Capítulo 2
Os sequestradores haviam deixado claro que nada de autoridades. Mesmo assim, após refletir sobre a situação, não hesitei em discar o número do Escritório de Aplicação da Lei dos Lobisomens.

Trinta milhões não eram quantia que se encontrasse debaixo do travesseiro, ainda mais em dinheiro vivo. Não dispunha desse montante de imediato e, além disso, quem me garantiria que os sequestradores libertariam os reféns após receberem o pagamento? A situação exigia profissionais.

Antes que a equipe chegasse, o telefone tocou. Era David, primo de Leo.

Ele falou com seu habitual tom ríspido e sem rodeios:

— Lyra, como teve coragem de conspirar com meus tios para enganar o Alfa e ainda fazer uma denúncia falsa?

Franzi as sobrancelhas e indaguei com frieza:

— Foi Leo quem te contou essa história de denúncia falsa?

Na família de Leo, apenas meus sogros me acolhiam com genuíno afeto. Os demais nem se davam ao trabalho de disfarçar o desprezo.

— Como membro do Escritório de Aplicação da Lei dos Lobisomens, se recebe uma denúncia, seu dever é resgatar os reféns, não me submeter a um interrogatório!

Ele soltou uma risada cheia de escárnio antes de responder:

— Desde que se tornou Luna, acha que pode dar ordens a todo mundo? Se Cheryl não tivesse sido forçada a sair naquela época, esse título jamais teria caído no seu colo.

Inspirei profundamente, buscando paciência.

— Me tornei Luna porque Leo assim desejou. Naquela época, eu estava com passagem marcada para deixar o país. Foi ele quem veio atrás de mim, implorando para ficarmos juntos.

David zombou com desprezo:

— Você só carrega esse título porque salvou a vida dele. Sem isso, continuaria sendo apenas uma Ômega insignificante que ninguém notaria!

A paciência se esgotou. Encerrei a ligação no mesmo instante.

Em seguida, contatei novamente o Escritório de Aplicação da Lei e, aproveitando a oportunidade, denunciei David.

Os agentes chegaram cerca de quinze minutos depois. Apresentei um relato minucioso e reproduzi a gravação da chamada dos sequestradores. Todos assumiram expressões graves ao ouvir as ameaças.

Eles tentaram retornar a ligação para o número utilizado pelos sequestradores, mas já havia sido desligado. Agora, só nos restava aguardar que entrassem em contato de novo.

Enquanto isso, liguei para meu consultor financeiro.

— Quanto tenho disponível para movimentação imediata? Dezessete milhões? Prepare tudo.

Ao desligar, liguei para Kael, tio de Leo.

Ao saber que seu irmão e a cunhada haviam sido sequestrados, ele não escondeu o choque.

— Isso é verdade? Onde está Leo?

— Tio, Leo não está presente. Ele saiu para comemorar o Dia dos Namorados com Cheryl. Os agentes estão aqui comigo.

Kael permaneceu em silêncio por um momento antes de questionar:

— E por que está me ligando?

Fui direta ao ponto:

— Os sequestradores exigiram trinta milhões em dinheiro vivo. Não consigo reunir essa quantia sozinha. Quanto pode disponibilizar? Devolvo em uma semana.

— É meu irmão. Vou providenciar o dinheiro. Quanto falta?

— Treze milhões.

— Deixe comigo.

O tempo se esvaiu como areia entre os dedos. Duas horas depois, o telefone voltou a tocar. Atendi sem demora.

— O tempo acabou. O dinheiro já está em suas mãos? — Questionou o sequestrador.

Respirei fundo, tentando manter a compostura.

— Ainda não consegui reunir a quantia total. Por favor, me dê mais tempo. O Alfa Leo está ausente, e não disponho desse valor.

A resposta veio cortante como lâmina de gelo:

— Avisei o que aconteceria. Se o dinheiro não chegar no prazo, vou arrancar o coração deles com minhas próprias mãos!

Apertei o celular com força, implorando com uma voz embargada:

— Não machuquem eles! Vocês querem dinheiro, certo? Se matarem eles, vão ficar de mãos vazias. Me deem mais trinta minutos! Prometo conseguir a quantia total.

Mal terminei de falar, gritos angustiantes de Victor e Vera ecoaram do outro lado da linha, retorcendo meu coração.

A voz cruel do sequestrador ressoou novamente:

— Trinta minutos... Mas cada trinta minutos de atraso vão custar cinco dentes de cada um. Se quiser ganhar tempo, fique à vontade!
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