Depois que toda a choradeira acabou passamos o resto da tarde conversando e compartilhando problemas e experiências. Fazia tanto tempo que eu não me sentava com amigas e simplesmente conversava como fizemos hoje, era libertador.
O sol já tinha se posto quando deixamos a casa de Bete e o céu estava escuro, mas as luzes e estrelas iluminavam toda a extensão azul acima de nós, aqui em uma cidade sem prédios e arranha-céus era bem mais fácil de apreciar as estrelas em uma noite como aquela, parecia até uma daquelas imagens da NASA, onde o céu está perfeitamente limpo e iluminado, um cobertor azul escuro bordado com pontos de luz sobre nossas cabeças.
Continuei com a cabeça para fora do carro aproveitando a brisa no rosto e a paisagem até que Emily estacionasse a caminhonete na entrada de casa. Tudo o que eu queria a essa altura era uma cama e colocar os pés para cima, por mais divertido que fosse passar o dia fora era cansativo somado a viagem e gravidez.
Assim que abri a porta meus pensamentos foram interrompidos pela cena a minha frente. Fernando estava fazendo a vez de goleiro, em um gol improvisado com gravetos fincados no chão. Enquanto Fábio e Miguel disputavam a bola, mas rapidamente o menino driblou o mais velho, mostrando o quão bom era e então correu para o gol. A bola passou por baixo das pernas de Fernando e os três explodiram em comemoração.
Antes que percebesse eu estava sorrindo para a cena. Aquele homem ali era com quem eu havia me casado, descontraído, feliz, positivo, espalhando alegria por onde passava.
— Esse é o meu garoto! — ele gritou jogando o menino sobre os ombros e girando com ele.
Aquilo partiu meu coração, a ideia de que ele nunca faria isso com nosso filho, que nunca estaria orgulhoso de algo, ou simplesmente brincando como faziam agora. Me quebrou novamente ver que ele preferia fingir que o bebê não existia, que para ele a melhor escolha era desistir sem nem tentar.
Corri para dentro não suportando olhá-lo, não me importei se a porta bateu alto de mais, se estava sendo rude com todos. Eu estava cansada e machucada. Em alguns segundos ele tinha conseguido levar embora a áurea de felicidade e tranquilidade da tarde.
Logo quando descobrimos a gravidez ele era inseparável da barriga, conversava sempre compartilhando o seu dia, explicando algum jogo de futebol idiota na televisão, Fernando passava horas tocando minha barriga, como se esperasse algo, uma resposta, um chute. Mas agora tudo era diferente.
Ouvi uma batida forte na porta, que se desesperou ao ouvir meus soluços aumentarem, mas não me mexi, não queria ver ninguém agora. Tinha quase certeza de que deveria ser Emy ou Miguel ali e eu não queria ser confortada quando o motivo ainda estava ali, sobre o mesmo teto me causando dor.
Não sei a que horas consegui pegar no sono, mas acordei no meio da madrugada com um serzinho implorando por comida. Eu tinha errado em dormir sem jantar, já era um milagre que tivesse conseguido dormir por tanto tempo.
Então tratei de descer as escadas, tentando não fazer barulho e iluminei o caminho com a lanterna do celular, sabia que Emy estava dormindo na sala e não queria acordá-la ou incomodar.
Do jeito mais silencioso que consegui tirei o macarrão que estava na geladeira, o frango frito e maionese, misturei tudo em prato e coloquei no micro-ondas. Podia parecer nojento, mas nos últimos dias eu tinha adquirido uma obsessão por maionese, era ela em tudo que eu fosse comer.
Mas assim que me virei lá estava ele, na penumbra da cozinha, vestido apenas com uma calça de moletom, com a luz parcial do quintal iluminando sua pele nua. O peito subindo e descendo com antecipação, os olhos ávidos na espera por alguma reação, e eu tinha certeza de que se pressionasse minhas mãos em seu peito seu coração estaria batendo tão rápido quanto o meu.
Não tinha dúvidas porque era assim desde que o conheci.
Lembrança:
Tínhamos acabado de ganhar um dos processos mais gordos da firma, e o dinheiro que rendeu era só a ponta do iceberg, há algumas semanas já vínhamos recebendo ligações de outras pessoas com interesse em serem defendidos por nossa empresa e agora que havíamos ganhado a tendência era só aumentar.
— Aqui! — alguém gritou na mesa acenando para o garçom voltar a trazer mais uma rodada.
Estávamos comemorando no bar no fim da rua, as opções por ali eram escassas, era esse bar ou o dos motoqueiros, como ninguém ali fazia o estilo mais selvagem tínhamos que nos apertar para caber em uma mesa que comportava apenas a metade do nosso grupo. Fazer o que, estávamos felizes de mais para nos importar com aquilo.
Pela primeira vez em muito tempo eu me permiti beber mais do que uma garrafa de cerveja, se estivesse em casa sozinha provavelmente teria acabado com a garrafa de vinho mais caro que tivesse, mas no bar onde estávamos eu me contentava com a cerveja. O estresse e os meses exaustivos de conciliações, barganha, revisão contratual e muita briga, também foram o fator para eu dar o braço a torcer e aceitar beber com a equipe.
— Ele não para de olhar pra você. — Luiza sussurrou no meu ouvido não tão baixo quanto deveria, claramente ela estava mais alta do que eu.
E sim, eu sabia que Fernando estava me olhando, ele fazia questão de não ser discreto. Apesar de trabalharmos para a mesma firma, éramos de setores diferentes, o que parecia ter dado a ele a ideia de que podia flertar comigo todo o tempo.
Sempre que me via lá estava ele abrindo o sorriso largo, me elogiando e me arrancando pensamentos impuros.
O garoto era dez anos mais novo do que eu, sim eu fiz a pesquisa, de uma cidadezinha no interior de São Paulo, o que explicava o ar sempre otimista. Ele ainda não tinha sido devorado pela cidade, mas aconteceria eventualmente, o que era uma verdadeira pena já que ele tinha um sorriso de ferrar com a cabeça de qualquer pessoa, e se você somar a pintinha sexy que ele tem perto do lábio superior, com certeza não vai precisar de mais que um par de palavras para estar abaixando a calcinha e deixando que ele faça tudo o que aquele ar de bom moço nega que ele seja capaz, mas que cá entre nós ele é totalmente capaz de nos fazer perder a cabeça.
Nos últimos meses eu tinha visto pelo menos três mulheres que estavam em processo de divórcio flertarem com ele no corredor do prédio. Seria antiético se ele correspondesse, ele era advogado delas, mas como minhas amigas insistiam em me lembrar ele parecia só gostar de fazer isso comigo.
— Ele tá vindo aí. Ele tá vindo. — Gisele praticamente gritou do outro lado se afastando assim que a sombra dele parou ao meu lado.
— Posso me juntar as damas? — a voz grossa soou ao pé do ouvido.
Ele não tinha aquela voz, geralmente era algo doce e sedutor. Como uma barra de chocolate, o melhor e mais caro chocolate, daquele que derrete na sua boca e te faz gemer de satisfação.
Merda, lá ia eu com os pensamentos impuros novamente.
— Claro, senta aqui. — Luiza saiu do meu lado esquerdo e se juntou a Gi, apenas para me assistirem perder a cabeça de camarote.
— Já disse que você está linda hoje? — eu revirei meus olhos e levei o gargalo da cerveja a boca. — Não faz assim, não me tortura desse jeito! — sua voz saiu mais baixa dessa vez chamando minha atenção. — Você sabe que adoro quando me esnoba e ainda levando a long-necks na boquinha assim, fazendo biquinho.
Minhas amigas gargalharam enquanto eu apertei meus olhos com força tentando não entrar no joguinho sujo dele. Eu sabia bem que era muito fogo no rabo que ele tinha, o garoto fazia questão de deixar bem explicito em seu olhar, sempre parecendo com fome, ou salivando.
Fernando mantinha a distância física, mas aqueles olhares junto ao sorriso sacana de lado pareciam surtir mais efeito que um toque, ele era o cúmulo.
— Você é ridículo, sabia? Devia ser crime ser idiota assim como você. — resmunguei fingindo me concentrar em um ponto a minha frente, mas não me concentrando a nada na verdade, apenas atenta a sua presença.
— Devia ser crime ser sexy como você. — Fernando lançou na lata, sem rodeios ou filtro. — Na boa, quem fica tão sexy assim com terninho? Me desculpem meninas, mas a dona aqui ganhou de vocês.
— Garoto se controla! — reclamei apenas querendo que ele parasse com todas as cantadas engraçadinhas. Algumas ele era tão inteligente que me deixava até sem palavras, mas hoje não parecia o caso.
O que eu agradecia, pois não conseguia mais ficar por muito tempo perto dele e não ficar envergonhada. Alguém tinha que dar um controle, colocar um fim nisso, mas ele parecia não entender a palavra: sai fora!
De algum jeito ele acreditava que teria chance comigo, se ele ao menos soubesse que eu não queria me envolver com nenhum homem, nem nessa vida nem na próxima. Eu estava em busca de paz de espírito e homens eram o completo oposto.
Sem falar no quesito idade que era gritante. Me envolver com alguém da idade dele era o mesmo que tatuar CRECHE na testa. Ok, talvez eu estivesse exagerando, mas dez anos não era algo a se ignorar. Eu estava o que? Na quarta ou quinta série quando esse garoto nasceu. Pelo amor.
— Quem sabe você não me controla, nada como uma boa adestradora para ensinar limites para um cachorrão. — ele sussurrou me arrancando uma gargalhada. Era por esse motivo que ele se encorajava, eu podia até tentar, mas não conseguia ficar indiferente por muito tempo.
— Que tal se o cachorrão for ajudar ela na mudança? — Gi se intrometeu quando viu que eu não o responderia. — Helen precisa de alguém assim sabe, forte, disposto, cheio de vontade.
Eu a encarei perplexa, não podia acreditar que a idiota estava fazendo aquilo comigo, arregalei meus olhos como um aviso para que ela parasse ali mesmo, só o que me faltava era ter o pentelho me enchendo fora da empresa também.
— Sabe pra ajudar a carregar caixas e mais caixas, apertar em alguns lugares, fazer um pouco de exercícios, sair de lá bem suado. — Luiza se juntou a ela. — Ela está precisando de um faz tudo sabe, com mãos grandes que goste de colocar com...
— Chega vocês duas! — interrompi antes que continuassem com a conversa de duplo sentido.
As duas cínicas apenas sorriram inocentes, elas podiam acreditar que estavam me fazendo um favor, mas eu duvidava muito.
— Se você me queria era só falar doutora. — Fernando se curvou aproximando a boca de meu pescoço. — Tenho prazer em servir. — a forma como as palavras saíram da sua boca me fizeram fechar os olhos esperando por mais, ao que atiçasse minha imaginação, que me deixasse sonhando a noite, algo que pudesse usar como inspiração mais tarde com meu vibrador. — Até amanhã então? — eu abri os olhos inconformada com a situação e suspirei frustrada avaliando minhas opções.
Sim eu precisava de ajuda na mudança, sim eu era péssima em qualquer coisa como montagem ou instalações em geral. Mas podia muito bem arrumar uma firma que fizesse isso, ou esperar até que meu irmão decidisse se compadecer de mim e me ajudar.
Mas assim que virei e encarei os olhos dele eu soube que ali estava a resposta para a maioria dos meus problemas.
Assim que me virei lá estava ele, na penumbra da cozinha, vestido apenas com uma calça de moletom, com a luz parcial do quintal iluminando sua pele nua. O peito subindo e descendo com antecipação, os olhos ávidos na espera por alguma reação minha, e eu tinha certeza de que se pressionasse minhas mãos em seu peito seu coração estaria batendo tão rápido quanto o meu.Não tinha dúvidas porque era assim desde que o conheci.Fernando não disse nada, apenas ficou ali do outro lado do balcão me encarando. Eu fui a primeira a desviar o olhar me concentrando no micro-ondas como a covarde que era, torcia para que ele fizesse logo o que foi fazer ali e fosse embora.Mas o infeliz sabia bem como mexer comigo, não demorou para que eu sentisse o calor do seu corpo perto do meu. Seus braços me envolveram em um casulo quando ele agarrou o balcão a minha frente me deixando presa entre o granito frio e seu peito quente. Senti quando ele esfregou o nariz em meus cabelos, descendo até estar contra minha
Eu estava me sentindo o pior filho da puta, não queria deixar Helen, não queria abandonar ela de novo daquele jeito. Mas eu precisava, era o único jeito de fazê-la entender que eu só queria o bem dela.Nada estava acontecendo como eu queria, como tinha planejado, deveríamos estar juntos em São Paulo preparando tudo para a chegada do nosso filho, eu tinha que estar ao lado dela cuidando, mimando, garantindo que ela tivesse tudo o que queria e precisava, mas ao invés disso eu estava dentro do meu carro dirigindo fugindo da minha mulher pois sabia que se continuasse perto dela ia acabar começando a acreditar no que ela dizia.Mas eu sabia que não podia fazer isso, não podia ser fraco assim quando tinha noção de que nenhum de nós dois estava preparado para a chegada de uma criança com tantas limitações e problemas, seria como trazer um problema para as nossas vidas já sabendo que é um problema e isso seria burrice.Ao menos agora eu estava mais tranquilo, Helen estava com a minha família
Os dias estavam passando rápido de mais, Fernando não tinha aparecido como prometido, havia enviado apenas uma mensagem dizendo o quanto estava corrido e assim que conseguisse viria. Eu conhecia melhor do que ninguém aquele escritório e sabia que sua decisão de ficar lá tinha a ver com nossa situação, ele com certeza preferia adiar nossa conversa sabendo que seria algo definitivo.Mas eu estava ocupando minha cabeça com outras coisas, tinha marcado uma consulta com a obstetra da cidade, passava boa parte do tempo lendo mais sobre bebês com síndrome de Down e me informando em todas as dificuldades que seriam comuns de aparecer, eu queria estar pronta para dar tudo o que eu filho fosse precisar, mesmo que isso não incluísse um pai.E havia Fábio, que também era uma ótima distração, quando ele não estava na escola passava horas me fazendo companhia, cuidávamos do jardim juntos, víamos algum filme ou eu o assistia jogar bola.Nesses dias que se passaram eu finalmente tinha conhecido o fam
Lembrança:Helen parecia não acreditar no que estava vendo diante dos meus olhos. Eu estava parado na porta dela às oito da manhã de um domingo, depois de passar a noite toda planejando o que eu faria com a advoga que vinha mexendo com a minha cabeça, eu precisava dar um jeito de fazer ela se render ao meu charme ia usar toda a minha animação e energia para fazer derrubar as barreiras dela e conquistá-la.Encarei o corpo dela de cima a baixo, ela estava usado uma calça legging e uma regata folgada, tão diferente das roupas sociais que usava no escritório, mas a expressão de advogada durona continuava a mesma.— O que está fazendo aqui? — ela questionou incrédula, como se achasse que eu não iria levar a sério a conversa das amigas dela, eu teria aproveitado qualquer oportunidade de ficar sozinho com ela. — Como sabe onde eu moro?— Perguntas, perguntas. Tsc tsc, o povo de São Paulo não sabe mesmo como ser educado, não é doutora?! — falei e sacudiu a cabeça a chamando de doutora só porq
Encarei as chaves penduradas na parede como se elas fossem me dar alguma resposta.Era dia da minha consulta e eu tinha adiado contar para qualquer um em casa, parte de mim insistia em acreditar que Fernando apareceria no último minuto e me faria companhia, mas estava óbvio que não ia acontecer.Miguel tinha ido à cidade vizinha com alguns amigos e por isso havia deixado a velha picape ali, Emy e Sara estavam trabalhando então éramos só eu e Fábio. O menino havia tido uma súbita dor de barriga antes de sair para escola, dor essa que havia passado miraculosamente assim que a mãe saiu o deixando comigo.Tinha suspeitas sobre o que poderia tê-lo feito mentir para mãe, especialmente para não ir à escola já que ele adora passar o dia lá, rodeado de amigos, mas não o questionei, sabia que ele contaria assim que quisesse, assim como ele fez quando me contou sobre as brigas que havia presenciado com os pais.O garoto era tão inteligente e sensível, até se sentiu mal por contar pra mim o que t
— Calma, calma. — o homem murmurou rápido quando viu que tinha apertado todos os botões errados. — A gente começou com o pé esquerdo. — ele puxou uma cadeira a estendendo em minha direção. — Senta um pouco e toma uma água, já trago pra você. Não saía daí!Tentei manter em mente que ele tinha um humor de comediante, mesmo que eu não estivesse nenhum pouco no clima para dar risadas.Respirei fundo e encarei o relógio na parede, eu já estava atrasada dez minutos para a consulta. Perfeito!Fábio surgiu logo em seguida com um pedaço de bolo em um pratinho e a boca toda suja de chocolate. Ele me sorriu da forma mais inocente e eu não consegui segurar a retribuição apesar de toda a irritação que sentia passear por meu corpo.Parecia que hoje era o dia de: não saia de casa Helen! Me perder, o carro quebrar e ter que lidar com gene arrogante e que julgam meu casamento sem nem ao menos me conhecer, com toda certeza não estava nos meus planos quando me levantei da cama hoje.— Obrigada Fábio. —
— Eu não te chamei, nem te pedi que fizesse isso. — travei a mandíbula tentando ignorar o bolo incomodo que se formava em minha garganta.Era ridículo que um desconhecido tivesse mais interesse, de ver meu filho ou no mínimo meu bem-estar, do que meu próprio marido, do que o próprio pai. Era ridículo que eu estivesse dependendo da ajuda de outros, que estavam contando com pessoas que nem ao menos conhecia para me apoiarem e estarem do meu lado nesse momento.— Você não, mas o Fábio aqui me deixou bem curioso. — ele estendeu a mão para o menino que aceitou de bom grado e sacudiu a cabeça concordando com ele. — É verdade que vão passar uma câmera na sua barriga que vai mostrar seu bebê lá dentro? Estou ansioso pra ver e você?Os dois continuaram a conversar animadamente enquanto eu não sabia como reagir a tudo aquilo. Pedro era uma pessoa... fora do comum. Ok, eu tinha acabado de conhecer o homem, mas quem faz isso com alguém que não conhece? Ele poderia estar apenas seguindo algum pedi
Lembrança:Entrei no elevador com o olhar de Helen queimando sobre mim, ela me esperou segurando a porta do elevador enquanto eu tirava todas as caixas do carro, por todo o tempo que isso durou os olhos dela não me deixaram, ela podia até fingir que não estava babando na imagem a sua frente, mas eu sabia que estava e provavelmente pensando muitas coisas improprias eu diria pelo tom vermelho das bochechas.Em minha defesa eu também estava observando ela, não conseguia para de olhar para ela, já fazia um tempo que eu não tinha nenhum contato com outras mulheres, desde que eu a vi no elevador para dizer a verdade, ela era a única que povoava meus pensamentos, minhas fantasias e sonhos eróticos.— Bonito apartamento. — falei bem próximo a pele dela e isso pareceu trazê-la de volta de seus pensamentos. — Vou descer e pegar o resto.Dei uma volta no lugar que já estava ocupado com os móveis, era um bom apartamento, bem no meio da loucura e correria de São Paulo, ficava perto do trabalho e i