Axel
Sentado no escritório do meu pai, recostado no sofá de couro, de olhos fechados e com a cabeça reclinada para trás, escuto meu pai falando ao telefone com alguém que não faço ideia de quem seja, mas as últimas palavras dele me chama bastante atenção.
— Sei bem que o meu filho foi um escroto com ela, mas ele mudou, eu sei, eu sei, já te expliquei isso, armaram para separar eles, por isso estou falando amigo, precisa me dizer onde ela está.
Vejo o meu pai ficar vermelho, bastante irritado, e começa a falar baixo, não permitindo que eu escute, mas vejo que ele está no seu modo chefe, patrão, seja lá como você preferir chamar, forço os ouvidos tentando compreender alguma coisa, mas ele desliga e me encara por alguns segundos, o que me faz ficar atento, sei que vem bomba da parte dele.
— Filho, o seu sogro está irredutível, não me disse onde está a Heather, mas.
— Pai, eu sei que ela saiu do País com o nome de solteira, foi para a Suíça, mas ela saiu do hotel onde estava hospedada, então agora não faço ideia em qual hotel ela se hospedou, e em nome de quem. — Falo desapontado comigo mesmo.
— E o que planeja fazer Axel?
— Vou destruir o Charles e a Caroline, mas antes disso ensinarei uma lição a ela, e depois buscarei minha mulher onde ela estiver, mas pai, preciso que você fique a frente da empresa enquanto eu estiver fora, não quero ter que me preocupar com os contratos a serem assinados e muito menos co as reuniões intermináveis, quero ter certeza que as empresas estejam em boas mãos, tanto a nossa como a do meu sogro.
— Pode contar comigo filho, eu assumirei a empresa pelo tempo necessário, vá em busca da sua esposa e a convença a voltar, eu quero a minha nora de volta, quero ver vocês felizes, custe o que custar, essa armação do seu primo não pode dar certo, não mesmo Axel. — Assim que termina de falar sola um suspiro de infelicidade e eu o entendo bem, meso eu a tendo maltratado tanto antes, Heather se mostrou uma esposa maravilhosa e lentamente me conquistou e eu devo isso a ela, preciso trazê-la de volta para o nosso lar, para os meus braços.
— Obrigado pai, obrigado.
Saio do escritório e vejo a minha mãe sentada, ela me olha por alguns segundos e com um sorriso gentil me chama e pede que sente ao seu lado e eu obedeço, até me admiro que estes dias eu esteja assim, um ser totalmente diferente de como sempre fui.
— Sentado ao seu lado, ela me olha: — Filho, vá buscar sua esposa, eu quero a doce Heather de volta, e cuide de curar as feridas que você causou a ela, a tenho como uma filha.
— Vou mãe, eu prometo que vou encontrá-la. — Falo prometendo mais para mim do que para ela, mas é isso.
Ficamos mais um pouco de tempo conversando e claro ouvindo alguns conselhos da minha mãe, e depois do que parece uma eternidade vou para o meu quarto, ligo para o meu assistente que demora um pouco a atender, mas quando estou quase desistindo escuto sua voz do outro lado.
— Senhor Miller, sua esposa contatou a amiga dela Sophie, mas isso foi tudo o que consegui até agora.
— Tudo bem, Alexander, continue a investigar, e me mantenha informado, eu vou me organizar e vou para a Suíça, se é lá que a Heather está, é para lá que eu vou.
Assim que termino de falar, desligo o telefone e suspiro, me sinto esgotado, mas enquanto eu não a encontrar não sossegarei, sem falar que quero que ela participe do momento em que esmagarei essas duas pragas que se meteram no meu casamento, faço questão que ela veja o que farei, quero que ela saboreie esse momento comigo.
Após andar de um lado para o outro dentro do meu quarto, me dou por vencido e retiro o terno e o deixo de lado, tomo um banho rápido e quando me olho no espelho vejo o estrago que essa uma semana fez comigo, a exaustão está começando a aparecer no meu corpo, suspiro com os pensamentos em Heather, volto para o quarto e me jogo na cama vestindo apenas um bóxer, em poucos minutos sinto o cansaço me dominar e apago.
No escritório
Edward
— O que conseguiu descobrir?
— Então senhor, o seu sobrinho conheceu a senhora Heather em Paris, antes do casamento, e desde então ele a observou, mas a mocinha ela só se aproximou do senhor Charles uns quinze dias antes em um bar.
— Entendi, mas o que ela anda fazendo?
— Não sai de dentro de casa, tudo indica que ela está com medo de alguma represália da parte dos Miller's.
— Era de se esperar, mas deixe ela se sentir segura, sei que o Axel vai agir logo, logo, mas não os perca de vista.
— Pode deixar senhor Edward.
Desligo o telefone, e suspiro, coloco uma dose de bourbon e tomo em um só gole, sei como meu filho está destruído, mas sei também que a situação da minha nora não deve estar fácil, presenciar o que presenciei me deu ânsia, imagino ela como deve ter se sentido, nunca imaginei que o meu sobrinho chegaria a esse ponto, mas se ele acha que a expulsão da empresa foi o que iriamos fazer está enganado, ninguém apronta algo desse tipo com minha família e fica por isso mesmo.
As horas passam que nem me dou conta, quando finalmente olho no relógio me assusto, já passa das cinco da tarde, então volto a colocar a cabeça para pensar, mesmo eu assumindo a empresa para que o Axel possa ir em busca da Heather ainda tenho que ajudar o meu filho da forma que posso.
Enquanto planejo o meu próximo passo, escuto duas batidas na porta e apenas uma pessoa seria tão ousada a esse ponto, mesmo sabendo o quanto estou irritado com a situação atual.
Mais uma vez as duas batidas na porta e com a voz seca, mando entrar já me preparando para uma riga, afinal ele não veio aqui em paz, disso tenho certeza.
— Olá, meu irmão, que bons ventos o trazem aqui? — Pergunto tentando ser cordial, mas pela fisionomia do rosto sei que veio pronto para guerra.
— Sem essa, irmão, acho que eu já dei tempo suficiente para que você e o seu filho desistam dessa ideia absurda de tirar o meu filho da empresa, mesmo porque ela é tanto sua quanto minha. “Direto ao ponto como imaginei”, esse é o emu irmão que sempre passa a mão em tudo que o filho faz.
— Olha, meu irmão, a decisão não foi nossa, e sim dos acionistas, portanto seu filho permanece longe da Miller's Corporation, entendeu? Ou você acha quê o que o seu filho fez foi correto? Já se passaram quase três anos do ocorrido e agora o seu filho veio com essa vingança ridícula, causando problemas, eu não volto em uma decisão e você sabe disso melhor que ninguém, afinal você me conhece, não adianta vir com chantagem emocional que não vai rolar.
Vejo o meu irmão abrir a boca para falar algo, mas é interrompido por um Axel irritadíssimo entrando no escritório e surtando.
— O que veio fazer aqui tio? Por acaso acha mesmo que permitirei que o seu filho continue a infernizar minha vida ou no mínimo volte a empresa?
Se esse era o seu plano de o fora daqui antes que eu mesmo o coloque para fora com as minhas próprias mãos, e faça-me o favor de dar um recado ao sem escrúpulos do seu filho, isso ainda não acabou, eu vou destruir seu filho e tudo o que cruzar o meu caminho, inclusive você tio, se continuar a se meter nesse assunto eu não pouparei esforços para te destruir também, você me conhece e sabe o do que sou capaz, então faça-se um favor e desapareça da minha frente.
— Seu moleque insolente eu.
— O quê? Acha mesmo que porque o seu sangue corre nas minhas veias eu não serei capaz de terna-lo meu inimigo? Agradeça ao seu filho mimado por tocar onde não devia, e ter provocado o meu pior lado, apenas desapareça daqui ou eu não responderei por mim.
Olho para o Axel e vejo o meu filho completamente transtornado, sei que ele é frio, e calcula tudo com muito cuidado, mas dessa vez até mesmo eu que sou o seu pai, fiquei com receio do que ele é capaz de fazer, então apenas tento acalmar os ânimos pedindo que o meu irmão vá embora antes que algo pior aconteça, logo vejo minha esposa entrar no escritório por conta dos barulhos altos e com a sua ajuda consigo tirar o meu irmão do escritório deixando o meu filho sozinho por alguns minutos para se acalmar, sei que ele deve ter escutado as palavras dos tio e isso o deixou cego de ódio.
— Edward, é melhor você e o Axel pensarem melhor nessa decisão. — Fala me olhando mais uma vez antes de entrar no carro e sair cantando pneus, e eu apenas suspiro, que situação isso tudo se tornou.
Caminho a passos rápidos até o escritório e vejo Axel com um corpo na mão, as veias no pescoço salientes, e a raiva estampada no rosto, me aproximo devagar colocando a mão no seu ombro, e pouco depois vejo ele voltar a si, mas sua mão treme de raiva, volta para o sofá e senta-se, e por alguns instantes observo o seu olhar perdido, não sei o que ele está planejando, mas esse olhar me dá arrepios.
— Filho, procure se acalmar. — Falo tentando tirá-lo desse lugar onde ele está, mas me surpreendo com as palavras que saem da sua boca.
— Meu tio e o Charles vão se arrepender de terem cruzado a linha comigo, mostrarei a eles porque sou conhecido como frio, eles vão finalmente me conhecer e então suspira se recostando e se mantendo com os olhos fechados.
Sentado no escritório de olhos fechados e sentindo o calor do meu pai ao meu lado, suspiro tentando me acalmar, mesmo porque preciso arquitetar o início da queda de Caroline, sempre tive ela no mais alto padrão do respeito, mesmo quando fiz coisas com ela na cama contra a sua vontade, mas ainda existia um respeito mútuo entre nós, mas não posso fechar os olhos diante do que ela fez, de como ela ousou em trair com o inescrupuloso do cara que dizem ser meu primo, uma ideia começa a se forma r na minha mente, Caroline é filha de um empresário bastante conhecido, então não posso simplesmente expor ela assim, mas posso fazer ela provar um pouco do sabor amargo do desespero, e nada melhor do que eu me usar como isca. Fico mais um tempo na companhia do meu pai, e depois do que parece uma eternidade e com um plano na minha mente, me levanto e sigo em direção ao meu quarto, preciso de um bom banho e melhorar essa aparência precária que eu me encontro, mas antes aproveito o momento a sós e ligo
Paul Cresci com o meu amigo Axel, nossas brincadeiras foram ficando cada vez mais sérias, mas também vi ele ser treinado para ser o que ele é hoje, se tornando esse homem frio, mas admirado não apenas por mim, também o acompanhei nas nossas noites de baladas, com as belas mulheres que muitas vezes dividimos, vendo esse homem frio destruindo corações sem nenhum pingo de piedade, mulheres que faziam o possível e o impossível para chamar a sua atenção, entre elas a mulher que conseguiu encher os meus olhos, por ela me tornei o homem que sou hoje, dono da boate mais balada de New York, muito bem frequentada pela nata da sociedade, mas mesmo assim continuo trabalhando na Miller's Corporation, com a vasta experiência que adquiri com o meu trabalho consegui desenvolver os meus projetos, amadurecendo as minhas ideias e construindo os meus sonhos, e sempre sendo observado de perto pelo meu amigo, mas ano após ano no meu coração cresceu um sentimento puro pela nossa amiga Caroline, ela sempre m
AxelSempre soube da paixão avassaladora que o Paul sente pela Caroline, ele nunca me escondeu isso, mas como ela nunca lhe deu nenhuma oportunidade me aproveitei ao máximo, e ele como o bom amigo que é e como um homem apaixonado sempre cobriu as minhas maluquices, mesmo desprezando as minhas ações sempre esteve presente para socorrer a mulher que ama, mas não concordou com a última ação da Caroline com o Charles e por isso não exitou em me ajudar quando liguei pedindo a sua ajuda, de imediato não contei o meu plano, mesmo porque essa é a ponta do iceberg, quero que a Heather esteja presente quando eu realmente me vingar da Caroline e do Charles, quero que ela aproveite, que saboreie a derrota daqueles que decidiram nos declarar guerra, que ousaram interferir na nossa vida, no nosso casamentoDepois que finalizo a ligação com o Paul, e depois de um banho para lá de caprichado, estar bem apresentável, e sair em busca do que encomendei mais cedo, finalmente vou em direção ao Trevor's Ba
Heather Sentada na poltrona e com uma xícara de chocolate quente, vestindo apenas um short e um blusão de lã, meias e uma toca na cabeça e com um lençol cobrindo as pernas, fico observando pelo janelão de vidro, vendo a neve cair do lado de fora, o sorriso das crianças brincando na neve, acompanhados por seus pais, e lembro-me da minha infância, de quantas vezes fiz a mesma coisa, dou um suspiro com as lembranças. Logo após terminar meu chocolate me levanto e tomo um banho, preciso sair, espairecer minha mente mesmo porque a minha raiva ainda não passou e agora que sei que o meu ex-marido está a minha procura, preciso estar preparada mentalmente caso ele me encontre. Depois de um banho bastante demorado, aproveitando a sensação do calor no corpo, saio finalmente do banheiro e para em frente o guarda-roupa, fico por alguns minutos vestindo apenas o roupão, o que me deixa bastante confortável, mas assim que pego um casaco e uma calça, sinto o meu estomago revirar, um enjoo repentino m
AxelAqui estou eu, sentado na minha poltrona, com a cabeça reclinada e olhos fechados, esperando o avião decolar, a raiva ainda dominando o meu corpo e a minha mente. “Como pode ser tão audaciosa para falar daquele jeito comigo? “Espero que dessa vez ela tenha entendido o recado, mesmo porque não gosto de ex-peguete no meu pé, ainda mais depois que aprontou o que ela fez, agora estou aqui contando as horas para desembarcar na Suíça e ir em busca da minha Heather, mesmo porque a falta que ela em faz, eu nunca imaginei que sentiria um dia e muito menos por uma mulher.Ao meu lado está o meu assistente, e eu sinto o seu olhar em mim durante alguns instantes, ele sabe o quanto estamos na busca de Heather e das dificuldades que encontramos para chegar até aqui, mas não desistiremos, sei que estou dando um tirö no escuto, mas preciso fazer isso, não desistirei de encontrar a minha esposa.Alguns minutos depois escutamos os avisos do Piloto e logo após o avião decola, dando início as mais
Heather Amanhece claro, apesar do frio o sol brilha trazendo consigo um pouco de alegria, sentada na cama e com os lenções ainda em volta do meu corpo me espreguiço, olhando através da janela sem as cortinas que esqueci de fechar a noite, quando estou começando a me preparar para descer escuto o meu telefone que finalmente liguei começa a tocar, olho no ecrã e um sorriso se forma nos meus lábios, meu amigo Thomaz me ligando, me jogo na cama mais uma vez e atendo, minha voz sai mais malto do que esperava, mas independente, é o meu amigo que me chama. — Oi, Thomaz, saudades meu amigo… — Oi, Heather, achei que não queria mais falar comigo ou me ver, afinal tenho te ligado o e seu telefone se manteve desligado o tempo todo. — Fala com a voz manhosa que me arranca uma gargalhada. — Não, meu amigo, eu apenas precisei manter o desligado, mas me conte o que tanto queria falar comigo? — Pergunto com um pouco de ansiedade na voz. — Na verdade, Heather, conversei com o seu pai, e ele me di
AxelAnsiedade a mil, é assim que eu me encontro neste momento, saber que estou prestes e ficar de frente com a minha Heather me deixa feliz ao mesmo tempo que o medo bate, as lembranças de tudo o que fiz com ela, a culpa batendo a porta, me fazendo corroer de arrependimentos e se arrependimentos pudesse resolver problemas eu a esta altura já estaria livre de todos os meus, mas é assim a vida, um aprendizado.Vestindo uma calça térmica por baixo da minha calça jeans preta e uma camisa-polo azul, me olho no espelho, bem que poderia ser outra estação, assim eu poderia ficar mais a vontade, balanço a cabeça espantando os pensamentos, em seguida já com o tênis no pé visto o sobretudo e coloco um cachecol no pescoço, óculos escuros e saio, nem me deu ao luxo de esperar o meu assistente, caminho até o saguão do hotel e então ligo para o Alexander, afinal preciso dele para me levar até ela.— Já estou pronto e no saguão do hotel, não demore, não quero perder mais nenhum minuto. — Falo dessa
Heather Após passar o dia me divertindo bastante como há muito tempo eu não fazia, no entardecer voltamos nos três para o chalé, assim que chegamos Thomaz nos pede para entrarmos, mas o mesmo não entra, estranho assa reação dele, mas opto por preparar uma bebida quente para tomarmos enquanto continuamos a nossa noite, enquanto estou preparando um chocolate quente, Sophie se aproxima devagar me abrando pelas cotas. — Amiga, quando você planeja contar ao crápula sobre o bebê? — Ele não vai saber Sophie, eu já te falei, esse bebê é apenas meu, e eu não quero falar sobre o meu ex-marido, só de lembrar do seu nome me causa raiva, então prefiro esquecer que ele existe, por favor. — Ehhh, isso é cruel amiga, mas é uma escolha só sua, mas seria bom que quando o bebê nascer não se pareça em nada com ele, mas tenho minhas dúvidas, mas eu já te disse Heather, apesar dele não valer nada, acho que ele merece saber que será pai. — Sophie, não, por favor, me promete que manteria isso em segredo