Acho que desde a época que éramos só amigas eu e a Raquel nunca tivemos uma briga tão feia, a coisa simplesmente saiu do controle, "Discutir a relação é necessária." A voz da mulher não saia da minha mente, aquilo não foi uma discussão, foi uma catástrofe.
Eu não consegui dizer mais nada, não consegui chorar e nem consegui dormir e também não consegui coragem para voltar ao apartamento da Raquel e fazer as pazes talvez, o que eu consegui fazer assim que amanheceu foi ir a farmácia ver se encontrava algo que me ajudasse a dormir, talvez a Raquel tivesse razão, eu preferia fugir?
Dormir é desligar quase todos os sentidos e não ver o que acontece ao nosso redor, é como se estivéssemos desconectados do mundo, dormir é uma tentativa de esquecer a dor, e naquele momento tudo o que eu queria era dormir, e dormir muito
— Ahh. — Respiração descompassada. — Hmmm. — Perda de folego. — Oh. — Êxtase.Raquel engatinha sobre mim, depositando um beijo em cada parte do meu corpo, até chegar aos meus lábios.— Você é demais. — Falo ainda com dificuldade na respiração.— Você que é. — Sussurra antes de me beijar outra vez.— Eu te amo. — Jogo seus cabelos para atrás da orelha.— Me deixa um selinho e saí de cima de mim caindo ao meu lado na cama. — Eu também te amo. — Fala ficando de lado para olhar para mim, que faço o mesmo.Ficamos em silêncio por um tempo apenas admirando uma a outra.— A gente vai casar. — Fala quebrando o silêncio e olhando aliança. — Eu ainda não acredito.— Mas eu acredito. — Sorrimos.
Na volta para a casa o silêncio estava nos envolvendo, mas não era aquele silêncio incomodo ou constrangedor, era gostoso as vezes só ficar ouvindo a respiração dela, mas assim que entramos no apartamento, eu fiquei reparando nela, e uma música veio a minha cabeça, uma música que me fazia lembrar dela, não sei o que me deu mas comecei a cantar...— Eu amo seus olhos castanhos, e eu sei, parece estranho, a freqüência em que digo eu te amo...— Que isso Carla? — Ela rir e eu continuo.— Mas é repetindo sinais em seqüência, que paixão vira conseqüência...Seguro em sua mão e caminho com ela para o quarto.— Um sorriso bobo um abraço gostoso, seu jeito de olhar pira minha consciência...Chegando no quarto paro e sussurro as palavras cada vez mais perto de seu rosto.<
— Eu vou deixar vocês a vontade. — Diz o corretor.— Obrigada. — Raquel responde enquanto ele saí. — E então? — Me pergunta.— Então?Meio que fujo da pergunta fazendo ela rir e acabo rindo junto.— Bom, eu com certeza não gostei desta casa o tanto que você gostou, da para ver nos seus olhos que você está encantada por ela Raquel.— Eu estou mesmo. — Fala olhando em volta. — Essa escadaria no meio da sala. — Ela toca o corrimão. — Esse chão todo de madeira, olha essa visão. — Ela corre para a grande janela de vidro da sala. — Esse jardim é incrível. — Fala olhando pela janela.Era lindo ver a empolgação dela, parecia uma criança ganhando brinquedo novo, isso porque ela nem queria comprar uma casa nova.— E a cozinha é gi
— Prazer Aline. — Eu e a Raquel falamos em um só som.— Adoro um casal sincronizado gente. — Ela fala arrancando risada de nós duas. — Bom, primeiro quero dar parabéns ao noivado. — Ela abre um sorriso.— Obrigada. — Eu a Raquel nos olhamos porque pela segunda vez falamos juntas.— Meu Deus. — Falo assustada, e as duas riem.— Quanto tempo faz? — A Aline volta a se pronunciar.— O que? — Pergunto.— O noivado. — Ela novamente abre um grande sorriso, era realmente muito simpática.— Acho que não faz nem uma semana. — Raquel fala tentando puxar na memória.— Então está recente. — A mulher abre a boca em surpresa. — Me
— Ah a gente tinha pensando em tudo bem, bem...— Simples. — A Aline conclui.— Isso. — Raquel rir.— Sim, pensamos em tons brancos e bege, neutro. — Olho para a Raquel. — Tudo bem simples mesmo. — Sorrio.— Aí lindo, lindo, eu também gosto bastante desses tons para casamento. — Ela continua escrevendo no computador.— Mas como eu falei isso é melhor a gente decidir já visitando o local sabe?, porque como está em cima, a gente já leva o pessoal da decoração com agente, eles já veem o que podem fazer, como vai ser a arrumação.— Ok.— É tudo bem.— Vamos para a segunda etapa, não menos importante, os convites e as lembranças dos convidados.— A isso acho que pode ficar tudo por sua conta. — Falo.— É? &mda
— Tem certeza que é esse o endereço? — Raquel me pergunta.— Tenho amor, foi esse que a Aline me passou pelo menos.— Eu não estou vendo nada.— Vire a esquerda e você chegara ao seu destino. — É a vez do Gps falar.— Aí viu, estamos no caminho certo.— Ela já falou isso umas três vezes Carla.— Ali. — Aponto ao encontrar o número informado pela Aline. — Chegamos.O lugar tinha uma grande cerca de madeira da cor branca, que dava visão para o enorme verde do local, junto com um grande número de flores com diversas cores, ao passar pela entrada damos de cara com uma mimosa ponte embaixo de um lago também verde, de mãos dadas eu e a Raquel continuamos andando a curto passos conhecendo o lugar, até encontrarmos a Aline.— Meninas aqui, — Ela grita pedindo para
— Eu juro que amei todas as ideias de vocês, tenho certeza que vocês sabem o que estão fazendo e vai ficar tudo perfeito. — Respondo.— E você Raquel? — Ela pergunta.— Eu também. — Raquel fala como se não se importasse tanto, ou talvez naquele momento outra coisa tinha uma importância maior.— Então acho que acabamos. — Aline fala.— Que bom, porque temos que trabalhar. — A Raquel fala olhando o relógio.— Eu não acredito que eu não vou ter nem uma de vocês hoje para já falarmos sobre o vestido.— A eu não dou aula hoje, acho que posso chegar mais tarde na escola se você quiser.— Por favor. — Ela responde eufórica.— Tudo bem. — Falo.— Raquel e você já está liberada. — Ela fala beijando o
— Pronto. — Raquel fala jogando uma caixa no chão. — Essa foi a última. — Se esparrama no sofá. — Gracias a Dios.— O que você está fazendo? — Paro e olho para ela.— Que foi?— Porque você sentou?— Para descansar? — Dá de ombros.— Mas a gente não acabou.— Como não? Acabei de falar que essa foi a última amor.— Que ainda está cheia, assim como todas as outras.— A não Carla. — Ela se senta. — Você não vai querer desenbrulhar elas todas hoje né?— Colocar tudo no lugar e arrumar também.— Você está doida! — Volta a deitar. — Eu estou exausta.— Raquel eu não vou dormir aqui com essa bagunça, de jeito nem um.— Pensei que tinha se