Eu não tentei retomar o assunto ou mesmo falar de outra coisa durante todo o caminho, e Matt muito menos. Ele colocou uma playlist para tocar e concentrou cem por cento da sua atenção em dirigir, como se tirar o olho da estrada por um segundo fosse algo extremamente grave.
Recostei a cabeça no encosto e tentei conter as emoções. Eu não queria me sentir culpada... eu não era culpada! A minha vida e as minhas escolhas não eram apenas um peão no tabuleiro de xadrez de uma família de bilionários. Mas eu gostava tanto de Matt que eu odiava o fato de vê-lo naquela posição.
Quando ele finalmente estaciona em frente a mansão praiana, e eu tiro o cinto e levo a mão à porta, Matt me detém. Primeiro ele segura a minha mão e depois entrelaça seus dedos nos meus.
- Não é sua culpa. Me desculpa por agir como s
- Ella, esse é Max, nosso irmão mais velho! – Lilly diz, mal contendo a felicidade de reencontrar o irmão.- De onde você a conhece? – A voz de Matt é cortante.- Olha quem está ai! – Max mantem a voz feliz e vem cumprimentar o irmão mais novo, mas Matt não se mexe um centímetro.- Como você sabe o nome dela? De onde a conhece?Erick não responde, ele abre um sorriso e se afasta, indo cumprimentar os pais.- Eu não tô entendendo... – sussurro para Matt.- Eu menos. Você conhecer o Max?- Não. Digo... conheço. Mas... o nome dele é Erick. Ele é... ele é...- Seu ex-namorado? - Eu apenas confirmo brevemente com a cabeça.Matt aperta com tanta força a taça de vinho em sua mão que o copo de quebra e o líquido vermelho escuro, misturado com s
~ MATT ~Sinto os lábios quentes de Ella no meu pescoço, me despertando sensações que só ela me despertava. Sinto seu peso às minhas costas, enquanto sua mão desliza pelo meu abdômen.- Bom dia – ela diz com a voz preguiçosa próxima a minha orelha. – O que você tá fazendo?Deitada na cama atrás de mim, ela se esticava por cima do meu pescoço para tentar enxergar.- Bom dia, linda. São só alguns rabiscos...- Você já está trabalhando? – Reclama com uma voz manhosa.- Não exatamente...- Você tá desenhando... joias? – Ela se empertiga na cama, sentando-se. – Posso ver?Termino rapidamente um detalhe antes de juntar os papeis e entregar para ela. Me sento ao seu lado, enquanto a observo analisar cuidadosamente o conjunto de colar e brincos
~MATT~- Aí está você! – Max levou a mão para cima para que eu o cumprimentasse de uma forma descontraída e eu o fiz. – Cara, que loucura isso aqui, hein. Não importa quanto tempo passe nossos pais continuam com essas formalidades chatas.- Vai dizer que não ficou morrendo de saudades disso durante seus anos sabáticos? – Brinco.- Com certeza não – ele ri. – Mas senti falta de você! – Ele me puxa e dá um tapinha nas costas. – Vamos beber depois, hoje à noite. Colocar a conversa em dia, paquerar umas garotas...- É, essa parte eu vou ficar te devendo... Tô noivo.Max ri abertamente.- É sério isso? Achei que você só tinha pego uma garota qualquer para engar o velho!- Uma garota qualquer? – Qualquer tentativa de tentar levar aquela conversa numa boa, tinha morrido com
- Matt! – Grito, tentando impedi-lo.Mas seria impossível, ele já estava em cima do irmão mais velho, socando seu rosto. Quando Max se afasta uns passos, eu posso ver o estrago que Matt fez, deixando o nariz dele visivelmente quebrado, o sangue escorrendo. Max sorri, enquanto leva a mão ao local, e o sangue acaba escorrendo para a sua boca, dando uma aparência assustadora.- Parece que alguém andou malhando nos últimos anos – provoca.- O que você pensa que está fazendo? – Ele soa furioso. - Eu disse para respeitá-la!- Er... ficou um pouco difícil depois de vê-la de biquíni. Memórias, sabe, cara?- Pede desculpas para a Ella.Max desdenha.- Isso não vai acontecer.O ódio na voz de Matt era tanto, que me faz caminhar lentamente até ele e entrelaçar meus dedos nos seus, buscando acalm&aacu
Entro na cabine em que Matt estava, ainda imóvel sentado na cama, e fecho a porta atrás de mim. Coloco o balde de gelo em cima da mesinha o encaro.- Sabe, ouvi dizer que transar em alto mar é uma delícia – digo com uma voz provocadora, fazendo Matt erguer uma sobrancelha em surpresa. Eu me aproximo dele. – Infelizmente eu não vou descobrir isso hoje... – começo a socá-lo de levinho em todos os pontos que minhas mãos alcançam. – Porque eu tenho um namorado idiota que acha que pode resolver tudo como se fosse um neandertal.Matt segura meu braço para que eu pare de agredi-lo, uma vez que eu devia estar batendo em pontos sensíveis, pelas caretas que ele fazia. Ele entrelaça seus dedos nos meus e segura minha mão.- Eu deveria deixar ele te ofender?- Matt... – eu derreto um pouco com o jeito intenso com que ele me olha. – Dói
Matt tinha levado um sermão do pai, e depois da mãe, sobre quão ridículo tinha sido a briga dele e de Max e como isso fazia ele parecer infantil e explosivo, características que não combinavam em nada com CEO da Lennox. Olivia fez questão de acrescentar que não acreditava que a briga tinha sido por causa de “umazinha”. Já Alexander foi extremamente ameaçador a nos mandar voltar a circular e “parecer felizes com o nosso casamento”.- Te garanto que a gente ia estar expressando essa felicidade bem melhor sozinhos naquele quarto – Matt não contém a língua.- Eu não duvido, mas prefiro que façam isso de uma forma pública.- Caramba, pai, não seria um pouco escandaloso?- Matt! – Dou um tapa em seu peito, extremamente constrangida. Ele faz uma careta de dor, pois provavelmente atinjo uma área sens&iac
- A gente vai morar aqui agora? – Sophia corria de um lado para o outro na grande sala do apartamento, seus olhinhos tentando assimilar tudo. - Talvez – digo, tentando não criar expectativas. – Você gosta? - Posso escolher meu quarto? – Vejo que falho miseravelmente. - Você pode subir para olhar os quartos. Mas como eu disse, ainda não é certeza, tudo bem? - Tudo bem! – Mas ela sobre as escadas completamente animada com a possibilidade. - É incrível! – Amanda diz, observando a vista. – Não sei por que ainda não aceitou. Eu aceitaria na hora. - A manutenção disso vai ser um absurdo. - A gente dá conta! – Bruno parecia quase tão animado quanto Sophia. - A gente ia ter que alugar ou vender a nossa casa e por consequência a venda. Você e o Breno perderiam o emprego e a fonte de renda diminuiria. - Matt deve conseguir algo para eles na Lennox – Amanda sugere. - Eu não vou pedir isso ao Matt! – corto de uma ve
- Mas ela vai ficar bem, certo?Sentada à mesa do médico responsável por Sophia, o Dr. Diniz, eu acredito que tenha feito essa pergunta pela terceira vez. Ao meu lado, Matt segurava firme e a minha mão.- Você não tem com o que se preocupar – ele repete. – É só uma questão de mudar a medicação o quanto antes e fazer um monitoramento constante da pressão arterial.- Certo – digo, finalmente assimilando as instruções. Eu dava conta disso.- E por esse motivo, vamos ter que adiar a cirurgia mais um pouco.- Mas... mas... – eu sabia da importância de que a cirurgia acontecesse o quanto antes e agora ele estava me dizendo que precisava adiar? – Não entendo.- Precisamos controlar a pressão arterial da Sophia antes da cirurgia. Faremos novos exames dentro de um mês... – enquanto isso, ele em