Eu estava acabado, devastado com a ligação de Helen. Ouvi-la dizendo o quanto estava sozinha e se sentindo abandonada, como a culpa era toda minha, quebrava meu coração e me deixava em um buraco bem maior do que eu já havia me enfiado.Não podia continuar daquele jeito, nós dois não podíamos continuar com aquilo. Nos amávamos e estávamos sofrendo o inferno com essa separação, aquilo não estava certo, tinha passado da hora de acabar, de colocar um ponto final no nosso sofrimento. Estava na hora de eu dar um jeito nisso, precisava fazer isso, só tinha que descobrir como ia fazer isso.Foi com isso em mente que eu sai de casa, falar com Helen deixou a saudade ainda mais intensa, eu queria muito ter de volta tudo, nossos momentos, nossa rotina, então fui para nossa rotina de domingo, querendo ter algo dela aqui perto de mim.— Olha só quem saiu da toca! — ouvi a voz familiar me chamando e me fazendo parar no mesmo instante.— Você na rua em um domingo, isso é mesmo um milagre.Não esperav
— Tem certeza de que não quer vir comigo? Pode ser legal ver um bando de marmanjo fazendo dança de salão. — Miguel me ofereceu pela milésima vez só hoje que o acompanhasse até a cidade vizinha. Ele e alguns amigos do projeto do AA estavam indo fazer uma aula de dança de salão. — Você precisa sair de casa lindinha.— Estou um pouco enjoada hoje. — menti. — Mas se melhorar prometo dar uma volta, ir até o parque quem sabe.— Não quer que eu te faça companhia? Uma ligação e cancelo tudo. — sua mão envolveu a minha tentando conferir minha pulsação e temperatura. — Eu vou ficar, está decidido.— Não ouse, seu neto precisa que você o ensine a dançar quando crescer, então você vai até lá e tem suas aulas. — me ergui do sofá já o empurrando para fora de casa.— Helen tem certeza? Não é bom você ficar sozinha e...— Só estou enjoada, isso acontece sempre, não se preocupe. — o interrompi, nem estava enjoada de verdade. — Prometo que se sentir qualquer coisa diferente eu aciono a árvore.Tinha si
— Que tal sobremesa? — lá ia ele fugindo do assunto. Respirei fundo me dando por vencida e negando sua oferta, já tinha comido de mais até, ao menos a caminhada até em casa me ajudaria a digerir. — Vamos então, vou te deixar em casa.Se eu deveria aceitar? Não, eu tinha saído para espairecer, andar, mas não queria perder nenhum minuto perto dele e ter a chance de desvendar mais um pouco do mistério que havia em seus olhos azuis.Depois de uma briga para ver quem pagava o almoço, com ele ganhando apenas porque Sara aceitou seu dinheiro antes do meu, pegamos o caminho de casa.Prometi a Sara que conversaríamos melhor quando ela chegasse em casa, como todas as noites, mas algo me dizia que não precisava me preocupar com o que ela estava pensando de mim, a mulher era a compreensão em pessoa.— Minha mãe está tentando me juntar com meu ex-marido. — soltei uma das confusões que estavam me irritando, confiando que Pedro não iria surtar. Depois dessa tarde eu sentia que ele era um bom ouvinte
Lembrança: Segundas eram o dia mais odiável da semana, o dia que todo mundo que estava chateado ou de mau humor decidia descontar nas outras pessoas seus problemas, isso era mundial. Mas nessa segunda em particular Helen não estava com o mood rabugenta ativado, tínhamos passado um fim de semana perfeito, mas o que eu podia fazer se não tinha limites, muito menos com ela, demorei tempo de mais para conseguir que ela me desse essa chance, por isso aproveitei cada minuto, adorei fodê-la com os vibradores, com a boca, dedos, pau... ver Helen gozar se tornou o meu programa favorito. As portas do elevador se abriram e a manada de gente irritada se espremeu para entrar, eu a avistei de longe e me apressei em colocar uma mão firme em sua cintura, a empurrando até a parede no fundo. — Bom dia Doutora. — minha voz sussurrando contra sua nuca teve o poder de arrepiá-la por inteiro. — Bom dia Nando. — ela não disse mais nada enquanto o elevador subia, mas eu mantive minha mão ali, passeando
— Eu sou como Tomé querida, preciso ver para crer. Agora anda ou sua comida vai esfriar. — fui direto e ela se ergueu, ainda fingindo que não queria nada daquilo, e se sentou ao meu lado. — Não esqueça os papéis.Eu lhe entreguei o prato e comecei a comer o meu enquanto ela falava sem parar sobre o processo de lavagem de dinheiro em uma multinacional, o cliente dela claramente tinha feito parte do esquema, mas eu sabia que ela provaria sua inocência mesmo que não fosse o caso. Pois era para isso que ela estava sendo paga.No meio da conversa eu me sentei no chão depois de terminar de comer e banquei o advogado de acusação, dando a ela a chance de achar duas brechas para enfiar mais motivos do porquê o cliente era inocente.— Eu preciso anotar isso. — ela digitou rapidamente no celular enquanto eu ainda tentava manter as acusações sobre o cliente e derrubar os argumentos dela.Mas então desviei meus olhos pelas pernas longas que ela balançava enquanto escrevia e eu travei o olhar nos p
Eu estava há um tempo observando Sara passar de um papel para o outro tentando acompanhar nos documentos, que haviam chegado por e-mail, tudo o que Fernando tentava lhe explicava pelo telefone.— Espera... não entendi essa parte.Fazia mais ou menos meia hora que ele fazia seu trabalho por telefone e eu queria estar no lugar dela. Sabia que era ridículo, especialmente pela situação em que ela se encontrava, mas era como eu me sentia. Era puro orgulho já que eu sabia que podia dar o primeiro passo e chamá-lo, mas ao invés disso ficava aqui sentindo inveja da atenção que ela estava recebendo, de poder conversar com ele, ouvir sua voz.Nós não havíamos trocado mensagens desde a última discussão, ligação então estava fora de cogitação e eu tinha quase certeza de que Emy tinha lhe dado uma comida de rabo por ficar perguntando sobre mim ao invés de criar coragem e me chamar de uma vez.— Ok, eu vou passar. — Sara voltou a falar e eu só reparei seus movimentos quando ela parou na minha frent
Maria me mandou o endereço de onde seria o almoço em família e eu fui até lá, estava disposto a qualquer coisa para reconquistar Helen, voltar para ela e poder criar o nosso filho sem só pensar no lado ruim de tudo, eu queria poder voltar a ver as coisas do jeito que ela via, ser feliz com nosso filho, amá-lo incondicionalmente como fiz no começo de tudo. Mas para isso eu precisava deixar de lado todos os meus preconceitos.— Que bom que veio, cara! — Miguel foi quem abriu a porta para mim, como a montanha tatuada e assustadora que ele era.— Claro, estava realmente precisando disso. — murmurei ainda meio sem jeito por nem conhecê-lo direito.— Entra ai, Maria está lá no fundo com todo mundo, a gravidez está a fazendo passar a maior parte do tempo com os pés para cima. — ele disse enquanto me guiava por dentro da casa em direção ao barulho nos fundos.— É eu sei bem como é no começo. — Maria estava com alguns meses a menos que Helen.Quando saímos no quintal eu vi muita gente reunida,
— Bom dia. — o homem com a cabeça enfiada no capo do carro quase se machucou ao ouvir minha voz e se erguer de pressa.— O que diabos você faz aqui? — Pedro praticamente rosnou visivelmente irritado em me ver e eu questionei se tinha sido uma boa ideia vir até a oficina.— Você disse que eu podia... esquece, acho melhor eu ir embora.Já tinha vindo remoendo durante o caminho todo dos motivos que me fizeram acordar com vontade de conversar com ele hoje. É claro que não era uma boa ideia, Pedro era prestativo, mas não significava que estava livre todo o tempo para conversar, me dar conselhos ou se quer me ouvir.— Te disse para ligar! — o homem jogou o pano que usava para limpar as mãos no chão e deu dois passos para me segurar antes que eu pudesse me afastar. — Aconteceu alguma coisa? — eu apenas neguei com a cabeça antes que ele continuasse, era constrangedor. — Te disse para ligar querida, não andar esse caminho todo sozinha. Vem aqui.Sua mão enlaçou a minha e ele me arrastou para d