Parte 2...— Claro... E por que não?Ele deu uma risada alta.— Oh, Matteo... Deixa de ser abusado, cara. Você acha que toda mulher quer ficar ao seu lado?— Não é por isso - um pouco talvez — Mas você não ofereceu uma proposta financeira para ela?— Claro que sim, mas nem todo mundo enche os olhos com dinheiro... E cá pra nós - ele riu de novo — Eu acho que o que ainda está impedindo a Ana de dizer um sim, é você.— Eu? - franzi a testa.— É, você mesmo. Cara, você vive reclamando de tudo que ela faz e isso não é bem uma coisa agradável, não é? De repente ela quer avaliar se o sacrifício vai ser válido.— Sacrifíco? Mas que porra é essa, Otávio? Tá de sacanagem comigo?— Antes fosse - tive que esperar ele se acabar de ri antes de me responder — São palavras dela. A ideia da grana até que foi atraente, mas ficar casada com você deu uma esfriada.É cada uma. Eu sou um cara desejado por muitas mulheres. E não é só por causa da minha grana. Sou um cara bem bonito, sou educado e sei trata
Parte 1...AnaEu nem sei o que vou falar quando chegar na empresa. Não dormi direito. Fiquei em um misto de euforia e medo a noite toda.Dormi bem pouco e acordei logo cedinho, ainda de madrugada. Com a mente cheia de pensamentos não dá pra relaxar.Nossa, eu posso ter uma vida completamente diferente agora e isso me deixa nervosa, mas não é ruim. Toda mudança tem os dois lados, o bom e o ruim. Depende de cada momento e de como a pessoa consegue se adaptar a essa mudança.Se eu aceitar tenho uma vantagem absurda em cima de tudo o que eu sempre quis, que é ajeitar minha vida e poder cuidar de Acácia de uma forma melhor, como ela merece.Por outro lado, eu vou ter que passar mais tempo ao lado do meu chefe que nunca me pareceu ser uma pessoa consciente do que ele causa em muitas outras.Tem gente ali na empresa que tem medo dele de verdade. E tem outros que são fãns dele, sem nunca terem tido nem mesmo uma palavra com ele pra saber como é mesmo.Eu que trabalho todos os dias não sei e
Parte 2...AnaQuando pisei na calçada da empresa, já fui abordada pela secretária do setor de marketing. Helloísa parecia curiosa e me perguntou se estava tudo bem. Eu respondi que sim.— Olha, me desculpa te perguntar, mas você está envolvida com um dos amigos do seu chefe?Eu franzi a testa.— Estou perguntando porque tem gente aí falando que viu você de conversa... Meio íntima - ela disse sem jeito — Com um deles e te viram entrar no carro e sair com ele - se aproximou e falou baixo — Me perguntaram se eu sabia que eram amantes.Eu arregalei os olhos. Meu Deus, como a fofoca corre fácil por esses corredores. Neguei com a cabeça.— Credo, não sabia que o pessoal ficava tanto tempo observando a vida alheia - entramos e cumprimentei o rapaz da portaria — E que eu saiba, ter amigos não é algo proibido.— E não é, mesmo - ela sorriu de leve — É que você é sempre... Bem, você quase não fala sobre sua vida particular e aí te viram entrar no carro de um deles e vieram me perguntar - ela m
Parte 3...— Mas alguém começou e eu quero saber quem foi.— Tudo bem, mas não vai saber atravéz de mim, porque eu não participei da fofoca.Ele me olhou apertando os lábios.— Ok, depois eu vejo isso - abanou a mão — O que falta para você se decidir?Eu puxei o ar. Estou um pouco nervosa com essa situação nova, mas ainda estou impactada pela possibilidade forte de mudar as coisas para mim.— Isso é muito estranho pra mim - fui sincera — Você é meu chefe - inclinei meio de lado, trocando o peso da perna — E desde que comecei aqui, sendo honesta, na maior parte das vezes, foi um chefe que me tratou mal.Ele se mexeu meio desconfortável em cima da mesa e torceu a boca.— Não exagere.Eu cruzei os braços e meneei a cabeça, olhando direto em seus olhos e raramente fiz isso durante todo esse tempo que trabalho para ele.— Tudo bem - ele suspirou e esfregou a testa com os dedos — Mas não é só com você. Eu sou assim com todos. Sou exigente, gosto das coisas bem feitas e do meu jeito.Eu puxe
Parte 1...Eu acenei para a garota da cafeteria que me atende quando venho pegar o capuccino para ele e continuei até a pracinha. Hoje o movimento está grande logo cedo, tem muitos carros na rua e demorei mais do que queria para atravessar para o outro lado.A igreja já está aberta e isso é bom. Aqui vou poder relaxar um pouco e pensar no que devo fazer pra não dar um passo em falso.Tem três pessoas sentadas do lado direito e no lado esquerdo só uma senhorinha que acabou de sentar. Escolhi ficar no lado esquerdo, perto dela, mas sem querer atrapalhar seu ritual.Ela fez o sinal da cruz, se ajoelhou e uniu as mãos. É o que eu faço também e deixo minha mente seguir as orações que aprendi quando pequena.Confesso que não sou muito de frequentar igrejas, mas não é nem questão de esquecer que preciso de uma força maior me ajudando, é mais por falta de tempo mesmo. Tem muita coisa acontecendo na minha vida e isso acaba me afastando de coisas que gosto de fazer, como ir à missa nos dias de
Parte 2...— Quando puder, apareça pra gente conversar - ela fez um gesto com a mão para cima — Acho que nossa energia bate uma com a outra - sorriu — E tudo vai se encaixar, não fique preocupada - tocou meu braço e depois se despediu e entrou.Fiquei um tempinho parada com o copo na mão. Acho que não entendi bem o que aconteceu da igreja até aqui, mas não está ruim.Voltei a andar e provei o capuccino. Nossa, achei uma delícia mesmo. Agora entendi porque ele sempre pede para buscar desse tipo de café. É muito bom, cheiroso e encorpado.Vi a cara da moça da recepão quando voltei tomando o café. Geralmente ela me vê carregando um para levar para o chefe.Bom, mas esse é meu. Eu ganhei. Entrei no elevador me sentindo diferente, sei lá, mais leve. Acho que depois de três pessoas diferentes me falarem do nada coisas tão parecidas, acho que seria burrice minha não ver isso como um sinal.Voltei para minha sala e puxei minha cadeira, ainda pensando e levando em conta o que eu poderia fazer,
Parte 1...AnaEu adiantei o que podia para sair mais cedo e não ficar nada pendente para o outro dia. Estou tão agitada com isso que já derrubei a caneta duas vezes e bati o joelho na quina da mesa.Espero estar entendendo direito os sinais que pedi. Se é que foram sinais para mim. Fui na cantina pegar um lanche para comer aqui mesmo e já vieram me questionar sobre eu ter saído no carro do Sandro. Até já imagino o que vão falar se virem que estou saindo com o chefe. A fofoca vai rolar solta.Ai, meu Deus! Minhas mãos estão tremendo, preciso me acalmar. Não é nada demais, só vamos até a casa dele para acertar tudo e tem que ser um lugar seguro, sem ninguém por perto para ouvir e sair espalhando por aí.Depois que me disse para esperar por ele, até que me deixou em paz. Já saiu do escritório três vezes e em nenhuma vez me mandou fazer nada.A cara dele me pareceu um pouco fechada, preocupado. Eu também estou, mas isso não é nenhuma novidade pra mim. Toda semana eu tenho algo com o qu
Parte 2...— Vamos - ele disse e saiu andando na minha frente — Sandro e Otávio vão lá para casa daqui a pouco.Peguei minha bolsa e saí andando apressada atrás dele e senti uma fisgada na perna. Fiz uma careta de dor e mordi o lábio, mas acho que ele nem percebeu.Entrei no elevador atrás dele e fiquei no canto segurando a bolsa. Ele me olhou de cima até embaixo. Não gostei. Me senti avaliada e não gosto disso, ainda mais vindo dele.— O que foi? - franzi a testa.— Você tem mais dessa blusa e calça que usa sempre aqui, não tem? - ele apontou pra minha roupa — É bom que tenha, porque senão é nojento ficar usando a mesma roupa todos os dias - franziu o nariz — E esse sapato? Que coisa mais esquisita.Olhei para meus sapatos marrons que eu usava sempre. Eles podem não ser bonitos mesmo, mas são confortáveis para meus pés.— Eles são ortopédicos - respondi baixinho.— Você tem problema nos pés? - me questionou com uma cara surpresa.— Meu tornozelo - eu disse — Eu tive um acidente quand