Aiden— Feito, Senhor Cole! — Penso em me afastar ignorando o seu gesto quando ele continua. — Fique de olho no seu e-mail, enviarei um contrato para ele em breve.— Contrato? — Franzo o cenho em confusão. Do que porra ele está falando?— Sei que é um homem de palavras, Senhor Cole, mas eu do tipo a moda antiga e prefiro confiar em assinaturas. Assim terei a certeza de que não voltará atrás do acordo em hipótese alguma. — Apenas meneio a cabeça em concordância. Mas o que Alle não faz ideia é de que ele está errado. Como ele mesmo disse, eu não tenho mais nada a perder e não pretendo retroceder a esse acordo por nada desse mundo.***O barulho de motores dos carros me diz que os rapazes já estão em casa. Contudo, permaneço quieto no meu lugar tomando a minha cerveja enquanto fito o céu de um fim de tarde, deitado no meu cantinho. Não tenho falado com eles desde o feriado e mal os tenho visto também. Sim, estou evitando ter que falar com eles e talvez até esteja fugindo da alegria porqu
MelUm tribunal improvisado dentro de uma sala de aula onde os alunos são coadjuvantes de um cenário jurídico. A coisa parece ser bem simples, mas acredite, não é. Em uma mesa grande e escura está a Senhora Smith encenando o papel de uma juíza que será responsável pelo veredito. E pelas cenas que assisti até agora a mulher é implacável com os estudantes candidatos a única vaga oferecida em um escritório de advogados renomados. Literalmente um massacre de julgamentos simulados e eu já estou suando frio pois mesmo tendo o papel de acusação desse jogo, terei um adversário que é praticamente a minha cópia. Porque sim, eu passei para o Aiden todas as minhas estratégias e maneiras de elaborações. O pior ainda não está nessa parte e sim em ter que olhá-lo nos olhos todas as vezes que for confrontá-lo e me deixar levar pela raiva pode ser o meu ponto fraco, porque o meu caráter profissional ainda está se construindo. Respiro fundo algumas vezes e solto o ar ela boca para tentar me tranquiliza
Mel— Melissa?! — Escuto Abby me chamar, mas agora não posso. Eu quero ficar sozinha e chorar tudo que está me sufocando por dentro. Na calçada pego o primeiro táxi que vejo e entro nele. Passo o meu endereço e procuro olhar pela janela para me acalmar. Não demora e estou entro no dormitório, fechando a porta com chave. Que merda você fez, Melissa? Essa era a sua chance de derrotá-lo de verdade, de mostrar que você é a melhor. No entanto você jogou tudo no lixo como se não fosse nada! Desolada, me deixo cair sentada no sofá e só então me lembro de que deixei o meu material na sala de aula. Reviro os olhos frustrada e encaro o teto. Pelo menos ele já sabe como me sinto e provavelmente nunca mais o verei na minha frente outra vez. É melhor assim, Melissa. Cortar o mal pela raiz é a melhor opção. No fundo você teve a pior experiência com o primeiro amor.— Hum! — Solto um gemido frustrante e me deito no sofá, livrando-me dos meus sapatos e estico as pernas em cima dele, cruzando-as em se
MelHoras depois...— Hum! Hum! — resmungo arrastando uma mão pelo colchão estreito, sentindo o meu lado vazio. Ele se foi! Pegou o queria e se foi! Bufo frustrada pensando no que aconteceu há poucas horas. O meu quarto está escuro, mas a penumbra não me impede rever as cenas quentes de sexo que fizemos. Respiro fundo e vou para o banheiro. Tomo um banho rápido e ponho um pijama. O silêncio do quarto me incomoda, tudo nesse lugar me incomoda. — Burra! Burra! Burra! — rosno dando batidas na minha testa e resolvo ir fazer algo para comer. Entretanto, ao abrir a porta do quarto o vejo em pé perto da janela e o meu coração dispara. Ele não foi embora! Constato e droga, estou rindo por dentro por isso. O cheiro de comida preenche as minhas marinas e a minha boca se enche d’água. Cautelosa, adentro a sala e ele se dar conta da minha presença, soltando uma fumaça esbranquiçada pela boca. Desde quando ele fuma? — Ah, oi! — digo levando os meus braços para atrás do meu corpo porque não sei o q
Aiden — Eu te amo, Melissa! Foi aterrorizante ouvir essas palavras saírem da minha boca. Em um momento de puro êxtase eu simplesmente não pude contê-las e por um instante pensei que sufocaria com a profundidade desse sentimento que me preencheu tão repentinamente. Contudo, posso dizer que me senti liberto. É tão confuso sentir a liberdade vir de algo que sempre julguei destrutivo. O amor é mesmo assombroso e tem uma força difícil de mensurar. Agora estou aqui quieto e sentado em uma poltrona que mal me cabe apenas a olhando enquanto dorme profundamente e isso já tem algumas horas. Eu simplesmente não consigo tirar os meus olhos de cima dela e as coisas que se passam pela minha cabeça me assustam demasiadamente. Sim, saber que eu quero tudo com ela é realmente assustador e o meu medo de machucá-la parece triplicar dentro de mim. E isso me apavora, pois acabei de descobrir que Melissa Jones se tornou o meu Norte, o meu porto seguro. E como vou dizer para ela que não quero mais largá-la
Aiden ...Precisamos conversar! Após falar com a rapaziada e tomar uma cerveja com eles, monto na moto e dirijo direto para o Porchlight Bar e durante o curto trajeto penso em como convencê-lo a desistir dessa loucura. Minutos depois, entro no grande salão de um bar extremamente sofisticado e me dirijo para os fundos onde tem uma mesa de bilhar. Alguns homens bem-vestidos estão jogando em uma aposta alta e no meio deles Jack se destaca usando uma camisa xadrez azul e uma boina preta que combina com o seu jeans escuro. Ele não me olha nos olhos, está concentrado na sua jogada. Jack prepara o taco, faz um leve movimento para frente e para trás e acerta a bola com precisão, jogando três delas dentro da caçapa de uma vez. Uma jogada digna de um campeão devo admitir. Os homens ao seu redor resmungam e vibram, mas ele parece não se importar com isso. Mais uma jogada e ele dá o jogo por encerrado, enchendo os bolsos de dinheiro. — Fiquem à vontade, rapazes! — Ele resmunga após esvaziar o se
Mel— Vai bater! Vai bater! — grito em um misto de desespero e de diversão, e quando inevitavelmente os carros se batem com um impacto gostoso, não seguro uma boa e divertida gargalhada.— Essa é a diversão, mocinha e eu vou massacrar você! — Aiden rosna, dando a volta com o carrinho de bate-bate, batendo em outros carros pelo caminho e se prepara para mais um impacto.— Vamos ver, Senhor fodão das corridas! — rebato, mas para mim mesma e me preparo para uma batida épica que novamente nos faz rir.Eu não fazia ideia de que existia esse jovem tão descontraído quanto divertido e sorridente dentro desse homem lindo e envolvente. Quer dizer, eu sempre soube que havia de algo errado, mas nada parecido com o que me contou se passou pela minha cabeça. Aiden parece outra pessoa depois que se abriu comigo e eu posso afirmar que amo mais esse homem de agora do que o de antes, embora antes de tudo ele já era apaixonante. Contudo, nesses poucos dias não tenho visto mais aquele olhar perdido e sem
MelNo dia seguinte...— Droga! Melissa, acorda! Estamos atrasados! — Aiden avisa dando um salto para fora da cama e imediatamente me sento no colchão, encarando uma manhã nublada e solto um xingamento mental. Ele corre para o banheiro e eu começo a vestir as minhas roupas. — Pronta? — Ele indaga minutos depois saindo apressado do cômodo, veste a primeira roupa que ver e saímos com pressa para o andar de baixo. E mais uma vez encontramos a casa silenciosa. Provavelmente todos já saíram para a faculdade. Penso. — Vem, eu te levo para o dormitório. — Aiden cruza os seus dedos aos meus guiando-me para fora da casa e não demora para ganharmos o asfalto. Um banho extrarrápido e nada de maquiagem, apenas um coque bagunçado nos cabelos e estou pronta para voar nos seus braços de novo. Contudo, ao chegarmos na entrada da faculdade, antes de realmente pisarmos no pátio o faço parar e ele me fita um tanto preocupado. — O que foi?— Será que... podemos fingir não estar juntos dessa vez? — Aiden