de sorte por viver naquele lugar. E ao longe vi meu pai voltando para casa. Ele costumava acordar cedo e sair para fazer alguma coisa. E não era o único, porque essa era a vida no campo.Entrei na cozinha para preparar o café. Algo que sempre amei naquele local e na casa era o fogo à lenha. Apesar de termos um fogão a gás, ele era a minha opção favorita.Tudo fica com o gosto mais aconchegante assim.Logo pus a água para esquentar e peguei algumas frutas e o bolo de milho e mandioca que eu tinha feito no dia anterior.Assim que papai entrou pela porta
Passar o dia na floricultura era a melhor parte. Eu amava estar no meio das flores, sentindo seu perfume e vendendo amor. Era óbvio que certas vezes clientes homens adoravam dar em cima de mim, mas eu nunca lhes dava liberdade, fazia o meu trabalho e voltava para casa.A floricultura ficava a quase 1 quilômetro da vila, que era dentro da fazenda dos Fontana. A cidade inteira girava em torno disso, pois além dos campos cheios de árvores frutíferas, tinha o vinhedo, que era o que realmente importava. A indústria ficava a alguns quilômetros. Tudo era produzido ali e exportado. Isso gerava uma economia para a cidade imensa, fora o turismo, já que adoravam visitar a cidade mais fria que produzia um dos vinhos mais deliciosos do país.Estava na metade do dia e o sol se encontrava alto, mas não muito quente. Havia chovido mais cedo, o que diminuiu a temperatura e criou algumas poças em algumas partes da pista de terra.Aproveitei aquele momento para pensar na vida e em mim. Apesar de eu amar
BenjaminQuem era aquela caipira desbocada?Eu juro que não a tinha visto no meio da estrada. Nunca faria aquilo com alguém, ainda mais com uma pessoa tão... bonita.Passei todo o caminho até a fazenda pensando em como seria entrar por aquela porta e não ver meu pai. Então, como uma força da natureza, aquela mulher de olhos claros, cabelos cacheados e boca atrevida passou no meu caminho e me botou no chão.Nunca fui de babar por mulher nenhuma. Eu já tinha levado mais de uma dúzia delas para a cama e nenhuma havia passado mais do que esse tempo comigo. Já tentei namorar antes, mas não deu certo, e isso não era um problema até os meus 29 anos, quando meu pai passou a me cobrar uma nora e netos. Entretanto, ele não iria mais ver isso acontecendo, e a culpa era minha.Claro que eu não deveria apressar as coisas só porque estava com a consciência pesada, mas aquela moça... Jesus! Ela tinha um poder fora do comum. Eu queria saber seu nome e a ver novamente, dessa vez sem toda aquela lama e
VioletaEu não conseguia parar de pensar naquele homem alto de ombros largos e olhos azuis como o céu. Deus foi bondoso no quesito beleza com ele, todavia pecou na educação.Onde já se viu alguém tão inconsequente?Eu nunca tinha conhecido os homens da capital, pois a minha vida toda eu tinha passado na roça, e amava esse lugar. Só que até os xucros eram mais educados que aquele playboy.Sair daquele local foi mais como uma fuga para mim, tanto pela forma como acabei aquele diálogo, sujando-o com a mesma terra que ele me sujou, como por eu ter sentido todo o meu ser ficar abalado com aquele sorriso safado no seu rosto. Eu não sabia quem ele era, nem queria saber. Corri para casa para tomar um banho e lavar a roupa suja antes de esquentar o almoço e ajudar meu pai na plantação de laranjas.Eu estava com a toalha na cabeça enquanto lavava o vestido sujo e pensava naquele homem de duas formas, sendo que uma delas me deixava ainda mais irritada.— Aposto que ele nunca tinha se sujado de l
VioletaDois dias depois e nada de novidades sobre a nossa situação. Eu também não tinha voltado a ver o irmão Fontana, quem eu havia provocado dias antes. Não sabia se isso era bom ou ruim, mas, finalmente, naquele dia fomos chamados para uma reunião com alguns líderes e funcionários.Meu pai e a maioria dos homens e mulheres que trabalhavam ali não entendiam muito bem sobre negócios e toda a burocracia que viria com os herdeiros, que eram homens formados vivendo na capital e do dinheiro que vinha do vinhedo, mesmo tendo outras empresas.Por isso e por muitas outras coisas nós decidimos que poucos de nós iríamos àquela meia reunião. Eu não sabia o que aconteceria e quem nos encontraria, e para o meu bem e do meu pai, decidi tomar a frente dessa causa e eu mesma ir a esse chamado. Eu tinha muito orgulho de ser bem formada no ensino médio e do desejo de ir além, mesmo sabendo que na minha situação atual não poderia realizar isso.— Você já viu os moços? — Flora me perguntou, olhando pa
BenjaminA cada dia que se passava, mais a jovem e petulante Violeta me surpreendia.Quando cheguei à fazenda, precisei de um tempo para me acostumar com o silêncio e com a falta do odor que eu tanto odiava do charuto que papai fumava. Estar ali era difícil, mas confesso que a menina de nariz empinado me ajudava a me distrair. Eu não parava de pensar nos seus lábios carnudos, no corpo pequeno e na língua solta. Eu gostava de desafios, e estava esperando a poeira abaixar para ir à procura da baixinha, mas o destino estava a meu favor.Claro que eu sabia o básico: ela era moradora da vila e trabalhava na fazenda. Provavelmente, eu daria um jeito de achar a garota, no entanto ela veio até mim novamente, cheia de coragem e petulância.Eu estava começando a gostar de ser provocado.— Sei que não tivemos um início muito amigável — comecei, sabendo que depois de chamar a sua atenção deveria me afastar. — Não queremos gerar desconfianças nem desconfortos. Meu irmão e eu estamos aqui a pedido
VioletaOnde isso vai dar?Minha intenção naquela reunião era buscar explicações para a nossa vila de trabalhadores, mas acabei formando uma parceria com Benjamin Fontana. Eu não gostava desse homem. O pouco que eu já havia conhecido dele não me agradava.Claro que aquele incidente foi algo isolado, mas alguma coisa dentro de mim pedia para eu tomar cuidado. A forma como ele me olhava me deixava desconfiada e irritada. Uma parte de mim gostava disso e queria provocá-lo, porém era só eu me lembrar de quem ele era para isso cair por terra.Foi estranho o seu pedido de ajuda. Provavelmente, os Fontana tinham homens na fazenda que poderiam ajudá-los com essa vistoria, mas Benjamin veio me procurar. Eu não sabia se isso era um plano para ele ficar perto de mim ou se realmente estava olhando tudo pelo lado profissional. Talvez tenha sido pela forma como falei na reunião do dia anterior. Nada fazia muito sentido, mas se era para ajudar a minha comunidade, eu faria o que fosse possível.Eu j