*POV CLARE*
Andamos juntos para o refeitório que ficava perto do estacionamento. Joana e Bob ja estavam lá. – Joana sua prima me salvou hoje.- Chuck falou se sentando do meu lado.- Ela fez o trabalho praticamente sozinha.- corei. – Não quer me salvar também?- falou Bob com um sorriso no canto da boca. – Clare!- gritaram meu nome, era o Jeff saindo do carro e acenando pra mim. – Jeff.- sai da mesa e corri para abracá-lo. Um abraço reconfortante que só ele sabia dar. Eu estava feliz. Algo em meu interio se agitava. – Isso tudo é fome?- falou me soltando e me levando de volta pra mesa. – Vou começar a trazer o almoço.- Chuck sussurrou no meu ouvido fazendo os pelos do meu pescoço se arrepiarem. Jeff se sentou ao me lado e me abraçou enquanto comiamos os sanduiches que ele havia trazido. – Clare, aquele não é seu amigo, aquele da lanchonete?- perguntou Joana com a boca cheia de hamburguer. – Ele não é meu amigo, não conheço ele.- disse ríspida sem nem olhar pra onde ela apontava. – Ele não veio te pertubar?- Jeff indagou olhando pra mim que só balancei a cabeça em negativa.- Se ele fizer qualquer coisa me avise.- Jeff me abraçou e deu um beijo na testa.- Tenho que voltar, estamos treinando forte para o jogo deste mês. Me espere que eu levo você pra casa. A aula de educação física foi divertida, a peofessora nos fez correr em volta do campo. Sempre gostei de correr. Me sinto bem. Estava esperando Jeff sentada debaixo da mesma árvore em que conheci meus novos amigos. – Que mundo pequeno.- ouvi sua voz ao meu lado.- Eu acho que não começamos bem.- continuou a falar, apesar de eu querer ignorá-lo, aquele cheiro de brisa me enlouquecia de tal forma...- Aquela reação ontem no trem, foi porquê eu estava tendo um pesadelo e você me assustou. – Eu te assustei?!- sarcastiei olhando pra ele. Nossa, ele é lindo. Não de uma beleza estonteante, mas era um tipo de aura magnética, ou era seu queixo forte? Meu coração disparou ao me deparar com aquele azul. – Me desculpe.- virou o rosto.- E aí, gostou da aula hoje?- tentou mudar de assunto. – É, o senhor Jackson é legal.- falei tentando controlar o medo na voz. – Você está com medo de mim?- se virou e me olhou nos olhos, meu estômago dançou na minha barriga.- Não precisa ter medo de mim, eu nunca machucaria uma garota. E eu não quero brigar com seu namorado.- tornou a olhar para o lado. – Namorado? Não tenho namorado. "Esse cara é mesmo louco?" – Aquele rapaz que estava contigo na lanchonete e hoje no almoço.- murmurou de cabeça baixa. Não me aguentei, cai na gargalhada. Ele me olhou confuso e eu ri mais. – O Jeff é meu primo.- informei em meio ao riso. – Não foi o que pareceu, vocês se olham com tanto carinho, amor. – Mas eu amo ele, assim como amo minha avó, minha prima e...- engasguei ao me lembrar deles. – Aconteceu alguma coisa? – É que lembrar dos meus pais ainda dói.- não quis chorar na frente dele, mas escapou uma lágrima. *POV DAVID* " Tá bom, fiquei feliz em saber que ela não tinha namorado. Mas o jeito que eles se abraçavam e se olhavam..." – Jeff é meu primo.- continuou a rir. Eu estava feliz em saber – Não foi o que pareceu, vocês se olham com carinho, amor. – Mas eu amo ele, assim como amo minha avó, minha prima e ... meus pais.- sua voz ficou abafada. – Aconteceu alguma coisa?- vi seus olhos ficaram tristes. – É que lembrar deles ainda dói.- de repente começou a chorar. "David, seu idiota!" – Eu não quis te deixar assim.- comentei enquanto ela se acalmava.- Eu faço tudo errado, primeiro te assusto, depois te faço chorar...- resmunguei. Ela se levantou e me olhou com os olhos vermelhos. Minhas mãos estavam suadas, limpei ao me levantar. Continuou me olhando e estava tão perto, seu perfume era gostoso como alecrim. Me aproximei um pouco e sequei a lágrima, um pouco mais perto e podia beijá-la. – Clare!- gritou alguém e ela se virou limpando o rosto. – Tenho que ir.- ela se levantou.- A gente se fala por ai. – Vou adorar Clare – Tchau é... – David.- eu tinha um sorriso, um sorriso tão grande que nem sabia existir. – Então tá, até mais David.- ela se virou e foi em direção ao carro. Aquele tal de Jeff me olhava bravo. Passei a tarde treinando com meu tio. Ele queria me ver correr. Meu corpo se aquecia. sempre que pensava que ela esteve em meus braços. Eu corria feliz. – Que sorriso bobo é esse? — me perguntou meu tio quando chegamos em casa. – Nada não tio. Vou tomar banho pra dormir. – Ok, tenho que levar umas coisas pra viúva daquele meu amigo, mas seu chá vai estar no criado mudo. Eu parei no meio da escada. " Ele disse que iria na casa da Clare?" Dei um pulo da escada parando na frente dele. – Eu vou junto. – Não precisa, descanse. – Não estou cansado e eu quero ir. Ele me olhou interrogatório. E ficou mais interrogatório quando apareci na sala pra irmos. Tudo bem, me arrumei pra ela. Queria causar boa impressão.*POV DAVID* Estavamos na porta da casa dela. Fiquei apreensivo. Uma senhora nos atendeu sorridente. A casa era modéstia mas aconchegante. – Eva, esse é meu sobrinho David. – É um prazer senhora.- cumprimentei polidamente. – Entrem, vão jantar conosco não é Phill? Tem costeletas hoje. – Sabe que adoro sua comida Eva.- ele pegou na bolsa uma maleta e entregou para a senhora.- Aqui tem o suficiente para seis meses. – Podem se sentar vou servir o jantar.- ela se virou para a escada.- Clare, jantar! Vem logo, temos visitas. – Vó, Jeff e Joana não são visita...- a ouvi entrando na cozinha . Meu corpo se aqueceu novamente ao ver ela ali. O ar me abandonou. *POV AUTOR* Clare sentiu que sonhava ao entrar na cozinha e se deparar com aqueles olhos azuis. – Ah Clare, se lembra do Phillip?- indagou senhora colocando na mesa a travessa com costeletas de porco assadas. – Claro, o amigo do vovô. Como vai?- Clare controlou o nervosismo ao apertar a mão do senhor enquanto não ti
*POV AUTOR Joana estranhava o silêncio da prima durante o trajeto que seguia até a escola. – Clare, está tudo bem? – Eu só não durmi direito.- o que era verdade, já que Clare tivera outro sonho com lobos. Mas seu sorriso forçado era de nervosismo pois não sabia o que faria ao ver David novamente. Seu coração martelava no peito querendo sair pela boca. Talvez saisse quando sorriu para Chuck e suas covinhas. – Eu não sei como vamos, mas vamos. Inventa qualquer coisa para seus pais. Faz tempo que não saimos pra noite e isso está me deixando deprê.- argumentava Bob quando Clare e Joana se juntaram ao grupo embaixo da árvore. Bob falava essas coisas para Lucy que ficara mais vermelha ainda. Se era de raiva ou vergonha ninguém sabia. – Você pode dormir em casa se quiser.- Clare falou para Lucy.- Vovó não se importaria se eu levasse algumas amigas para dormir em casa...- comentou fitando Joana que assentiu.- Pode vir também Anne. – Opa ! Festinha das garotas.- gracejou Bob com um ris
*POV DAVID* Estranhei não encontrar Clare na hora do almoço. Comecei a ficar preocupado ao ver seu lugar vago na mesa em que se sentava no refeitório. "E se ela teve mais uma crise? Eu poderia ir até lá e perguntar aquela amiga dela. Acho melhor não, aquele tal Jeff não vai com a minha cara, que seja, também não vou com a cara dele " Fui procurá-la no lugar em que sempre estava, debaixo daquela árvore perto do campo. Para minha decepção ela não estava. "Ok, sei de um lugar que com certeza você estará." Passaria em sua casa depois do treino. Sentei em minha carteira na aula de História, com um pouco de esperança de encontrá-la naquela aula. Em uma fração de segundos, a felicidade de ver ela entrando na sala toda sorridente se transformou em fúria quando aquele garoto a puxou pra fora da sala e a beijou. Meu sangue ferveu, aquele zumbido caracteristico da besta tomou conta do meu peito. Minha respiração estava difícil. Não consegui pensar em mais nada. Agi dominado pel
*POV CLARE" "Definitivamente o dia foi estranho. Primeiro, desmaiei no corredor da escola e a única pessoa que me ajudou foi aquele menino, David. Segundo, estou ficando com o dono das covinhas mais lindas, Chuck. Terceiro, David sem mais nem menos bateu no Chuck..." Um barulho na minha janela me tirou desses pensamentos. Olhei no relógio e marcava quase dez da noite. Mais uma vez o barulho. Me levantei e fui até a janela ver o que estava acontecendo. Nisso vejo uma coisinha quicar na janela. "Mas que merda é essa?" pensei enquanto levantava o vidro. – Psiu.- olhei para fora, tinha um garoto subindo pela calha vindo em direção a janela.- Queria falar com você.- aquela voz, aqueles olhos e aquele cheiro me deixaram em choque. E antes de mandar ele embora, o garoto pulou para dentro do meu quarto. – Você não acha que já fez muito por hoje?- rebati baixo para não acordar a vovó. – Bem, eu...- começou se virando e ficou me fitando. Seu rosto começou a ficar vermelho, sua
*POV CLARE* – Que cara é essa?- perguntei ao Chuck enquanto pegava um livro no meu armário. Ele estava com uma expressão estranha. – Nada, é que só vou te ver de novo no almoço, e vai ter um monte de gente em volta...- comentou me puxando pela cintura e passou a mão nos meu cabelos colocando-os atrás da minha orelha.- A não ser que você queira escapar comigo na hora do almoço novamente.- soltou um sorriso. – Escapar pra onde?- ele sorriu me fazendo derreter diante daquela covinhas. – Qualquer lugar, só quero ficar um pouco mais com você.- me levou até a sala que eu teria minha primeira aula que era Matemática, depois Manuais, Inglês, Literatura, Física. – Sente-se na janela, poderá me ver jogando durante a aula de Educação física.- me beijou e saiu pelo corredor virando á esquerda. A aula era bem legal. O professor, o senhor Palmer com seus cinquenta (ou mais) anos, fazia a complicada matemática parecer brincadeira de criança. Não sei como não falaram bem dele. Sempre que eu o
*POV DAVID Hoje eu não falei com a Clare, desde que sai da casa dela. Até vi ela com aquele cara subindo uma das escadas na hora do almoço. Pensei em ir atrás dela, porém, decidi esperar a decisão do meu tio. Quero que essa distância entre nós acabe. Todavia, quando ela souber o que é vai precisar de alguém que a entenda, e aquele " namoradinho " dela nunca vai entendê-la. Essa tarde fiquei livre de treino. Eles são cansativos, mas eu gosto. Principalmente de correr. Até correria se a detenção não tivesse me matado. Antes eu morto do que a diretora. Como ela me irrita com aquele ar superior dela. Deitei no sofá para descançar e acabei dormindo. Claro que tive pesadelos. Acordei suado com meu tio entrando pela porta, todo sujo de terra e um corte no supercílio esquerdo. – O que aconteceu com o senhor?- pulei do sofá indo ajudá-lo com sua bolsa. – Nada filho, só um desentendimento entre irmãos.- falou com a voz cansada. – Aquele filho da puta fez isso?- meu sangue ferveu.- Aque
*POV AUTOR Depois das aulas Clare foi com Jeff para casa se arrumar. Eles iriam sair como o combinado. Clare gostava de sair com Jeff e Joana. Mas hoje era só ela e Jeff. Joana decidiu ir ao Pub novo com o pessoal. Ficaram tentando convencê-la a ir com eles. Porém a jovem queria passar um tempo com Jeff. Lamentou o fato de não sair com Chuck, então marcaram de sairem no domingo. – O que eu visto?- Clare perguntou entrando na casa. – Nada muito curto.- riu.- Vamos jogar e eu sei que quando você se empolga... – Só porque eu sou melhor que você!- ela subiu para seu quarto. Jeff permaneceu na sala junto com a avó que tirava o pó da estante, onde se encontravam alguns retratos da família reunida em muitas das comemorações tradicionais. – Ela teve mais uma recaída não é?- ele falou baixo o suficiente para a senhora ouvir. – Nessa noite? Não. Pela primeira vez em meses, durmi sem gritos na madrugada. Acordei assustada hoje pela manhã.- a senhora olhava Jeff pensativa.- O que será qu
*POV DAVID Enfim contamos a verdade para Clare. Quase me desesperei quando ela começou a perder o controle. Daria tudo pra que ela não passasse por isso. Mas é como dizem: " é um mal necessário ". Deitei ela em sua cama, a cobri e me sentei ao lado da cama segurando sua mão. Eu devia estar muito cansado mesmo, pra acabar dormindo todo curvado. Metade do corpo na cadeira e a outra na cama da Clare. Escutei alguém me chamando, endireitei na cadeira e vi a avó de Clare com uma bandeja nas mãos. – Bom dia, trouxe o café.- informou colocando a bandeja em cima da escrivaninha.- Você deve estar faminto, venha comer.- ela falava baixo para não acordar Clare. – Obrigado.- agradeci tomando um gole de suco. – Ela não acordou de madrugada, deve ser um bom sinal.- a senhora estava agora sentada onde eu havia dormido.- Se quiser, pode descansar no meu quarto. – Eu estou bem. Se não se importa gostaria de ficar aqui até ela acordar. - eu comia um pedaço de bolo enquanto olhava para Clare.