VioletaEu me recusava a pensar que estava fugindo de Benjamin Fontana. Depois daquele beijo, eu não parava de pensar no maldito. Por que ele teve que fazer aquilo? Eu apostava que se divertia com o meu martírio.Eu deveria ser mais forte, uma pessoa que sabia o que queria e que afastava coisas assim. Todavia, eu estava há dez minutos arrumando algo que já estava certo, só por estar pensando no babaca playboy.Óbvio que suas palavras e promessas me deram um conforto e me aproximaram dele. Em menos de uma semana o homem caiu no meu colo, dizendo que se importava e que iria nos ajudar. Que iria me ajudar. Uma dor de cabeça!Benjamin Fontana era encrenca, um zumbido ao meu ouvido que me incomodava. Eu tinha certeza de que ele desejava me ver suspirar por ele e me ter pensando onde e como ele estava, sendo que só queria me causar mais problemas.Para mim, era claro que um homem maduro como o Benjamin me via como uma coitada do mato, quem ele seduziria e levaria para a cama, sendo que eu
BenjaminVioleta estava se tornando quase uma obsessão para mim. A menina simples era totalmente o oposto das mulheres com quem eu saía. Elas sempre se jogavam em mim, e eu confesso que me aproveitava disso.Com a minha mudança, eu tentava ser correto e não abusar por aquelas bandas, mas estava cada dia mais difícil não a desejar. A mulher arretada estava em meus sonhos me provocando, e sempre que eu acordava, tinha o impulso de sair e a procurar.Eu não fazia ideia de onde isso iria parar nem sabia o que realmente queria com a moça, porém não conseguia tirá-la da cabeça.— Está nas nuvens, é? — questionou-me Margarida, que me observava, curiosa, do outro lado da mesa.Estávamos tomando café. Eu não sabia onde meu irmão estava, só que não era em casa.— Ultimamente anda muito distraído.Eu ri da situação, pois era verdade. Isso era o efeito Violeta.— Estou pensando nos negócios da fazenda — menti, pois Margarida já tinha me dito a sua opinião sobre meus passeios com Violeta. — Há mui
VioletaO que estou fazendo aqui? Hã?Como e por que fiz aquele convite? Logo para Benjamin Fontana, um dos donos de tudo isso que estou vendo agora.Confesso que eu não conseguia, de forma alguma, tirar esse homem da minha cabeça desde aquele beijo. Eu nunca havia sentido algo parecido. Apesar de rápido, foi suficiente para me enlouquecer e para eu não o tirar da minha mente.Eu deveria ser mais esperta, mais cautelosa, mas ali estava eu, olhando pela janela o sol raiando, os passarinhos cantando e o verde que cobria as terras da fazenda. Tudo o que eu conseguia pensar era em como ele era diferente do que imaginei, e que apesar de sempre estar com aquele sorriso safado no rosto, Ben era inteligente, carinhoso, brincalhão e me prendia a ele por muito tempo.Gostei tanto da nossa conversa, que quis prolongar as coisas e o convidei para fazer algo que nunca tinha sugerido a ninguém além da minha prima.— Está no mundo da lua outra vez — ouvi papai dizer. Depois ele tossiu e parecia que
Eu já sabia o porquê de tê-lo convidado: queria conhecê-lo melhor. Era provável que toda aquela empolgação acabasse e os irmãos embarcassem de volta para a capital. Eu também tinha em mente que gostar desse homem devasso me deixaria magoada com sua partida, mas, ainda assim, queria passar aquele tempo ao seu lado.— Então... Quando começa a colheita das uvas? — ele perguntou, ainda encantado com a vista do vinhedo. O sol começava a brilhar nas folhas verdes e as pessoas trabalhavam no cuidado com a fruta. — Fiquei curioso para saber como é essa tradição que eu particularmente não me importava em participar.— Então, por que o interesse agora? — questionei, desconfiada de que ele soltaria alguma gracinha.— Uma certa morena de olhos verdes por quem me interesso vai participar. Só isso me dá motivos para eu dar uma chance ao ritual.— Você poderia estar interessado por motivos próprios que não fossem seduzir a morena.Ele riu antes de me encarar de onde estava, de cima de um cavalo de
BenjaminAquela mulher estava começando a me mudar, e não era pouco. Eu nunca tinha feito tanto esforço para ter uma garota em meus braços, e dessa vez era ela quem não me queria. Bem... Pelo menos era o que sua boca dizia, porque seus olhos falavam outra coisa.Eu entendia as suas ressalvas. Eu não era um cara muito confiável, ela não me conhecia e nosso primeiro encontro foi meio conturbado.Meu objetivo era simples ao decidir voltar para aquela cidade: realizar os últimos pedidos do meu pai. Todavia, o destino jogou essa mulher de cabelos cacheados e olhos verdes ardentes no meu caminho. Confesso que eu estava com medo do que ela me provocava e me forçava a fazer. Eu nunca havia me prendido tanto a alguém assim. Estava longe de mim ser um cafajeste com ela, e isso também me assustava, pois eu queria mais do que só tê-la para mim, eu a queria de todas as formas.No momento, eu estava deixando a minha cabeça fervorosa de lado e trazendo a mim pensamentos como: “Toma cuidado, Benjami
VioletaEu não deveria estar gostando daquilo ou supondo aceitar aquela loucura.Benjamin Fontana, o playboy da fazenda, safado convicto, pedindo-me uma chance? Só podia ser um sonho louco. Ele estava brincando ou era real?O que quer que fosse, eu deveria tomar cuidado.Homens como ele não veem garotas como eu como uma namorada ou sonham com um futuro. Para eles, somos tolas, simples e fáceis de usar.Mas eu não era assim. Mais esperta do que eu, impossível. E se aquele playboy achava que seria fácil me conquistar, estava enganado.— Que sorriso bonito. — Meu pai apareceu no quarto coçando a cabeça, rindo ao me ver sorrindo.Eu estava na cama, olhando para o teto enquanto pensava em Benjamin. Não deveria gastar todo esse tempo imaginando como seríamos se fôssemos um casal, mas confesso que essa parte era impossível de impedir.— Chegou alegre, como se tivesse ganhado o mundo.— Não ganhei nada, pai. — Levantei-me, ajeitando-me. Era noite, já tínhamos jantado e estava na hora de dormi
VioletaConfesso que já acordei sorrindo como uma boba. A noite passada nem tinha sido lá um conto de fadas, mas só de saber que Benjamin se deu ao trabalho de ir até minha casa e me beijar daquela forma já era um motivo para eudespertar mais feliz.Levantei-me da cama, sentindo que o dia seria bom, mesmo que a dúvida dele e sua estadia na fazenda me preocupassem e me fizessem pensar que eu estava cometendo um erro.Fiz o café, como de costume,esperei o meu pai e separei uma muda de roupas para irmos à consulta de um médico que avaliaria os trabalhadores.Papai já chegou em casa de cara fechada, sabendo porque eu estava ansiosa para a sua chegada.— Nada de cara feia, papai.O senhor não tem como escapar —eu o repreendi assim que ele passou pela porta. —É uma exigência do Benja... Do senhor Fontana. —Eu quase ia me esquecendo das formalidades.Meu pai era daqueles que faziam questão de separar as coisas. Se Benjamin era o patrão, mesmo que jovem e herdeiro, era para ser encarado como t
As pessoas estavam gostando daquele ato deBenjamin. Muitos ali sentiam dificuldade de procurar um médico, pois em uma cidade pequena como aquela era difícil achar um profissional que estivesse totalmente disponível para nós. A maioria demorava a achar uma vaga, e quando conseguia, era com uma data longa de espera ou tendo que ir para a cidade vizinha.Meu pai estava de cara fechada, mesmo eu tentando convencê-lodo contrário. As pessoas conversavam enquanto ele esperava a sua vez.Já estávamos aguardandohá meia hora, mas não me incomodei, pois sabia que todos seriam atendidos e que estavam ali há mais tempo.Quando chamaram o nome do meu pai, eu me animei e melevantei da cadeira com alegria.— Não precisa vir comigo, eu posso me cuidar —ele me disse. Revirei os olhos, achando muito estranho todo esse afastamento.— Eu sei disso, mas nada me fará perder essa consulta.Sei bem que é difícil e quero ouvir com meus próprios ouvidos o que o senhor tem.Claramente, ele não gostou disso, mas s