Na manhã seguinte, acordei com a mente repleta de incertezas, mas determinada a buscar clareza sobre minha situação. Karen, sempre solidária, insistiu em me acompanhar ao laboratório para fazer o exame de sangue. Chegamos cedo, e o local já estava movimentado, mas o processo foi rápido. Enquanto aguardávamos o resultado, sentamo-nos na pequena sala de espera, um espaço impessoal e frio que de alguma forma parecia refletir meu estado de espírito.— Emily, independentemente do resultado, você já pensou nos próximos passos? — Karen perguntou, quebrando o silêncio que se instalara entre nós.— Honestamente, Karen, não consigo ver como continuar meu relacionamento com o Bernardo se o resultado for positivo. Não estaria certa em manter um relacionamento com ele, estando grávida de outro. — confessei, sentindo um peso se levantar ao compartilhar isso com alguém.Karen me olhou com uma expressão de compreensão e apoio. — Apesar de tudo, gosto da ideia de você colocar um fim nesse relacioname
Ele se aproximou mais, e instintivamente, levantei-me, recuando para longe dele. A tensão no ar era palpável, cada movimento carregado de significado.— O que você disse? — Perguntou ele, os olhos transbordando ódio.— Não é o que está pensando — respondi, meu coração acelerado enquanto tentava manter distância. — Eu nunca te traí, Bernardo — afirmei com veemência, e ele engoliu em seco, ficando diante de mim. — Foi antes de você, eu não te conhecia. Isso foi no ano novo.— Está me dizendo que, enquanto eu te comia, você estava grávida de outro? — Ele falou de forma grosseira, e eu respirei fundo para manter a calma.— Não fala assim. Eu não sabia que estava grávida — minha voz tremia, tentando conter o medo crescente.— Você está brincando comigo, Emily? — A raiva em sua voz era clara enquanto ele segurava meu braço e apertava, causando-me dor.— Me solta! — exigi, encarando seus olhos com seriedade. — Eu nunca me envolvi com ninguém depois que nos conhecemos, mas, assim como você, e
Alguns dias se passaram desde aquela conversa tensa e carregada de emoções com Bernardo. A incerteza e o medo ainda ecoavam em minha mente, mas eu sabia que precisava resolver a situação de uma vez por todas. Decidi que era hora de ter outra conversa definitiva com ele; precisava deixar claro que minha decisão de ter o bebê era irrevogável.Cheguei à casa de Bernardo com o coração pesado, mas determinado. Ele me recebeu com uma expressão cautelosa, como se já antecipasse o tema da nossa conversa.— Bernardo, eu pensei muito sobre tudo o que está acontecendo e sobre nossa conversa — comecei, buscando manter minha voz firme. — Eu decidi que vou ter esse bebê. Não importa o que aconteça, eu não posso abrir mão do meu filho.Ele me observou em silêncio por alguns instantes, seu rosto indecifrável. Então, suspirou profundamente e passou as mãos pelos cabelos, claramente em conflito.— Eu sei que disse que não queria ser pai agora, e que isso não estava nos nossos planos... — ele começou, s
Alguns meses se passaram desde que contei a Bernardo e minha família sobre minha gravidez. Minha vida seguiu um curso estranhamente normal, apesar das circunstâncias excepcionais. Bernardo e eu continuamos juntos, e ele tem me tratado bem, o que me tranquiliza dia após dia. No entanto, existe um assunto do qual raramente falamos: o bebê e como será quando ela nascer. Essa omissão às vezes me deixa ansiosa, mas por ora, prefiro aproveitar a paz temporária.No trabalho, mantenho minha rotina habitual, embora com mais pausas e menos intensidade física. Meus colegas e gerentes têm sido incrivelmente compreensivos e apoiam minhas necessidades como futura mãe. É um alívio poder continuar trabalhando enquanto me preparo para a chegada da minha filha.Em casa, o ambiente é completamente diferente. Minha família está eufórica com a aproximação da chegada do bebê. Minha mãe já começou a preparar o quarto do bebê, que por enquanto será junto com o meu, tudo está sendo pintado de um suave tom de
As semanas seguintes foram um turbilhão de emoções e tensões crescentes. O comportamento de Bernardo continuava a oscilar entre momentos de aparente tranquilidade e surtos de possessividade. Minha família começou a notar a mudança em meu comportamento, especialmente minha irmã Evilyn e minha amiga Karen.Numa tarde de sábado, estávamos na sala, conversando sobre os preparativos para a chegada da bebê, quando Karen, sempre direta, tocou no assunto que eu estava evitando.— Emily, precisamos falar sobre o Bernardo — disse ela, a preocupação evidente em sua voz.Eu suspirei, sentindo o peso da realidade que eu estava tentando ignorar. — O que tem ele?— Você parece tensa e ansiosa quando ele está por perto — comentou Evilyn, colocando a mão no meu ombro. — Estamos preocupadas com você.— É verdade — continuou Karen, com um tom sério. — Bernardo não tem sido tão gentil com você nos últimos dias. Ele parece impaciente, e claramente não gosta de falar sobre a bebê e a proximidade do nascim
Um ano e nove meses depois…— Você entendeu o que eu disse, Emily? — Ele gritou, sua voz ecoando pelas paredes do quarto. Em seguida, ele me empurrou com força, fazendo-me tropeçar e bater contra a parede. Respirei fundo, tentando me manter firme e não demonstrar o medo que me consumia.— Sim! — Respondi, minha voz trêmula enquanto ele me pressionava ainda mais contra a parede.Bernardo segurou meu rosto com uma força descomunal, apertando minhas bochechas de maneira dolorosa. Seus olhos estavam cheios de uma fúria que me fez querer desaparecer.— Se quiser continuar no seu emprego, é melhor se comportar. Já aguentei muito de você. Não me faça perder a paciência — disse ele, a irritação transparecendo em cada palavra. Em seguida, seus lábios atacaram os meus com uma possessividade brutal, quase me sufocando.— Você me entendeu? — Ele rosnou, os olhos fixos nos meus. Eu engoli em seco, sentindo meu coração acelerar descontroladamente.— Responde! — Esbravejou, os olhos queimando de rai
— Pense no que irá dizer a essa vadia, não comece a choramingar — Bernardo disse, olhando com desdém para Karen, que esperava por mim na porta do restaurante.Mantenho meu olhar baixo e assinto, concordando sem emoção. Não digo nada, só quero ter paz nesse momento para trabalhar tranquila e retrucar seria motivo para mais uma discussão.— Estou falando com você, responda quando falo com você! — Ele se irritou, mas não me tocou, provavelmente por estarmos em frente ao meu local de trabalho.— Eu não choramingo para ninguém, Bernardo — afirmei, minha voz tentando transmitir uma firmeza que eu não sentia.— Melhor assim. Agora vamos, desça — ordenou.Abri a porta do carro e saí, ele fez o mesmo e caminhou até mim. Como sempre, ele era muito gentil em público, segurando minha mão e caminhando ao meu lado até a entrada do restaurante. Sua mão, que me machucara tantas vezes, agora parecia suave, um contraste perturbador. Ele beijou minha testa e, em seguida, meus lábios.Juro que ultimament
Após mais um dia agitado, meu expediente chegou ao fim. Eu e Karen seguimos até o nosso armário, trocando as últimas palavras do dia. Guardamos nossas coisas e, em seguida, ela me acompanhou até o estacionamento, onde Bernardo já me esperava. O ar estava fresco e o estacionamento começava a se esvaziar, com poucas pessoas ainda circulando por ali.— Tenta descansar, amiga — disse Karen, me abraçando com firmeza. — E qualquer coisa, me liga.— Obrigada, Karen. Eu vou tentar — respondi, tentando sorrir. Nos despedimos, e eu caminhei lentamente até o carro de Bernardo. Assim que entrei, senti a tensão no ar.— O que conversou com aquela vadia? — Bernardo questionou, sem nem me dar tempo de fechar a porta direito.— Não fala assim, estava apenas me despedindo — respondi, tentando manter a calma. Ele apertou meu braço com força, me fazendo contorcer de dor.— Você está mentindo para mim! — Puxei meu braço e passei a mão onde ele havia apertado, sentindo a dor pulsante.— Eu não estou ment