As pessoas estavam gostando daquele ato deBenjamin. Muitos ali sentiam dificuldade de procurar um médico, pois em uma cidade pequena como aquela era difícil achar um profissional que estivesse totalmente disponível para nós. A maioria demorava a achar uma vaga, e quando conseguia, era com uma data longa de espera ou tendo que ir para a cidade vizinha.Meu pai estava de cara fechada, mesmo eu tentando convencê-lodo contrário. As pessoas conversavam enquanto ele esperava a sua vez.Já estávamos aguardandohá meia hora, mas não me incomodei, pois sabia que todos seriam atendidos e que estavam ali há mais tempo.Quando chamaram o nome do meu pai, eu me animei e melevantei da cadeira com alegria.— Não precisa vir comigo, eu posso me cuidar —ele me disse. Revirei os olhos, achando muito estranho todo esse afastamento.— Eu sei disso, mas nada me fará perder essa consulta.Sei bem que é difícil e quero ouvir com meus próprios ouvidos o que o senhor tem.Claramente, ele não gostou disso, mas s
VioletaEu não deveria ter ido àquele encontro depois da noite passada. Benjamin Fontana era perigoso para mim. Com um homem que conseguia me dobrar como ele, eu tinha que tomar cuidado.Mas foi só ele me deixar um bilhete me pedindo para o encontrar na cachoeira, que corri até lá como se meu dia já não tivesse sido caótico.Era tarde e o sol se escondia sobre as folhas das árvores mais altas. O caminho estava livre e ninguém ia muito paraaquelas bandas.Eu me lembrava do dia anterior, de quando tive coragem de nadar por aquelas águas enquanto Ben me observava praticamente sem nada no corpo.Era natural para mim fazer isso quando eu decidia nadar, mas não pensei direito antes. Vi como ele ficou atiçado, e confesso que eu também. Podia ser coisa de uma garota que nunca tinha sido tocada, mas só de saber que ele me olhava quase me despindo me deixou excitada de uma forma diferente.Assim que me aproximei da água, eu o vi dentro dela sem camisa e, provavelmente, sem calça, pois em terra fi
Dias depoisVioletaDepois que Benjamin chegou, minha vida mudou completamente. Fui de uma mulher determinada a viver minha solteirice até os 19 anos, a uma apaixonada, boba, que não parava de pensar no homem que já tinha me feito sentir coisas que jamais imagineisentir.Eu pensava nele a todo instante eminha cabeça era inundada de perguntas das quaiseu ainda não sabia a resposta.Será que o playboy Fontana realmente gosta de mim ou está curtindo as férias na fazenda e, de quebra, brincando com meu coração?Devo confessar que a cada dia eu me surpreendia mais com o homem. Ele era o mais presente possível e dedicado. Estava nos ajudando e buscando por melhorias; só que não tinha os pés no chão.Eu era só uma garota do mato que experimentava do pecado e não parava de pensar no idiota da capital.A questão toda era eu sentir que ele me roubava de mim nos momentos em que eu deveria estar totalmente concentrada na realidade.Meu pai estava doente,caindo pelos cantos a cada minuto, e eu só po
BenjaminEu já havia enfrentado muitas pessoas no tribunal,um juiz arrogante ali, uma acusação absurda dali, mas o pai da garota de quem eu gostavaera a primeira vez.Confesso que eu estava seguro... até entrar pela porta.Quando ele disse “não”, eu quase caí, em choque. Óbvio que eu não estava esperando 100% de aprovação, mas o ouvir dizer que aquilo não era certo me deixou no chão.Pela primeira vez eu queria uma mulher para mim. Achei a pessoa que era o meu oposto e meu suporte. Nunca pensei que ao voltar para aquele lugar encontraria alguém tão especial assim. Contudo, eu corria o risco de não ter a aprovação do seu pai.E sabia bem que se ele não me permitisse namorá-la ou talvez, quem sabe, casar, Violeta nunca mais viria ao meu encontro.— Sei o que as pessoas falam de mim —comecei com o meu argumento. —E sei bem que não sou o melhor homem do mundo para a sua filha.Eu mesmo me sinto assim. —Respirei e pensei antes de falar, como fazia quando tinha um desafio. —Também sei que não
VioletaNunca imaginei que estaria cometendo aquele delírio na vida, mas lá estava eu saindo de fininho, depois que meu pai se deitou, para ver o meu mais novo e oficial namorado e fazer sei lá o que com ele.Após Benjamin dizer que teria que voltar à capital, mesmo que por pouco tempo, eu não parei de pensar que ele poderiaretornar ou não, embora ele tivesse ido à minha casa fazer o pedido de namoro para o meu pai.Caso isso fosse só um sonho louco, eu queria ter mais um tempinho ao seu lado antes que ele se fosse.— Violeta, eu espero que esteja pensando direito sobre isso —falei a mim mesma. — Não faça besteira.Não importava o que minha boca e um lado do meu cérebro diziam,eu ainda estava saindo de fininho, levando uma coberta, por conta do frio, e minha cara e coragem, sem pensar nas consequências.Meu coração estava na boca e minhas mãos suavam, mas não dava mais para eu voltar atrás.E eu nem queria isso.Então, prossegui com o plano, sabendo que teria que voltar antes que o sol r
VioletaAquilo foi magnífico. Ser dele por completo foi inexplicável e inesperado. Eu não tinha nada em mente até chegar lá e fazer com que a noite se transformasse em fogo.Até o momento eu sentia meu corpo vibrar só de me lembrar do seu toque, dos beijos e do seu corpo sobre o meu. Tudo era como um sonho louco e prazeroso.Porém, a realidade não me agradava naquele instante. Como se meu peito já não estivesse em conflito e preocupado com meu pai, eu teria que lidar com a insegurança que me bateu quando Ben se foi. Eu acreditei quando ele disse que voltaria para mim, mas a menina tola em meu interiornão conseguia ficar em paz. Tudo o que eu conseguia pensar era em possibilidades que aconteceriam para que ele não retornasse.Por enquanto os exames do meu pai ocupavam grande parte do meu tempo.Como se já não bastasse a distância entre mim e Benjamin, tinham os resultados preocupantes que viriam depois desse dia.A família Fontana, ou melhor dizendo, Benjamin Fontana, estava nos proporci
Quatro dias depoisVioletaAcordei motivada depois de uma noite na qual meu pai e Benjamin pareceram dois amigos de anos.Papai contou suas histórias de mais jovem, e Ben se interessou bastante.Presenciar isso me deixou emocionada. Foi a primeira vez que convidamos um namorado meu para um jantar. Fiquei nervosa, admito, pois Benjamin era de outra classe social e cresceu comendo e vivendo com tudo do bem e do melhor.Por incrível que pareça, eu só vim perceber isso na noite passada. Imaginei várias situações sobre o que tínhamos e o que queríamos juntos.Mas era tarde demais para pensar nisso. Ben e eu já tínhamos nos apaixonado. Eu vivia um amor que jamais pensei em viver, no entanto sentia aquele medo no peito de que algo na minha simplicidade o incomodasse ou o fizesse mudar de ideia sobre nós. Só que apesar disso ainda me incomodar, a refeição foi agradável e eu vi que meu pai estava prestando atenção em tudo, claramente avaliando-o.Levantei-me cedo, fiz o café como papai gostava
BenjaminMinha consciência não conseguia ficar quieta por um segundo desde o momento em que cheguei àquela plantação e vi o senhor Martini no chão tendo um infarto bem na minha frente.Ele já tinha dito o quão mal se sentia, só esperava que as coisas iriam melhorar com o tratamento e os remédios. Insisti para o levarà capital para ter médicos especializados e muito mais preparados, porém o homem se recusou, mesmo que sua filha tenha insistido mais do que tudo.E no momento, sem ele ali, Violeta estava em pedaços, chorando pela morte do seu pai.Ela não merecia isso.Os dois não mereciam. Ele era a sua única família presente. Eu sabia que seu tio paterno e sua prima de primeiro grau moravam próximos a eles e trabalhavam no mesmo lugar, porém Violeta e seu pai eram mais reclusos.Acabei descobrindo que meu amor pela mulher teimosa ia além do comum, e meu coração estava aflito por eu não saber o que fazer ou dizer.Ela se achava sozinha, mesmo eu estando ali.Eu sabia que sentimento era esse