Lembrança:Helen parecia não acreditar no que estava vendo diante dos meus olhos. Eu estava parado na porta dela às oito da manhã de um domingo, depois de passar a noite toda planejando o que eu faria com a advoga que vinha mexendo com a minha cabeça, eu precisava dar um jeito de fazer ela se render ao meu charme ia usar toda a minha animação e energia para fazer derrubar as barreiras dela e conquistá-la.Encarei o corpo dela de cima a baixo, ela estava usado uma calça legging e uma regata folgada, tão diferente das roupas sociais que usava no escritório, mas a expressão de advogada durona continuava a mesma.— O que está fazendo aqui? — ela questionou incrédula, como se achasse que eu não iria levar a sério a conversa das amigas dela, eu teria aproveitado qualquer oportunidade de ficar sozinho com ela. — Como sabe onde eu moro?— Perguntas, perguntas. Tsc tsc, o povo de São Paulo não sabe mesmo como ser educado, não é doutora?! — falei e sacudiu a cabeça a chamando de doutora só porq
Encarei as chaves penduradas na parede como se elas fossem me dar alguma resposta.Era dia da minha consulta e eu tinha adiado contar para qualquer um em casa, parte de mim insistia em acreditar que Fernando apareceria no último minuto e me faria companhia, mas estava óbvio que não ia acontecer.Miguel tinha ido à cidade vizinha com alguns amigos e por isso havia deixado a velha picape ali, Emy e Sara estavam trabalhando então éramos só eu e Fábio. O menino havia tido uma súbita dor de barriga antes de sair para escola, dor essa que havia passado miraculosamente assim que a mãe saiu o deixando comigo.Tinha suspeitas sobre o que poderia tê-lo feito mentir para mãe, especialmente para não ir à escola já que ele adora passar o dia lá, rodeado de amigos, mas não o questionei, sabia que ele contaria assim que quisesse, assim como ele fez quando me contou sobre as brigas que havia presenciado com os pais.O garoto era tão inteligente e sensível, até se sentiu mal por contar pra mim o que t
— Calma, calma. — o homem murmurou rápido quando viu que tinha apertado todos os botões errados. — A gente começou com o pé esquerdo. — ele puxou uma cadeira a estendendo em minha direção. — Senta um pouco e toma uma água, já trago pra você. Não saía daí!Tentei manter em mente que ele tinha um humor de comediante, mesmo que eu não estivesse nenhum pouco no clima para dar risadas.Respirei fundo e encarei o relógio na parede, eu já estava atrasada dez minutos para a consulta. Perfeito!Fábio surgiu logo em seguida com um pedaço de bolo em um pratinho e a boca toda suja de chocolate. Ele me sorriu da forma mais inocente e eu não consegui segurar a retribuição apesar de toda a irritação que sentia passear por meu corpo.Parecia que hoje era o dia de: não saia de casa Helen! Me perder, o carro quebrar e ter que lidar com gene arrogante e que julgam meu casamento sem nem ao menos me conhecer, com toda certeza não estava nos meus planos quando me levantei da cama hoje.— Obrigada Fábio. —
— Eu não te chamei, nem te pedi que fizesse isso. — travei a mandíbula tentando ignorar o bolo incomodo que se formava em minha garganta.Era ridículo que um desconhecido tivesse mais interesse, de ver meu filho ou no mínimo meu bem-estar, do que meu próprio marido, do que o próprio pai. Era ridículo que eu estivesse dependendo da ajuda de outros, que estavam contando com pessoas que nem ao menos conhecia para me apoiarem e estarem do meu lado nesse momento.— Você não, mas o Fábio aqui me deixou bem curioso. — ele estendeu a mão para o menino que aceitou de bom grado e sacudiu a cabeça concordando com ele. — É verdade que vão passar uma câmera na sua barriga que vai mostrar seu bebê lá dentro? Estou ansioso pra ver e você?Os dois continuaram a conversar animadamente enquanto eu não sabia como reagir a tudo aquilo. Pedro era uma pessoa... fora do comum. Ok, eu tinha acabado de conhecer o homem, mas quem faz isso com alguém que não conhece? Ele poderia estar apenas seguindo algum pedi
Lembrança:Entrei no elevador com o olhar de Helen queimando sobre mim, ela me esperou segurando a porta do elevador enquanto eu tirava todas as caixas do carro, por todo o tempo que isso durou os olhos dela não me deixaram, ela podia até fingir que não estava babando na imagem a sua frente, mas eu sabia que estava e provavelmente pensando muitas coisas improprias eu diria pelo tom vermelho das bochechas.Em minha defesa eu também estava observando ela, não conseguia para de olhar para ela, já fazia um tempo que eu não tinha nenhum contato com outras mulheres, desde que eu a vi no elevador para dizer a verdade, ela era a única que povoava meus pensamentos, minhas fantasias e sonhos eróticos.— Bonito apartamento. — falei bem próximo a pele dela e isso pareceu trazê-la de volta de seus pensamentos. — Vou descer e pegar o resto.Dei uma volta no lugar que já estava ocupado com os móveis, era um bom apartamento, bem no meio da loucura e correria de São Paulo, ficava perto do trabalho e i
O rosto dela queimou no mesmo instante, sendo tingido de um tom de vermelho.— Como você...— Como eu achei? — eu a interrompi. — Sua bolsa que estava meio rasgadinha, terminou de se abrir e não foi bonito quando pelo menos quatro consolos diferentes pularam no corredor.A boca dela se abriu em choque e o rosto todo ficou vermelho, ela parecia prestes a cair dura no chão de tanta vergonha.— Me dá isso aqui. — Helen se esticou tentando pegar, mas eu me afastei rápido de mais. — Fernando não faz graça e me dá logo esse negócio, já quero morrer por isso, não precisa fazer mais piada com minha desgraça.— Piada? Pelo contrário, eu adoraria ver você usar um desses, qualquer um que quiser. — minha voz e expressão eram sérias de mais, mostrando a ela que eu não estava brincando, tanto que ela parou a meio caminho de arrancar o vibrador das minhas mãos e ficou me encarando envergonhada e chocada com a proposta. — Você me faria um homem muito feliz mostrando pra mim como se satisfaz com eles.
Estava aproveitando minha manhã tomando um pouco de sol, qualquer um que visse do lado de fora acreditava que eu estava realmente só relaxando na cadeira no quintal, pegando um bronzeado acompanhada do meu sogro, enquanto Fábio corria por ali jogando bola com Emy e Sara e Marcos cuidava do churrasco para nosso almoço.Era domingo, estávamos todos em casa e decidimos porque não um churrasco? O calor estava propício para qualquer atividade ao ar livre e pra dizer a verdade eu gostaria era de estar no lago, ou em outro lugar que tivesse muita água para aplacar o calor do lugar.Mas me contentei em me recostar embaixo da árvore e me juntar a Miguel que adorava banhos de sol pela manhã.Eu tinha levado um belo puxão de orelha e ele tinha garantido que de agora em diante falaria diretamente com Bianca sobre minhas consultas. Sim, o pobre homem achou que eu queria afastá-lo do neto.Até parece que eu seria capaz de algo assim, justo para ele que era um amor, a única figura paterna que meu fi
Lembrança:— Bom dia, bom dia. — a voz tomando o elevador me chamou a atenção e rapidamente meus olhos correram em sua direção. O mesmo sorriso contagiante e alegre direcionado a todos no elevador, mas assim que seus olhos pousaram sobre mim sua expressão mudou. — Bom dia Doutora.Fernando tinha cumprido sua promessa de me deixar em paz caso eu negasse sentir nossa atração. Ele ainda me olhava com os olhos sedentos e a expressão de fome de sempre, mas agora sem suas cantadas. Se limitava a falar apenas o que fosse profissional e mesmo que fosse ridículo eu admitir passei a sentir falta.— Bom dia Fernando. — acenei com a cabeça lhe retribuindo o sorriso e tudo o que ganhei em troca foi uma piscadela.Nada de "como você está maravilhosa, mesmo que isso não seja novidade." "O sol está perdendo o seu brilho com você doutora." "Que tal se você me apertar ali no cantinho, precisamos deixar espaço pros nossos amigos entrarem.".Ele se virou e trocou algumas palavras com outros funcionários,