Parte 5...Não sei se devo dar detalhes agora, mas Ana também não me deu nenhuma dica e eu achava que a mãe adotiva dela fosse mais velha e estivesse mais doente, a ponto de não precisar dar detalhes.— Eu espero que sseja lá o que for, vocês não fiquem em uma situação complicada depois.— Não vai acontecer nada de ruim, Acácia - Ana disse e me olhou arregalando os olhos — É que Matteo fala de um modo que até parece que tem algo de ruim escondido, mas não tem.— Pois é - dei uma risadinha falsa — É que eu sou um pouco exagerado mesmo.— Um pouco? - Ana ergueu a sobrancelha e cruzou os braços.— Ah... Você também é - abanei a mão e Acácia riu baixinho — A senhora sabe que ela também é exagerada. Ela me olhava de cara feia na empresa o tempo todo.— Porque você era um ogro comigo, Matteo - ela falou alto.— Não... - balancei o dedo para o alto — Não era bem assim, não. Você também fazia algumas coisas erradas no trabalho. Até quebrou algumas coisas.— Porque eu tenho um problema na per
Parte 1... Depois que saímos da clínica, Ana me deu algumas explicações sobre os problemas de saúde que Acácia tem e realmente não sei como ela conseguiu ainda levar por tanto tempo, sem ajuda de outras pessoas. É muito difícil ser sozinha nos tempos de hoje. Até mesmo para mim que sou homem e que já nasci com previlégios, de vez em quando fico empacado em alguma situação. Bem, agora mesmo. Se não fosse por ela ter aceitado entrar nesse plano para me ajudar, eu nem sei se teria chance de ficar com a propriedade. Olhei para ela ao meu lado no carro. — Ana... - ela me olhou — Caso eu esqueça ou então não mostre isso... Eu agradeço muito o que está fazendo, ficando ao meu lado nessa loucura toda que Otávio e Sandro criaram. Ela respirou fundo e depois sorriu de leve. — Não vai me chamar de interesseira ou então de aproveitadora? - ergueu a sobrancelha. — Hum... - eu torci a boca — Não mais - dei um risinho cínico — Mas eu pensei mesmo isso antes. — Eu sabia! - ela apontou o dedo p
Parte 2...— Como assim, curtir futilidade?Entrei em um estacionamento grande e dei a volta para abrir a porta para ela.— Hoje você vai deixar meu irmão de boca aberta - sorri e bati a porta do carro. Dei o braço para ela se apoiar — Vamos gastar um pouco mais de meu dinheiro para que você fique mais bonita do que é.Ana corou mais que um tomate. Eu não esperava por isso e comecei a rir.— O que foi?— É que... Ninguém nunca me disse que eu era bonita... Só a Acácia - mordeu o lábio envergonhada.Eu enchi o peito de ar. Fiquei emotivo ao ouvir isso. Nossa, como pode alguém não receber um elogio em toda sua vida?— Ana, parece que você tem muitas ideias boas, mas só aplica para os outros.— O que quer dizer?— Que você tem uma estima baixa, apesar de ser forte e ter passado por muita coisa - segurei seu rosto — Você não precisa que alguém lhe diga que você é bonita. O que falamos no carro serve para você também, sabia?Ela encolheu os ombros.— A gente se acostuma com tudo na vida, M
Parte 3...Ana...— Ana! Pelo amor de Deus!Ouvi as batidas na porta de novo. Matteo estava do lado de fora do quarto enquanto eu me arrumo assim como a Laís me explicou direitinho.Olhei minha imagem no espelho e quase chorei. Eu nunca usei nada assim, nem de longe. O caimento do vestido azul é perfeito em meu corpo. Meu Deus, estou me achando bonita mesmo. Isso até me emociona. — Ana! Ana! Ana!Respirei fundo e soltei um som de aborrecimento, indo até a porta e abri de vez.— O que é, Matteo? O que é, Matteo? - o copiei — Nossa, você é muito chato mesmo, não sabe esperar, não sabe dar tempo para que eu me arrume... Sabe bem que pra mim é difícil isso tudo, que eu preciso estar calma para não cometer nenhum erro e que eu... - parei ao ver a cara de tonto dele — O que foi?— Nossa, Ana... Você está... Deslumbrante nesse vestido - ele sorria me olhando de cima até embaixo devagar — Eu mal posso acreditar que é você mesmo aí dentro.Eu fiz um bico e cruzei os braços.— Matteo... Eu tiv
Parte 1... Ana Durante o trajeto até a casa do irmão dele, Matteo compartilhou comigo algumas lembranças de sua infância e adolescência, assim como o momento em que Lucas se afastou da família. Era evidente que Matteo ainda guardava ressentimentos em relação a essa situação, embora parecesse não estar totalmente ciente disso. Ele expressava suas opiniões como se Lucas fosse o único culpado pelo afastamento, mas eu sabia que cada pessoa tem seus motivos para se distanciar de entes queridos, mesmo que sejam parentes. No entanto, percebi que esse não era o momento apropriado para discutir isso com Matteo. Ele parecia ansioso e nervoso com o encontro iminente com seu irmão. Nesse momento, a melhor atitude era cumprir o papel que ele esperava de mim, o de uma noiva carinhosa e apaixonada. Dessa forma, todos ao nosso redor teriam a certeza de que nosso relacionamento era genuíno, baseado no amor, e não em algum acordo pragmático para benefício mútuo. Afinal, o que importava agora era mo
Parte 2... O portão muito bonito, de ferro preto e com detalhes como se fossem flores, se abriu e o carro passou. Isso me deu uma certa raiva dele, mas agora não dava mais para continuar a falar sobre isso. Depois, talvez. — Lembre-se do que falamos antes. Minha cunhada é bem espertinha também, mas não sei exatamente como ela é porque tive pouco contato antes, mas não deve ser nada inocente, se aceitou casar com Lucas para encobrir sua real situação. — Tudo bem, eu me lembro, não sou assim tonta como você gosta de repetir. Fechei a cara e assim que o carro parou, eu mesma abri a porta e saí, sem esperar por ele, que me olhou com uma cara cômica. Tudo bem, começo meu papel agora. Eu não tenho que me preocupar com o que ele disse. A grande porta de madeira também era bonita e diferente. Acho que os dois gostam muito de coisas grandes, vai ver que é pra fazer um par com o ego que ambos devem ter. Parei e esperei. Matteo ficou ao meu lado e eu olhei para o outro lado. ** ** ** ** **
Parte 3... — Ora, minha querida - Lucas sorriu de modo irônico — Meu irmão sempre esteve entre muitas mulheres - passou a mão na cintura dela — Não se aborreça com isso, Ana - ele disse de modo bem cínico — É que é algo bem normal para Matteo, ter muitas mulheres em volta dele. — Bem, já que você é secretária dele, deve saber bem disso - Jules deu um sorriso fresco e abusado, levando a taça aos lábios e encarando Ana — Não vai ser novidade, não é mesmo? Eu vi a postura de Ana mudar e devo dizer que fiquei surpreso. De canto de olho vi a cara que Sandro fez ao ouvir a bobagem que Jules soltou. — Ah, mas não vou me aborrecer - Ana gesticulou de forma displicente — Matteo é muito inteligente e bonito - ela mexeu o ombro — É normal que muitas mulheres deem em cima dele - deu uma risadinha e cobriu a boca — Às vezes, até alguns homens também - olhou direto para Lucas — Vocês sabem como é, não é mesmo? - balançou o corpo de modo cínico. Nossa, eu nunca vi meu irmão ficar sem jeito dess
Parte 4... Quando entramos na sala grande de jantar, também muito bonita, as pessoas estavam sentadas e Lucas me indicou os lugares. Ana sentou ao meu lado e ficamos de frente para Mark e o outro amigo de Lucas. Notei que Jules mantinha um olhar fixo em cima de Ana. Aproveitei e me inclinei para ela, lhe dando um beijo suave na bochecha que Ana retribuiu e vi o olhar feio que Jules nos deu. Ela parecia bem incomodada com a gente e isso era estranho. Ela era casada com meu irmão, então porque estaria achando ruim que eu estivesse com Ana? Realmente, minha ideia sobre ela não era errada. Eu não tinha gostado muito de Jules quando a conheci, tempos atrás e acho que continuo sem gostar. Já esse Mark eu nada sei sobre ele, a não ser que parece ser amante de Lucas e faz o mesmo para Jules. Isso é bem estranho para mim, mas prefiro nem saber os detalhes. — Me parece que você não se sente bem... Cunhada - eu falei de modo irônico. — Eu? E porque não estaria? - ela fez um gesto com a cab