No outro dia de manhã aproveito que Marcos estava cansado e me levanto da cama, para ligar para o Sérgio. Ele e o único que me conta as coisas nesta casa. O telefone toca duas vezes antes dele atender. — Alô? — Sérgio, sou eu, Clara. — Clara!? O que foi? — O que aconteceu ontem além do assassinato? — Ele não te contou? — Não, o que? — Não sei se posso te falar então, Marcos pode não gostar. — Ah Sérgio, você é o único que me conta tudo. Pensei que fosse meu amigo. — É sou, só não posso te contar. — Ah vai, conta, ninguém vai ficar sabendo. — Ele parece pensar. — Eu não posso te dizer, mas se você ver os e-mails de Marcos talvez você descubra o que quer saber. — Como faço isso? E como vou saber em qual e-mail achar? — Marcos sempre deixa o e-mail dele aberto aí no computador, é simples e só procurar pelo último e-mail que eu mandei. — Aí te adoro. Muito abrigada! Tchau. — Tchau. — Desliga. Volto para o quarto para conferir se Marcos ainda estava dormindo. O encontro aga
Meu plano funcionou perfeitamente, com a morte da gatinha e com as mentiras de Marcos consegui fazer com que Clara se desentendesse com ele. Soube até que quase desmancharam o noivado, preferia que tivesse terminado, mas não se meche em time que está ganhando. O romance dos dois está por um fio. O que é perfeito, só falta ela recobrar a memória para que tudo fique perfeito. Estou adorando a aflição deles, já fiz quantas vítimas mesmo? Ah sim, cinquenta e seis. Está ficando difícil encontrar garotas como Clara. Tudo culpa do alerta que decidiram soltar na mídia informando que mulheres com as características como de Clara estavam em perigo. Isso dificultou um pouco as coisas para mim, mas ainda consigo encontra uma ou outra. Percebo que um sorriso se formou em meu rosto, fico assim toda vez que me lembro das mortes, dos gritos e das súplicas, mas no fim todas acabavam sangrando até a morte. E inacreditável a força de vontade que umas apresentam na tentativa em vão de se salvarem. Po
Tomo coragem e saio do carro e entro no edifício. Subo até meu apartamento. Paro enfrente a porta que está lacrada com fitas amarelas de não ultrapasse. As rasgo para poder entrar. Na sala uma porta em minha cabeça parece se abrir, muitas memórias me vêm daquele dia. Eu tinha viajado com Marcos, mas por causa de nossa briga resolvi voltar mais cedo. Lembro de chegar e ver a porta aberta o que era estranho pois não tínhamos o costume de fazer isso. Escuto um grito e corro para o quarto de Duda. Faço o mesmo assim como na minha memória. Chego no quarto, vejo Duda no chão coberta por sangue, e há um homem perto dela, sei que o conheço. Posso sentir isso, mas não consigo ver seu rosto. Minhas memórias param por aí. Voltando a realidade, vejo que estou parada na porta do quarto de Duda, assim como nos outros cômodos têm faixas amarelas. Entro, no chão ainda pude se ver o sangue. Vou até lá. Me sento no chão. — Desculpa Duda! Se eu tivesse chegado um pouco mais cedo poderia tê-la salvad
Adivinhem o que estou fazendo. Montando a árvore de natal e decorando a casa. Pois o natal está chegando faltam apenas 5 dias. Sei que não será o meu melhor natal, mas é o que tenho. Não pude comprar os presentes, porém pedi tia Kiara que comprasse para mim. Tenho que dizer que depois que dei uma escapulida e fui para meu antigo apartamento percebi que nunca tive e nem tenho culpa pelos assassinatos. Eu como as outras sou apenas uma vítima. Depois que me livrei dessa culpa minha saúde até melhorou. Já consigo comer melhor sem passar mal. Por causa disso consegui ganhar mais peso e minha barriga ficou maior. Então agora estou com mais dificuldade de fazer as coisas, por exemplo, vou ter que chamar Marcos para colocar a estrela no topo da árvore. O chamo e ele sobe na pequena escada para colocar a estrela. Depois que ele desse vem até mim e me abraça por trás. — Está tudo lindo. — Sim está, você caprichou. — diz beijando o topo da minha cabeça. — Sabe o que eu estava lembrando. —
Estava lendo um livro na sala quando vi Clara passar correndo para o escritório e pela cara dela não era boa coisa, na mesma hora parei de ler e fiquei atento a qualquer barulho vindo de lá. Não demorou muito e escutei as vozes exaltadas de Clara e Marcos. Pelo que parece logo terei que intervir, Clara não pode se estressar por causa da gravidez e nenhum dos dois percebeu isso. Sem mais demora me levanto e entro no escritório. Clara está chorando. Marcos tentava sem aproximar dela, mas era em vão. — Clara, tudo bem por aqui? — ela se virou e correu para meus braços me abraçando apertado. — Ei calma aí, assim você me sufoca. — Me tira daqui por favor. — Concordo com um aceno e guio ela para fora, mas fui interrompido. — Pequena me escuta. — Marcos agora não. Por hora ela só precisa se acalmar e perto de você isso não vai acontecer. — Mas! — Mas nada! Ela já se estressou demais por um dia, se você não se lembra a gravidez dela é de risco. Quando ela estiver mais calma vocês conve
Acordo assustada, não acredito que lembrei. Era por isso que ele queria que eu me lembrasse. Foi ele, o Dante que matou a Duda e aquelas outras mulheres. Não acredito que confiei e me apaixonei por ele. O pior é estar grávida de uma filha dele, minha filha não merece um pai desse. Me levanto da cama, percebo que à casa está quieta, só escuto o barulho da chuva. Meu quarto estava digno de um filme de terror. Pois estava sendo iluminado pelos clarões vindos dos relâmpagos. As cortinas das portas da sacada balançavam conforme o vento entrava pelas portas que estavam abertas. Pude ver que chovia muito lá fora, não era atoa que estava relampeando. Vou até o interruptor, mas as lâmpadas não se acenderam. Deveríamos estar sem energia devido à chuva forte. Abro a porta e saio do quarto. Chamo pelos policiais que costumavam estar no segundo andar, mas não obtive respostas. Contínuo seguindo para a escada quando tropeço em algo. Ao conferir para saber em que bati levei um susto. Me controlo
O caminho até o sítio foi difícil por causa da chuva forte demorou mais que o esperado, mas chegamos. A casa estava em um breu total, o que me deixou em alerta. Agora que sabemos que Sérgio na verdade se chama Dante e é o assassino em série que procuramos, nos preocupa, pois chegar aqui e ver a casa neste estado não é um bom sinal. Tenho raiva de mim mesmo nesse momento, como não percebi que era ele o tempo todo, ele conseguiu nos enganar. E o pior foi ter deixado Clara aqui com ele. Saímos do carro. Sérgio já chegou, pois, seu carro está aqui. Fomos em direção a casa. Assim que abrimos a porta vejo um corpo perto da mesma. Ele tinha sido rápido. Nem deve ter esperado muito para atacar, aproveitou o momento que teve livre da nossa presença para pegá-la. Com arma em punho Denis e eu subimos a escada indo até o quarto de Clara na esperança de encontrá-la bem e dormindo. Porém isso era querer demais. Mas estava torcendo para que ele fosse burro o bastante para ainda não ter fugido ou
Abro os olhos e dou de cara com Denis em minha frente, seu corpo caído no chão. Eu me abaixo. — Denis!?… o que você fez? — ele abriu um sorriso. — Eu consegui proteger vocês duas, como disse, eu daria minha vida por você e foi isso que fiz. Agora posso partir em paz pois sei que cumpri meu propósito na terra, ser seu eterno anjo da guarda. — Então ele fecha os olhos. — Abre os olhos Denis, reage. — Fico tentando fazê-lo reagir, mas não funciona. Olho para Marcos, vejo que ele está apontando a arma para Dante. Sem tirar os olhos de Dante ele pergunta: — Você está bem? — Estou, mas ele tá sangrando muito. — Com a mão livre Marcos pega seu celular e o jogou para mim. — Ligue para o socorro rápido. Com o celular em mãos ligo para a delegacia, falo que Denis foi ferido, a pessoa que me atendeu diz que o reforço já deve estar chegando e que tem uma ambulância com eles. Desligo o celular. — Eles disseram que estão a caminho. — Falo chorando ao abraçar o corpo inerte de Denis. — Denis