Serena saiu do banho e vestiu seu baby doll preto de seda, sentindo o tecido frio escorregar suavemente por sua pele. Soltou os cabelos vermelhos que caíram como uma cascata brilhante até pouco acima do bumbum. Fazia tempo que precisava apará-los, mas não conseguia. Amava seus fios longos e um sorriso involuntário surgiu ao lembrar das vezes em que Vittorio deslizava os dedos por eles, dizendo:
— Seus cabelos são minha perdição, Serena. Nunca os corte.
Fechou os olhos por um instante, balançando a cabeça como se pudesse afastar aquelas memórias.
— Serena, você precisa ser forte.
Napoleão Bonaparte Vittorio arregalou os olhos e finalmente gritou:— Você ouviu alguma palavra do que eu falei? Caralho, vocês poderiam ter morrido, não se trata de orgulho, Serena e sim de realidade. O mundo não é cor de rosa como você imagina, o mundo é sombrio e perverso. Eu sou um homem poderoso e odiado, os meus inimigos poderiam usar isso contra mim, entende agora? — Vittorio exclama quase sem ar nos pulmões. — O que você quis dizer sobre eu pagar pelo o nosso filho? Eu não pagaria por ele, assim como não paguei por você! — ele parecia não acreditar no que ela falou sobre pagamento.— Não? Tem certeza? Não foi isso que pareceu… Vittorio olhou para o pescoço da mulher e viu o colar do seu pai. Seu sangue ferveu ainda mais, ele se aproximou, segurou o colar entre os dedos e disse:— O que faz com isso? Por que ainda o tem? Serena bateu na mão dele e se afastou respondendo de maneira abrupta:— Não interessa. Na verdade, a minha vida não lhe diz respeito. Diga logo o que que
Perdido… Vittorio Moretti É assim que estou me sentindo, completamente perdido. Um misto de sentimentos toma conta do meu interior. Não sei expressar em palavras o que senti quando escutei a voz do meu filho. Ele… ele é perfeito! Ele é exatamente como eu havia sonhado. Durante aquele final de semana na América, quando sai do quarto do hotel com a promessa de voltar logo em seguida, durante o caminho até as lojas, eu pensei em como seria ter um filho com a Serena. Todas as vezes que o assunto herdeiros aparecia, nunca me via sendo pai. Sempre soube que essa era uma das leis da máfia, uma das mais soberanas, gerar filhos para assumir o meu posto no futuro. Nunca pensei nisso, porque até então, não havia encontrado uma mulher que mexesse comigo dessa maneira, mas quando eu a vi pela primeira vez, a desejei como jamais tinha desejado uma mulher. Por ela, eu quebrei todas as regras que eu mesmo criei. Quando a beijei… senti todo o meu corpo estremecer e quando ela me tocou… eu
Vittorio MorettiDorsoduro, Itália.Covo mafioso [07:15 a.m]O cheiro do café invade minhas narinas, estamos todos reunidos aguardando apenas dois líderes que faltam. Observo suas feições inconformadas por terem sido convocados tão cedo, eu não me importo, afinal quando acontece alguma merda no país deles, não hesito em mandar reforços ou livrar o rabo de cada um desses filhos da puta. A máfia do Japão é a única que evito a presença, mas eles fazem questão de comparecer.— ¿A qué debo el honor de ser reclamado tan pronto mi querido Don, Vittorio Moretti? {A que devo a honra de ser reivindicado t&a
Depois da reunião com os líderes das principais máfias, tudo deveria ser colocado em prática. Luca já tinha providenciado o documento que comprova a união entre Vittorio e Serena. Documentos digitais e físicos legitimam a união, sem deixar nenhuma falha ou rastro de alteração, esse era um dos benefícios em ser o Don, agora era o momento de conversar com a ruiva.Vittorio se dirigiu, junto com seus amigos, para o apartamento da mulher. Sabia que o filho não estava em casa, um de seus capangas já seguia os passos do menor a distância. Não vacilaria deixando o garoto à mercê de seus inimigos, logo agora que tinha cortado laços com a tríade, não podia arriscar.Não podia mentir, mas ficar novament
Vittorio saiu do apartamento seguido por Luca, deixando atrás de si um rastro de tensão que parecia pesar no ar. Alonso caminhou calmamente até o sofá e sentou-se, indicando com um gesto que Serena se juntasse a ele. Com movimentos tranquilos, tirou um cigarro do bolso do paletó, acendeu e deu uma tragada, enquanto seus olhos avaliavam a ruiva à sua frente. Serena hesitou, mas logo sentou-se ao lado dele, encarando-o com um misto de desconfiança e impaciência.— Por favor, peço que não fume na minha casa — disse ela, com firmeza.Alonso ergueu a sobrancelha, surpreso e um sorriso irônico brincou em seus lábios antes que ele apagasse o cigarro sem protestar.— Obrigada. — disse ela, tentando esconde
Jogo PerigosoA sala é elegantemente decorada, com estantes repletas de livros antigos e uma mesa de madeira escura, polida e bem arrumada. A única fonte de luz vem de um abajur que emite uma luz suave, projetando sombras longas nas paredes. O ambiente é silencioso, em contraste com o interior do homem poderoso e frio que se encontrava barulhento.Don Vitório Moretti está sentado atrás de sua mesa, a expressão do rosto marcada pelo desgaste emocional. Os traços de seu rosto, antes firmes e decididos, agora revelam um homem atormentado. Ele fecha os olhos e recorda os últimos acontecimentos, a imagem de Serena está vivida em sua memória e no seu coração, a mulher que um dia foi seu grande amor, como era possível? Ela estava mais linda do que ele lembrava, sua língua afiada o tirava do sério. Era incrível como uma simples garota era capaz de fazer tanto barulho dentro dele. — Seis anos… Seis malditos anos que você saiu da minha vida e me destruiu… Agora, você volta e ainda traz cons
— Na…não é nada. Na verdade, precisava de algumas documentações, mas como ele é o seu filho, está tudo certo — a mulher falou sorrindo, mas por dentro estremecia.— Qualquer coisa sobre o meu filho, entre em contato com a minha mulher ou comigo. A diretora da escola já tem as informações que precisa — Vittorio concluiu.A mulher apenas concordou e abaixou a cabeça. Serena olhou a cena espantada, das duas uma - ou as pessoas temiam demais Vittorio ou o respeitavam. Ela tinha certeza que era a primeira opção. SurpresasTodos olharam para o menino que corou de imediato.— Filha, o que conversamos sobre bater? — disse Violet envergonhada.— Eu bati porque ele disse que o Matteo era um bobo que não tinha pai. Bati e bato de novo se ele tratar o meu irmãozinho mal — a menina colocou as mãos sob a cintura e olhou para Giuseppe com raiva.— Eu não disse que ele era bobo, só falei que ele se escondia atrás de você — retrucou GiusepCAPÍTULO L