Quatorze horas. Esse era o tempo que eu ainda tinha até o fim do prazo que o pai de Matt tinha me dado e eu ainda nem tinha juntado coragem o suficiente para conversar com ele sobre aquilo. E talvez eu nem conseguisse.
- Por que você insiste que eu durma aqui se você pula da cama antes do sol nascer? – Reclamo, me espreguiçando na cama. – Meio que gosto de umas brincadeirinhas pela manhã – provoco.
- Eu vou me lembrar disso – ele sorri pra mim através do seu reflexo no espelho. – Preciso adiantar umas coisas antes da gente viajar. Não vou ter muito tempo já que alguém quer ir de carro porque não vai entrar em um helicóptero de jeito nenhum.
- Hummm... – reclamo. – Tem certeza de que a gente não consegue fugir desse final de semana com seus pais?
- E com o meu irmão! – Matt dá ênfase a essa parte. – Acr
- O que você tá fazendo? Sai daí!- Shiu! Acho que ele não me viu.- Ele quem?- Cala a boca!- Amanda? É você, não é?Meu corpo inteiro treme ao ouvir aquela voz que um dia foi tão familiar.- Erick! – A voz de Amanda soa surpresa, e ela me dá uma joelhada.Eu entendi, eu entendi! Péssima ideia ter corrido para me esconder embaixo da mesa quando vi o meu ex-namorado entrando naquele restaurante chique. Em qualquer lugar que ele se sentasse bastava virar a cabeça naquela direção para me ver bem ali.- O que você está fazendo... aqui? - Ele nem disfarça o fato de considerar completamente improvável ver Amanda em um lugar como aquele. Mas provavelmente sua mente não demora muito a fazer a conexão, porque logo emenda: - Ah, você deve estar com alguém.- Sim – Amand
Eu não tentei retomar o assunto ou mesmo falar de outra coisa durante todo o caminho, e Matt muito menos. Ele colocou uma playlist para tocar e concentrou cem por cento da sua atenção em dirigir, como se tirar o olho da estrada por um segundo fosse algo extremamente grave.Recostei a cabeça no encosto e tentei conter as emoções. Eu não queria me sentir culpada... eu não era culpada! A minha vida e as minhas escolhas não eram apenas um peão no tabuleiro de xadrez de uma família de bilionários. Mas eu gostava tanto de Matt que eu odiava o fato de vê-lo naquela posição.Quando ele finalmente estaciona em frente a mansão praiana, e eu tiro o cinto e levo a mão à porta, Matt me detém. Primeiro ele segura a minha mão e depois entrelaça seus dedos nos meus.- Não é sua culpa. Me desculpa por agir como s
- Ella, esse é Max, nosso irmão mais velho! – Lilly diz, mal contendo a felicidade de reencontrar o irmão.- De onde você a conhece? – A voz de Matt é cortante.- Olha quem está ai! – Max mantem a voz feliz e vem cumprimentar o irmão mais novo, mas Matt não se mexe um centímetro.- Como você sabe o nome dela? De onde a conhece?Erick não responde, ele abre um sorriso e se afasta, indo cumprimentar os pais.- Eu não tô entendendo... – sussurro para Matt.- Eu menos. Você conhecer o Max?- Não. Digo... conheço. Mas... o nome dele é Erick. Ele é... ele é...- Seu ex-namorado? - Eu apenas confirmo brevemente com a cabeça.Matt aperta com tanta força a taça de vinho em sua mão que o copo de quebra e o líquido vermelho escuro, misturado com s
~ MATT ~Sinto os lábios quentes de Ella no meu pescoço, me despertando sensações que só ela me despertava. Sinto seu peso às minhas costas, enquanto sua mão desliza pelo meu abdômen.- Bom dia – ela diz com a voz preguiçosa próxima a minha orelha. – O que você tá fazendo?Deitada na cama atrás de mim, ela se esticava por cima do meu pescoço para tentar enxergar.- Bom dia, linda. São só alguns rabiscos...- Você já está trabalhando? – Reclama com uma voz manhosa.- Não exatamente...- Você tá desenhando... joias? – Ela se empertiga na cama, sentando-se. – Posso ver?Termino rapidamente um detalhe antes de juntar os papeis e entregar para ela. Me sento ao seu lado, enquanto a observo analisar cuidadosamente o conjunto de colar e brincos
~MATT~- Aí está você! – Max levou a mão para cima para que eu o cumprimentasse de uma forma descontraída e eu o fiz. – Cara, que loucura isso aqui, hein. Não importa quanto tempo passe nossos pais continuam com essas formalidades chatas.- Vai dizer que não ficou morrendo de saudades disso durante seus anos sabáticos? – Brinco.- Com certeza não – ele ri. – Mas senti falta de você! – Ele me puxa e dá um tapinha nas costas. – Vamos beber depois, hoje à noite. Colocar a conversa em dia, paquerar umas garotas...- É, essa parte eu vou ficar te devendo... Tô noivo.Max ri abertamente.- É sério isso? Achei que você só tinha pego uma garota qualquer para engar o velho!- Uma garota qualquer? – Qualquer tentativa de tentar levar aquela conversa numa boa, tinha morrido com
- Matt! – Grito, tentando impedi-lo.Mas seria impossível, ele já estava em cima do irmão mais velho, socando seu rosto. Quando Max se afasta uns passos, eu posso ver o estrago que Matt fez, deixando o nariz dele visivelmente quebrado, o sangue escorrendo. Max sorri, enquanto leva a mão ao local, e o sangue acaba escorrendo para a sua boca, dando uma aparência assustadora.- Parece que alguém andou malhando nos últimos anos – provoca.- O que você pensa que está fazendo? – Ele soa furioso. - Eu disse para respeitá-la!- Er... ficou um pouco difícil depois de vê-la de biquíni. Memórias, sabe, cara?- Pede desculpas para a Ella.Max desdenha.- Isso não vai acontecer.O ódio na voz de Matt era tanto, que me faz caminhar lentamente até ele e entrelaçar meus dedos nos seus, buscando acalm&aacu
Entro na cabine em que Matt estava, ainda imóvel sentado na cama, e fecho a porta atrás de mim. Coloco o balde de gelo em cima da mesinha o encaro.- Sabe, ouvi dizer que transar em alto mar é uma delícia – digo com uma voz provocadora, fazendo Matt erguer uma sobrancelha em surpresa. Eu me aproximo dele. – Infelizmente eu não vou descobrir isso hoje... – começo a socá-lo de levinho em todos os pontos que minhas mãos alcançam. – Porque eu tenho um namorado idiota que acha que pode resolver tudo como se fosse um neandertal.Matt segura meu braço para que eu pare de agredi-lo, uma vez que eu devia estar batendo em pontos sensíveis, pelas caretas que ele fazia. Ele entrelaça seus dedos nos meus e segura minha mão.- Eu deveria deixar ele te ofender?- Matt... – eu derreto um pouco com o jeito intenso com que ele me olha. – Dói
Matt tinha levado um sermão do pai, e depois da mãe, sobre quão ridículo tinha sido a briga dele e de Max e como isso fazia ele parecer infantil e explosivo, características que não combinavam em nada com CEO da Lennox. Olivia fez questão de acrescentar que não acreditava que a briga tinha sido por causa de “umazinha”. Já Alexander foi extremamente ameaçador a nos mandar voltar a circular e “parecer felizes com o nosso casamento”.- Te garanto que a gente ia estar expressando essa felicidade bem melhor sozinhos naquele quarto – Matt não contém a língua.- Eu não duvido, mas prefiro que façam isso de uma forma pública.- Caramba, pai, não seria um pouco escandaloso?- Matt! – Dou um tapa em seu peito, extremamente constrangida. Ele faz uma careta de dor, pois provavelmente atinjo uma área sens&iac