Parte 3...Ana...— Ana! Pelo amor de Deus!Ouvi as batidas na porta de novo. Matteo estava do lado de fora do quarto enquanto eu me arrumo assim como a Laís me explicou direitinho.Olhei minha imagem no espelho e quase chorei. Eu nunca usei nada assim, nem de longe. O caimento do vestido azul é perfeito em meu corpo. Meu Deus, estou me achando bonita mesmo. Isso até me emociona. — Ana! Ana! Ana!Respirei fundo e soltei um som de aborrecimento, indo até a porta e abri de vez.— O que é, Matteo? O que é, Matteo? - o copiei — Nossa, você é muito chato mesmo, não sabe esperar, não sabe dar tempo para que eu me arrume... Sabe bem que pra mim é difícil isso tudo, que eu preciso estar calma para não cometer nenhum erro e que eu... - parei ao ver a cara de tonto dele — O que foi?— Nossa, Ana... Você está... Deslumbrante nesse vestido - ele sorria me olhando de cima até embaixo devagar — Eu mal posso acreditar que é você mesmo aí dentro.Eu fiz um bico e cruzei os braços.— Matteo... Eu tiv
Parte 1... Ana Durante o trajeto até a casa do irmão dele, Matteo compartilhou comigo algumas lembranças de sua infância e adolescência, assim como o momento em que Lucas se afastou da família. Era evidente que Matteo ainda guardava ressentimentos em relação a essa situação, embora parecesse não estar totalmente ciente disso. Ele expressava suas opiniões como se Lucas fosse o único culpado pelo afastamento, mas eu sabia que cada pessoa tem seus motivos para se distanciar de entes queridos, mesmo que sejam parentes. No entanto, percebi que esse não era o momento apropriado para discutir isso com Matteo. Ele parecia ansioso e nervoso com o encontro iminente com seu irmão. Nesse momento, a melhor atitude era cumprir o papel que ele esperava de mim, o de uma noiva carinhosa e apaixonada. Dessa forma, todos ao nosso redor teriam a certeza de que nosso relacionamento era genuíno, baseado no amor, e não em algum acordo pragmático para benefício mútuo. Afinal, o que importava agora era mo
Parte 2... O portão muito bonito, de ferro preto e com detalhes como se fossem flores, se abriu e o carro passou. Isso me deu uma certa raiva dele, mas agora não dava mais para continuar a falar sobre isso. Depois, talvez. — Lembre-se do que falamos antes. Minha cunhada é bem espertinha também, mas não sei exatamente como ela é porque tive pouco contato antes, mas não deve ser nada inocente, se aceitou casar com Lucas para encobrir sua real situação. — Tudo bem, eu me lembro, não sou assim tonta como você gosta de repetir. Fechei a cara e assim que o carro parou, eu mesma abri a porta e saí, sem esperar por ele, que me olhou com uma cara cômica. Tudo bem, começo meu papel agora. Eu não tenho que me preocupar com o que ele disse. A grande porta de madeira também era bonita e diferente. Acho que os dois gostam muito de coisas grandes, vai ver que é pra fazer um par com o ego que ambos devem ter. Parei e esperei. Matteo ficou ao meu lado e eu olhei para o outro lado. ** ** ** ** **
Parte 3... — Ora, minha querida - Lucas sorriu de modo irônico — Meu irmão sempre esteve entre muitas mulheres - passou a mão na cintura dela — Não se aborreça com isso, Ana - ele disse de modo bem cínico — É que é algo bem normal para Matteo, ter muitas mulheres em volta dele. — Bem, já que você é secretária dele, deve saber bem disso - Jules deu um sorriso fresco e abusado, levando a taça aos lábios e encarando Ana — Não vai ser novidade, não é mesmo? Eu vi a postura de Ana mudar e devo dizer que fiquei surpreso. De canto de olho vi a cara que Sandro fez ao ouvir a bobagem que Jules soltou. — Ah, mas não vou me aborrecer - Ana gesticulou de forma displicente — Matteo é muito inteligente e bonito - ela mexeu o ombro — É normal que muitas mulheres deem em cima dele - deu uma risadinha e cobriu a boca — Às vezes, até alguns homens também - olhou direto para Lucas — Vocês sabem como é, não é mesmo? - balançou o corpo de modo cínico. Nossa, eu nunca vi meu irmão ficar sem jeito dess
Parte 4... Quando entramos na sala grande de jantar, também muito bonita, as pessoas estavam sentadas e Lucas me indicou os lugares. Ana sentou ao meu lado e ficamos de frente para Mark e o outro amigo de Lucas. Notei que Jules mantinha um olhar fixo em cima de Ana. Aproveitei e me inclinei para ela, lhe dando um beijo suave na bochecha que Ana retribuiu e vi o olhar feio que Jules nos deu. Ela parecia bem incomodada com a gente e isso era estranho. Ela era casada com meu irmão, então porque estaria achando ruim que eu estivesse com Ana? Realmente, minha ideia sobre ela não era errada. Eu não tinha gostado muito de Jules quando a conheci, tempos atrás e acho que continuo sem gostar. Já esse Mark eu nada sei sobre ele, a não ser que parece ser amante de Lucas e faz o mesmo para Jules. Isso é bem estranho para mim, mas prefiro nem saber os detalhes. — Me parece que você não se sente bem... Cunhada - eu falei de modo irônico. — Eu? E porque não estaria? - ela fez um gesto com a cab
Parte 5... Ana Nossa, acho que começo a entender um pouco porque o Matteo está apelando até para uma mentira absurda, de estar apaixonadoo por alguém e ter que se casar. Esse irmão dele me parece bem cínico e a esposa é estranha. Até parece que a mulher quer me fritar com os olhos. E olha que eu nunca a vi antes. Ela deve ser do tipo que não gosta de outras mulheres. Não deve ser apenas porque supostamente eu sou a futura esposa de Matteo. Notei que ela quase não dá atenção para a outra mulher convidada. Lucas fala com os outros normalmente, mas essa Jules parece que está fazendo um esforço em se fingir educada. Eu, hein! Deus me livre de gente assim. Já tive minha cota de pessoas chatas e ruins pra vida toda. Uma coisa que morar nas ruas me ensinou, é que tem gente de todos os tipos e níveis e alguns podem até ser considerados verdadeiros demônios, de tão ruins que são e se fingem de bons. As pessoas adoram usar máscaras de gente de bem, se escondem atrás dos rótulos criados pe
Parte 6... A conversa mudou, graças a Deus. Os outros convidados participaram mais e o tempo foi passando, mas eu não conseguia relaxar de vez porque estava atenta ao que poderia vir, especialmente de Jules. E foi bom ficar atenta porque depois de um tempo, Lucas começou a me fazer perguntas diretas e mais íntimas. Apesar de Matteo responder algumas, eu mesma tive que ser mais firme pra não deixar que Lucas me intimidasse. E depois que eu entendi que ele só queria me aborrecer pra ver se eu soltava algo, também fui direta com ele. — Olha, se eu soubesse que faria uma entrevista de emprego, teria trazido os meus documentos e minha ficha de recomendação do meu antigo empregador - inclinei a cabeça com um sorriso cínico — E que por acaso é seu irmão - Matteo riu e os convidados também — Mas se você quer tanto saber sobre mim, podemos marcar a entrevista. Por agora eu gostaria apenas de aproveitar o jantar, que por sinal, está ótimo. Deu para ver que ele não gostou de meu corte, mas n
Parte 7...Quando entramos, Matteo ficou atrá de mim, me segurando pela cintura e me fazendo de barreira, para que niguém notasse o que havia acontecido lá fora na varanda. Otávio deu uma olhada para a gente e fez uma cara engraçada, mas eu só sorri de leve.Jules estava falando sobre a propriedade na Toscana e senti o aperto da mão de Matteo em minha cintura. Lucas então perguntou se ele já sabia o que seria feito com a propriedade.— Creio que o que todo mundo espera - ele deu de ombro — Que fique comigo. Afinal de contas, eu fiquei lá com nossos avós por muitos anos e você abandou tudo... E todos!Eu senti um certo rancor nessa frase e recostei o corpo contra o dele. Lucas bebeu devagar o líquido rosa em seu copo e encarou o irmão.— Essa não é a questão, Matteo. Você não tem que ficar com a propriedade só porque morou lá mais tempo do que eu - ele fez um gesto forte — Sabe que eu saí porque fui obrigado.— Não sei, não. — Ora, Matteo... - ele deu uma risadinha — Me poupe. Você sa