~ELLA~
- A cirurgia foi um sucesso!
Eu caio em um choro copioso quando ouço as palavras do médico de Sophie, vindo nos avisar na sala de espera. Não que eu tivesse feito alguma coisa nas últimas horas além de chorar e andar de um lado para o outro dentro daquela sala, mas, dessa vez, o choro era um sinal gigantesco de alívio.
Alívio de pensar que tudo, absolutamente tudo pelo que Sophia passara desde que nascera tinha terminado. Tudo bem, ela ainda precisaria passar pelo processo de recuperação, mas essa, com certeza, seria a parte mais fácil. Em breve, nós estaríamos livre dos remédios, das dores, das limitações... Em breve ela poderia fazer tudo o que uma criança saudável da sua idade fazia.
E naquele instante, mais do que nunca, eu tenho certeza de que tudo o que fiz por ela valeu absurdamente a pena.
- O efeito da
Dois meses. Dois meses desde que Matt e eu terminamos e eu ainda pensava nele frequentemente todos os dias, por mais que eu estivesse sabendo disfarçar muito melhor. Ou, ao menos, assim eu esperava. Cuidar de Sophie no pós-operatório e o spa tomavam bastante do meu tempo, o que era uma coisa excelente para tentar manter a mente ocupada.Sophia estava tendo uma recuperação excelente, por mais que ela reclamasse de precisar ficar muito tempo quietinha o tempo todo. Ela assistia as aulas pelo notebook e eu estava sempre presente para auxiliá-la. Depois normalmente a gente fazia alguma coisa para se divertir como assistir a um filme ou a um desenho.Na parte da tarde eu sempre ia para o spa. Eu precisava admitir que Bianca estava me surpreendendo ao tomar a frente em qualquer situação necessária e apenas me passava os relatórios, me poupando de qualquer estresse. Então, basicamente, eu gastava poucas horas do meu dia por lá, apenas conferindo tudo.- A propósito, aquele carinha bonitinho,
- Essa cidade tem uma média de três shoppings por habitante... – reviro os olhos. – Sério que ele tinha que abrir a primeira loja dele justo aqui no Midtown Mall?Confesso que eu me sentia um tanto quanto idiota escondida atrás de um quiosque fechado enquanto observava o movimento do coquetel de inauguração da Ella através da vitrine. E me sentia ainda mais idiota em chamar uma loja de “Ella”. Será que era assim que Matt se sentia quando as pessoas usavam “Lennox” para se referir a joalheria? Bom, provavelmente ele se acostumou em algum ponto. Eu não.- É o melhor shopping da cidade... – Bianca dá de ombros. – É perto da casa dele – ela começou a enumerar. – Tem uma Lennox bem de frente...- Tá, já entendi... – a interrompo.- O que eu não entendi, é o que estamos f
Quase três meses. Eu estava na fase em que a dor parecia estar aliviando, por mais que eu ainda chorasse escondida no travesseiro algumas noites, mas a saudade só parecia aumentar. Me pegava pensando em Matt ainda com mais frequência e vez ou outra dava uma espiada em suas redes sociais. Não que ele atualizasse. Então, eu espiava as redes sociais da loja. E apesar disso me deixar informada sobre o sucesso que a coleção de Matt estava fazendo, não tinha quase nada sobre ele lá.Às vezes eu também me pegava olhando através da vitrine do spa por longos minutos enquanto devaneava. Eu desejava, tanto quanto não desejava, que ele passasse por ali e eu pudesse ao menos vê-lo de longe. Mas, obviamente, Matt não trabalhava diretamente na loja e nas raras ocasiões em que devia ter que ir lá, provavelmente evitava passar aqui em frente.Eu vinha conversando bastante
~MATT~- Eu ainda não acredito que você vai embora – Lilly choraminga.Minha família tinha feito um jantar de despedida na noite anterior, cheio dos seus altos e baixos, é claro. Muito bate-boca, poucos abraços e algumas lágrimas. Mas Lilly tinha insistido para me acompanhar até o aeroporto hoje.- Não faz drama, irmãzinha. A princípio serão apenas seis meses.- A princípio – ela revira os olhos, enquanto frisa as palavras. – Sem contar que seis meses é muito tempo, vou morrer de saudades.- Você sabe que pode pegar um avião para Londres a qualquer hora, não é? – Digo, puxando-a para um abraço.- Eu sei... Mas eu gostava de saber que você estava por perto. Sabe que é meu preferido, não é?- É claro que eu sei... – rio, enquanto ela se a
- Abre os olhos, Ella.- Por favor, Matt, só mais um pouquinho – insisto.- Olha para mim.Finalmente abro os olhos e o encaro, me perdendo nos seus olhos azuis da mesma forma como tinha acontecido da primeira vez em que nos vimos. Eu ainda era tão apaixonada por aquele homem. Talvez ainda mais e mais a cada dia.- É que às vezes, eu acho que tudo é perfeito demais para ser real. E eu não quero acordar.- Posso te beliscar para provar que não é um sonho... – ele desce a mão da minha cintura e aperta minha bunda.- Matt! – Brigo, dando um tapinha em seu ombro.- Ninguém está vendo! – Ele ri.E ninguém estava mesmo, nós é quem estávamos vendo todos, observando o animado salão principal da nossa casa em Londres do topo das escadarias de mármore.- Quando você imaginaria que nos
- Eu não preciso transar com ele, não é? Era estranho como o meu corpo reagia quando eu ficava nervosa. Ao mesmo tempo em que eu daria tudo para qualquer umidade na minha garganta extremamente seca, eu desejava não estar suando horrores pela palma das mãos. Humedeço os lábios com a língua ao mesmo tempo em que me contenho em enxugar as mãos no vestido. Não podia deixar manchas naquele vestido. Vestido, aliás, que nem era meu. Eu não teria nada tão chique e sexy ao mesmo tempo como aquele vestidinho Gucci preto de alcinha que ao mesmo tempo em que não era revelador demais sustentava perfeitamente o decote dos meus seios e marcava sedutoramente as curvas da minha bunda. Eu nunca usaria isso em outra ocasião. Eu era a garota da calça jeans e camiseta de loja de departamento. Amanda, parada ao meu lado, era garota dos vestidos sensuais e caros. - Só um minuto, Ella, deixa eu verificar com o meu agente se nada mudou desde os últimos dois minutos quando você me fez essa pergunta pela últi
- Vai se foder, porra! – Matt reclamava com Thomas. – O que ele espera de mim? Eu venho fazendo tudo o que ele quer desde que nasci e nunca sou bom o suficiente.Amanda tinha os dois braços ao redor da cintura de Thomas e descansava seu queixo no ombro do rapaz. Quem olhasse de longe, realmente acreditaria que existia uma relação entre eles. Ela me repreendeu com o olhar, o que me fez dar um passo na direção de Matt. O que ainda me colocava a dois passos de distância dele, pelo menos.- Relaxa! - Thomas passou a ele um copo de algo que parecia ser whisky, e depois me serviu um também. – Você sabe que nada disso é sério, aquela empresa não teria sobrevivido à pandemia se não fosse por você.- E que reconhecimento eu ganho por isso? Porra nenhuma!- Bebe isso! – Thomas aponta para o copo na mão do primo. – E me dá quinze minutos, eu já volto! – Ele sai puxando Amanda em direção a algumas outras pessoas.- Isso não vai ser o suficiente... – Matt passa para a parte de trás do bar e pega a
- Ella! O que f...? – Matt se interrompeu no meio da frase quando viu sua mãe e a loira saindo do banheiro.- Oh, meu Deus, querida, você está bem? Você não caiu por estar bêbada, caiu?Então, o barulho de outra coisa pesada caindo na água atraiu todos os olhares. Ainda completamente vestido e enxarcado, Matt nadava em minha direção.- Ah, nós estamos bêbados, mamãe – ele respondeu, me agarrando pela cintura e encarando a mulher. – E se eu fosse você sairia daqui agora pois não me responsabilizo pelo trauma que as próximas cenas podem lhe causar. Ah, oi Yasmin. Sinto muito, mas você também não está convidada dessa vez.- Vamos, vamos... – a mãe de Matt vai tocando Yasmim para fora da área da piscina, fingindo não estar extremamente constrangida. – É amor jovem, deixe que se divirtam.A loira dá uma boa olhada em mim antes de se permitir ser levada e eu consigo ver o ódio flamejando em seus olhos claros.- O que elas fizeram? – Matt logo me pergunta, assim que as mulheres passam pela p