O Bebê Esquecido do CEO
O Bebê Esquecido do CEO
Por: Bruna Calil
01

HANNAH A. COOPER NARRANDO

Abri meus olhos e senti um clarão queimando minha retina. Coloquei minha mão automaticamente na frente do rosto, tentando evitar que aquela claridade me machucasse.

"Meu Deus... Aonde estou?"

"Caramba!" Eu ainda não enxergava direito, mas era possível ouvir perfeitamente. "A Desconhecida acordou!" A voz disse.

Desconhecida? Como assim, Desconhecida?

As coisas começaram a ficar um pouco mais visívels a medida que os segundos íam passando. Comecei a perceber as cores, e um grande borrão veio até mim, levantou minha pálpebra e começou a jogar ainda mais luz nos meus olhos.

"Mas que porra é essa?" Reclamei, e com razão!"

"Senhorita, qual o seu nome?" 

"Hannah, meu nome é Hannah Alice Cooper. Onde diabos eu estou?" Respirei fundo e, aos poucos, comecei a ver mais de forma mais nítida. Eu estava em um hospital, e as pessoas que falavam comigo eram médicos e enfermeiros.

"Hannah Cooper!" Um dos homens de jaleco repetiu, e o outro correu para fora do quarto. "Ótimo, sabe que dia é hoje?"

"Quarta-feira?" Eu estava confusa. "Por que eu estou aqui? O que aconteceu?"

"Qual a última coisa que você se lembra, Hannah?" Eu neguei com a cabeça.

"Eu estava saindo de algum lugar e... Fui atacada. Ah, merda, eu me machuquei muito feio?" Questionei, e vi uma das enfermeiras concordar com a cabeça.

"Você ficou oito meses em coma, senhorita." Arregalei meus olhos em surpresa ao que ouvi.

Eu estava em coma? Meu Deus, que horror! Sinto como se tivesse dormido e acordado, apenas. Não me lembro de absolutamente nada.

"Você tem familiares? Pode nos falar o nome de alguém?" Ri de mim mesma com aquela pergunta.

"Eu costumava ter um marido, mas ele me traiu com a minha melhor amiga e eu chutei aquele desgraçado dois meses antes de ser assaltada. Talvez eu devesse voltar para o coma, não tenho ninguém por aqui." Eu me ajeitei na cama, e então, uma enfermeira olhou para a outra.

"Ela apagou sem saber, pelo visto."

"É, pelo visto, sim." A outra respondeu.

Eu observei aquilo enquanto sentia algo em minha costela. Imaginei que fosse um ferimento por conta do assalto, mas então, quando coloquei a mão em minha barriga, mais uma surpresa: Ela estava imensa. Imensa mesmo. Parecia uma bola de basquete gigante.

"O que é isso?" Arregalei mais meus olhos, enquanto segurava minha barriga visivelmente grávida. Eu estava grávida? Quanto tempo tem essa criança dentro de mim? Meu ex-marido é o pai?

"Bom... Parece que você tem uma família, senhorita Hannah." Minhas mãos foram em direção aos meus cabelos loiros, e eu olhava indignada para a minha barriga.

"Puta merda. Puta merda!"

"Eu sei que é muita informação para processar. Mas você pode ficar tranquila que você terá um tempo, estamos chamando uma psicóloga para te ajudar a passar por tudo que aconteceu. Conseguimos o seu seguro social já que achamos seu nome, vai ficar tudo bem." A enfermeira me garantiu, mas eu não sabia se tudo ficaria bem, afinal... Eu estava grávida, prestes a parir, sozinha no mundo e as únicas duas pessoas que eu achei que me amavam haviam me traído. Minha melhor amiga e meu ex-marido. 

Com o passar dos dias, fui aceitando minha gravidez. Era eu e meu menino no mundo agora, um menino cujo pai era um desconhecido. Me lembro de ter ido para a cama com um homem em uma balada na noite que sofri o assalto, mas não lembro quem ele era. E o assaltante, apesar de ter me machucado, não fez outras coisas comigo.

Uma semana se passou desde que eu acordei, e eu fui liberada do hospital. Estava arrumando minhas coisas, sem saber para onde iria. Por sorte, consegui acionar meu seguro social, que me garantiu uma casa pelos próximos meses e uma pequena pensão para que eu pudesse sobreviver até o meu bebê completar quatro meses. Estava arrumando o meu pequeno apartamento alugado, um apartamento de um quarto, cozinha e sala, tudo bem pequeno e simples, mas ainda assim era melhor do que estar no mesmo teto que o maldito do Tom. Aquele desgraçado partiu meu coração junto com Sophia, e eu preferia não contar absolutamente nada pra ele. Ele já me chamou de várias coisas quando terminei com ele, e se descobrir da gravidez, fará pior. 

Eu queria que tudo estivesse perfeito para o Daniel. Ele tinha um narizinho perfeito, que deu para ver na ultrassom. O pequeno berço ao lado da cama e as roupinhas que consegui comprar já demonstravam que eu estava tentando me acostumar com a ideia de ser mãe. Daniel com certeza seria amado, mas não teria a mãe mais preparada do mundo... Eu só tenho vinte anos, me casei com o primeiro homem com quem dormi e engravidei do segundo que sequer sei o nome. Espero que dê tudo certo para nós, e que de alguma forma, eu e ele tenhamos sorte.

Enquanto terminava os últimos preparativos do espacinho do meu Daniel, de repente, senti algo escorrendo por minhas pernas. Arregalei meus olhos ao ver muito líquido saindo, e aquilo me assustou bastante. Liguei imediatamente para a ambulância, que veio me buscar prontamente. Daniel ainda não estava pronto para nascer, ainda faltava um mês. Aquilo me deixou desesperada, porque eu já o amava. Não saberia o que fazer se o perdesse também.

"Por favor, por favor! Rápido! Salvem o meu bebê!" Eu gritava na ambulância, enquanto dores horríveis começavam a surgir. 

A dor era imensa. Tão grande, tão grande que a impressão que dava era que minha bacia iria explodir junto com meu útero. Eu gritava de forma desesperada. Chegamos ao hospital e não demorou muito para me levarem para a sala de parto, e então... Ele nasceu prematuro, mas saudável e gritando. 

Aquele choro me deixou tão feliz, que eu chorei junto. Eu não estava mais sozinha no mundo, não mais!

"Meu Daniel!" Eu disse. Eles trouxeram o menino até mim, e eu dei um beijo em sua pequena testa. Ele era lindo. Queria que ele tivesse uma vida perfeita, bem diferente da minha.

Aos sete, fui abusada pelo meu padrasto. Aos nove, minha mãe me acusou de seduzí-lo. E aos onze, ela me expulsou de casa porque eu aparentemente estava "mocinha demais e logo teria minha primeira menstruação, o que significava que ele iria querer algo a mais do que passar as mãos em mim" e, como ela dizia, na cabeça dela eu competia com ela por aquele homem nojento e asqueroso. 

Fugi de tudo e de todos. Casei cedo, confiei no homem errado. Tive uma vida do inferno até aqui, mas ao olhar para o pequeno rosto delicado de Daniel, era como se todo meu passado tivesse sido apagado. Só tinha o presente e o futuro, e era tudo que importava.

Eu estava no quarto, amamentando meu filho, quando uma enfermeira abriu a porta e sorriu para mim.

"Seu marido quer vê-la." Ela disse e, então, Tom entrou pela porta. O que aquele ridículo estava fazendo aqui?

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