BenjaminAquela mulher estava começando a me mudar, e não era pouco. Eu nunca tinha feito tanto esforço para ter uma garota em meus braços, e dessa vez era ela quem não me queria. Bem... Pelo menos era o que sua boca dizia, porque seus olhos falavam outra coisa.Eu entendia as suas ressalvas. Eu não era um cara muito confiável, ela não me conhecia e nosso primeiro encontro foi meio conturbado.Meu objetivo era simples ao decidir voltar para aquela cidade: realizar os últimos pedidos do meu pai. Todavia, o destino jogou essa mulher de cabelos cacheados e olhos verdes ardentes no meu caminho. Confesso que eu estava com medo do que ela me provocava e me forçava a fazer. Eu nunca havia me prendido tanto a alguém assim. Estava longe de mim ser um cafajeste com ela, e isso também me assustava, pois eu queria mais do que só tê-la para mim, eu a queria de todas as formas.No momento, eu estava deixando a minha cabeça fervorosa de lado e trazendo a mim pensamentos como: “Toma cuidado, Benjami
VioletaEu não deveria estar gostando daquilo ou supondo aceitar aquela loucura.Benjamin Fontana, o playboy da fazenda, safado convicto, pedindo-me uma chance? Só podia ser um sonho louco. Ele estava brincando ou era real?O que quer que fosse, eu deveria tomar cuidado.Homens como ele não veem garotas como eu como uma namorada ou sonham com um futuro. Para eles, somos tolas, simples e fáceis de usar.Mas eu não era assim. Mais esperta do que eu, impossível. E se aquele playboy achava que seria fácil me conquistar, estava enganado.— Que sorriso bonito. — Meu pai apareceu no quarto coçando a cabeça, rindo ao me ver sorrindo.Eu estava na cama, olhando para o teto enquanto pensava em Benjamin. Não deveria gastar todo esse tempo imaginando como seríamos se fôssemos um casal, mas confesso que essa parte era impossível de impedir.— Chegou alegre, como se tivesse ganhado o mundo.— Não ganhei nada, pai. — Levantei-me, ajeitando-me. Era noite, já tínhamos jantado e estava na hora de dormi
VioletaConfesso que já acordei sorrindo como uma boba. A noite passada nem tinha sido lá um conto de fadas, mas só de saber que Benjamin se deu ao trabalho de ir até minha casa e me beijar daquela forma já era um motivo para eudespertar mais feliz.Levantei-me da cama, sentindo que o dia seria bom, mesmo que a dúvida dele e sua estadia na fazenda me preocupassem e me fizessem pensar que eu estava cometendo um erro.Fiz o café, como de costume,esperei o meu pai e separei uma muda de roupas para irmos à consulta de um médico que avaliaria os trabalhadores.Papai já chegou em casa de cara fechada, sabendo porque eu estava ansiosa para a sua chegada.— Nada de cara feia, papai.O senhor não tem como escapar —eu o repreendi assim que ele passou pela porta. —É uma exigência do Benja... Do senhor Fontana. —Eu quase ia me esquecendo das formalidades.Meu pai era daqueles que faziam questão de separar as coisas. Se Benjamin era o patrão, mesmo que jovem e herdeiro, era para ser encarado como t
As pessoas estavam gostando daquele ato deBenjamin. Muitos ali sentiam dificuldade de procurar um médico, pois em uma cidade pequena como aquela era difícil achar um profissional que estivesse totalmente disponível para nós. A maioria demorava a achar uma vaga, e quando conseguia, era com uma data longa de espera ou tendo que ir para a cidade vizinha.Meu pai estava de cara fechada, mesmo eu tentando convencê-lodo contrário. As pessoas conversavam enquanto ele esperava a sua vez.Já estávamos aguardandohá meia hora, mas não me incomodei, pois sabia que todos seriam atendidos e que estavam ali há mais tempo.Quando chamaram o nome do meu pai, eu me animei e melevantei da cadeira com alegria.— Não precisa vir comigo, eu posso me cuidar —ele me disse. Revirei os olhos, achando muito estranho todo esse afastamento.— Eu sei disso, mas nada me fará perder essa consulta.Sei bem que é difícil e quero ouvir com meus próprios ouvidos o que o senhor tem.Claramente, ele não gostou disso, mas s
VioletaEu não deveria ter ido àquele encontro depois da noite passada. Benjamin Fontana era perigoso para mim. Com um homem que conseguia me dobrar como ele, eu tinha que tomar cuidado.Mas foi só ele me deixar um bilhete me pedindo para o encontrar na cachoeira, que corri até lá como se meu dia já não tivesse sido caótico.Era tarde e o sol se escondia sobre as folhas das árvores mais altas. O caminho estava livre e ninguém ia muito paraaquelas bandas.Eu me lembrava do dia anterior, de quando tive coragem de nadar por aquelas águas enquanto Ben me observava praticamente sem nada no corpo.Era natural para mim fazer isso quando eu decidia nadar, mas não pensei direito antes. Vi como ele ficou atiçado, e confesso que eu também. Podia ser coisa de uma garota que nunca tinha sido tocada, mas só de saber que ele me olhava quase me despindo me deixou excitada de uma forma diferente.Assim que me aproximei da água, eu o vi dentro dela sem camisa e, provavelmente, sem calça, pois em terra fi
Dias depoisVioletaDepois que Benjamin chegou, minha vida mudou completamente. Fui de uma mulher determinada a viver minha solteirice até os 19 anos, a uma apaixonada, boba, que não parava de pensar no homem que já tinha me feito sentir coisas que jamais imagineisentir.Eu pensava nele a todo instante eminha cabeça era inundada de perguntas das quaiseu ainda não sabia a resposta.Será que o playboy Fontana realmente gosta de mim ou está curtindo as férias na fazenda e, de quebra, brincando com meu coração?Devo confessar que a cada dia eu me surpreendia mais com o homem. Ele era o mais presente possível e dedicado. Estava nos ajudando e buscando por melhorias; só que não tinha os pés no chão.Eu era só uma garota do mato que experimentava do pecado e não parava de pensar no idiota da capital.A questão toda era eu sentir que ele me roubava de mim nos momentos em que eu deveria estar totalmente concentrada na realidade.Meu pai estava doente,caindo pelos cantos a cada minuto, e eu só po
BenjaminEu já havia enfrentado muitas pessoas no tribunal,um juiz arrogante ali, uma acusação absurda dali, mas o pai da garota de quem eu gostavaera a primeira vez.Confesso que eu estava seguro... até entrar pela porta.Quando ele disse “não”, eu quase caí, em choque. Óbvio que eu não estava esperando 100% de aprovação, mas o ouvir dizer que aquilo não era certo me deixou no chão.Pela primeira vez eu queria uma mulher para mim. Achei a pessoa que era o meu oposto e meu suporte. Nunca pensei que ao voltar para aquele lugar encontraria alguém tão especial assim. Contudo, eu corria o risco de não ter a aprovação do seu pai.E sabia bem que se ele não me permitisse namorá-la ou talvez, quem sabe, casar, Violeta nunca mais viria ao meu encontro.— Sei o que as pessoas falam de mim —comecei com o meu argumento. —E sei bem que não sou o melhor homem do mundo para a sua filha.Eu mesmo me sinto assim. —Respirei e pensei antes de falar, como fazia quando tinha um desafio. —Também sei que não
VioletaNunca imaginei que estaria cometendo aquele delírio na vida, mas lá estava eu saindo de fininho, depois que meu pai se deitou, para ver o meu mais novo e oficial namorado e fazer sei lá o que com ele.Após Benjamin dizer que teria que voltar à capital, mesmo que por pouco tempo, eu não parei de pensar que ele poderiaretornar ou não, embora ele tivesse ido à minha casa fazer o pedido de namoro para o meu pai.Caso isso fosse só um sonho louco, eu queria ter mais um tempinho ao seu lado antes que ele se fosse.— Violeta, eu espero que esteja pensando direito sobre isso —falei a mim mesma. — Não faça besteira.Não importava o que minha boca e um lado do meu cérebro diziam,eu ainda estava saindo de fininho, levando uma coberta, por conta do frio, e minha cara e coragem, sem pensar nas consequências.Meu coração estava na boca e minhas mãos suavam, mas não dava mais para eu voltar atrás.E eu nem queria isso.Então, prossegui com o plano, sabendo que teria que voltar antes que o sol r