Capitulo 3

Os funcionários realmente gostaram de ver as mudanças no barão, o vendo mais alegre na medida do possível, tudo por causa da jovem de jeito peculiar. A casa foi tomando tons claros e a decoração clara foi sendo um complemento para o que Giselle foi colocando.

A frente da casa tinha sumido com aquele cinza que amedrontava as pessoas, enquanto, é claro, foi pegando um tom pastel de laranja. Damas da noite foram aparecendo na frente da casa, trazendo um cheiro para a redondeza. As jardineiras tinham petúnias e tulipas para dar e vender e rosas brancas e vermelhas escalavam as janelas da frente da casa.

Tinta branca foi colocada do lado esquerdo, deixando claro onde a jovem dos cabelos caramelos entrava em sua morada, enquanto Evander ainda tinha tons escuros na porta principal.

Os quadros, além dos familiares, tinham também quadros de pintores questionáveis (Giselle Bittencourt) onde tinham ovelhas, vacas e até mesmo animais de fazenda. Pequenos animais místicos começaram a aparecer no jardim em cerâmica e bem Bela via aquilo como um sinal que seu amo tinha mudado de ideia de mandar a jovem embora.

- Acho que ele não vai mandá-la. – Bela foi tirada de seus pensamentos quando uma novata entrou animada pela porta dos serviços.

- Por que diz isso, Laura? – Viu buscando o bule de chá e bem as canecas de porcelana com os coelhos que Giselle decidiu comprar para cada feriado que tinha natal, páscoa, Dia das Crianças e assim vai.

- Por que essa afirmação? – Pondero enquanto deixava os bordados de lado.

- Vi eles de mãos dadas, - fazendo todos pararem. – Eles estavam conversando sobre ovelhas e bem vi nosso barão com a mão acima de nossa senhora, acredito que eles estão criando sentimentos. – A jovem parecia esperançosa, fazendo mais algumas criadas surgirem.

- Falando em momentos, o vi sorrir de uma forma que nunca tinha visto com suas falecidas esposas. – Murmuro uma cozinheira. – Nem mesmo com sua querida Clara, os olhos de nosso amo brilhavam mais que as estrelas anoite.

- Vi ela sempre paciente com nosso amo, dando o tempo para ele se acostumar com suas ideias, puxando-o para ver plantas e até mesmo aqueles animais de cerâmica. – Sim, Bela tinha visto comprar animais em cerâmicas para colocar no jardim, nada de classe e sim coisas fofas e delicadas.

-Ah, espero que realmente estejam certos. – Surgiu alguém no meio dos funcionários. Bela viu sua querida irmã, deixe a governanta do barão Bittencourt, o pai de Evander. – Porque o senhor está convocando o filho para saber das novidades. – E com a carta entregue, a mulher simplesmente virou e foi embora, deixando Bela perdida.

Aquilo fez Bela gelar.

...

Evander realmente ficou um pouco nervoso para aparecer no gabinete do pai.

Ele não sentia mais aquela vontade de colocar Giselle para fora de sua casa.

Na verdade, não queria dar fim ao seu único raio de sol, no meio de tantas incertezas.

Então, quando recebeu a carta, viu Giselle congelar ao seu lado enquanto montavam um quebra-cabeça, fazendo-o lembrar dos direitos que ainda não tinha sido tomado, mas lembra de que a proximidade foi aos poucos uma coisa que não teve com ninguém.

Foi naquele único momento que lembro de Clara, dois meses focados no jeito que Giselle, que nem tinha lembrado das ex-esposas, nem tinha lembrado que Clara era superamiga de seu pai, já que eles eram primos de terceiro grau.

Enquanto Giselle foi uma desconhecida que assumiu o lugar da irmã, porque fugia de ser a tia da vez, o que fazia sentir curiosidade sobre como eram seus adversários.

Seu pensamento foi cortado quando a porta foi aberta, o fazendo levantar, entrando no gabinete do seu pai, Marcelo, seu chef, seu pai, seu antecessor, sentando-se em sua cadeira com acolchoamento preto enquanto o verde combinava com o tom dourado dos móveis. O lugar é escuro e bem tinha algo que o fazia lembrar de ser pequeno, e bem com as janelas fechadas com a parte de madeira.

O fazendo olhar em volta buscando algum alívio nas estantes de livros, onde tinha estátuas de bustos de antigos reis, de antigos lidares que esse mundo teve antes de voltarem no tempo, um tempo em que eles tinham uma tecnologia que os deixava distante, mais sábios, e nesse momento eles não tinham mais tecnologia e sim a proximidade entre as pessoas, os fazendo ser mais astutos.

- Como anda a vida? – Murmuro, tirando o chapéu e deixando a bengala de lado, pegando uma xícara de café entre os servidos por Dona Maria, que tinha preparado algo de sua safra, já sentindo o cheiro de trabalho duro dele.

- Bem, estive na Bahia. – Marcelo simplesmente olhou o filho de forma amigável.

- Espero que tenha tido uma boa viagem. – Sentando-se num dos sofás enquanto olhava ao pai sério, escondendo tudo que já tinha sentido por Giselle, pensando seriamente, tinha que lidar com o que viria por vir e tentar não mostrar estar fraco, sentimentos são fraquezas, são coisas que devem ser mantidas no interior de sua casa.

- Foi, mas quando cheguei aqui e soube que ela nem mesmo está grávida, me fez sentir pena de você. – Continuou quieto, Evander ia ver até onde isso levaria. – Além do mais, sei que é difícil ter casado com aquela coisa horrenda, mas lembre-se, precisamos de um herdeiro. – Evander ficou pasmo com o que saiu da boca de seu pai.

- Como é? – Será que ele ouviu direito?

- Tire Clara de sua cabeça, - Evander tentou não parecer aborrecido. – Estou dizendo que aquela criatura que veio do fundo do fim do mundo precisa ser útil para alguma coisa e acredito que ela consiga pelo menos carregar um filho, - Marcelo acabou rindo da vermelhidão do filho achando que é enjoo enquanto Evander começou a ferver de raiva, do jeito que ele fala de Giselle parece que ela é uma vaca pronta para ser usada como uma parideira. – Não sinta nojo, com a sorte que tem ela pode morrer durante o parto e teremos a criança o que é importante, sem conta é claro que podemos depois arrumar alguma esposa descente, talvez até mesmo a irmã dela que era a ideia original. – A risada o fez ficar em silencio. – Tinha que ver o desespero que o pai tinha falado sobre ela e bem quando a vi no cartório entendi o que o senhor tinha falado, o bom que não ficara preso no meio do caminho ela consegue ter pelo menos um bom quadril, - Evander o viu pondera antes de levantar uma das sobrancelhas. – Se não conseguir dormir com ela tente colocar um travesseiro na cabeça dela, mas se isso não funcionar eu mesmo faço esse serviço...

- CHEGA. – Evander já estava de costas ao pai, olhando para o chão, que absurdo ele ouviu. – Não precisa disso tudo. – O tom duro que saiu de seus lábios foi para conter o nojo que sentiu, o nojo só de imaginar seu pai com Giselle em seus braços, o fazendo até sentir o café tentar voltar. – Não preciso de detalhes. – Voltando ao pai.

- Temos que ser sinceros Evander, daqui apouco você fara 34 e ainda sem filhos, precisamos de herdeiros, estou começando ate mesmo achar que colocarei um harem em sua casa, - Marcelo levantou de sua cadeira indo na direção do filho. – Gostar de cavaleiros você já me provo que não é essa sua condição. – O homem bateu em seus ombros de forma amigável. – Se ela não serviu poderemos achar outra, mas realmente gostaria que desse certo o que o homem pago para ficarmos com ela não esta escrito nem nas estrelas, mas ele so dará o resto do dote quando souber de uma criança naquele ventre. – Evander continuou em silencio. – Então acredito que se não der certo acho que a devolverei e bem com certeza ela vai para um convento na melhor das hipóteses. – Marcelo volto para sua mesa deixando Evander em pânico.

Giselle não merece ser mandada para esse lugar.

Eles tinham que conversar quando ele voltasse.

E tinha que ser o mais rápido possível.

..

Num lugar distante dali...

Ana Laura ficou encarando o relógio.

Já fazia dois meses e quatro dias que Evander não vinha na casa dos prazeres de dona mama.

A fazendo pular de seu banco, indignada, andando um pouco entre o salão, desviando das mãos bobas vindo dos clientes, até que mama apareceu.

- Não vai atender ninguém? – Ana Laura ficou encarando a porta. – Ou vai esperar seu cliente exclusivo? – Acabou rindo da cara séria vindo de sua senhora. – Sabe que não posso manter pessoas aqui que não contribuem para as despesas daqui. – Aquilo foi um aviso já vindo numa ameaça.

- Não esqueça, que vou virar a baronesa e sua forma de me tratar é um insulto. – A arrogância que vinha com ela a deixa ser cômica aos clientes homens, para a dona do bordel tudo que ela conseguia ver é uma pessoa que vira um bobo da corte quando dava palco demais.

- O dia que você virar uma baronesa, os porcos vão voar, - acabo rindo enquanto cumprimentava os homens. – Não esqueça, menina, de onde você veio e de que esses homens aqui nunca vão levar um rato e vestir vestido de seda, eles já vão direto da árvore escolher o mais belo fruto para ficar ao seu lado. – Ana Laura quase rosna de ódio.

- Pense nisso quando eu fechar esse lugar. - Já virando para voltar ao seu banco, quando a dona simplesmente soltou aquela bomba que Ana Laura não sabia.

- Não seja tão vingativa, não esqueça do lugar que te acolheu e deu um serviço em vez de te mandar para um mosteiro onde seria usada de formas nada convencionais. – E com um suspiro de cansada e com pouco veneno, dona mama soltou aquilo que queria ter falado há muito tempo. – Sabe por que não vai virar a baronesa tão cedo? – ativando a curiosidade da jovem. – Porque Evander se casou de novo e esse lugar já está ocupado.

- Ele se casou de novo? – Sua cabeça virou tão rápido que dona pensou ouvir algo estralar. – QUEM OUSA PEGAR MEU LUGAR? – Ana Laura simplesmente não conseguia entender, penso que depois de Jade, ele finalmente ia entender que ela seria a melhor escolha.

Além do mais, ele prometeu.

Ele prometeu que ela seria a baronesa ao seu lado.

Com uma raiva e um sentimento de traição, Ana Laura simplesmente virou o corpo, pegou um véu, jogou sobre seus ombros e saiu pelas portas do bordel buscando uma satisfação de Evander. Ela conheceria sua baronesa, já que todos os súditos tinham que conhecer o grande nobre.

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