— Bom dia. — o homem com a cabeça enfiada no capo do carro quase se machucou ao ouvir minha voz e se erguer de pressa.— O que diabos você faz aqui? — Pedro praticamente rosnou visivelmente irritado em me ver e eu questionei se tinha sido uma boa ideia vir até a oficina.— Você disse que eu podia... esquece, acho melhor eu ir embora.Já tinha vindo remoendo durante o caminho todo dos motivos que me fizeram acordar com vontade de conversar com ele hoje. É claro que não era uma boa ideia, Pedro era prestativo, mas não significava que estava livre todo o tempo para conversar, me dar conselhos ou se quer me ouvir.— Te disse para ligar! — o homem jogou o pano que usava para limpar as mãos no chão e deu dois passos para me segurar antes que eu pudesse me afastar. — Aconteceu alguma coisa? — eu apenas neguei com a cabeça antes que ele continuasse, era constrangedor. — Te disse para ligar querida, não andar esse caminho todo sozinha. Vem aqui.Sua mão enlaçou a minha e ele me arrastou para d
Pedro largou a ferramenta no chão fazendo o barulho do metal contra o chão ecoar pelo lugar, então esfregou as mãos em um pano que carregava no bolso, o pano que era mais sujo do que as próprias mãos, antes de se aproximar de mim.— De novo, eu não conheço seu marido e tenho muito desprezo por ele. — eu não consegui evitar o sorriso que nasceu, porque ele não fazia questão de esconder a aversão que sentia por Fernando. — O que posso dizer é que vocês podem conversar, nada como um diálogo para colocar os pingos nos i’s. Só assim você vai descobrir quais as reais intenções dele.Suas mãos buscaram as minhas e as levou para seu peito, era um movimento delicado e fofo, até mesmo para ele.— Você acha que ele merece uma segunda chance? Se for isso que ele vá querer eu digo.— Acho que combinamos que ninguém tem que opinar na sua vida! — ele gritou com um sorriso perverso nos lábios e então me puxou pelos pulsos, me prendendo nos seus braços, sujando meu corpo e roupa de graxa, óleo e suor.
Lembrança:Enfiei minha mão por baixo de sua saia e eu ela não protestou, os olhos focados em minha mão. Os dedos deslizando pelo tecido da calcinha, me dando vontade de arrancar toda aquela roupa para poder sentir sua carne pulsante contra meus dedos de uma vez.Ela suspirou e ao mesmo tempo os olhos se desviaram para a porta, parecendo preocupada.— Alguém pode entrar. — Helen murmurou como um protesto, mas falhou miseravelmente quando soltou um gemido longo.— Pedi pra Luiza segurar qualquer um que quisesse entrar aqui. — confidenciei afastando o tecido de sua calcinha para o lado e esfregou o dedo na minha intimidade. — Vou te mostrar o quanto essa química é insana e deliciosa. — calei a minha boca e me ocupei em beijar aquele pescoço, deslizando a língua pela pele e dando leves mordidas. — Tão molhada. — foi a última coisa que disse antes que meu dedo a penetrasse fundo.O gemido baixo ecoou pelo lugar e a expressão de Helen se transformou em puro prazer, parecia até que estava s
— Helen querida, eu sei que você tem horror a casamentos, mas sei também que nesse último ano muita coisa mudou para nós dois. — o homem desceu com um joelho ao chão parado na minha frente antes de puxar do bolso uma caixinha preta. — Você reaprendeu a amar do mesmo jeito que me mostrou como é ter um amor para a vida toda. E você é o meu!— Fernando o que você...— Casa comigo Doutora? — questionou me interrompendo. — Me deixa fazer você sorrir todos os dias na mesma proporção que eu vou te deixar maluca? Acordar, dormir, brigar e fazer as pazes com melhor sexo de reconciliação para o resto da minha vida. É isso que eu quero, com você!Minha garganta estava seca e minha cabeça parecia ter perdido a capacidade de formular uma simples palavra.Não podia acreditar que ele estava fazendo aquilo, hoje, no nosso aniversário de um ano. Porque segundo ele no nosso primeiro encontro eu já era sua namorada, então a desculpa e insistência de que comemorássemos o dia em que finalmente eu abri as
Joguei a coberta e me levantei rápido, apanhei a roupa no caminho e corri para o banheiro.— Só um minuto, já desço! — gritei enquanto caçava algum vestido leve para colocar, mas paralisei assim que encarei meu celular jogado nos travesseiros.Desejei tanto que nossa noite não tivesse sido só um momento.Depois que me vesti corri descendo os degraus apreensiva com o que podia ser, não desconfiava que minha mãe fosse bem capaz de fazer todo esse caminho até aqui apenas para perturbar o pouco de paz que eu ainda tinha e depois de Fernando ter ido confrontá-la eu não duvidava que esses fossem seus planos.Mas assim que avistei Carlos sentado na sala eu fiquei confusa.O homem trajando calças de cowboy, uma calça e fivelas dignas de um vaqueiro se levantou quando me viu, o chapéu em suas mãos era amassado com tanta força que eu duvidava que ele ainda mantivesse a forma característica depois daquilo.— Você precisa me ajudar. — foi o que a voz cheia de sotaques disse assim que parei diante
As coisas não estavam perfeitas, estavam longe disso. Eu continuava a ignorar as ligações da minha mãe, Fernando e eu estávamos conversando como um casal normal, mesmo que parecesse muito com um namoro a distância. Não tínhamos tocado em nenhum assunto que nos deixaria em uma situação complicada, era uma tentativa de não me estressar com ele e mantermos a convivência gostosa, mas que me fazia estar em um limbo.A sujeira ainda estava ali no vidro, estávamos nos olhando através dele, mas sabíamos que era temporário, uma hora seria impossível continuar e teríamos que limpar tudo de uma vez.Mas estava me mantendo ocupada com o caso de Bete e ele tinha ainda mais trabalho no escritório.Isso sem falar no quanto eu perturbava a vida de Pedro ou passeava pela cidade. Como agora, depois de uma volta no quarteirão decidi passar na lanchonete e comer alguma coisa, os bolos de Rosa eram divinos de mais para deixar passar. Eu ainda teria que apresentar ela e Maria.— Helen, graças a Deus você a
Lembrança: Me virei na cama pela milésima vez, mas com cuidado para não acordar Fernando. Eu havia tentado pegar no sono a todo custo, sem sucesso, nada teve efeito em acalmar minha mente que maquinava todos os cenários para o almoço de domingo. Havíamos convidado minha família e a dele para um almoço, já que iriamos casar em breve decidimos que era uma boa hora para eles se conhecerem e de quebra íamos anunciar a data do casamento. O problema não era justamente esse, a família dele toda já sabia do pedido e apoiava nossa relação. Ana e eu éramos boas amigas, ela me tratava como uma filha, Miguel do mesmo jeito havia me recebido de braços abertos na família, Emy também, era mais difícil de sair, mas sempre que estávamos juntas ela era ótima, fazia tudo que eu pedisse. Em nenhum momento eu ouvi o questionamento: mas você não é muito velha pra ele? Já na minha casa desde o primeiro momento que eu ousei falar que estava namorando começaram as perguntas, nem precisei dizer que ele era
Eu acordei naquela manhã me dando conta de que mais um dia não tinha Fernando aqui comigo, poderia ser mais um dia qualquer em que desejava que ele já tivesse resolvido seus problemas e voltado para nós, mas não. Não era outro dia qualquer porque minha consulta do sétimo mês havia chegado e novamente ele não estava ao meu lado. Ainda conversávamos todos os dias e até parecia que havíamos voltado às bases de um casamento, amizade, companheirismo, mas foi impossível não ter pensamentos negativos sobre nossa relação hoje. — Pronta filha? — Miguel me chamou da sala. O homem estava ansioso para a consulta, mas até do que eu podia dizer. — Prontinha. — dei meu melhor sorriso. Ele não precisava saber os meus pensamentos ou ligaria para Fernando imediatamente e a última coisa que eu queria era o filho ao meu lado por estar sendo pressionado. Ainda não tinha engolido a conversa dele com minha mãe e sua mudança depois disso. — Vamos, vi na televisão que vem uma chuva por ai daquelas. Quero