— Entre! — Abri a porta e sorri, convidando Emily a entrar com um gesto. — Fique à vontade.Ela entrou devagar, olhando ao redor do quarto com uma mistura de curiosidade e desconfiança. Eu sabia que ela percebia que a leveza da conversa era uma cortina para a tensão que se formava entre nós.— Porque me trouxe aqui? — Questionou, o olhar desconfiado. — Só queria conversar com você em um lugar mais tranquilo — sorri, tentando suavizar o clima.— Como há dois anos? — perguntou, provocativa, com aquele sorriso que sempre me desarmava.— Por que não? — respondi com o mesmo tom, enquanto ela sorria e entrava de vez. Fechei a porta e a tranquei discretamente. Não queria que ninguém nos interrompesse. O quarto estava impecável, iluminado com a luz suave das luminárias e a lua cheia que invadia pela janela. Emily deu uma rápida olhada no ambiente, admirando.— Não lembrava que seu quarto era tão grande — disse ela, com um sorriso no rosto, ainda meio tímida.Por um momento, fiquei parado, c
Eu e Cadu estávamos nos entregando completamente ao desejo. Seus lábios devoravam os meus com uma intensidade que fazia meu corpo inteiro tremer. Mas, em meio a essa entrega, escutamos batidas na porta, fortes e insistentes. Fiquei nervosa, mas o calor do momento me impedia de parar. Nossos lábios se separaram brevemente, e trocamos olhares frustrados. Eu sorri, talvez pela ironia da situação, mas Cadu parecia estar muito mais irritado. Ele olhou para a porta, bufando.— Não é possível, não agora! — resmungou, o tom de sua voz transbordando frustração. Eu compreendia perfeitamente. Sentia o mesmo.— Só pode ser brincadeira — ele murmurou entre dentes, ainda olhando para a porta.— Deixa para lá — murmurei, puxando sua nuca e trazendo seu rosto de volta para mim. Mordi seu lábio suavemente, meus olhos fixos nos dele. — Continua, eu quero que você continue agora.Ele sorriu, mais calmo, e voltou a me beijar com aquele desejo feroz que fazia meu corpo todo arder de excitação.— Safada..
— Que bagunça é essa? — Evilyn apareceu, com uma expressão de total reprovação.— Bebeu vodka, Karen? Eu te avisei que não podia beber! — Evilyn disse, reprovando.— Ela é teimosa — respondi, com um suspiro.Depois de muita insistência e bagunça, conseguimos levar Karen para o carro. Cadu me ajudou a colocá-la no banco de trás.— Desculpa por isso, Cadu — disse, me sentindo culpada pela noite frustrada.— Está tudo bem, minha Cinderela — ele sorriu, me puxando para um abraço apertado, seus lábios tocando os meus brevemente.— Eu queria que dormisse comigo hoje — ele murmurou.— Não vai faltar oportunidade — respondi, beijando-o uma última vez antes de me afastar. — Boa noite, Cadu.— Me liga quando chegar? — ele pediu, sorrindo.— Ligo sim — entrei no carro, rindo da situação com Karen, mas ao mesmo tempo ansiando pelo próximo encontro.Cadu nos observava atentamente até que Evilyn dobrou a esquina, desaparecendo do seu campo de visão.— Ele está completamente na sua, maninha — coment
Não acredito que Karen atrapalhou meu momento com Emily. Justo ela, que na noite de ano novo foi minha cúmplice, me ajudando a ficar perto da minha Cinderela. Eu nunca pensei que, de todas as pessoas, ela seria a empata foda da noite. A noite que poderia ser perfeita, arruinada pela maldita vodka.Fiquei parado do lado de fora, olhando para o carro desaparecer na esquina, sentindo o frio da noite cortar minha pele, mas o calor do meu corpo fervendo de frustração. Emily me deixou no limite, e agora só consigo pensar em como essa noite deveria ter terminado. Ela foi embora, me deixando mais louco do que nunca. Passei as mãos pelos cabelos, irritado.— Que porra, Karen! Não sabe beber, toma leite! — resmunguei baixo, chutando o chão com força, liberando a raiva em pequenas ações enquanto caminhava de volta para dentro da casa.Entrei com um baque da porta ao fechá-la, ainda irritado, e segui direto para o meu quarto sem sequer olhar para os lados. Nem me dei ao trabalho de fechar a porta
Ao terminar meu banho, ainda irritado com a interrupção da noite, me vesti rapidamente e peguei meu celular. Ao desbloquear a tela, vi uma mensagem de Emily. Sorri instantaneamente, sabendo que ela tinha se lembrado de mim, e a frustração começou a diminuir. Decidi seguir para a sala, onde César já estava relaxado com um copo na mão.— Bora beber, mano? — César falou, descontraído, ao me oferecer um drink. Aceitei, ainda com o sorriso no rosto por causa da mensagem de Emily.— Enfim, você apareceu — uma voz familiar e provocante se aproximou. Bia, com aquele jeito inconfundível, tentou sentar no meu colo. — Bia, agora não é uma boa hora — falei sério, afastando-a com cuidado. — De novo? Quando será uma boa hora, Cadu? Aquela sem sal você puxou pra sentar no colo, mas eu… — ela continuou, insistente.— Agora não, já falei — cortei, sem paciência, enquanto me concentrava no celular e na mensagem que ainda não tinha respondido.Abri a mensagem e lá estava:"Boa noite, Cadu, aqui é a Em
Minha conversa com Cadu estava indo bem demais para ser verdade. Por um momento, pensei que aquele clima poderia durar a noite inteira. Mas, de repente, não consegui mais vê-lo direito, e uma voz irritante e manhosa surgiu no fundo da chamada. Tenho quase certeza de que era a prima dele. Não tem como confundir aquela voz enjoada. Desde a primeira vez que a vi na noite de Ano Novo, com toda aquela ousadia para cima de Cadu, eu desconfiei que havia algo entre eles. Porém, hoje, minha certeza se solidificou. A maneira como ela olhava para ele e para mim deixava claro que há mais do que aparenta.Cadu tentou me ligar algumas vezes, mas eu simplesmente não atendi. Achei desnecessário naquele momento. Ele provavelmente estava pensando em uma desculpa qualquer, algo que aliviasse a sensação de ter sido pego em uma situação comprometedora. Mas eu não queria ouvir desculpas. Não queria me preocupar com o que ele estava fazendo agora, muito menos com quem ele estava.Meus pensamentos me traíram
Controlo minha respiração, tentando manter a calma diante dele, mas minha mente está em ebulição. Encaro Cadu brevemente, apenas o suficiente para não demonstrar o turbilhão de sentimentos dentro de mim, e volto minha atenção para a farmacêutica que me atende. O ambiente da farmácia parece pequeno, abafado, e tudo ao meu redor perde o foco. Só ele ocupa meus pensamentos.— Muito obrigada, tenha um bom domingo — agradeço, tentando manter a voz firme, enquanto pego a medicação. Dou meia-volta, determinada a ir embora, ignorando-o completamente.— Ei! — A voz dele me para, firme, e antes que eu perceba, sinto a mão de Cadu segurando meu braço. Aquele simples toque faz meu coração dar um salto. — Não vai falar comigo? — Ele está sério agora, os olhos fixos nos meus, me despindo de qualquer defesa que eu tente colocar entre nós.— Estou com pressa — digo, sem emoção, puxando meu braço de volta, como se aquele toque tivesse queimado minha pele. Caminho em direção à saída, mas não resisto a
— Beba, agora! — Entreguei a medicação para Karen, que estava deitada no sofá, tentando se recuperar da noite anterior, enquanto conversava com Evilyn. Logo depois, joguei a chave do carro na mesa, sem muita paciência. Meus pensamentos estavam em outra parte. — Onde está a Sophia? — perguntei, a voz carregada de ansiedade.— Com a mamãe — Evilyn respondeu de forma rápida, mas seu olhar era de pura preocupação. Ela claramente percebeu minha inquietação. A atmosfera na sala, antes leve com as conversas e risadas de Karen, ficou subitamente mais densa.Caminhei em direção ao meu quarto, cada passo parecia pesar uma tonelada. — Aconteceu alguma coisa? — Karen perguntou, se endireitando no sofá, os olhos agora atentos em mim.— Está tão nervosa, o que aconteceu? — Evilyn insistiu, sua preocupação visível.— Não aconteceu nada, eu estou bem. Só preciso dormir um pouco. Pede à mamãe para trazer a Sophia para mim, por favor. Eu só irei tomar um banho — falei com firmeza, tentando esconder o t